Desafio finalizado desde o mês passado! Agora é só lazer. Sendo que nem por isso as jogatinas pararam. As novidades continuam aparecendo e as reclamações continuam. Como sempre. Muito chato esse Roberto.
102. Crude: The Oil Game (1974) Eu não fazia ideia de como era esse jogo. Imaginei que seria um econômico e por isso nunca dei atenção. Imaginei certo e não dei atenção certo também. Eu poderia resumir Crude como um Catan com mais sorte e mais longo e sem negociação. Bom, essa última parte até que me agrada, mas as demais são devastadoramente ruins. Não é que Crude seja um jogo terrível, mas é meio que um trabalho. Você recebe dinheiro e gasta dinheiro constantemente no jogo. É um longo repeteco de rolar o dado e torcer para cair os números que você deseja. O negócio é tão repetitivo e longo, que jogamos precisando pouco mais da metade dos pontos originais para a partida terminar em uma duração viável. Existem algumas decisões sobre quando vender que podem ser importantes, mas no final das contas é um jogo que fica mais tempo do que deveria na mesa. Quer algo parecido e mais rápido? Machi Koro. Não é uma excelente escolha também, mas pelo menos ele cumpre melhor seu papel de jogo com alta sorte e curta duração. |
103. Toru (2005) Existe um jogo nacional chamado Tinco, que foi inspirado em Toru. A diferença entre um e outro são poucas, mas isso rende jogos completamente diferentes do ponto de vista de experiência e importância em elementos distintos. Por exemplo, Tinco trabalha várias habilidades simultaneamente, você precisa estar ligado nas cartas, no centro da mesa e também precisa trocar suas cartas. O desenrolar de cada rodada pode parecer caótico, mas existe alguma ordem ali. Enxergada, provavelmente, apenas por quem está na partida. Toru é um jogo mais linear, pois possui turnos. O fato de existir turnos deveria deixar o jogo mais inteligente, né? Mas não deixa. Por conta da sua estrutura do turno, completar as sequências será muito mais baseado em sorte do que habilidade. Pois a troca é linear (sempre com o vizinho) e você não sabe o que ele vai lhe passar, virando meramente aleatório. Entretanto, Toru tenta compensar isso, deixando a composição do conjunto apenas como gatilho para um jogador pegar um totem no centro da mesa. Você só ganha ponto se pegar o totem da mesa, independente de ter completado o conjunto ou não. Deste modo, Toru é puramente um jogo de velocidade. O aspecto prévio dele de compor um conjunto é meramente uma etapa aleatória para definir um momento aleatório de gatilho. Eu não sou muito entusiasta do Tinco, mas ele é claramente uma evolução do Toru. Para não ficar só reclamando, Toru é um jogo muito bonito. Todas as peças são excelentes, dos totens aos tokens de plástico. Produção estelar. |
104. Detetive: Jogo de Cartas (2012) Versão de cartas do clássico jogo de dedução. O jogo não tem no BGG, por isso o link vai para a Ludopedia. Eu achei melhor do que o tabuleiro em alguns aspectos e pior em outros. Primeiro, não requer rolagem de dados, isso melhora o jogo, pois dá chances iguais à todos independente da sorte. Exceto que não dá chance igual a todos, pois cada jogador inicia com algumas informações e a quantidade é desbalanceada para qualquer número de jogadores, já que são 14 cartas para distribuir. Quem criou esse jogo não sabia de matemática, já que o jogo só é justo com 2 ou 7 jogadores (que são configurações que não existem, já que o jogo é de 3-4 jogadores). Solução? Diminuir para 12 cartas, seus gênios ou aumentar pra 16 (ainda continuaria desbalanceado com 3 jogadores, mas pelo menos ajusta com 4). Outro problema é que chutar e perguntar para a mesa são ações distintas, não lembro se isso ocorre no Detetive, mas se você pergunta e ninguém da mesa tem, é só o próximo jogador chutar para a vitória. Dá para blefar? Dá, mas às vezes você acerta sem querer. Talvez por isso tivesse o esquema de movimento no jogo original, para evitar a certeza de que o próximo jogador já poderia chutar na sala correta. Bom, o jogo é bem rápido, então dá pra se divertir e tentar deduzir algo. O fato de não ter papel para escrever e marcar é ruim por um lado, pois dificulta a dedução. Sendo que como o jogo é tão rápido, acho que é melhor assim mesmo. Para evitar AP e muita queimação de cuca. Achei o jogo razoável, não sei se jogaria novamente, mas despertou meu interesse em jogos de dedução mais simples. Sempre gostei do estilo, mas é raro jogá-los. |
105. Recicle (2010) Mais um jogo nacional na lista e dessa vez é um antigão. Infelizmente, joguei Recicle com 3 jogadores. Então, tinha um dummy player na partida e a disputa pelos tiles ficou comprometida, já que a oferta não diminui com menos jogadores. Então, digamos que o jogo fica mais fácil. Sendo que para mim, o pior problema não foi isso, eu achei a dinâmica do jogo confusa. A priori não me fez sentido os itens irem para o catador e eu precisar depois comprar dele. Eu sou o catador ou eu sou a empresa? Pois quando o catador cata orgânico vem direto para mim. Entendo que é um Euro e o tema nem sempre funciona bem, mas se você fez tanto esforço para colocar um tema, é melhor que ele não dificulte a compreensão das regras. As cartas me pareceram Overpower, não usufruir delas, pois também não tinha entendido que podia usá-las várias vezes na mesma rodada. Acho que nesse dia eu tava destraído ou o jogo realmente tem esse entrave inicial. As industrias (ou seja lá qual for o nome) dos materiais mais caros não valem muito a pena, pois rendem apenas mais dinheiro… O que vence o jogo não é o dinheiro, mas sim os pontos e todas as industrias dão apenas até dois pontos. Apesar de que dinheiro também é ponto, então minha conclusão sobre essas industrias não é nada muito elaborado, foi mais um feeling. No final das contas, não estou muito certo se gostei ou achei ruim. Na dúvida achei ruim, mas topo uma partida com a mesa cheia, para ter a experiência completa. |
Mais alguns jogos para a conta. O Desafio foi cumprido, mas as jogatinas não pararam. O ano que mais conheci jogos foi 2017 com 112 jogos, será que ultrapassarei? Não está lá muito difícil, hein?