Top 5 Mecânicas Odiadas

Fazendo uma postagem um pouco diferente para variar. Vai soar estranho Top 5 de algo negativo, mas cá estamos nós. Então, pense assim então: Bottom 5 Mecânicas. Algumas não são mecânicas necessariamente listadas no BGG, mas são mecânicas do ponto de vista conceitual. Algumas específicas demais, talvez?

Os nomes vão estar em inglês, pois estou tentando usar ao máximo as mecânicas listadas aqui. Se eu não encontrar, vou inventar um nome entre parênteses e usar a mecânica mais próxima ou mais geral. Faremos no clássico sentido inverso, então a que mais odeio fica pro final.

#5 Victory Points as a Resource (Money is Victory Point)

Talvez você esteja reconhecendo o nome. Falei faz nem tanto tempo assim dessa mecânica no Engrenando. Na verdade foi ainda nesse ano. Mas, minha reclamação é algo mais específico: é quando o dinheiro é a pontuação do jogo. Então, o dinheiro é tanto o recurso como os pontos. Eu acho ruim, pois além de meio que transformar o jogo em um jogo econômico (nem de longe meu estilo predileto), deixa um gostinho de mundo real muito presente na partida. Eu já preciso pagar boleto, gerenciar minha grana fora do jogo, aí vou fazer isso no jogo também, pois se eu gastar tudo perco?

Meu maior problema, além desse aspecto temático chato do dinheiro, é também o efeito bola de neve que costuma existir nesses jogos. Afinal, é preciso gastar dinheiro para fazer dinheiro, não é mesmo? Então, não é incomum o jogador com mais grana conseguir fazer as coisas mais legais e, além disso, vencer o jogo também. Enquanto que o pobre vai ter dificuldade a partida inteira e o pouco que conseguir fazer só irá fazê-lo ficar mais para trás.

Real demais para mim. hehehe


#4 Score-and-Reset Game

Essa mecânica é aquela que você joga o jogo inteiro, pontua e aí anota. Ninguém venceu ainda, calma. Você precisa jogar de novo… Aí anota de novo. Opa, não acabou ainda. E fica nessa até fazerem x pontos ou jogar y vezes ou sei lá o que. Sendo que uma única “rodada” dessa dá o feeling de uma partida completa, mas o jogo fica querendo obrigar você a jogar repetidas vezes para mitigar a sorte ou qualquer outra conversa mole dessa.

Ok, ok, não é conversa mole, mas geralmente esses jogos são tão leves que não tem razão disso. Campeonatos? Tudo bem, mas jogando com a galera? Ah, parou.

A vantagem dessa mecânica é que você pode simplesmente ignorar e jogar apenas uma rodada e essa ser a partida todinha. É isso aí, raras foram as ocasiões que joguei uma partida realmente completa de Pega em 6 ou Spyfall.


#3 Race (Race in Euros)

Eita, vai parecer meio hater isso aqui. Afinal, corrida é um gênero todinho, né? É aqui que entra as especificidades. Eu não tenho nada contra jogos de corrida, mas eu odeio quando um jogo é estratégico (por vezes longo e demorado) mas não vence quem fizer mais pontos, mas sim quem construir x coisas primeiro ou avançar y posições antes de todo mundo. Ruim demais. Bota contagem de pontos nesse jogo, meu filho. Para que ser uma corrida se tá todo mundo andando na marcha um?

Veja bem, nada contra jogos que a condição de final da partida seja alguma corrida. Isto é, se você construir 5 cartas o jogo termina, mas aí depois contam-se os pontos e vê quem venceu. Pode parecer a mesma coisa, mas não é. Em um caso, o jogador está tentando correr em um jogo que não é para correr, no outro é uma decisão estratégica ele correr para tentar terminar a partida tendo mais pontos que os jogadores que ficaram tentando otimizar ou fazer estratégias mais longas.

Talvez você esteja se perguntando quais jogos me inspiraram pensar nisso, vou citar apenas um para não destilar muito ódio: Euphoria. Não basta ser ruim, precisa também ser uma corrida? Vai com calma Stegmaier.


