Desafio x3 – Dudes on a Map

Como as postagens do Desafio x3 baseada nos anos deu uma parada (preciso jogar uma reca de jogo de 2016 ainda), decidi matar dois cara com um mapa só (oi?): não deixar a coluna morrer voltando às origens sobre jogos de estilos específicos e atender aos pedidos de um leitor que agora virou mais famoso que eu (não que eu seja famoso): Cássio do Spiel des Djows!

Sim, já fui honrado com pedidos do camarada. Eis a prova, em formato de citação, que pode muito bem ser uma farsa:

Vou deixar uma sugestão semi-offtopic pra vc. Um top 5/10 de jogos Dudes on a Map.

Então, cá estamos nós para a clássica exibição dos jogos que gosto, odeio e tou a fim de conhecer, vulgo, Top, Bottom e Want. Antes de começar a listinha, dei uma pesquisa nas especificidades do estilo e optei por seguir os seguintes parâmetros:

  • Ter muitas miniaturas. Sim, desculpem Euro Gamers, nada de cubinhos, mas meeple eu aceito. Afinal, precisamos dos “Dudes“. Por muitas, quero dizer que não só o jogo possui várias, mas cada jogador também controla várias.
  • Ter um mapa. Algo que as miniaturas fiquem e que tenha divisões e tudo mais. Afinal, precisamos do “Map“.
  • Comportar 3 ou mais jogadores. Algo talvez não tão óbvio, mas é importante estabelecer isso. Acho que jogos 1×1 que tenham miniaturas e mapa são muito mais Skirmish ou War Games do que Dudes on a Map.
  • Ser competitivo. A ideia é que esses são jogos de conflito entre vários jogadores se matando na mesa. Sem essa restrição, poderia brotar um brotar um Gloomhaven por aqui, por exemplo.

Então, em suma: a ideia é que teremos aqui jogos de porradaria entre exércitos em um mapa com miniaturas. E começando por…

Clash of Cultures (2012). Já falei desse jogo trocentas vezes por aqui, imagino. Entretanto, não tenho como fugir dele. Eu não gosto muito do estilo Dudes on a Map. Esse enfoque no combate e tomar coisas dos oponentes nunca me parece justo. Como assim? É muito comum jogadores se matarem a toa e perderem, pois o jogador que ficou livre conseguiu mais. Ou você atacar algum jogador em um momento oportuno e ele retornar com uma vingança tremenda para cima de você, fazendo os dois perderem. Diferentemente de uma situação no mundo real, as pessoas não precisam se poupar em uma partida de tabuleiro. Logo, está aberto para esse tipo de situação e, no final das contas, termina só gerando um clima meio bosta na mesa. Seja por ter perdido a toa ou por ter ganhado sem merecer. Claro que isso não acontece sempre, mas o tanto de vezes que já vi acontecer faz eu me afastar do gênero.

Depois de todo esse bla-bla-bla aí, então por que Clash of Cultures como Top? O jogo tem todos esses problemas sim, mas pelo menos ele conta uma boa história. As tecnologias fazem você moldar sua civilização de um jeito interessante, o período que o jogo se passa me agrada bastante (ao contrário de ficção científica, por exemplo) e até o sistema de combate eu acho legal. Adicionalmente, Clash of Cultures não é um jogo apenas de combate, ele é importante e pode realmente definir o vencedor, mas não é a única maneira de ganhar. E isso também me satisfaz.

Algum dia compro a Edição Monumental que saiu aqui no Brasil, mas por mil reais não vejo sentido não, hein?

Pronto, e assim encerra meu Top. É, só um jogo. Tem outros três jogos que gosto que se encaixariam, talvez, por aqui, mas faltam miniaturas ou combate direto. Então, deixa só um. Acho que Clash of Cultures consegue compor sozinho sim um Top de algo. E para fazer o balanceamento com um épico de época, trago…

Twilight Imperium IV (2017), uma Ópera Espacial. Um negócio de proporções gigantescas. Talvez não entrasse exatamente como Dudes on a Map, já que só temos miniaturas de naves, mas foda-se. É só imaginar que dentro da nave tem uns Dudes. Uma lista de combates épicos sem TI4 não é uma lista de combates épicos. O negócio, é que aqui estou listando ele como Bottom. Sim. Fundo do poço. Se você acompanha, sabe que joguei apenas uma partida do jogo e não tenho o menor interesse em jogar outras.

Longo demais. Não que seja apenas essa minha crítica. Minha maior crítica é o jogo ser longo demais e o vitorioso não ser totalmente merecedor. Acho que nada mais frustrante que jogar uma partida de 6 horas e terminá-la vitorioso achando que não merecia ou terminar perdedor achando que não merecia. Isso deveria acontecer em jogos com 30 minutos de duração e olhe lá. Um jogo de tamanha duração com Negociação também pode ser bem frustrante, pois não importa o quão bem você jogue ou o quão boa seja sua estratégia ou, até mesmo, o quão boa for sua sorte. Se a mesa quiser lhe afundar, ela consegue. O jogo tem lá seus méritos, mas os deméritos unidos ao meu gosto pessoal fazem com que esse jogo fique aqui no fundo mesmo.

