Desafio 100N (2022) Janeiro

Novamente iniciando outro Desafio 100N, onde tento conhecer 100 novos jogos no ano. É difícil? É, mas sou insistente. Depois do fiasco de 2021, estamos de volta. Ano novo, vida nova. Ou não. Será que voltamos ao ritmo de um jogo por mês? Tam tam tam…

001. History of the World (2018)
Jogado em 17/01/2022 com 5 jogadores.
Mais um jogo que peguei na Math Trade. Não é meu estilo, mas quem sabe eu não gostasse? Tem alguns poucos jogos de conflito que acho bem interessante, mas atualmente não tenho nenhum na coleção. O problema em geral é que não gosto tanto de jogos muito longos. Prefiro jogar várias partidas de outros jogos mais rápidos do que 3h de um só. A caixa diz uma duração de 2h até 3h. Então, provavelmente 30 minutos por jogador? Não achei muito preciso não, nossa partida com 5 jogadores demorou 4h. Mas é aquela, rolou bastante Analysis Paralysis durante toda a partida. Seja no Draft das civilizações/eventos ou até mesmo nas invasões. Eu sabia que o jogo ia demorar, então até fiquei de boas. Ele não demanda muita atividade cerebral, já que fora do seu turno você não pode fazer muito (só jogar uns dadinhos) e torcer pelo melhor. Então, apesar da longa duração, o jogo não lhe cansa mentalmente. Se você não conhece o jogo, ele é uma reimplementação de uma reimplementação de uma reimplementação. O jogo está rodando por aí desde os anos 1991 e já foi bem popular. Essa nova versão está mais rápida que as anteriores e mais elegante, mas não sem suas falhas. Inclusive, muitas delas. A pior delas deve ser o Downtime, no jogo você terá simplesmente cinco turnos. Sim, isso mesmo. Sendo que o turno nesse jogo é enorme, é toda uma Era para aquele jogador. Então, vai demorar muito para chegar na sua vez enquanto cada jogador joga a sua Era por completo de uma só vez. Para completar, a ordem de jogar muda de Era para Era. Pode acontecer, na nossa partida por exemplo, de você esperar 8 turnos para jogar. Pois em uma determinada Era você foi o primeiro a jogar e na seguinte você foi o último. Tome esperar. Eu gostei da ideia do Drafting no começo de cada Era, que você define a sua civilização de maneira relativamente secreta (como as cartas vão passando na mesa, alguns jogadores sabem várias das cartas em jogo, mas não quem pegou) e também define um Evento, que são cartas bem fortes. Formando meio que um par. Inclusive, o jogo me lembra muito Small World, com a diferença que diverte. O combate sem dados e determinístico do Small World é, para mim, uma morgação completa. Bom, o problema desse Drafting é que você precisa analisar toda uma Era de uma só vez com aquelas cartas que recebeu para tentar prever o que vai acontecer e escolher a melhor civilização para você e também considerando evitar dar para o próximo jogador alguma que beneficie muito ele. Interessante e legal, mas consumo gigante de tempo, já que é essa decisão que vai meio que definir se você vai ganhar ou perder. Sim, o impacto é enorme. Algo bem chato também era as contagens de pontos e todas as coisas “automáticas” que nós precisamos fazer. Contar 25 vezes pontuações (5 Eras de 5 jogadores) em um mapa gigante e cheio de pecinhas é bem chato. Acho que é isso, me diverti jogando, tomei decisões bem importantes na escolha de eventos e civilizações, mas a duração do jogo, Downtime excessivo, Analysis Paralysis (é um pouco culpa dos jogadores, mas é mais do jogo) e trocentas contas de padarias me afastam de jogar novamente. Talvez eu tente com apenas 4 jogadores? Mas acho que não muda muito. Será vendido ou trocado no futuro. Para não dizer que não gostei do jogo, eu achei várias decisões interessantes e também gostei da “história” que se desenvolve no jogo, mas ela se perde um pouco, por conta do Downtime. Termina que você fica tanto tempo ocioso que sai (mentalmente) do jogo várias vezes durante a partida. E aí a narrativa se perde e fica blocada. Só a título de curiosidade, minhas civilizações foram: Assírios, Citas, Árabes, Vikings e Alemães.
002. Detective (2018)
Jogado em 19/01/2022 com 1 jogador.
Estava curioso com esse jogo tem um tempo, inclusive quase comprei. Então, em vez de comprar, resolvi ir atrás do caso gratuito que disponibilizaram já faz um tempinho por conta da pandemia. Fiz bem, viu? Acho que não aguentaria jogar uma campanha desse jogo, especialmente solo. Dizem que a experiência em grupo é muito boa, mas não consigo enxergar muito disso, me soou muito como trabalho mesmo, daqueles em grupo. Bom, apesar de aparentemente não ter gostado do jogo, devo dizer que serviu para passar o tempo e transmite um sentimento bem diferente da maioria dos jogos no estilo. Entretanto, eu não achei muito divertido não. É praticamente um Choose Your Own Adventure gigante e com a parte de investigação inserida no jogo. Note que falei investigação e não dedução. Não há dedução nesse jogo, tirando umas bem