Minha Coleção: Parte 2

Voltamos para a segunda parte da minha coleção. Hoje apresento mais 12 jogos da minha coleção. Se perdeu a primeira parte, clique aqui. Assim como na primeira parte, a lista será apresentada na mesma ordem da minha coleção no BGG (visite aqui), pulando expansões e promos. Vamos lá.

Clash of Cultures (2012)
Geralmente eu passo longe de jogos demorados. Em geral, jogos com mais de 2 horas são problemáticos para mim. Clash of Cultures é uma exceção. O jogo demora em torno de 45 minutos por jogador e eu costumo jogá-lo com 4 pessoas quase todas as vezes. Para mim, o diferencial de Clash está na construção de algo e no desenrolar de uma história entre todas as civilizações. É raro um jogo me prender pelo aspecto temático, mas este daqui consegue. Ao final da partida, eu percebo que uma história foi traçada e que cada civilização se desenvolveu de um jeito diferente. Atualmente estou com 13 partidas jogadas e, infelizmente, o jogo esgotou-se. Aceito jogar com pessoas que ainda não conhecem o jogo, pois adoro apresentar jogões ao pessoal… Mas não me empolga como antes. Mantenho na coleção na esperança de conseguir a expansão, essa com certeza aumenta a variedade do jogo em muito, pois são adicionadas 14 facções. O problema é que a versão em inglês é da Z-Man Games, conhecida por nunca fazer reprint de expansões.
Codenames (2015)
Já citei o Codenames aqui no blog, então não vou perder muito tempo falando dos méritos dele. Desde seu lançamento achei a ideia do jogo brilhante e tive interesse em comprá-lo. O problema é que o jogo é altamente dependente de idioma, mas foi trazido para o Brasil pela Devir. E claro, pelo Preço Devir de sempre. Bom, como precisava da versão em português, eu comprei e não me arrependi. Em pouco tempo virou um dos meus jogos mais jogados e consegui jogar até com minha mãe por algum tempo. Extremamente acessível, não vejo saindo da coleção tão cedo.
Cry Havoc (2016)
A aquisição de Cry Havoc foi marcante, pois acredito ter sido meu primeiro board game que ganhei de presente. Cry Havoc entrou na minha wishlist, pois me interessei bastante pelo sistema de combate diferenciado. Então, um amigo meu viu minha wishlist e comprou o jogo. Até o momento joguei duas partidas de Cry Havoc, ambas com a facção dos humanos e devo dizer que esse jogo abriu um pouco os meus olhos. Eu descobri que não gosto de facções assimétricas, em especial quando a assimetria é tão grande que “dita” uma estratégia para sua facção. Na minha visão, o propósito de assimetria é adicionar rejogabilidade e descoberta. Acredito que o jogo que fez melhor isso, até hoje, foi Terra Mystica. Sendo que achei Cry Havoc assimétrico demais, ao ponto de que cada facção possui uma estratégia que se não for seguida, resultará em derrota, provavelmente esmagadora. Eu achei a assimetria de Cry Havoc um detrimento para a rejogabilidade, pois nunca mais jogarei com humanos, tendo em vista que já joguei com eles como deve ser jogado e não tenho interesse em repetir as mesmas jogadas. Para completar, achei que o jogo tem muitas restrições forçadas para evitar que ele se autodestrua (como “fechar” regiões para que o combate seja apenas entre dois jogadores). Está na coleção na esperança de que as outras facções sejam mais divertidas do que os humanos.
Dixit (2008)
Conheci Dixit faz tempo, alguns anos antes dele ser lançado no Brasil. Na minha opinião, Dixit revolucionou os party games. Criaram um jogo extremamente acessível e interessante o suficiente para que gamers curtam. Gostei tanto da proposta do jogo que já comprei ele com 2 expansões. É um dos poucos jogos da minha coleção que acredito que não pode faltar na coleção de ninguém. Serve para introduzir pessoas novatas ao hobby, comporta uma quantidade razoável de pessoas, serve como abertura para uma noite de jogos ou simplesmente para jogar quando ninguém estiver muito a fim de jogos pesados. Se você ainda não conhece, procure conhecer, vale muito a pena.
Dungeon Fighter (2011)
Teve uma época que eu comprei vários jogos de destreza, estava tanto pesquisando para Mataru Okara, quanto expandindo minha gama de jogos. Infelizmente, a maioria dos jogos de destreza são voltados para crianças ou extremamente caros. Dungeon Fighter é um dos poucos jogos para adultos com preço acessível que possuem elementos de destreza. Joguei uma vez, gostei e depois adquiri em uma troca por outro jogo de destreza que eu tinha enjoado (problema clássico dos jogos de destreza: baixa rejogabilidade). Eu achei que Dungeon Fighter não teria esse problema, mas tem. Atualmente não sinto tanto interesse em jogar Dungeon Fighter, mas não recuso uma partida se pedirem. Mantenho na coleção para o pessoal novato no hobby que gosta de RPG, há algo de familiar com a dungeon e, como não gosto de dungeon crawlers, prefiro manter um Dungeon Fighter por perto.
Escape: Curse of the Temple (2012)
