Após o fracasso de 2018 com “apenas” 85, chegamos ao encerramento de 2019 com mais um Desafio 100N cumprido. Esse foi o terceiro ano que consegui fechar pelo menos 100 jogos novos no ano. Inclusive, foi mais do que isso, bati meu próprio recorde nesse ano!
Já é tradição o Desafio 100N aqui e já é tradição também o encerramento logo em seguida após a postagem do Desafio de Dezembro. Se você não sabe do que se trata, vou me repetir mas vou dizer: o Desafio 100N é um auto-desafio que eu tento conhecer 100 novos jogos em um ano. Eu escrevo todas as minhas primeiras impressões do jogo nas postagens mensais e, geralmente, o tom é bem crítico. Talvez você demore um pouco para se acostumar com o estilo, mas acho que vale a pena pela quantidade de informação embutida em cada postagem. Se não conhece, dá uma olhada ou, se já conhece e quiser rever, segue todos os links do ano:
Jan | Fev | Mar | Abr | Mai1 | Mai2 | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez
Nesse ano o mês de Maio teve duas postagens, pois foram muitos jogos nesse mês em específico. Por conta do Spa dos Jogos aqui em Juazeiro do Norte. Em 2018 não tivemos o Melhor Nacional, se me lembro bem foi por falta de candidatos. Joguei pouquíssimos jogos nacionais. Entretanto, nesse ano que passou, tive a oportunidade de jogar alguns e consegui escolher um como o melhor. Bom, tudo aqui obviamente é apresentado pela minha perspectiva e pelos meus gostos. Entretanto, ainda assim, espero que consiga repassar boas recomendações e até despertar vocês para alguns jogos que não conhecia. Acho que é isso. Sem mais introduções, segue resumão dos jogos dos Desafios.
Top 3 – Desafio 100N (2019)
#3. Newton (2018) Joguei Newton apenas uma vez e a memória está começando a “vazar” da mente. Eu não lembro tantos detalhes do jogo, mas lembro que gostei bastante. Gostei, em especial, da dinâmica das cartas. Que você vai programando e “perdendo” uma todo turno, mas que irá potencializar suas ações futuras. Uma ideia muito boa e que fez esse jogo chegar nessa posição. Gostaria de jogar novamente, para solidificar a opinião e também tirar um pouco da impressão que tive que o jogo tem uma baixa rejogabilidade. Fiquei com essa impressão, pois a rejogabilidade me pareceu vir apenas da variedade dos tokens espalhados no tabuleiro, isto é, em cada partida eles ficam em posições diferentes. Não fiz uma análise tão profunda, pois passei a primeira rodada e pedaço da segunda viajando um pouco na dinâmica do jogo. O negócio é que depois que ela fez sentido, ela fez realmente sentido e eu joguei sem dificuldade alguma o restante da partida. Aguardando aquela segunda partida para solidificar a posição do jogo na minha galeria geral. Esse já foi lançado aqui no Brasil, teve inclusive promoção na Black Friday. Só não comprei, pois estou tendo uma certa dificuldade em colocar Euros na mesa. Tenho alguns já que gosto bastante aguardando a oportunidade. Então, não fazia sentido ter mais um para ficar na pendura. |
#2. Belratti (2018) Eu não gosto muito de cooperativos, pois a abordagem que utilizam é geralmente de puzzle cooperativo. Isto é, todos os jogadores tem seu turno para contribuir na resolução do problema e as pessoas discutem as melhores jogadas a ser realizadas. Esse tipo de jogo é morgado, cansativo e escancara as portas pro Alpha Player. Para minha sorte, recentemente, tem aparecido uns cooperativos com restrição de comunicação ou dinâmicas que impedem discutir demais a jogada do outro. Os jogadores então passam a ter importância individual no jogo e todos fazem parte do jogo. O sucesso é, de fato, conseguido como um time e não como várias pessoas ouvindo o jogador mais experiente. Belratti é um desses cooperativos e, melhor ainda, você pode jogar com até 7 jogadores. Até o momento joguei seis partidas e venci apenas uma, sendo que a que venci foi de lavada. Foi até estranho. O negócio é que mesmo perdendo, duas das vezes que perdi foi por um misero ponto, isso dá aquela vontade de voltar ao jogo. Fora que como ele puxa por uma linha mais Party Game, é sempre uma experiência interessante e cheia de elementos engraçados. Ver como cada jogador pensa é a parte que mais surpreende e mais rende gargalhadas. Excelente jogo, um pouco caro para a quantidade de componentes, mas no valor certo para a experiência que proporciona. |
