Desafio 100N (2018) Encerramento

Cá estamos aqui novamente, chegando ao encerramento oficial do Desafio 100N de 2018. Esse ano, diferentemente do ano passado, foi uma falha. Não deu para chegar nos 100 jogos, mas chegamos aos 85! Trouxe alguns destaques do ano para vocês e espero que gostem dessa conclusão.

Antes de começar… Desafio 100N é um auto-desafio que eu tento conhecer 100 novos jogos em um ano. Eu escrevo minhas impressões todo mês aqui no blog. Então, se você caiu de paraquedas na postagem e se interessou em ler as impressões ou simplesmente está desatualizado com algumas postagens desse ano, você pode ver todos aqui:

Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez

Então, talvez você se pergunte: quais os motivos desse cara fazer isso? Eu diria que é a união de vários fatores:

  • Eu preciso conhecer mais jogos para ter mais ideias próprias;
  • Eu preciso criar conteúdo para o blog, esse tipo de Desafio me permite isso;
  • Eu preciso analisar criticamente jogos, esse Desafio me faz jogar e pensar sobre o jogo.

Sendo assim, resolvi manter o Desafio como uma tradição aqui do blog. É oficial: será permanente. Claro, nem todo ano vou conseguir cumprir. Me esforçarei para tal, mas também não vou deixar o Desafio tomar proporções não saudáveis. Isto é, não vou sacrificar outras coisas em prol dele. Seria possível chegar aos 100 esse ano? Com certeza, bastaria eu ficar enchendo o saco com o Desafio todo dia de jogatina. Sendo que eu não gosto de fazer isso (acho até que faço bastante) e também tenho outros jogos que quero jogar. Aqueles mais estimados e que é sempre bom botar na mesa. Não é apenas de conhecer jogos novos que vive uma pessoa.

Esse ano preparei novamente aquele resumão bacanudo com os destaques do ano. Infelizmente deixei de fora a categoria jogo nacional, pois joguei apenas 2 esse ano. Sei que é vergonhoso, espero corrigir esse problema em 2019.

 

Top 3 – Desafio 100N (2018)

#3. Medina (2014)
Melhor aquisição que fiz esse ano. Comprei muito jogo ruim e muito jogo mais ou menos esse ano, foi incrível. Talvez eu esteja ficando cada vez mais implicante, ou talvez eu esteja simplesmente arriscando demais fora da minha zona de conforto. Medina, obviamente, não é um desses. É um jogo que tinha tudo para funcionar comigo: abstrato, com pegada meio Euro e interação bem sangue nos olhos. Foi um achado conseguir esse jogo em um leilão da Ludopedia, o único problema é a caixa desbotada, mas quem liga para isso? Bom, eu até ligo, mas não o suficiente para não querer ficar com o jogo. Únicas críticas que tenho é o tamanho da caixa (dava para ser menor, se o tabuleiro se dobrasse em 4 partes) e a vantagem que um jogador mais experiente tem sobre novatos. Sendo que essa vantagem dura, no máximo, uma partida, pois o jogo é muito fácil de jogar. É simplesmente a dificuldade natural de medir o espaço disponível no tabuleiro com as peças que você tem disponível à sua disposição. Eu sempre digo para o pessoal “sentir” a mesa quando vai jogar, isto é, clamar os Palácios de acordo com a mesa. Sendo que sempre tem alguém que fica agoniado e isso agonia praticamente todos os outros. É uma dinâmica engraçada esse movimento em manada que acontece em alguns jogos.
#2. Meeple Circus (2017)
Extremamente divertido. Eu diria que Meeple Circus é um jogo cativante. Conheci no Spa dos Jogos e sempre que eu ouvia a musiquinha do aplicativo tocando eu dava um sorriso lembrando da minha própria experiência com o jogo. Achei a sacada genial, uniu um Jogo de Destreza com um Euro Game. A impressão é que o jogo foi feito para mim, pois são dois gêneros bem destoantes, mas que eu gosto de ambos. O jogo tem lá seus defeitos, especialmente de balanceamento, mas isso não tira o mérito da experiência proporcionada por ele. Não sei se seria um jogo que eu compraria, temo pela rejogabilidade, mas com certeza é um ótimo jogo. Por falar em experiência, foi por um triz que não coloquei Meeple Circus como melhor experiência desse ano também.
#1. Great Western Trail (2016)
Alexander Pfister deve ser um gênio, na moral. O cara conseguiu algo que apenas Summoner Wars tinha conseguido: unir várias coisas que desgosto em um jogo e me fazer gostar. Ele já tinha feito isso parcialmente em Mombasa com Deck Building, mas Great Western Trail é ainda melhor e com mais elementos “odiáveis”. Além do Deck Building, que eu não gosto pelo aspecto de repetição; o jogo tem é um Rondel gigante, que eu também não sou muito fã, pois me passa aquela sensação cíclica de repetição. Não é que nesse jogo você não sente isso? Acho que completei o Rondel mais de 6 vezes e não cansei. O jogo proporciona muitas boas decisões e como o Rondel é dinâmico, quando você dá a volta nele é possível que ele tenha se modificado. Talvez o jogo também encerre naquele momento ideal, que você executou no máximo 2 vezes seu combo matador. Outro fator que me incomoda é jogos longos, mas que aqui também não pesou tanto, pois me senti envolvido a partida toda. Palmas.

