Desafio 5×3 – Gledson Martins

Ora, ora, pelo visto o Desafio 5×3 não acabou. Geralmente eu começo o mês com o Desafio 100N, mas já faz um tempão que tou devendo essa postagem.

Acho que de todos os que participaram do Desafio 5×3, Gledson é o que tive menos contato e menos partidas. Acho que isso é devido ao fato dele realmente jogar menos que a maioria do pessoal que chamei para escrever aqui. Coisas da vida. Só para lhe dar uma noção, tenho apenas 6 partidas registradas com Gledson, mas isso é por não registrar os jogadores das partidas desde os primórdios. As partidas que tenho registradas aqui são quatro recentes (2024) e duas mais antigas (2022). Passamos, portanto, um ano e pouco sem jogar. Então, de fato, jogo bem pouco com Gledson. Como falei, eu estava pensando em parar com o Desafio 5×3 mas depois de nossa última jogatina resolvi que não. Motivo? Eu percebi que ainda falta bastante gente falar aqui, alguns que não conheço tanto o gosto e poderei aproveitar dessa oportunidade para saber mais. Então, você ainda lerá sobre várias pessoas incríveis que jogam a tanto tempo mas que eu não sei tanto sobre elas e seus gostos. Esse é o caso de Gledson, que simpatizo desde quando tivemos nossas primeiras jogatinas lá em 2018. Se eu fosse chutar, eu diria que nossa primeira partida foi de Taboo, um jogo de restrição de comunicação que achei bem interessante apesar de ser do mercado de massa. Um jogo que não faz, de jeito nenhum, o perfil de Gledson, mas lá estava ele ensinando durante um Joga Cariri. Agradeço por escrever tão rápido suas impressões apesar da demora para eu postar. Janeiro já tinham muitas postagens, aí deixei para depois. Sem mais delongas, vamos começar pelos jogos prediletos de Gledson?

#5. Senhor dos Anéis LCG (2011)
Conheci este jogo apenas em Março de 2021 e ele quebrou os meus maiores estigmas do hobby. 1) Não gosto de comprar jogos cooperativos, pelo simples fato de só em ter que “vender o jogo” para colocar na mesa já começa sendo um tipo de imposição ou persuasão; 2) bem como tinha aversão a jogos de cartas coleccionáveis, como ex-jogador de Magic temia querer comprar sempre mais e mais; 3) não via sentido no gosto por jogos solo, porque ler um livro, assistir um filme ou mesmo estudar regras de um jogo novo para mim eram coisas que se aproveitava melhor o tempo. Porém, devido aos comentários positivos de um amigo decidi comprar um usado que estava em com preço convidativo, pensei: “por este preço se você não gostar poderá vender fácil”. Como fã de Senhor dos Anéis decidi arriscar, com apenas um vídeo explicando a partida já consegui pegar os meandros do jogo e comecei a gostar. É um card game com uma possibilidade de customização infinita, dando várias estratégias e com o grau de dificuldade das missões, combinado com os textos da narrativa cativaram este player que adora um desafio. Vale ressaltar também que o jogo evolui no decorrer dos ciclos, e as missões apresentam mecânicas especificas para combinar com a narrativa apresentada. Desde sua aquisição é o jogo que mais vê mesa, pela facilidade de setup e de jogar solo, sem contar na satisfação de montar o deck (tive que estabelecer um limite de dia e tempo por semana para não atrapalhar minha rotina diária).
#4. Havana (2009)
Adquiri este jogo despretensiosamente em uma Math Trade em Junho de 2013, joguei algumas partidas com as regras erradas e achei sem graça. No outro dia ao voltar do trabalho meus irmãos estavam jogando e relatando o quanto foram acirradas as partidas jogadas e elogiando o jogo (eles leram as regras e viram meu erro). Com isto ele mostrou o seu potencial com o seu tipo de leilão fechado e a briga entre os jogadores pela busca de recursos na corrida de conquistar pontos (com uma pitada de Take That). Mais um jogo com grande interação entre os jogadores e com grandes possibilidades estratégicas. Gostei tanto que depois comprei o Cuba e o Santiago de Cuba, para completar a “trilogia” do autor.
#3. Ricochet Robots (1999)
Eu gosto de quebra-cabeças e este jogo com sua ação simultânea, sem quantidade máxima de jogadores é um frita cérebro “delicioso”. Curiosamente ele era um jogo que eu lia a respeito e não dava nada por ele, achava muito simples e sem graça, até que joguei uma partida com Cesar Cusin em Julho de 2013 e gostei tanto que no outro dia já estava procurando comprar.
#2. War of the Ring: Second Edition (2011)
A primeira edição do War of the Ring era um jogo aclamado como o que melhor transmitia e experiência e sensação passada nos livros do Senhor dos Anéis, e como fã sempre tive curiosidade sobre ele, desde o seu lançamento em 2004. Só que apenas em 2010 que eu tomei coragem e consegui comprar uma versão importada, mesmo sem ter conhecimento básicos de holandês (sim! Veja o drama). Depois consegui o manual da versão em português, bem como a tradução das cartas para past-up. Mas devido à complexidade do jogo (quase a mesma da saga do livro) e ser iniciante no hobby, apenas uma partida foi possível. Até que foi lançada a Segunda Edição e em 2014 (QUATRO ANOS DEPOIS), já conhecendo várias mecânicas e tipos de jogos, foi possível comprar o jogo e conseguir jogá-lo com uma certa regularidade (ao menos 2 vezes por ano). War of the Ring tem uma partida demorada por dar a mesma progressão da tensão de Frodo no caminho até a Montanha da Perdição, juntamente com as batalhas épicas e suas reviravoltas. A Segunda Edição fez uns poucos ajustes no balanceamento num jogo que gosto tanto que não faço questão de manter na coleção mesmo jogando tão pouco.
#1. Puerto Rico (2002)
Este foi o meu jogo de entrada nos Board Games modernos. Conheci-o em 2010, ou seja, ainda com aquela versão mais feia (foto ao lado). Para mim este jogo é perfeito: balanceado independente da quantidade de jogadores, baixíssima dependência de sorte, baixíssimo downtime entre os jogadores, tempo médio de partida de 60 minutos com jogadores experientes, sem contar na rejogabilidade (nunca uma partida é igual a outra). Para ter ideia nunca usei as expansões neste jogo.

