Desafio 5×3 – Emerson Andrade

Como prometido, começamos a série do Desafio x3 para 2023. Jogos Top, Bottom e Want do pessoal que joga comigo. Pode soar estranho, mas quem sabe você não se surpreende?

Emerson é do país Barra de Jangada, localizado no continente Jaboatão dos Guararapes. Sim, aquele famoso. Ou não. Conheci Emerson na Taverna, um evento/grupão/encontro que juntava Board Gamers e RPGistas lá em Recife, provavelmente em 2012 quando o evento acontecia no Derbilhar. A gente fez até parte da diretoria desse evento juntos alguns anos depois. Entretanto, não é esse momento que me marca e que me faz ser grato por ter esse amigo. Emerson testa meus jogos já faz um bom tempo e sempre tem bons feedbacks e ideias que agregam bastante. Acho que o primeiro jogo que Emerson testou foi C3X, meu segundo jogo. Só não conheceu o primeiro, pois esse morreu comigo (hã?). Recentemente, Emerson apareceu como co-designer da variante solo de Regicida, pelas grandes contribuições. Valeu, meu fi. Infelizmente, desde que me mudei para Juazeiro do Norte está mais difícil ter contribuições de Emerson, mas esses dias eu estive por Recife e trouxe alguns protótipos novos para testar com ele e meus outros amigos de lá. Emerson também dá uma olhada nos meus manuais e está sempre pronto a ajudar. Resumindo: o caba é foda. Sem mais delongas, vamos conhecer os gostos desse jogador. Começando pelos seus jogos prediletos. Lembrando que todas as descrições e comentários sobre os jogos foram escrito por Emerson.

#5. Russian Railroads (2013)
Construir estradas nunca foi tão divertido. Russian Railroads traz o que tem de melhor em alocação de trabalhadores com diversas formas de pontuar e expandir suas estradas, vários caminhos para a vitória, sendo possível vencer focando em qualquer uma das 3 principais trilhas do jogo ou em um misto delas. A forma de pontuação que se dá ao fim de cada rodada e que aumenta com o passar dos turnos é gratificante. Algumas das rotas inclusive dão pouquíssimos pontos no começo e de repente pontua na casa dos 200 pontos.. A expansão German Railroads só amplia ainda mais essas possibilidades e deixa o jogo com uma rejogabilidade quase infinita. Nota 8,5/10 sem a expansão e 9,5/10 com a expansão.
#4. Space Alert (2008)
Cooperativo como tem que ser: rápido, dinâmico e sem tempo para alpha player. Em Space alert os jogadores têm 10 minutos para mapear o espaço e enfrentar ameaças. Frenético, pois cada minuto e cada ação escolhida contam. A comunicação entre os jogadores é de extrema importância e aqui ao contrário de outros jogos do gênero, todos os jogadores são importantes e tudo contribui para o sucesso ou fracasso da missão. Vários níveis de dificuldade, modo campanha, a expansão acrescenta mais ameaças interessantes, pontos de experiência para a campanha e mais. Communication system…. down… barulho de interferência. Nota 9,9/10 pois precisa de pelo menos 4 jogadores.
#3. Twilight Struggle (2005)
Um dos melhores 1×1 que já joguei, União Sóvietica x EUA. Um jogo brilhante e que representa através das cartas de evento essa disputa de poder. Os jogadores recebem a cada rodada cartas de evento e podem jogá-las para ganharem pontos de influência ou realizarem o evento da carta. Sendo que tem o detalhe que você terá nas suas mãos, em muitos casos, cartas de evento do adversário que você vai ter que jogar em algum momento daquela rodada e que o evento vai beneficiar o seu oponente. Então, o jogo vira uma contenção de crise em que você tenta controlar os eventos adversários da forma que lhe prejudique menos. Esse jogo também cresce a cada rodada com mais países do mundo participando de alguma forma do conflito e pontuando. Formas diferentes de alcançar a vitória e dois estilos bem diferentes de jogo, a URSS que começa no ataque e vai tentando se defender com o passar das rodadas e do outro lado os EUA que começa tentando se defender e vai juntando forças para virar com o passar das rodadas. Nota 9,5/10, perdeu meio ponto por ser muito injusto uma partida de quem nunca jogou contra quem já jogou.
#2. Terra Mystica (2012)
Vou considerar também o Gaia Project na mesma posição, já que é basicamente um Terra Mystica feio mas revisado. Um dos meus jogos assimétricos favoritos, TM leva o controle de área, na forma de por onde e como expandir, em melhoria da sua raça/civilização e em lindos pontos de vitória como um dos pontos fortes. Jogo com forte gerenciamento de recursos, você nunca tem o suficiente e tá sempre correndo atrás. O que leva os jogadores a correrem atrás de mais geração de recursos no começo da partida. Gosto, também, como cada raça joga de forma diferente e lhe ensina mais sobre o jogo. Jogão! Nota 9,9/10.
#1. Yomi (2011)
Cresci jogando jogos de luta e não poderia deixar outro jogo ser meu Top 1 que não fosse Yomi, um jogo de luta 1×1 através de cartas. Esse jogo tem tudo que um jogo de luta dos videogames tem, sem precisar de destreza para executar combos e foca no “prever” das ações do oponente. Ele vai pular? Agarrar? Defender? Atacar? Se você conseguir ler corretamente a jogada do adversário você é recompensado. Muitos combos, personagens interessantes, arte das cartas. 10/10 Hadouken!!