Eu não sou fã de jogos cooperativos, mas encontrei nos jogos em tempo real uma oportunidade para ter jogos cooperativos na minha coleção. Se você reparar, tirando algumas poucas exceções, todos os jogos cooperativos da minha coleção são em tempo real. A principal razão para isso, é que odeio o fake multiplayer da maioria dos jogos cooperativos. Como assim? Aqueles cooperativos que você poderia jogar sozinho controlando todos os personagens. Por isso Dungeon Fighter está na coleção, pois existe a habilidade manual envolvida. Escape é um jogo que demora exatamente 10 minutos e usa uma trilha sonora para manter registro desse tempo e de eventos importantes durante a partida. É um jogo frenético e, eu diria descerebrado, mas eu acho bastante divertido. Infelizmente a rejogabilidade da caixa básica é pouca. Portanto, se você gostar do jogo, recomendo comprar todas as expansões. Elas adicionam alguns módulos que você pode intercalar e combinar, alguns bons outros ruins. É o tipo de jogo que você coloca na mesa e joga umas 4 partidas (talvez mais) e depois só joga daqui a uns 6 meses, pois se jogar repetidas vezes em um curto intervalo de tempo acho que não vai aguentar mais o jogo.
Factory Fun (2006)
Não sei se já ficou claro, mas eu gosto do aspecto puzzle de vários jogos e Factory Fun é justamente isso: um puzzle game. Cada jogador deverá montar sua fabrica, extremamente abstrata, mas que me lembra muito um problema de otimização. O objetivo do jogo é fazer mais pontos e a maioria dos pontos são adquiridos conectando as máquinas umas nas outras de modo a utilizar o mínimo de peças possível. Não é um jogo para todo mundo, alguns dos meus amigos odeiam, mas acho que é sucesso na maioria dos casos. Ficará na coleção por um bom tempo ainda, especialmente por estar Out of Print e a nova versão não ter me agradado tanto.
Francis Drake (2013)
Começarei já dizendo que Francis Drake é o melhor jogo de blind bidding que joguei até hoje. Infelizmente, todo esse potencial foi mal aproveitado em um jogo com apenas uma estratégia: diversificar o máximo possível. Na realidade, acho que foi uma falha de design, pois o jogo claramente incentiva a diversificação (dando muitos pontos para os jogadores que atacarem locais de todos os tipos). Como o jogo é apertado, isto é, é difícil diversificar, termina que todos fazem praticamente a mesma coisa. Isso acarreta em baixa rejogabilidade em um jogo tão bom, ao menos para mim ele já se tornou repetitivo demais. Está na coleção apenas porque ainda não consegui vender, é um jogo grande e caro.
Galaxy Trucker (2007)
Factory Fun é um jogo interessante, mas muito abstrato e cerebral. Galaxy Trucker seria seu primo mais cool. Tem um tema melhor e bem implementado, tem uma arte mais interessante e tem uma dinâmica de montagem da nave mais fácil do que a montagem da fábrica em Factory Fun. Apesar de todas essas qualidades, prefiro Factory Fun, mas isso é gosto pessoal pelo aspecto mais puzzle. Sendo que Galaxy Trucker não fica muito atrás. O jogo se divide em duas etapas: construção da nave e viagem na galáxia. Essa primeira etapa é em tempo real e isso sempre me deixa satisfeito, pois não há downtime e existe um ritmo frenético na construção da nave. Erros são cometidos e na segunda etapa a nave pode ser despedaçada. Apesar da quantidade de detalhes é um jogo que tem feito sucesso para introduzir novatos ao hobby, pela sua natureza caótica e astronautas cabeçudos engraçadinhos. No começo não gostei muito do jogo (ganhei por muitos pontos e por incrível que pareça isso me desmotiva em jogar um jogo) e pensei em vender, mas hoje em dia as partidas cada vez mais desafiadoras e passei a apreciar mais o jogo.
Game of Thrones: Board Game (2011)
Sou fã de Game of Thrones, li alguns dos livros antes do seriado começar e achei muito boa a pegada “ninguém está a salvo” do autor, me lembrou minhas mesas de RPG. Comprei o jogo baseado apenas no seriado e, felizmente, o jogo é bom. Ao contrário de todos os outros jogos com o mesmo tema, Game of Thrones: Board Game tem boas mecânicas e uma boa implementação do tema. É um dos poucos jogos demorados e de negociação que tenho, pois não gosto de nenhum desses dois fatores. Talvez porque a negociação é tudo na palavra, não há recursos sendo trocados ou coisa similar. Bom, em todo caso, recomendo bastante o jogo, mas apenas para 6 jogadores. Menos que isso, jogue outro jogo.
La Granja (2014)
Esse jogo tem todas as mecânicas possíveis e tudo funciona muito bem amarrado em um design bem elegante (um tanto abstrato). E são mecânicas bem diferentes, como dice drafting misturado com cartas com múltiplos usos e controle de área, é bem curioso. A sacada de usar um único componente para representar tudo no jogo dependendo de onde se encontra é muito boa. Recomendo para qualquer Eurogamer e até mesmo game designers interessados em conhecer um jogo meio Frankstein que, na minha opinião, funciona.
Guildhall (2012)
Me parece que Guildhall não é um jogo muito conhecido, mas é um bom jogo. É um card game com mecânicas de Set Collection e algum Take That. Eu tenho tanto o jogo base quanto a expansão standalone Job Faire, que recomendo bastante, pois com ela é possível remover personagens morgados ou chatos (como o Assassino, que só serve para aumentar a duração do jogo). Basicamente Guildhall é um jogo que você não pode crescer demais sem formar uma guilda, pois provavelmente terá seu progresso roubado. Então, é um jogo que você se prepara para realizar grandes turnos e dar uma virada no jogo. Se você gosta dessa ideia de “preparação” para um grande turno, acho que gostará da dinâmica de Guildhall. Não sei se essa versão do jogo está Out of Print, mas eles relançaram Guildhall como Guildhall Fantasy. Vale a pena dar uma olhada. Não jogo tem algum tempo, pois já joguei tanto que dei uma enjoada, mas não tenho planos para me desfazer ainda.