Esse Top ficou muito classudo. Todos os jogos com mais de 10 anos de lançamento, olha isso: tem até jogo do século passado. Claramente um fã de Senhor dos Anéis, tendo não um, mas dois jogos listados. Inclusive, dois jogos bem diferentes: um confronto direto e um cooperativo. Demonstrando que às vezes o tema pesa muito para algumas pessoas. Tudo bem, o Top é classudo, mas será que o Bottom vai ser destilando veneno em jogos recentes? Veremos…

#5. Agricola (2007)
Para mim Uwe Rosenberg é um autor que conseguiu se popularizar como um grande Designer de jogos apresentando na maioria das vezes apenas o mesmo jogo com alguma variação. Basta ver Agricola, Caverna e Um Banquete a Odin. Ressalva: aceito jogar para conhecer jogos do autor, mas o estilo de jogo: quase sem interação entre jogadores, demorado e altamente punitivo só não são piores do que os aleatórios que não são party games e tem duração de jogo acima de 40 mim. Para somar a isto tudo o tema de fazendinha que eu não gosto.
#4. Takenoko (2011)
Comprei pela empolgação de ser um jogo muito bonito e com proposta de atrair o público feminino (diga-se: apresentar para a esposa que não aprovou). Apesar de jogar várias partidas (algumas on-line), a aleatoriedade dos tiles e dos objetivos me frustrou e a jogada do dado para decidir o clima era também muito sem sentido (o único resultado interessante era o que movimentava o Panda 2 vezes). Jogo sem gosto que só tinha beleza.
#3. Genoa (2011)
Outro jogo que peguei em uma Math Trade com poucas referências e curiosidade de conhecer. Apesar de ser considerado por alguns como um clássico dos jogos de negociação o jogo me pareceu desproporcionalmente demorado neste aspecto. Em Genoa os jogadores são comerciantes que transitam pela cidade fazendo troca dos itens coletados no decorrer da partida para cumprir contratos que no final ganha quem tem mais dinheiro. Mas as negociações acabam se prolongando demais deixando um down time muito longo e levando uma partida a durar em média 2 horas, muito cansativo para uma experiência tão ínfima.
#2. Kingdom Builder (2011)
Havia jogado este jogo e perdi vergonhosamente, como era um jogo premiado e com proposta de ser leve e porta de entrada para novatos tive a coragem de comprar e dar uma nova tentativa. Apesar de jogar outras vezes e ainda comprar o app no celular eu confirmei que realmente detestei o jogo. O problema é que o fato de puxar apenas uma carta por rodada deixa o fator tático muito limitado na minha opinião e os elementos que deveriam mitigar o fator sorte não são suficientes devido a aleatoriedade do jogo. Além de que eu achei-o muito punitivo para o caso de pegar uma carta ruim em determinada jogada. Por mais que eu tentasse não conseguia tirar o sentimento de estar jogando ao acaso.
#1. San Juan (2004)
Peguei este jogo em Junho de 2013 pela proposta de apresentar os mesmos aspectos de Puerto Rico, que já era disparado o meu preferido, e ser do mesmo Designer (Andreas Seyfarth), até comecei a ler as regras e vi várias semelhanças nas habilidades das cartas que me animaram. Porém quando fui jogar não transmitiu a mesma satisfação e emoção do Puerto Rico e ainda por cima a partida teve a dependência da sorte elevada e com a mesma duração da partida. No final a sensação que me deu foi de ter perdido o meu tempo. Ainda joguei outras duas partidas para me certificar de que estava jogando com as regras corretas, mas apenas confirmou a opinião.