Apesar dos pesares, acho que é uma experiência que qualquer Board Gamer deveria ter um dia. É um jogo-evento, é realmente épico e existem aspectos positivos e ensinamentos que podem ser extraídos da experiência, nem que seja a de que nunca mais quer ver a cara do jogo.

Claro que não deixaria você com apenas um jogo. O estilo me propicia muitas oportunidades para reclamar e falar mal. Tenho que falar de Cyclades (2009). Seu final anticlimático e possibilidades gigantes de King Making deixam o final da partida bem frustrante. Joguei Cyclades 3 vezes e todas as vezes pareceu que quem venceu foi quem jogou pior. Mas no caso jogou melhor, né? Afinal venceu. Só que não é o feeling que fica.

Uma outra decepção que tive foi com Tyrants of the Underdark (2016). Adoro o tema: elfos drows de Forgotten Realms, então fui jogar meio empolgado. Sendo que para meu azar, o jogo é um Deck Building com Controle de Área e, se você bem sabe, não sou fã de Deck Building. A mecânica pode até ficar interessante para mim, mas precisa ser bem diferente do usual Dominion. Aqui é muito parecido, é meio que Dominion com um tabuleiro: repetitivo e seco. Para piorar, como tem o aspecto de Controle de Área, se você consegui uma mão muito boa o impacto é muito grande. Logo, o fator sorte é elevado também. Elevado ao ponto de um jogador que montou um combo excelente nunca usar e outros jogadores usarem combos muito piores repetidas vezes e vencerem.

Acho que três tá bom, né? Citando apenas alguns rapidamente: Dungeons & Dragons: Conquest of Nerath Board Game (2011), demorado e muita sorte; Bunny Kingdom (2017), muita sorte e muita variação na pontuação, jogo de combos que quase que joga você e não o contrário; Age of Conan: The Strategy Board Game (2009), acho que meu primeiro jogo no estilo, decepção usarem esse tema em um jogo tão sem sal.

Ufa. Basta de tanta negatividade, vamos para a parte boa. Apesar do desgosto pelo estilo, eu sempre tenho curiosidade de conhecer novos jogos. Até mesmo para tentar encontrar algo que me agrade naquele nicho de jogos. Sempre encontro algo, vide Clash of Cultures, e por isso que adoro esse universo: sempre pode existir um jogo que você vai gostar apesar de não fazer o menor sentido você gostar, pois algo ali brilhou e se encaixou com seu perfil. Então, desses jogos de Dudes on a Map, tem vários que queria dar uma olhadinha…

Sou curioso com Inis (2016), não é lá muito famoso, mas é o terceiro jogo da Trilogia Matagot de Dudes on a Map, sendo os outros dois o famigerado Cyclades e o bom Kemet. Minha curiosidade é tanto pela temática Celta como pelas opiniões acaloradas sobre o jogo. Parece que a definição da vitória é algo que pode ser bem bloqueável pelos jogadores, mas que precisa de uma marcação de todos na mesa contra todos. Então, a mesa precisa estar muito atenta e não dar mole. Isso pode ser a fórmula para o fracasso (bem provável), mas também pode ser excelente. Pela minha experiência acho que vou odiar, mas nunca se sabe, né?

Um que descobri recentemente e fiquei interessado é Ruination (2021). O jogo se passa numa temática pós-apocalíptica ao estilo Mad Max e tem um sisteminha de ações que me apeteceu. Outro recente é Ankh: Gods of Egypt (2021), que depois de Blood Rage e Rising Sun é mais um Dudes on a Map do Eric Lang. Acho que é uma trilogia, né? Curiosidade para conhecer, afinal já joguei os outros dois. Não vi muita graça no Blood Rage e o Rising Sun só joguei uma vez, então estou aberto ainda a novas partidas.

Numa linha mais Euro Gamer e que talvez nem devesse entrar aqui posso citar ainda Hyperborea (2014), um Bag Building com Controle de Área, a ideia me pareceu bem boa, mas tenho minhas suspeitas que novamente teremos um jogo repetitivo por conta da construção da sacola, tal qual Deck Building; e Empires: Age of Discovery (2015), que é a nova edição do jogo baseado em Age of Empires. Sim, aquele clássico dos PCs. É mais um jogo de Worker Placement, mas existem miniaturas, Controle de Área e até combate. E no outro espectro (Ameritrasher) eu queria conhecer o Forbidden Stars (2015). É uma reimplementação do famoso Starcraft (sim, mais um jogo baseado em videogame) que a Fantasy Flight perdeu a licença e agora também perdeu a licença para o mundo do Warhammer. Então, dois jogos em fileirinha virando Out of Print e que eu queria conhecer o mais recente deles, pois esses geralmente são melhores hehe.

Para fechar essa listinha, me interessei também pelo Heroes of Land, Air & Sea (2018), me pareceu uma versão simplificada do Clash of Cultures. O que pode ser uma vantagem tremenda em encontrar pessoas para jogar. O único problema é que parece ter mais impacto da sorte no jogo, mas, geralmente, esse tipo de coisa você só sabe se vai gostar ou não jogando mesmo.

Pronto, ficou meio longo, mas acho que foram vários jogos aí para você (que curte ou não o estilo) dar uma pesquisada e aumentar sua lista de comprar (oh no).

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