#1. Blue Lagoon (2018) Não é novidade que Reiner Knizia costuma retrabalhar nos seus jogos. Eu não vejo um problema nisso, pois permite os jogadores terem acesso a diferentes versões de uma mesma base. Blue Lagoon lembra muito Through the Desert, mas é um pouco mais leve. Recentemente ele lançou o Babylonia, que tem ideias parecidas e é mais pesado. Assim, com esse tanto de opções de um mesmo sistema você pode selecionar o jogo daquela linha que mais lhe agradar. Seja pelo tema, pela dificuldade, pela arte ou por algum elemento particular da mecânica. Sei que eu gostei bastante desse, vide sua posição aqui. Uma das maiores qualidade do Blue Lagoon está na facilidade de ensinar e jogar. Sendo provavelmente um excelente primeiro passo antes do Medina, que também gosto bastante e está na coleção. Estou aguardando o lançamento nacional para comprar, dependendo do preço. |
Melhor Nacional – Desafio 100N (2019)
Meeple Heist (2018) Eu jurava que iria dar essa honra ao Recicle, mas por alguma razão a minha partida do jogo não foi legal. Talvez por ter jogado com apenas 3 jogadores e ele ser melhor com 4 jogadores? Bom, sobrou que a minha escolha caiu no Meeple Heist. Jogo de dedução com a inovação que cada jogador controla todas as cores mas elas pontuam diferente para cada jogador. É uma inovação tão diferente que as pessoas costumam demorar a entender e se situar na ideia do jogo. Meeple Heist é um jogo meio estranho, pois ele é praticamente um filler de tão rápido que é, mas é um filler cheio de decisões e raciocínio. O problema é que a caixa mentiu e diz que vai até 6 jogadores, mas é um jogo para 2 ou 3 jogadores. O resto é conversa fiada da Editora. Se você gosta de dedução vale a pena dar uma conhecida. É um bom jogo, mas a quantidade de jogadores impede dele ir mais à mesa. |
Melhor Experiência – Desafio 100N (2019)
Dogs of War (2014) Várias excelentes experiências esse ano. Eu poderia colocar aqui Werewords, Belratti ou algum outro Party Game envolvente, mas quem ocupa o posto é um jogo com caixa gigante e cheio de miniaturas: Dogs of War. As miniaturas são desnecessárias? São, mas não atrapalham. Como já falei quando escrevi sobre o jogo no Desafio 100N, Dogs of War é um jogo com vários problemas de balanceamento. São vários mesmo e algumas facilmente resolvíveis. Dá até uma tristeza quando esse tipo de coisa acontece, pois o jogo poderia ser melhor sem tanto esforço e soa até como burrice ou descaso da Editora. Em todo caso, mesmo com os desbalanceamentos, eu tive uma excelente experiência. Eu não sou desses jogadores que se importa tanto em ganhar ou perder, mas essa partida em particular vencer foi a principal razão de eu ter gostado tanto. Foi aquela vitória conquistada com muito suor e traições. Provavelmente, se eu tivesse perdido esse jogo não estaria aqui, mas bom… Não foi o que aconteceu. Desde então ainda não joguei Dogs of War uma segunda vez. Toparia, mas temo que a experiência não vá ser tão boa quanto a primeira. Essa é uma daquelas situações que eu espero estar errado. |
Maior Surpresa – Desafio 100N (2019)
Acquire (1964) Jogo velho, feiosão, econômico, com dinheiro de papel e mecânica de mercado de ações. Acquire tinha tudo para eu jogar uma vez e sair xingando o jogo por toda uma vida. Mas fui surpreendido. Até demais. Esse jogo só não entrou no meu Top 3 por se afastar demais do meu gosto pessoal, mas é um excelente jogo. Sid Sackson realmente era genial. Acquire é simples de jogar, tem um fluxo bem direto e implementa de um jeito bastante inteligente uma espécie de Catch Up embutido nas dinâmicas do jogo. Se você gosta desse estilo de jogo, recomendo bastante conhecer. É um marco nos jogos do estilo e mesmo tendo mais de 50 anos o jogo aguenta as pontas muito bem. |
Após conhecer todos esses jogos, atualmente estou na faixa dos 746. Ainda relativamente longe dos mil jogos, mas acho que daqui a uns dois anos e meio eu chego lá. Eu falei “na faixa”, pois a contagem pode estar incorreta por uma margem de mais ou menos cinco. Tem jogos que joguei e esqueci de marcar. Assim como tem jogos que já joguei, marquei mas não botei no Desafio por conta de ter jogado errado demais as regras.
Espero que você que acompanhou tenha gostado das análises. Em Fevereiro retomamos mais um ciclo do Desafio 100N. Vamos bater os novos recordes?