 

Melhor Experiência – Desafio 100N (2018)

Illusion (2018)
Quando eu digo melhor experiência, quero dizer aquela jogatina que transcendeu o jogo. Isso aconteceu com Tipp-Kick, que eu que não sou nem fã de futebol me empolguei demais no ano passado. Agora com Illusion foi diferente. Illusion é um jogo ridiculamente simples, mas que proporciona um desafio mental interessante. Especialmente para mim que confunde um pouco o verde e vermelho e precisa ficar perguntando. Apesar dessas dificuldades, Illusion foi a melhor experiência, pois me proporcionou uma tarde jogando com minha mãe, que não joga quase nada. E o melhor não é isso: ela gostou genuinamente do jogo e passou o tempo sem perceber. Jogamos 7 partidas em um único dia e foi fantástico.

 

Maior Surpresa – Desafio 100N (2018)

Internal Affairs (2015)
Nunca tinha ouvido falar desse jogo até vê-lo ao vivo. Inclusive, depois da explicação dele eu achei que iria ser bem ruim. É um jogo de dedução e de times. Dois elementos que geralmente não me agradam tanto, pois me lembram jogos como The Resistance. Entretanto, Internal Affairs é um jogo que lhe proporciona mais informações e você precisa mais pensar do que falar e blefar. O jogo surpreendeu tanto, que quisemos jogar mais de uma partida seguida. Isso é bem raro, especialmente em um grupo com 6+ pessoas. Geralmente alguém fica empacando outras partidas, mas aqui não aconteceu isso. Veja bem, o jogo não é perfeito e nem excelente, foi simplesmente uma surpresa e penso seriamente em adquirir um usado, pois estou precisando de uns jogos que suportem 8 pessoas.

Para fechar esse encerramento de mais um ano, queria conversar um pouco com vocês. Ano passado eu mostrei um gráfico mostrando o desempenho dos vários anos. Bom, isso é porque foi a primeira vez. Não farei o mesmo agora, pois o gráfico teria apenas uma coluna a mais mostrando que cheguei nos 85 jogos esse ano. Entretanto, trouxe um outro gráfico para análise:

Esse gráfico mostra um recorte dos (mil primeiros) jogos ordenados pelo rank do BGG. A cor é um indicativo do quanto joguei aquele jogo, mas não é tão relevante para o que quero comentar. Então, aquele primeiro quadradinho ali em branco é o Gloomhaven, Top #1 do BGG e a cor indica que nunca joguei nenhuma vez. O segundo quadradinho é o Pandemic Legacy, Top #2 do BGG e a cor indica que joguei mais do que uma vez. E assim por diante.

Pois bem, atualmente, eu conheço 624 jogos. Eu sempre tive vontade de fazer um Top 100. Sendo que vocês me conhecem e sabem que sou bem chato. Então, estive aguardando ter uma boa gama de jogos para escolher e formar de fato um Top 100 com jogos que eu realmente goste. Sim, foi necessário acumular 600+ jogos para eu me sentir seguro em fazer isso. Na verdade, nem assim com essa quantidade eu me sinto confortável com um Top 100. Então, vem a pergunta: o que vocês acham de um Top 50 para ser feito em 2019?

Obrigado pela leitura, pela paciência com minhas encrencas e também obrigado a todos que me ajudaram com o Desafio 100N desse ano. Aquele agradecimento especial ao amigo Cesar Cusin, que botou pelo menos uns 20 jogos na balança de 2018! Até o comecinho de Fevereiro, com mais um ciclo do Desafio 100N!

6 Comments

  1. Pepe
    11 de janeiro de 2019

    Não conheço o Medina. Vou procurá-lo.

    Responder
    1. Roberto
      12 de janeiro de 2019

      Se curte um abstrato multiplayer, vale a pena!

      Responder
  2. Cássio Nandi Citadin
    11 de janeiro de 2019

    GWT meu mais jogado de 2018.

    Mete um top 50 ai que ta ótimo. Acho que e os outros leitores estamos curiosos.

    Responder
    1. Roberto
      12 de janeiro de 2019

      Jogão.

      Acho que vou fazer mesmo, não é como se eu tivesse postagens sobrando hehehehe

      Só estou na dúvida de como faço… =)

      Responder
      1. Cássio Nandi Citadin
        12 de janeiro de 2019

        Te falar que nem imagino como a galera do Dice Tower organiza isso por exemplo, mas com certeza eles tem tempo pra ficar meditando sobre.

        No site Pub Meeple tu pode fazer uns testes com a tua coleção, onde ele vai confrontar os jogos de 1 vs 1, repetidamente até encontrar uma ordem. Já tentei fazer mais 50 jogos aqui geram uma quantidade de testes grande (explosão combinatória)

        Responder
        1. Roberto
          13 de janeiro de 2019

          Eu acho que já vi esse site, dá muito trabalho mesmo, pois são muitas combinações e muitas vezes é difícil a comparação…

          Vou ver como faço hehehe Provavelmente comentarei como foi o processo também nas postagens. =D

          Responder

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