3 Comments

  1. Romário
    19 de abril de 2017

    Dixit <3 Joguei uma vez muito doido e simplesmente adorei!!!!!! Esse eu recomendo jogar depois de uma partida (demorada) de. PORRINHA!!

    Responder
  2. Cássio
    19 de abril de 2017

    Grande Pinheiro! Obrigado por compartilhar mais opiniões sobre sua coleção.

    Cry Havoc não joguei, mas com anuncio da Galápagos para traze-lo comecei a ve-lo como uma possível aquisição para ser o jogo de dominação de área da minha coleção. Vendo suas considerações, vou com certeza leva-las para comigo na hora de decidir adquirir.

    Game of Thrones temos no grupo, foi jogado umas 2 ou 3 vezes apenas, dificil juntar essa quantidade de jogadores por tantas horas. Achei um pouco desequilibrado, mas acho que pode fazer sentido junto ao tema.

    O termo “fake multiplayer” que você usou descreve completamente uma sensação que tenho sentido ultimamente. Tenho deixado de mostrar Reino de Cthulhu pros amigos pois o fake multiplayer aparece nas primeiras jogadas já, quando os jogadores ainda não sabem o que fazer. Isso associado ao Alpha Player (que sempre da as caras), tem me feito deixar esse jogo de lado.

    Você falou em RPGs de mesa, não sei se faz parte dos seus estudos, mas acho muito interessante também a análise de sistemas de RPG. Fica uma oportunidade caso você queira explorar em algum momento. Estou começando agora com RPG (depois de velho) e acabei entrando no grande dilema de “qual sistema usar”, e parece bem comum isso para quem entra agora nesse mundo.

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    1. Roberto
      19 de abril de 2017

      Opa Cássio,

      Fiquei triste com o Cry Havoc… Queria ter gostado, mas me serviu de aprendizado e reflexão.

      Concordo contigo, Game of Thrones é bem desbalanceado. Como é um jogo de negociação, é possível diminuir isso… Mas é importante ter isso em mente, ou você pode se frustrar ao ver os Tyrell tomando as cidades sem se aliar com nenhum jogador. Talvez o jogo ser balanceado ficasse problemático, pois as alianças seriam muito simétricas (3 times de 2 ou 2 times de 3) ou seria um aspecto completamente ignorado (todos contra todos).

      Pois é, Alpha Player destrói esses jogos cooperativos e, na minha opinião, mesmo sem ele presente o jogo tem essa tendência do mais experiente guiar a partida. Mesmo que ele não imponha as suas escolhas sobre os outros, as ideias dele são muito melhores do que as dos demais jogadores.

      Eu tive sorte com o RPG, conheci quando era bem novo e joguei por muitos anos. Hoje em dia larguei, pois acho que os jogos de tabuleiro propiciam mais em menos tempo… Como depois de velho tempo é escasso, não pretendo retornar. 😉

      Abração e obrigado pela colaboração.

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