Chegadas e saídas #43

Com o ajuste de apenas uma postagem a cada 15 dias eu fui adiando as alterações na coleção. Então, acumulou uns negocinho aqui. Foram duas Math Trades, uma Black Friday e algumas vendas soltas. E é isso, última postagem do ano será sobre as várias mudanças na coleção.

Sanssouci (2013)
Mais um Family Game que não funcionou comigo. Previsível, não sei qual é a minha insistência. Talvez eu esteja tentando vários jogos do Michael Kiesling para dizer: “esse é realmente foda e esse autor é bom”, mas ainda não chegou. Sim, desculpa, mas Azul é só legal. Serei sucinto nesse jogo, só dois itens.
Qualidades: 1) simples, Sanssouci tem turnos simples e fáceis, basicamente você joga uma carta, pega um tile, bota no seu tabuleiro (local já pré-estabelecido dependendo de onde veio) e move um nobre, cabou; 2) estratégico, apesar das seleção dos tiles serem táticas, você precisa pensar bem à frente e isso fará a diferença na vitória: conseguir montar seu tabuleiro da melhor maneira possível nos últimos turnos do jogo, eu gosto desse tipo de raciocínio meio que pensando lá na frente.
Defeitos: 1) escalabilidade, como o jogo é um multiplayer solitaire, ele escala muito mal, não existe nenhuma razão para jogá-lo com mais de 2 jogadores, além de demorar mais fica mais caótico; 2) manjado, a estratégia “vencedora” é mirar nas últimas linhas e traçar um caminho até elas, ao menos me pareceu, o que deixa o jogo meio raso e sem aquela vontade de retornar para descobrir mais sobre ele.
Apocalypse Chaos (2015)
Esse eu joguei e fiquei de vender, aí joguei de novo e desisti de vender, aí joguei mais uma vez e decidi vender. No final das contas, vendi mesmo. Esse jogo é um bom cooperativo, mas requer que a mesa esteja no ânimo correto: calcular as opções, se ajudar bastante e conversar sobre as decisões. O que pra mim é até meio que um problema, pois o alpha player pode comer solto aqui. Entretanto, ainda assim, acho que é possível a pessoa se sentir um pouco parte da experiência, pois muitas vezes o sucesso da equipe se deu por ela ter cedido os dados dela (e isso tem um impacto emocional mesmo). Interessante isso, pois outros jogos funcionam de maneira similar, mas como os jogadores não dão coisas intrinsecamente suas para os outros, o sentimento de cooperação e “doação” meio que não está lá. Em todo caso, isso não serviu para segurar o jogo comigo.
Qualidades: 1) rejogabilidade, o jogo tem vários cenários e eu joguei apenas o primeiro repetidas vezes e não “cansei” do jogo por isso, então só imagino que os vários cenários deixem o jogo ainda mais interessante e com mais possibilidades de jogo; 2) determinístico, pode ser exagero dizer isso (e é até incorreto), mas basicamente você rola os dados (aspecto aleatório) e posiciona depois como quiser, os oponentes tem movimentos pré-estabelecidos fazendo o jogo ser extremamente calculável, o que poderia soar como algo negativo, mas não é, essa natureza de planejamento do jogo me agradou bastante, às vezes cansa (ver para onde e o que cada adversário vai fazer), mas de modo geral eu prefiro isso à você sacar uma carta e ela ditar (na surpresa) o que vai acontecer.; 3) quebra-cabeça, por consequência do item anterior, o jogo tem à cada rodada um quebra-cabeça para ser resolvido, visando reduzir ao máximo o dano tomado e aumentar ao máximo o dano dado, um típico jogo min-max mesmo e sem medo de ser.
Defeitos: 1) escalabilidade, eu acho que esse jogo foi feito para jogar em 2 jogadores, jogar solo é completamente horrível, jogar com 3 ou 4 deixa muita informação na mesa, com 2 jogadores acho que fica a quantidade perfeita de informação e de discussão; 2) componentes 3d, achei meio ruim ter andares e afins, dificulta a visualização de boa parte do jogo e insere aspectos que são meio que ignoráveis, talvez em outros cenários isso se torne algo mais interessante, mas no primeiro cenário eu senti como se os pilares e andares fossem só penduricalho; 3) dependência de mesa, quem você joga esse jogo fará muita diferença, pois tanto existe a possibilidade de alpha player como a possibilidade de gente que não quer debater muito (e o jogo meio que requer isso).
Civilization: A New Dawn (2017)
Esse jogo é uma versão mais abstrata dos jogos de civilização. Entretanto, para mim, pecou nisso. Afinal, ainda há aleatoriedade, ainda há interação negativa pesada (se você tiver a fim e se houver objetivo focado nisso). Então, termina que é um jogo de civilização apenas com as partes que não gosto e sem as partes que gosto: que seriam o apelo temático e o jogo ter um arco para gerar histórias que fiquem na memória. Para completar, o jogo ainda conta com uma mecânica que lembra muito um rondel… e se você acompanha, sabe que eu odeio essas coisas.