óbvias, a conclusão do caso é feita por indução e chute. Chute informado, claro, mas ainda assim chute. Do ponto de vista de mecânicas, o jogo é extremamente fraco e seu foco é totalmente na história. Achei a história do Caso VI razoável. Me lembrou demais livros e seriados de investigação, que você fica pensando que o assassino é fulano, mas depois acha que é ciclano e assim vai. Sinceramente, não vi graça em jogar um jogo assim. Prefiro ler um livro mesmo. O maior diferencial desse jogo para o Chronicles of Crime (que gostei) é que eu me diverti com Chronicles of Crime e nesse me senti trabalhando. Talvez eu tenha preferido a “leveza” do outro jogo, talvez eu tenha preferido o fato de não precisar usar um site para realizar consultas, talvez eu tenha errado ao jogar esse jogo sozinho e ele seja melhor em grupo. Vários talvez para no final das contas chegar na conclusão: é uma boa ideia, mas não me divertiu o suficiente para jogar uma segunda vez.
003. Tortuga 1667 (2017)
Jogado em 21/01/2022 com 5 jogadores.
Nunca nem tinha ouvido falar desse jogo antes, mas um amigo tinha e eu vi que funcionava bem com cinco e pedi para ele levar na jogatina. Ele tem uma dinâmica de times secreto, isto é, são times mas ninguém sabe quem tá com quem. Eu tenho um jogo que fui atrás justamente por isso, mas ele não funciona legal. Acho que esse tem o mesmo problema, mas é melhor, pois o jogo é muito mais curto. O que tenho observado nesses jogos é que é muito fácil identificar quem é o seu parceiro. Acho que talvez eu esteja esperando demais, isto é, um jogo que não fique tão claro quem é seu parceiro e no final você seja surpreendido. Acho que isso só acontece em jogos com muita informação secreta, como The Resistance. Isso até me inspira em tentar criar um jogo assim e que o suspense se mantenha, mas deve ser muito difícil mesmo. Bom, voltando a Tortuga 1667, eu achei o jogo um pouco parado, talvez seja melhor com mais jogadores. A ideia é uma que gosto, mas achei a execução mais ou menos. No final das contas, as mecânicas não são tão interessantes assim. Gastar o turno apenas para olhar cartas me soa muito chato, especialmente se algum jogador usá-la antes de você ter a oportunidade. Além disso, muitas das cartas (até de efeito positivo) não são tão interessantes assim. Resumindo: acho que faltou dinamismo e mais emoção. Ainda assim, quero jogar com mais gente para ver qualé, pois acho que os embates serão mais interessantes com mais pessoas presentes.
004. Oriflamme (2019)
Jogado em 21/01/2022 com 5 jogadores.
Esse jogo estava na minha Wishlist até. Eu vi que tinha Take That, mas ele me pareceu mais inteligente do que o Take That usual. E é, não vou mentir… O jogo tem boas ideias, uma boa mecânica e uma duração bem interessante. Entretanto, eu achei que teve muito Take That. Muito mesmo. E até gratuito demais. Os ataques são obrigatórios de executar e as cartas em sua maioria são efeitos negativos para os oponentes. Tem umas cartas bem poderosas que alteram muito os planos dos jogadores. Então, achei o jogo extremamente caótico e imprevisível. Para completar rolou algumas vezes do pessoal que jogou escolhendo carta na doida ou alvos na doida, o que aumentou o nível de caos do jogo ainda mais. Talvez, jogando com o mesmo grupo repetidas vezes e as pessoas sabendo de todas as cartas, o jogo fique mais tático e menos caótico, mas é um talvez que pode ser bem distante. E ainda assim, o ideal é o jogo funcionar legal de primeira/segunda partida, não precisar de várias partidas para realmente “assentar”, especialmente um jogo tão simples e direto. Bom, saiu da Wishlist. Não tenho muito interesse em jogar novamente, me pareceu que o Kingmaking é muito forte no jogo, especialmente no final da partida. Quando joguei, inclusive, na última rodada tirei três pontos de quem estava na frente (em um jogo que o vitorioso fez 8 pontos, 3 pontos é bem significativo) e quem ganhou foi o jogador que foi menos marcado.
005. Pot de Vin (2017)
Jogado em 21/01/2022 com 3 jogadores.
Primeiro jogo de Game Designer nacional do ano! É sempre uma alegria jogar esses jogos, pois tenho poucas oportunidades para conhecê-los. Infelizmente, é um Trick Taking. Não sou muito fã do estilo de jogo. Esse negócio de ser forçado a jogar apenas a carta de quem iniciou o trick é irritante. Entendo um pouco as razões, mas no começo da partida eu me sinto sendo jogado pelo jogo. Pot de Vin dribla um pouco isso, botando para o jogador poder passar a vez. Então, já temos uma vantagem aqui. Uma outra vantagem é a dinâmica do Set Collection, você agora joga por algo mais palpável do que simplesmente coletar cartas por valores. Então, acho que posso afirmar com alguma segurança que Pot de Vin é meu Trick Taking favorito até agora. Tudo bem que devo ter jogado pouquíssimos, mas o jogo tem seu mérito sim. Claro que isso não indica que adorei o jogo, só que achei interessante e jogaria novamente. Ao contrário dos outros que abominei e nunca mais quis nem ver. Tivemos um pequeno engasgo nas regras, mas nada exorbitante, pelo visto tem um erro de tradução para português no manual de um jogo de designers e artistas brasileiros. Vai entender, né?