Pronto, esses foram os jogos prediletos de Emerson, mas ainda não acabou. Depois de tanto amor, vamos visitar agora o ódio do seu coração, com os piores jogos que Emerson já encontrou nessa vida.

#5. Factory Fun (2006)
Um jogo de Puzzle que estamos tentando montar uma fábrica numa área com várias colunas para dificultar a montagem e uma única forma de interação entre os jogadores na hora de pegar a peça principal de cada rodada. Uma bagunça é o que tenho a dizer sobre esse jogo, muitas peças, muito AP e o jogo faz de tudo para lhe frustrar e não estimula a criatividade. Ele quer que você seja eficiente e use a menor quantidade de peças possível. Talvez jogando solo traga um pouco o fun do nome à cabeça. Nota 2,5/10 porque dá vontade de jogar Galaxy Trucker que é um jogo muito melhor de montagem de um sistema de feedback usando peças diferentes..
#4. Space Cadets (2016)
Space Cadets mistura vários jogos em um e poucos se salvam (o de catar peças de tetris sem olhar é um ponto alto). Na teoria esses mini jogos são feitos para passar a sensação de tarefas diferentes dentro da nave, mas que na prática não parecem como parte de um todo. Tá cada jogador fazendo o seu, um mini game solitaire. A versão com dados é um pouco mais legal mas tem menos variedade nos mini jogos. Nota 3/10. Dá para rir de algumas situações.
#3. Pandemic (2008)
Mais um cooperativo nos Bottom. Em Pandemic os jogadores estão tentando erradicar doenças e impedir uma pandemia, isso é feito através de um set collection. Aqui tem tudo que abomino em jogos cooperativos: alpha player. Existe uma sensação de esperar e mostrar as alternativas em busca da melhor jogada de cada jogador, você não tem muita escolha sobre o seu personagem, já que até as suas cartas são de conhecimento público. Além de não fazer sentido não seguir uma jogada sugerida que é mais eficiente do que a que você ia fazer. Também tem o agravante do efeito Pandemic em que as cartas podem acabar com o jogo de uma hora pra outra muitas vezes não importando o quão bem os jogadores estavam se saindo. Nota 2/10. E causa gatilhos também.
#2. Zombicide (2012)
Matar uma horda de zumbis cumprindo uma série de objetivos diferentes ao redor do mapa parecia ser divertido, até eu ir jogar… Em Zombicide, jogo cooperativo de sobrevivência contra zumbis, os jogadores controlam sobreviventes de um apocalipse zumbi. O jogo possui diversas missões diferentes em mapas razoavelmente variados mas com gameplay simples demais, se mova, atire ou vasculhe por algum item, passe a vez. Depois de todos terem jogado vem o turno dos zumbis, que são controlados por “cartas de evento” que falam quantos vão surgir e quais vão se mover em direção aos jogadores. Essas cartas podem gerar um efeito de puxe outra carta, mais zumbis nascem e andam e podem algumas vezes matar todos os jogadores devido ao efeito bola de neve que elas geram sem nenhum tipo de reação por parte dos jogadores (Pandemic, é você?) e isso é bem frustrante quando acontece. Somado a isso tem a mecânica de você poder atirar sem querer nos seus aliados, caso estejam no mesmo tile, e temos uma experiência tediante. Nota 2/10 pelas lindas miniaturas da Cool mini or not.
#1. Dominare (2012)
Jogos de controle de área já não são lá minha praia e esse aqui consegue ter tudo aquilo que odeio no estilo e multiplicar pelo número de pecinhas que vem nele. Entendo que jogos assim tem que ter sempre a possibilidade de um turno de virada para não deixar os outros jogadores com o pensamento de “já perdi” mas nesse jogo o excesso da possibilidade de virada incomoda demais, não importando quase nada o que você fez durante a partida toda já que seu último turno será o único turno que importará. Downtime gigantesco e que só aumenta, muitas possibilidades de jogadas mas todas irrelevantes antes do turno final. Se você colocar no Google Dominaire, vai aparecer esse jogo e a imagem de um ventilador. E é exatamente isso, o último a jogar está segurando um ventilador e jogando todas as peças dos outros jogadores fora e as dele estão coladas com Super Bonder, mesmo sendo eu a pessoa com o ventilador foi frustrante. Nota 1/10 (1 ponto por expandir o universo do Love Letter).

