Desafio x3 – Jogos de 2010

Será que a barra de qualidade continua bem? Depois de dois anos como 2008 e 2009, parece que 2010 só pode decepcionar. Será? Bom, pelo menos a quantidade de jogos é maior, fomos de 31 para 36 e agora para…

Jogos de 2010: 44 jogos

É, primeiro ano com quarenta jogos e para deixar ele bem interessante, vamos logo começar com um jogo dentro do Top 3. Sim, o ano foi bom. Quer umas dicas ou vou logo direto? Vou direto… É Troyes. Euro Game com dados e interação bem presente, um jogo genial. Tão genial, que sempre vou atrás dos autores do jogo e nunca consigo encontrar o que procuro: uma outra gema. Pena, mas antes ter um do que ter nenhum jogo foda. Né mesmo? Troyes é um desses jogos que não agrada todo mundo, mas quem gosta geralmente adora. Deve ser por conta das possibilidades disponíveis, das estratégias totalmente mutáveis entre partidas e, claro, da compra dos dados. É uma mecânica que até quem gosta ama odiar. Troyes sem a compra de dados (forçada) dos oponentes seria um jogo como outro qualquer, sem brilho, mas essa mecânica faz o jogo saltar e deve ser por isso que ainda não vi nenhum jogo dos mesmos autores que atingisse isso. Parece que foi sem querer. Algo tão pequeno se tornar tão especial. Se você não tá entendendo nada, eu vou tentar explicar.

Basicamente, em qualquer jogo Euro Game os jogadores possuem seus trabalhadores, seus recursos, suas ações, etc. Apenas os próprios jogadores usam as suas coisas e, quando existe alguma interação ou é realizado com alguma troca, é feita de maneira negociada; ou sem afetar de maneira negativa os jogadores envolvidos. Em Troyes não, você pode comprar os dados (que servem para tudo no jogo) do oponente e ele não pode dizer não. Você paga um valor, muitas vezes bem salgado, mas vale a pena, pois o objetivo do jogo não ter ser o mais rico, mas sim ter mais pontos. Maravilha demais. Nada como comprar os dados que fariam seu oponente ganhar um milhão de pontos por uma questão de timing bem efetuado. Mesmo quando você é o alvo disso, você até fica puto na hora, mas alguns segundos depois aplaude a jogada bem feita do coleguinha.

Bom, não é apenas de Troyes que vive um ano. Uns bons jogos que merecem destaque são Battle Sheep. Na real, a versão que eu tenho saiu em 2013, mas o jogo original (nomeado Splits) saiu em 2010. Battle Sheep é o mesmo jogo, mas com roupagem temática especificamente elaborada para deixá-lo fofinho. O que é bem engraçado, pois esse jogo é muito dedo no olho do amiguinho. Não é raro eu jogar partidas que as pessoas fiquem com raiva, mas é uma raiva motivadora… Pois, rapidamente querem jogar uma outra tentando corrigir os erros da partida que acabou de jogar. Uma curva de aprendizado bem sutil, mas que é bem interessante para os novatos. Já que a progressão ocorre bem rápido e é bem satisfatório. Gosto de usar para introduzir pessoas ao hobby. Os componentes robustos e bem feitos, aliados a essa vontade de jogar novamente é um excelente combo.

Dois jogos desse ano que gosto, mas que nunca mais joguei foram: Earth Reborn, comprei lá em 2012 e vendi em 2014. É um jogo para 2 jogadores com muitos elementos de combate tático. Vendi pela dificuldade de ver mesa, mas ainda hoje tenho uma saudadezinha. Não compraria novamente, mas jogaria. Outro é Dominant Species, mas só joguei uma vez só. Gostei, mas pode ter sido algo de partida, né? Tenho curiosidade para jogar novamente, mas não sou muito fã de jogos demorados demais. Então, me dou por satisfeito se nunca mais jogá-lo na vida. Um jogo que vale a pena citar e que tenho até hoje, é Hanabi. Muito bom para surpreender novatos: um jogo cooperativo que as cartas são jogadas ao contrário? É sempre legal ver a reação quando eu mando ele segurar as cartas sem que ele próprio veja o que tem na mão.

