Competições

Vim hoje trazer a notícia sobre duas “competições” que estou participando. A primeira é o Prêmio Ludopedia de Mídia Escrita e a segunda é a Competição de Protótipos Precisamente. Uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas achei uma boa ideia juntar tudo em uma única postagem. Afinal, é tempo de festejar. E festa, como você bem sabe, é bagunça.

Vamos seguir a ordem do começo. Vamos para o prêmio Ludopedia. Como você é leitor assíduo, já sabe que o PinheiroBG existe há dois anos. Então, já fazem dois anos que o blog concorre ao Prêmio Ludopedia de Mídia Escrita. Ano passado conseguimos 66 curtidas ficando na 15ª posição. Sim, meio vergonhoso, mas esperado. O conteúdo aqui produzido é bem restritivo em termos de público e também não posso dizer que sou particularmente popular.

Infelizmente, querendo ou não, o prêmio Ludopedia é para o mais popular e não o melhor. Claro, não estou dizendo que sou o melhor, mas claramente a quantidade de votos que um canal recebe é muito mais baseado em sua popularidade do que seu conteúdo (vide o escândalo do Meeple Maniacs ganharem Mídia Escrita em 2016).

Esse ano, eu gostaria de conseguir uma melhor posição, até porque caíram de 31 competidores para 23. Não imagino se conseguirei, mas peço aqui aquele suporte para pelo menos chegar em uma posição mais honrada. Aproveito também para ressaltar que a revista Vempramesa também concorre. Se você não conhece, dê uma visitada aqui no blog para baixá-las. Tanto o conteúdo como a qualidade gráfica melhoraram com o tempo.

Bom, não resta muito o que falar mais sobre o Prêmio, só deixar aqui o link direto para você deixar seu voto lá na Ludopedia.

Agora, com relação ao outro tópico. Sim, do nada surgiu uma competição de protótipos de uma Editora totalmente desconhecida: Precisamente. A Precisamente vai lançar (ou já lançou, não sei) o Age of War, um joguinho de Push your Luck do Reiner Knizia. Então, é uma empresa começando e decidiram abrir espaço para os Game Designers nacionais. Iniciativa muito bacana.

A Primeira Competição de Protótipos Precisamente contou com 86 inscritos. Eu inscrevi cinco jogos meus: Mataru Okara, Ciberguerrilha, Distrito 6, Dr Pine Test e Teotihuacã. É aquela, deu a oportunidade a gente manda tudo que puder. Esses são meus jogos finalizados e que não são Print and Play. Então, não vi razão para não enviar todos. A boa notícia é que os finalistas saíram antes do esperado e um dos meus jogos passou para as semi-finais. Quer adivinhar qual?

Bom, se você esteve acompanhando, já faz dois anos quase que rolou uma outra competição e um protótipo meu também foi para a semi-final. Foi o mesmo: Distrito 6. A diferença é que o concurso da Papaya não chegou ao fim, mas esse eu tenho a impressão que vai dar certo. Bom, não que meu jogo vá vencer (seria massa se fosse), mas digo no sentido de agora termos um resultado final.

Na semi-final foram selecionados 12 jogos. Aparentemente a postagem de divulgação ordenou os jogos pela preferência da Editora a Distrito 6 foi o último. Bom, não que isso realmente importe, pois quem irá avaliar serão pessoas externas: Alan Farias, do canal Direto ao Ponto; e Jaime Daniel Cancela, do canal Metagamer. Esses juízes irão avaliar os seguintes pontos: duração do jogo, rejogabilidade, entretenimento durante a partida, tema do jogo, complexidade/uso das mecânicas e viabilidade comercial. Eu confio e boto minha mão no fogo por 4 dos 6 itens avaliados, mas é justamente nesses outros 2 que minha nota vai cair entre os juízes. Vou aproveitar um pouco e brincar de juiz do meu próprio jogo aqui.