Qualidades: 1) duração, é um jogo de civilização relativamente rápido, só joguei uma partida com 4 jogadores que durou 2 horas e 14 minutos; 2) relativamente fácil de jogar, no seu turno você simplesmente escolhe uma carta de uma fileira, usa ela de acordo com sua posição e puxa-a para a primeira posição da fila, cabou, claro que existem várias nuances e exceções nas regras do jogo, mas nem de longe tanto quanto a maioria dos jogos de civilização.
Defeitos: 1) repetitivo, devido a mecânica da fila o jogo se torna repetitivo invariavelmente, pois as ações são as mesmas e você quer otimizá-las, ocasionalmente você mudará a ordem (até para poder otimizar o que realmente deseja), mas existem vários momentos que você segue o fluxo e como os turnos podem ser bem rápidos, soa ainda mais repetitivo; 2) longo, apesar da duração diferenciada, por consequência da repetição e da abstração, o jogo parece ser mais longo do que é, seria melhor jogar 4 horas imerso do que 2 horas sem realmente “entrar” no jogo; 3) abstração falha, o jogo tenta abstrair mas ao mesmo tempo inserir tema e isso deixa ele perdido e confuso, ele não é elegante o suficiente para ser uma abstração bem feita e não é temático o suficiente para ser uma experiência rica.
Immortals (2017)
Recebi esse numa Math Trade justamente no jogo acima. Sim, reclamei da porradaria e recebi um jogo de porrada na troca. Entretanto, se esse é o propósito do jogo, ok, né? Acho… Não faço ideia se vou gostar ou não, espero gostar. Immortals é uma reimplementação de Shogun, que usa o mesmo sistema de combate (uma torre de cubos) só que pelo que entendi todo o resto do jogo é diferente, sem tantas restrições e mais combates. Ainda nem li as regras, torce aí por um resultado positivo nessa bagaceira. E… terminou que me desfiz do jogo. Dei de presente de aniversário para um amigo que gosta de jogos de conflito. Jogamos uma partida e ele com certeza gostou mais que eu. Vou deixar as minhas impressões para o Desafio 100N de Dezembro.
Sonora (2015)
Esse foi uma ideia tosca que tive de adquirir um jogo que mistura Dexterity com X & Write. Onde X costumeiramente podia ser: Roll ou Flip. Só que agora… É Flick! Se você não tá entendendo nada por conta dos termos eu vou explicar. Sonora é um jogo que você dá peteleco em uns discos visando cair em certas áreas do tabuleiro. Aí, depois disso, você vai desenhar em uma ficha na sua frente de acordo com as áreas que seus discos caíram. Eu achei a ideia diferentona e por isso adquiri o jogo. Me arrependi e já foi embora após uma partida.
Qualidades: 1) componentes, eu achei os componentes do jogo bem legal, os discos e o tabuleiro feito de plástico são interessantes; 2) diferente, querendo ou não o jogo é diferente, talvez seja um fator que lhe anime à jogar ou adquirir, nos negativos vou dizer tudo o que achei ruim.
Defeitos: 1) mescla não bateu, para mim a mistura não casou, essencialmente substituíram a aleatoriedade de virar uma carta ou jogar dado pela destreza, o que acho terrível, pois inicialmente eu achei que o jogo teria mais controle por conta da destreza, mas não há, há mais descontrole inclusive, pois é como se você rolasse os dados em uma mesma bandeja um de cada vez e eles fossem alterando os valores das jogadas anteriores; 2) desbalanceamento, existem espaços que dobram uma ação, isso é muito forte e, na maioria das vezes, você não conseguiu por habilidade sua, foi só uma petelecada de sorte ou às vezes até empurrado para lá; 3) marcadores, eu odeio aqueles marcadores de quadro branco em jogos de tabuleiro, nesse jogo em específico é ainda pior, pois os espaços para marcar são pequenos e os marcadores são grossos (ao contrário de lápis ou caneta), fora que você precisa ter bastante cuidado para não apagar o que fez ao escrever outras coisas já que o tabuleiro pessoal é enorme (25cmx25cm?); 4) sem graça, existem combos no jogo, mas não são tão animados quanto outros jogos da mesma categoria, o quebra-cabeça não é tão interessante quanto outros jogos na mesma categoria, as decisões não são tão emocionantes quanto outros jogos na mesma categoria; em suma, Sonora não é um bom X & Write e a parte de peteleco não destacada ele entre os demais.
