Demorou mas chegou a quarta Parte do Desafio 100N! Dessa vez com jogos pré-quarentena e em-quarentena. Infelizmente, pós-quarentena não aconteceu ainda… Bote mais uns bons meses para isso. Então, por conta da quarentena, mais da metade dos jogos da lista foram jogados solo ou com algum vídeo do Youtube me acompanhando. Vamos aos dez jogos!
031. Dominant Species (2010) Jogado em 25/02/2020 com 4 jogadores. Salvo engano, Dominant Species foi a partida mais longa da minha vida. Se você já percebeu, eu não sou muito fã de jogos longos. Entretanto, aqui temos uma exceção. Isso não significa que jogaria novamente, mas significa que reconheço o bom jogo que existe aqui. E, mesmo após as 5 horas de partida, eu realmente gostei do jogo. Aparentemente a combinação de Worker Placement com Area Control é uma muito boa, ou pelo menos é uma que eu gosto. Existe uma grande quantidade de interação bem feita entre os jogadores. É engraçado que mesmo os jogadores lhe matando, você não fica tão chateado quanto na maioria dos jogos que isso acontece. Isso acontece provavelmente por conta da mecânica engenhosa que você só ganha pontos de uma quantidade bem limitada de espaços em uma rodada. Então, perder algumas áreas não parecem ser um detrimento tão grande como em outros jogos de Controle de Área, pois você não iria pontuar todas mesmo naquela rodada. Em todo caso, é como falei, não sei se jogaria novamente. O jogo é realmente muito longo. A vantagem é que agora eu finalmente conheci esse clássico e sei que gostei. Antes eu temia enfrentar uma longa partida e do jogo ser ruim. Agora as restrições ficaram apenas na duração. Então, quem sabe não rola novamente? |
032. Jogo (das coisas que fiz na) Vida (2019) Jogado em 07/03/2020 com 7 jogadores. O que é isso? Por enquanto é o pior jogo que conheci em 2020. E olhe que já conheci umas trepeças esse ano. Não me leve a mal, eu ainda consegui ri jogando. Entretanto, as risadas eram com relação ao design tosco do jogo e à interação com os jogadores na mesa, que poderia funcionar em qualquer jogo no estilo Quiz “pessoal”. Sério, eu teria vergonha de trabalhar na Estrela nesse momento, ou seja lá onde o designer (se é que pode chamar essa pessoa disso) desse jogo trabalha. As regras são porcamente escritas, deixando vários buracos no design e até mesmo na compreensão do jogo. Deprimente. |
033. Ulm (2016) Jogado em 14/03/2020 com 3 jogadores. Ulm é um desses Euros que puxa pro Abstrato. Eu, particularmente, gosto de jogos assim. São jogos com enfoque na mecânica e que usam o tema apenas como roupagem. Não que nada do tema esteja lá. Está, mas se você parar para analisar um breve momento vai perceber o quão forçado são as coisas. Entretanto, isso não importa. Não estou aqui pelo tema, estou pelas mecânicas. Ulm oferece uma mecânica diferentona para seleção de ações que eu achei que seria a melhor parte do jogo. Afinal, é a velha técnica Feld: ter um bom sistema de seleção de ações e o resto é fazer ponto. Entretanto, a seleção de ações do Ulm apesar de diferentona, não foi tão satisfatória. A interação proporcionada por ela é mínima e tudo é muito momentâneo/tático. O jogo tem lá suas qualidades, pois tem um bom fluxo de jogo e uma partida é jogada até que rapidamente. Meu maior problema foi com a variação grande de pontos com o Set Collection das cartas jogadas durante a partida. Por conta de uma única carta você pode “perder” de 9 à 12 pontos, uma quantidade bem gorda num jogo que o vencedor consegue uns 60 pontos. Em todo caso, achei um jogo sólido, só não brilhou. Esperava mais. |
034. Bandido (2016) Jogado em 17/04/2020 com 1 jogador. Pronto, chegamos ao primeiro jogo novo da Quarentena. Enquanto escrevo isso ainda não joguei mais nenhum novo além dele, mas imagino que a partir daqui e durante um bom tempo serão apenas partidas solo. Bandido é um jogo cooperativo para até 4 jogadores, mas eu só joguei solo por enquanto. É um joguinho bem simples, as regras são curtíssimas. Talvez as menores que já vi em um jogo, mas não posso confiar muito na memória. Gostei da experiência solo, mas até um certo ponto. É possível fazer jogadas inteligentes em Bandido, existe até estratégia no jogo. Entretanto, a sorte envolvida é gigantesca. Provavelmente por você ter apenas três cartas na mão. Sendo que aumentar facilitaria demais. Logo, fiquei sem muita opção de como proceder. O sentimento que Bandido passa ao jogar solo é que perder não significa que você jogou mal e ganhar não significa que você jogou bem. E isso é um péssimo sinal. Talvez com mais jogadores a experiência fique mais próxima a um Party Game e a sorte pouco importe, mas sozinho é o tipo de jogo que cansa. Eu aguentei 12 partidas. Em todo caso, Bandido estará aqui aguardando o final da quarentena para ser jogado multiplayer. |