Sim, 2010 foi um bom ano. Sendo que é sempre fácil encontrar uns jogos populares que eu não gosto. Vamos logo começar com o queridinho 7 Wonders. Esse jogo deve ter mais prêmio do que Meryl Streep. E olha que jogo de tabuleiro, geralmente, só concorre no seu ano de lançamento. Entretanto, não desceu comigo. Solitário demais, muito pouca a interação; tem um Draft que na época explodiu cabeças, mas no final das contas é bem padrão; permite 7 jogadores na mesa mas é meio fake, pois é irrelevante o que o jogador mais distante de mim faz. Completando a desgraça, o jogo usa cores que são parecidas nas cartas e é simplesmente um saco ficar perguntando esse tipo de informação em um jogo que o Draft é fechado (secreto). Expansão à rodo e nunca joguei nenhuma, pois o jogo base por si só não me pegou o suficiente. Entendo o sucesso, mas acho que tenho algum ranço com Antoine Bauza, os jogos dele nunca me agradam mesmo. Tirando o já citado Hanabi. Eita, coincidência os dois jogos no mesmo ano.

Nesse ano também tem um dos primeiros jogos que adquiri: Forbidden Island. Cooperativo. Trauma (do estilo) já veio daqui pelo visto. Esse joguei no ano que lançou, um feito bem raro para aqueles tempos que sequer existiam jogos de tabuleiro modernos sendo lançados no Brasil. Jogo é bem cultuado, mesmo pedigree do Pandemic (2008), que também não gosto. Um que divide opiniões é o Innovation. Muita gente gosta, mas eu não. Acho a ideia excelente, mas a entrega falha. Não insisti muito também, parece ser o tipo de jogo que a pessoa vai adquirindo gosto com o passar das partidas. Infelizmente, eu não funciono assim. Até insisto umas 2 ou 3 vezes, mas depois disso já deu. Para não deixar nenhum jogo bem ruim fora dessas citações, venho lhe dizer que War Cards é tão ruim quanto War (1971)… A vantagem é que é rápido.

E o que quero jogar? Olha, tem uns que me marcaram. Acho que como comecei a jogar jogos de tabuleiro nesse ano em específico, vários jogos lançados na época passaram pela minha Wishlist. Alguns (maioria) deixaram de habitá-la, mas me lembro de vários deles do tanto de tempo que passei pesquisando no BGG. Tem um do mesmo Game Designer de Hansa Teutonica, sim que falei aqui na postagem do ano anterior. Chamado Firenze. Infelizmente, mais um Out of Print e com preços abusivos. Quem sabe algum dia? É um Euro Game que me interessou, tanto pelo criador como pela dinâmica mesmo do jogo. É mais leve e menos faca na caveira do que seu antecessor, mas ainda assim sou curioso para jogá-lo. Nessa mesma época também soube do jogo que inspirou, em partes, Mataru Okara (minha autoria). É um jogo de destreza sobre temperos. Sim, meio estranho. Basicamente os jogadores arremessam uns discos na mesa para combinar temperos e ganhar pontos. Acho que hoje em dia não compraria, mas ainda queria jogar. Me chama, você dono dessa iguaria rara. O nome? Safranito. É, até o nome é estranho.

Que mais? Tem um tal de Anomia, um Party Game que as pessoas vão abrindo cartas e quando algo dá match tem que gritar um item de uma categoria aleatória. Raça de cão? Oi? Assim na bucha? Eu não sou tão fã de jogos assim, dá uma canseira na cabeça pela necessidade de ficar super atento, mas ainda assim queria pelo menos jogar uma vez para julgá-lo apropriadamente. Saindo completamente do eixo, tem Kariba, jogo do Reiner Knizia de cartas. Foi lançado agora pouco no Brasil e bem baratinho. Dica para quem quiser me dar um presentinho por menos de 50 reais. Puzzle Strike é um desses que sou curioso, mas nem muita vontade de jogar tenho. É meio que um Dominion (desgraça já citada aqui), mas que usa fichas em vez de cartas. Acho que só gostei da ideia das fichas mesmo, mas acharia o jogo uma tristeza.

Acho que me empolguei nos Want. Como falei, foi o ano que comecei… Tem mais, viu? Castaways eu gosto do tema, é feito Robinson Crusoé (2012). Eu nem lembro como que é o jogo, mas por alguma razão o tema (sobrevivência numa ilha) me atrai o suficiente para querer dar uma chance. Bangkok Klongs, é um desses Euro Games aleatório que vi, gostei da mecânica base e queria ver ela funcionando na realidade. Sim, é um jogo sobre coletar conchas. Doidera. E, deixando o mistério para o fim, queria muito conhecer Escape from Aliens in Outer Space. É um jogo que ninguém vê onde o outro tá, cada um na sua folhinha. Deve ser uma experiência única ao melhor estilo esconde-esconde. Uns estão fugindo da nave e outros são os próprios aliens querendo comer você.

Foi isso. Gostei desse retorno a 2010. Relembrar os jogos. Só a título de curiosidade, de todos esses citados, apenas os Euro Games ficaram na Wishlist: Firenze e Bankgog Klonks, mas queria conhecer tudinho que falei mesmo. Só não comprar antes de jogar.

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