Vários jogos de 2011 (no Top tem dois também), engraçado isso, talvez demonstre a época que Gledson mais jogava jogos: eu torno de 2013, 2014, já que antigamente era bem raro a pessoa jogar os jogos no ano de lançamento. Novamente jogos mais antigos, com o mais recente sendo de 2011. Gostei bastante de algumas escolhas, veremos no final. Só que antes, Gledson vai mostrar os jogos que ele gostaria de conhecer. Será que dessa vez teremos jogos mais recentes?

#5. Empires: Age of Discovery (2015)
Jogos 4x são a categoria de jogos que eu gosto mas dificilmente entram na minha coleção, pois quando tenho tempo para jogos longos sempre tento dar prioridade para o War of the Ring. Mas este pela temática e por ser um Worker Placement com diferentes habilidades sempre atiçou a minha curiosidade.
#4. Concordia (2013)
Conheci o Designer Mac Gerdts jogando Navegador, desde então fiquei curioso em conhecer o seu jogo mais famoso.
#3. Vinhos (2010)
Ainda não conheci nenhum jogo do Vital Lacerda, mas este me atraiu pelo tema familiar e pela fama do autor em combinar mecânica, tema e profundidade nas regras.
#2. The Estates (2018)
Um jogo de leilão e negociação, com regras simples, com duração de partida até 60 mim mais acessível de adquirir do que Container (que tem algumas semelhanças, mas é raríssimo e caríssimo. Até já esteve nesta lista, mas desisti).
#1. Pax Pamir (2019)
Vi uma resenha quando estava para ser lançado no Brasil e parece ser o estilo de jogo que gosto. Interação entre os jogadores sem ser Take That, pouca dependência de sorte, muita leitura de mesa e com complexidade de regras na medida certa.

Desses aí só joguei Concordia. Achei o jogo inteligente e interessante, mas a pontuação fechada me incomodou bastante. Você joga às cegas, não tem ideia do que tá acontecendo até o final. Tenho interesse em conhecer o Pax Pamir, por pura curiosidade mesmo e The Estates também, pois apesar de odiar Leilão sempre fico na expectativa de encontrar algum que goste. Uma boa seleção e com jogos um mais recentes, mas nem tanto… Só o Pax Pamir que eu peguei segunda edição, mas a primeira edição seria de 2015.

Chegou o momento do meu auto-jogo. Olharei os jogos Top e Bottom pra ver se eu: Aceito, não que eu concorde totalmente e plenamente, mas aceito que esteja onde está; Discordo, esse é discordância total da escolha do coleguinha; ou se Caguei, esse é basicamente que eu sou neutro sobre onde o jogo está ou simplesmente desconheço.

  • Aceito: Havana, Agricola, Takenoko. (+1 ponto cada)
  • Discordo: Senhor dos Anéis LCG, Ricochet Robots. (-1 ponto cada)
  • Caguei: War of the Ring, Genoa, Kingdom Builder, San Juan, Puerto Rico. (0 ponto cada)

Deixando a pontuação de afinidade com Gledson de… +1! É, já tiveram melhores, mas também já tiveram piores… Acho que a gente se entendeu bem nos jogos Bottom, mas o Top não me agradou tanto. Ricochet Robots como Top #3? Morri aqui, mas gosto é gosto né? Tiveram vários na categoria Caguei: dois que nunca joguei (WotR e Genoa) e três que acho mais ou menos (tanto para estar no como Top ou como Bottom). Eu acho que eu não gostaria o suficiente do WotR para mudar de categoria, pois já joguei o Batalha do Cinco Exércitos e não me apeteceu tanto assim. Já o Genoa, não faço ideia.

É isso, depois de quase não acontecer mais, tivemos mais um Desafio x3 dos brothers. No próximo (se realmente houver) será diferente… Eita, suspense no ar.

4 Comments

  1. Cesar Cusin
    2 de fevereiro de 2024

    Cara, viciei Gledson no Ricochet Robots… kakakaka… e o Takenoko dele quem comprou fui eu, e tem resenha nessa compra, foi o início da nossa amizade, foi comédia pura… um dia te conto (se já não contei)… enfim, bom ver o Desafio 5×3 novamente.

    Abração!!!

    Responder
  2. Roberto
    3 de fevereiro de 2024

    Ah, depois quero saber a história… Abraço, Cesar. 😉

    Responder
  3. Gledson
    9 de fevereiro de 2024

    Obrigado Roberto pela oportunidade. Muito bom participar do seu blog. Realmente desde 2020 que dei uma parada em acompanhar os lançamentos e como pode ver meu gosto por jogos ficou tão consolidado em específicos que fui perdendo o interesse em lançamento.

    Responder
    1. Roberto
      9 de fevereiro de 2024

      Que bom que gostou! Não deixe as novidades de lado, ainda tem jogo bom saindo. hehehe

      Responder

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