#2 Lose a Turn (Go Back One Space)

Essa mecânica é clássica. É aquela de jogos antigões que você pisa em um espaço: “perca a vez”. A mecânica adiciona nada ao jogo, é só uma penalização crua e sem graça. Entretanto, não estou falando necessariamente dela. Ela é uma bosta sim, mas quero ser específico. Estou falando de uma situação ainda pior. Perder o turno só lhe faz não caminhar para frente. Agora, imagine, não só isso, mas você voltar umas casas? Nossa… Tristeza total, pior ainda quando o jogo é uma corrida por pontos ou por qualquer outra coisa e você perde essa coisa. Sim, temos quase um combo aqui com o #3.

Esse é o tipo de mecânica datada, sem graça, chata e, para completar, totalmente frustrante. Geralmente vem no formato de Take That (outra mecânica bosta) e acarretando em King Making. Só podreira. Talvez você já tenha identificado alguns jogos, mas os exemplo que chegam na minha cabeça de imediato é Munchkin, o jogador perder níveis é ridículo; e Citadels, quando o camarada destrói uma de suas construções usando o Warlord. Infelizmente, diferente do #4, não dá para ignorar… E aí resta o que? Queimar o jogo.


#1 Hidden Victory Points (Random Points)

Não é bem a mecânica listada, mas ela é a mais próxima. Essa aqui eu odeio do fundo do meu coração, pois não é apenas ruim, é burrice demais. Sabe quando em algum jogo você conquista algo e recebe pontos por isso? Normal. Tem em vários jogos por aí com esse conceito. Sendo que aí, você não ganha uma pontuação pré-estabelecida e que você tem plena consciência de quanto será, você ganha um token secreto que possui um valor que pode ser 1, 2, 3, …, X. Pronto, estou falando dessa mecânica. E quanto maior esse X maior a burrice do Game Designer e maior a raiva que eu passo.

Prezado colega Game Designer, você está, essencialmente, dando pontos de vitórias aleatórios para os jogadores. E sem razão nenhuma. Na verdade, a única razão é gerar incerteza nos pontos, isto é, ninguém saber quanto de fato você tem. Mas isso é a maneira mais estúpida que você pode fazer para gerar incerteza do vencedor. Primeiro que nem todo mundo vai pegar esses pontos, segundo que todo mundo que tiver o mínimo de juízo vai simplesmente considerar a quantidade e não os valores e terceiro que isso só faz gerar uma vitória ou derrota não merecida. Deprimente isso existir em jogos até hoje. Luxor, porra, como tu é assim? Um jogo lançado em 2018. Vergonha maior ainda do pessoal que deu prêmios para esse jogo. Ele é legal? É sim, mas isso é um defeito grave. É o mesmo que você ganhar pontos rolando um dado, mas só por não ser um dado as pessoas acham aceitável?


Pronto. Essas foram as mecânicas que acho mais toscas por aí. Gosto pessoal presente, mas acredito que a maioria são realmente falhas de Game Design. Não cometa esses mesmos erros, crie substitutos para isso.

3 Comments

  1. Vinícius Raio
    20 de maio de 2022

    pinheiro, já jogou Jamaica? se já jogou, gostaria de saber sua opinião sobre o jogo, e se nunca jogou, quando jogar poderia dar sua opinião sobre o jogo? kkkkkkk não darei muitos detalhes, pois não quero estragar a surpresa, mas ela tem uma dessas mecânicas, quero saber qual o feeling q vc teve.

    PS.: adoro seu blog

    Responder
    1. Roberto
      21 de maio de 2022

      Oi Vinícius.

      Cara, já joguei… Mas foi em 2015, não me recordo dos detalhes. Sei que não gostei, achei muito (MUITO) caótico e aleatório. Aquele feeling que o jogo está jogando você e não o contrário.

      Que bom que gosta do blog e obrigado por comentar. ;D

      Responder
      1. Vinícius Raio
        21 de maio de 2022

        eh tive essa mesma sensação, os pontos de vitória sao aleatórios, a movimentação é aleatória, e o jogo se resume a apenas isso. kkkkk

        Responder

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Scroll to top