Savannah Park (2015)
É raro eu não fazer compras cegas, mas essa foi uma delas. Eu já conhecia Savannah Park por conta do Spa de Jogos desse ano. Gostei do jogo, achei muito minha cara (meio puzzle e rapidinho) e curti. Eu não faço ideia do fator rejogabilidade e, suspeito, que não seja tão bom. Entretanto, ainda assim arrisquei a compra. Estava na promoção da Black Friday da Amazon. Resolvi pegar. Na pior das hipóteses, é mais um jogo para revender. Só a título de informação: é da mesma Editora e autores que Renature, só que Renature desde a primeira partida eu não vi muito futuro. Ah, seria bom eu comentar sobre o jogo em si, né? Bom, Savannah Park é desses jogos estilo bingo (Karuba, Augustus, NMBR9 e basicamente qualquer X & Write), isto é, são jogos que algo aleatório é obtido para todos os jogadores lidarem com esse mesmo algo. Igual ao Bingo, só que no Bingo você não toma decisões, só vai marcando lá e pronto. Aí, em Savannah Park tem um twist que o diferencia de todos os outros: quem escolhe o algo são os jogadores na sua vez, isto é, não é apenas aleatório. Claro que isso gera uns problemas também, como sorte por outros impactos não esperados, mas ainda assim eu achei a ideia boa e funcional. O suficiente para adquirir por um valor que considero justo. E agora temos o segundo jogo que entra e sai na mesma postagem. A conclusão é: a rejogabilidade é baixa sim. As partidas parecem sempre similares, ao menos se você meio que entendeu as estratégias possíveis no jogo (que não são tão ocultas assim). Dei de presente para alguém especial que espero que aproveite mais e eu acho que vai.
Air, Land, & Sea (2015)
Mais um que peguei na promoção da Amazon. Esse a promoção não foi tão impactante, foi só uns 15% do valor original, mas como tava na Wishlist, resolvi pegar. Esse jogo tem uma dinâmica parecida com Battle Line: jogar cartas em linhas de batalha para competir diretamente com o oponente, só que com um baralho bem pequeno e a possibilidade de você recuar (desistir) de vencer uma rodada. Como gosto de Battle Line e achei as mecânicas inteligentes, peguei. Esse eu tou bem esperançoso de entrar para o hall de jogos para 2 jogadores eternos na coleção. Espero que minha expectativa alta não se transforme em frustração.
Carnival Zombie (2022)
Mais um que peguei na Math Trade. Aqui a perspectiva não é tão boa para o meu lado. Jogo cooperativo de zumbis? Ih… Lembro que vi na época e achei até interessantezinho, mas nunca que eu compraria. Nessa época, era inclusive a primeira edição, lançada em 2013. Agora já tem essa segunda edição, que parece mais bonita e espero que melhor. Quem sabe não terei um jogo de zumbis na coleção? Acho que o último foi Humans!!! (sim, com três exclamações) um jogo bem mais ou menos (mais pra menos que pra mais) que tive em meados de 2011.
Meadow (2021)
Mais um seguindo a mesma linha do Savannah Park: joguei no Spa de Jogos, que eu gostei e entrou em promoção na Black Friday com descontão monstro. Peguei. Meadow não vale 350 nem a pau, mas 150? Com certeza. Temos aqui um tabuleiro quadrado, no qual você aloca trabalhadores nos arredores ativando os espaços de acordo com o número do trabalhador. Confuso? Visualmente você entenderia, se você conhece Quadropolis é a mesma mecânica, idêntica. A diferença é que em Meadow o negócio funcionou com o tableu building, ao menos eu achei. Minha maior crítica iria para a duração, mas pelo que vi no BGG é indicado mais para 2 jogadores mesmo, talvez por conta disso. Veremos.
Holmes: Sherlock & Mycroft (2015)
Esse eu peguei na Math Trade, um joguinho para apenas dois jogadores. Lembro que é um jogo meio abstrato de Set Collection e Worker Placement. Basicamente, você está fazendo ações em personagens dos contos de Sherlock para juntar umas cartas que fazem parte de conjuntos. Seu objetivo é conquistar a maioria desses conjuntos, ganhando pontos de acordo com a quantidade de cartas, isto é, quanto maior o conjunto mais pontos vai render. Essa descrição toda é o que eu tenho na memória, mas fazem anos que vi sobre esse jogo. Eu posso estar extremamente enganado, mas acho que é isso mesmo. Para jogo minha memória é relativamente confiável. Estou com uma boa perspectiva de que irei gostar do jogo. Veremos, né?

Basta passar um tempinho sem postar que já rola esse tanto de vai e vem, troca-troca e feiras. Coleção atual, você pergunta? Bicho… Estou ali de novo mais perto dos 60 do que dos 50, mais exatamente 56 jogos.

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