006. GoodCritters (2018)
Jogado em 24/01/2022 com 6 jogadores.
Esse jogo tava na minha Wishlist. Bom, não essa versão, era a versão antiga chamada Tieff Taschen mas é o mesmo jogo. Consegui na Math Trade e tava empolgado para conhecer. Acho que minha empolgação tava elevada demais? Achei bem decepcionante. Tudo bem que não gosto de jogos de negociação, mas o problema nesse jogo são outros. A partida demorou uma hora e meia. Sim, esse tempo todinho em um jogo bem simples, fácil e que a caixa diz 30 minutos. Além de demorado, é tudo um repeteco. Turno após turno é a mesma coisa: alguém divide a grana, povo discute e bota boneco aleatoriamente e aí executa as cartas. Muitas vezes as rodadas foram idênticas, só mudando o chefão. Achei meio cansativo, sem propósito e chato mesmo. E olhe que joguei com o número listado como o melhor possível e de fato imagino que seja, menos que isso ficam poucas pessoas para a dinâmica de voto funcionar e mais que isso iria só deixar o jogo mais longo ainda. Apesar de ter vencido por uma boa margem por conta de uma jogada que foi totalmente excelente, algo que costumeiramente me deixa bem satisfeito, não me empolgou com o jogo. Trocá-lo-ei ou vendê-lo-ei ou dá-lo-ei.
007. Good Cop Bad Cop (2014)
Jogado em 24/01/2022 com 5 jogadores.
Esse eu peguei na gigante Black Friday de 2019, demorou mas foi estreado. A partida foi bem rápida, coisa de 15 minutos. Gostei dessa duração e achei que o jogo foi engraçado pela confusão. Fiz meu time perder, pois atirei em alguém do meu time. Engraçado que a mesa odiou, talvez quem ganhou não se sentiu vitorioso e quem perdeu ficou com raiva de mim. O mais engraçado, bom para mim, é que eu era de um time e me mudaram de time, mas eu terminei fazendo meu time antigo ganhar. Confuso? Talvez, leia devagar que acho que dá pra entender. Não achei jogão, mas só pela curta duração eu quis jogar novamente, mas não rolou. Fica para a próxima. Acho que é melhor com mais gente também, tentar esse novamente apenas com mesas com 6 ou mais jogadores.
008. Keyper (2017)
Jogado em 30/01/2022 com 3 jogadores.
Comprei esse faz muito tempo, lá em 2019, mas foi em uma feira de fora. Vários jogos dessa feira eu até já joguei e estou tentando vender tem um tempo. Outros eu já joguei mais de 10 vezes. A discrepância foi grande. Keyper tava na pendura, aguardando uma oportunidade. É um jogo que funciona melhor com 3 jogadores, pois é um jogo competitivo mas que há cooperação entre os jogadores. Então, 2 jogadores soa estranho e 4 jogadores é muito demorado. Então, consegui reunir o número perfeito para conhecê-lo. Fique intrigado. Esses jogos da série Key tem umas mecânicas que me interessam, pois já pensei em um jogo com algumas similaridades (em especial trabalhadores que não pertence a nenhum jogador específico). Então, é sempre interessante ver as soluções e ideias empregas pelo Richard Breese. O que gostei: o jogo resolveu o problema de Keyflower que o jogador podia ter um tile só e vencer o jogo com apenas isso, agora cada tile só pode pontuar 4 vezes; achei interessante alguns aspectos na cooperação, você esperar o oponente ir onde você precisa e tudo mais, o problema é que há uma grande influência da ordem do turno, já que só podem ir dois jogadores juntos, se você sentar ao lado de alguém que esteja fazendo uma estratégia similar a sua deu bom, se não deu ruim; os componentes, iconografia e arte são excelentes; apesar das mais de dez cores diferentes no jogo, eu consigo distinguir tudo, pareceu até que eu não era mais daltônico; a ideia de deitar o boneco para se beneficiar novamente das ações é uma boa para compensar quem tem poucos trabalhadores, algo também melhorado com relação ao Keyflower; os tiles de inverno não são mais tão definitivos para a vitória no jogo como era em Keyflower. Entretanto, apesar de tantos aspectos positivos e “correções” sobre minhas maiores críticas ao Keyflower, eu ainda acho a dinâmica do Keyflower mais genial. Keyper soa como “apenas” um jogo de otimização, rendendo bastante Analysis Paralysis. Ao menos foi o que aconteceu nessa partida que demorou quase 3 horas. Então, termina que não estou certo se Keyper é um excelente design ou é apenas um jogo simples de otimização com balanceamento forçado. Digo isso, pois as pontuações foram bem próximas e isso sempre me deixa cabreiro. Portanto, quero jogar outras vezes e ver se as pontuações realmente continuam próximas para deixar a definição do vencedor próxima ao aleatório. Acho que até toparia uma mesa com 4 jogadores para ver qual é. Bom, por enquanto ficará na coleção.