Sobre a duração do jogo, Distrito 6 é um Euro Game desses rápidos e diretos que você consegue jogar uma partida em 60 minutos com a mesa cheia. Isso para mim é um ponto altíssimo do jogo, pois ele é cheio de decisões em um curto espaço de tempo sem ser um jogo meramente tático. Na realidade, o que mais tem aqui é estratégia. A rejogabilidade entre pela alta interação entre os jogadores e pelos Objetivos que são diferentes todas as partidas.  Não é infinita, mas é garantida. O entretenimento também está em alta, mas isso vai do gosto do freguês. Tem espaço até para quem gosta de sacanear o amiguinho com os movimentos do trator e o bloqueio dos espaços de alocação cruciais para conquistar esse ou aquele Objetivo. Já vi até jogadas de blefe aqui. São raras, mas é possível e rendem risadas eternas. Esse é o ponto mais subjetivo de todos, então vai depender do gosto dos juízes. O tema é onde o jogo cambaleia um pouco. Não que o tema não exista ou seja mal implementado, mas claramente tem aspectos abstraídos no jogo por conta da própria natureza Euro. A vantagem nesse quesito, é que um distrito é de fato construído no decorrer da partida, deixando o tabuleiro bem bonito e talvez isso me garanta alguns pontinhos aqui. Complexidade e uso das mecânicas seria a categoria que eu daria um 10. É daqueles jogos que dá para pegar fácil, mas para jogá-lo bem não é assim tão simples. Para ter uma ideia, eu consigo usar Distrito 6 para introduzir novatos ao hobby em termos de Worker Placement, pois é o mais fácil de ensinar que eu possuo em casa. Isso até me entristece um pouco, pois vou enviar meu último protótipo para os juízes (quero de volta, viu?). Fora todo o aspecto de inovação com os dados tendo uso duplo, o número de trabalhadores reduzir em vez de aumentar, e da mecânica embutida de Catch Up que flui naturalmente durante a partida. Por fim, o segundo ponto que me quebra: viabilidade comercial. Sinceramente, não acho que o jogo seja caro, mas o fato de possuir 40 dados dá um certo pânico nas Editoras. Aparentemente, o pessoal só quer trabalhar com papel. O que é triste, pois os dados aqui são extremamente bem utilizados e fazem parte da estética final do jogo. A vantagem por esse lado, é que Distrito 6 requer pouca arte: uma para a caixa do jogo, obviamente, e uma grande para o tabuleiro do jogo. Todo o resto pode ser feito com design gráfico apenas, para deixar o jogo bem elegante e bonito.

Bom, fecho essa postagem com essa longa auto-resenha e auto-avaliação. Se você ficou curioso, dá uma olhadinha na página do Distrito 6, tem vídeo e tudo. Modéstia a parte, acho um jogão e seria massa que ele alcançasse mais pessoas. Pode até parecer conversa fiada, afinal sou o criador, mas eu não digo isso sobre todos os meus jogos. Sim, sou desses pais desnaturados.

6 Comments

  1. Cássio Nandi Citadin
    8 de março de 2019

    Roberto, tudo certo amigo?

    Apesar de estar concorrendo também em midia escrita, meu vou foi para seu blog pois o conteúdo que vc escreve aqui é a valiosíssimo!

    (essa do MM vencer midia escrita eu não sabia haheahah)

    Responder
    1. Roberto
      8 de março de 2019

      Fala Cássio,

      Votei em vossa senhoria também. Estou sempre lendo suas postagens. =D

      Valeu pelo suporte. Abração.

      Responder
      1. Cássio Nandi Citadin
        8 de março de 2019

        Muito agradecido. Fico lisongeado!

        Responder
  2. Ricardo Amaral
    15 de março de 2019

    Roberto,

    Tô na torcida pelo Distrito 6. Pude joga-lo e garanto que seria uma excelente aquisição para o gamer nacional. Endosso tudo o que você falou. E penso que ele tem viabilidade comercial, sim. Agora os dados, não é um jogo de muitos componentes.
    Vamos ficar na torcida para que ele chegue ao mercado, seja pelo concurso ou por outros meios.

    Responder
    1. Ricardo Amaral
      15 de março de 2019

      Afora* os dados…

      Responder
    2. Roberto
      15 de março de 2019

      Obrigado pela torcida, Ricardo. Justamente, tirando os dados… E eles tem um propósito extremamente útil no jogo, diferente de outros Dice Placements que os dados são apenas “marcadores” mesmo para indicar que um espaço não pode mais ser usado durante aquela rodada.
      Espero que os juízes captem a ideia e levem isso em consideração. =D

      Responder

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