Depois da aparição de Evil Emerson. Voltamos a suavidade. Agora, para encerrar, são os jogos que o camarada ainda não jogou mas gostaria de jogar.

#5. Puzzle Strike (2010)
Do mesmo universo de Yomi, incluindo criador e Editora também. É um Deck Building com fichas que parece ser interessante. Além disso, tem inspiração no Puzzle League que joguei bastante no DS/N64.
#4. A Feast for Odin (2016)
Tenho a impressão de ser um dos jogos mais pesados do Uwe. Além do mais, A Feast for Odin parece ser um amálgama de vários dos jogos dele. E por ter gostado de praticamente todos os jogos dele que joguei, esse não vai ficar de fora.
#3. Wavelength (2019)
Party game dos mesmos criadores do The Mind e que parece ser bem interessante e seguir uma ideia parecida de entender o pensar do outro. Basicamente, em Sintonia (nome do jogo em português), os jogadores se dividem em equipes e tentam descobrir qual valor de importância que o jogador da vez, chamado de psíquico, deu para algo sorteado de um baralho enorme. Parece que isso pode gerar discussões interessantes. .
#2. Klask (2014)
Esse jogo me lembra muito um dos meus jogos favoritos da Gamestation: Air Hockey. É magnético e tem uma pegada nos jogos de destreza que gosto muito, simples mas que requer prática e com diversas formas de pontuar, seja fazendo o adversário cair no buraco do gol, fazendo gol ou até mesmo empurrando torcedores (bolinhas brancas) no pino do outro jogador, aguardando uma queda de preço para pegar esse.
#1. Riff Raff (2019)
Mais um jogo de destreza na lista. Riff Raff é lindo e interativo. O objetivo do jogo é equilibrar coisas num barco de madeira que não para de se mover devido à um pendulo de metal localizado na base do barco simulando o movimento do mar. O jogo é bem simples, com os jogadores escolhendo onde vão colocar suas peças ao mesmo tempo que os outros jogadores. Receita para muitas risadas.

E chegamos ao fim. Espero que tenha gostado da visão de outro jogador aqui no blog. Meus comentários? Vou fazer assim, ó, dividir em: Aceito, não que eu concorde totalmente e plenamente, mas aceito que esteja onde está; Discordo, esse é discordância total da escolha do coleguinha; Caguei, esse é basicamente que eu sou neutro sobre onde o jogo está ou simplesmente desconheço. Nome podia ser neutro? Podia… Mas quem disse que tomo boas decisões? Sendo que aí, vou fazer essa classificação apenas para para Top e Bottom, já que Want é meio solto demais. Beleza? Simbora.

  • Aceito: Russian Railroads, Space Alert, Terra Mystica, Space Cadets, Pandemic, Zombicide, Dominare.
  • Discordo: Yomi, Factory Fun.
  • Caguei: Twilight Struggle.

Dando uma pontuação de afinidade com Emerson de… +5! Cada jogo aceito é +1, cada jogo discordo é -1 e cada jogo caguei é +0. Sendo assim, a escala vai de -10 até +10. Sim, transformei o Desafio x3 dos brothers em um joguinho! Foi mais forte do que eu. Você pode fazer o mesmo por aí e deixar nos comentários!

Bom, é isso pessoal. Obrigado Emerson pela participação, espero que tenha gostado da experiência.

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