Olhaí, Janeiro começou até bem! Será que esse ano teremos novamente o Desafio 100N cumprido? Eu acho difícil, mas veremos as cenas dos próximos capítulos em breve.

4 Comments

  1. Cássio
    11 de fevereiro de 2022

    Grande Pinheiro. Começou bem o ano hein!

    Esse History of the World, seu relato é semelhante a outros jogos “tipo war” que já brincamos aqui. Temos um rapaz no grupo (e outros seguidores dele) que não podem jogar jogos com mapas… o AP é absurdo, pois a busca pela melhor jogada é, na maioria das vezes, impossível, eles tendem a procura-la, fazendo o jogo durar eras (literalmente). Acho um que rodou bem aqui foi o Root, mas tb já foi embora. Hoje em dia fujo de jogos com mapa e combate.

    Pot de Vin é excelente, por hora, melhora vaza que joguei, e olha que estou jogando tudo que tem no mercado nacional. Jogamos a ultima partida em duplas, e foi excelente. Recomendo demais!

    Esse Keyper, já tive o sonho de te-lo aqui, mas hoje acho que não haveria tanto espaço. Acho Keyflower genial, e ainda assim não ficou na coleção.

    Responder
    1. Roberto
      11 de fevereiro de 2022

      Opa Cássio,

      Valeu!

      Esse povo com AP é uma complicação hehehehehe Mas o History of the World propicia isso, pois ele deixa uma decisão muito importante para ser feita no começo de cada Era (escolher a civilização). Depois que isso foi feito, o jogo vai sem muito raciocínio (apesar que o povo do AP demorava ainda assim hehehe).

      Depois testar Pot de Vin com duplas, então.

      Já tive Keyflower e também acho genial, mas tem uns defeitos intragáveis… Em especial a vitória com poucos tiles, que é bem broxante você se empenhar tanto para isso e estratégias bem bobas vencerem.
      Mas concordo contigo, o Keyper é meio sem espaço tendo em vista outros Worker Placements melhores. A vantagem é que ele é bem “de boas”, sem muita frustração ou marcação. Mas eu prefiro jogo sangue nos olhos. Então, a vantagem que ele teria, pra mim não é lá tão vantagem assim. hehehehe

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  2. Philipp Totó
    20 de fevereiro de 2022

    Eita que esse ano promete, hein! Deu-le logo com oito jogos.
    Tomara que você consiga os 100. Eu sempre esqueço de anotar os jogos que eu conheço pra tentar fazer um 100N. Mas um dia, me desafio.
    Segue forte aí pra completar o desse ano.
    Abraço!

    Responder
    1. Roberto
      21 de fevereiro de 2022

      Será que vai? hehehehe Começou bem. ;P Valeu!

      Responder

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