035. Avenue (2016) Jogado em 29/04/2020 com 1 jogador. Segundo jogo novo da Quarentena. Já tinha adquirido este tem um tempinho., mas estava aguardando juntar um grupo grandão para jogar. Não aconteceu e agora não vai acontecer nem tão cedo. Então, joguei solo. O jogo realmente é um multiplayer solitaire como a maioria dos Roll & Write, mas aqui temos um Flip & Write. Isto é, são cartas em vez de dados… O jogo é bonzinho, mas os dados fazem falta. Em todo caso, por conta das cartas o jogo é mais estratégico e você consegue realmente planejar algo, ao contrário da maioria dos Roll & Write. Joguei quatro partidas e estou achando que depois que você pega o jeito, vira uma mera questão de repetição. Logo, rejogabilidade bem baixa. Afinal, se o mapa é o mesmo e a interação é nula, só muda a ordem das cartas… E como você não é restrito onde colocar as rotas (você pode construir pensando lá na frente) a ordem das cartas não é algo tão crucial para o feeling da partida como um todo. Imagino que jogarei poucas vezes e depois será mais um para venda. |
036. Atol (2020) Jogado em 09/05/2020 com 1 jogador. Esse jogo está na lista aguardando ser jogado desde que foi lançado. Atol é um jogo publicado gratuitamente pela Grok do Jordy Adan, mesmo designer de Cartógrafos. Então, basta imprimir e jogar. Na realidade, eu nem imprimi… Joguei preenchendo os espaços no Paint junto com uma live do Covil para não jogar sozinho como foi e será o caso de tantos jogos. Devo dizer que a experiência foi melhor que jogar sozinho, afinal eu tinha alguém para comparar a pontuação. Bom, Atol parece um Sagrada com o twist de que você pode colocar cores iguais juntas e ganha pontos formando grupos de três, inclusive. O puzzle em si é muito mais apertado. Afinal, o jogo não tem o Draft e, tirando a corrida pelos objetivos, a interação é nula. Logo, ele precisa ser mais desafiador mesmo ou seria apenas entediante. O que vou criticar é besteira, afinal o jogo está gratuito e tudo mais, mas nem por isso eu vou deixar de ser chato. Faltou um “carinho” na implementação da pontuação. Você ganha 3 pontos por cada conjunto com 3 ou mais animais da mesma espécie. Isso, quando você pode usar X em vez de escrever um animal não faz o menor sentido. Afinal, é só ir juntando os conjuntos que forem aparecendo até formar três e caso apareça alguma opção que irá lhe atrapalhar coloca um X. Aí você diz, “mas se você fizer isso perde ponto”. Não, perde não. Os Xs não dão pontos negativos nesse jogo, o que pra mim é estranhíssimo, especialmente se juntar com essa regra de pontuação dos grupos. Fora isso, achei o manual bem fraco, especialmente para um jogo tão simples e que está online, isto é, não tem “limite” de páginas. Você precisa induzir algumas regras, pois não está escrito no manual. No mais, eu gostei do jogo para jogar aquela vez perdida. Não sei se para jogar várias vezes. Com certeza eu não compraria, pois temo pela rejogabilidade. Como é um problema com a maioria dos Roll/Flip & Write. |
037. Brikks (2018) Jogado em 13/05/2020 com 1 jogador. Mais um Roll & Write que joguei agora na quarentena. Esse aqui teve duplo propósito, tanto para o Desafio 100N como para estudo comparativo com meu mais novo projeto. O jogo é do queridinho do momento: Wolfgang Warsch que criou The Mind, Quacks of Quedlinburg e That’s Pretty Clever. Basicamente é um Tetris com algumas regras de pontuação e pronto. Não há nenhum twist ou inovação no jogo. O que é bem inesperado, dado os demais trabalhos do autor. Acho que é normal, ninguém acerta todas. Em todo caso, acho que serviu bem para pesquisar, pois pude constatar que meu jogo é mais inovador que esse e, muito provavelmente, melhor. Claro que sou um juiz tendencioso nessa avaliação, mas acho que estou correto sim. Em todo caso, o Brikks é como a maioria dos Roll & Write, reside muito no fator sorte. Dependendo do seu desenvolvimento do tabuleiro, uma peça ou outra irá lhe ajudar demais enquanto outras irão atrapalhar demais. É a natureza desses jogos mesmo e aqui não acontece diferente. Entretanto, acho que o maior problema do jogo é ser desbalanceado em termos das probabilidades das peças saírem. Isto é, é muito mais fácil sair qualquer uma das outras peças do que a peça quadrada e a retona. Não entendi muito bem essa escolha, mas é um tanto problemático sim. E, acho que no caso do Brikks os dados são uma péssima escolha. O jogo funcionaria muito melhor com Flip & Write, pois nada mais tosco do que três rodadas seguidas vir a mesma peça que não funciona no seu tabuleiro e você fica colocando ela em lugares totalmente sem sentido. Ou então, durante toda a partida nunca sair um determinado tipo de Peça. Com as cartas isso seria melhor controlado e devido a natureza de encaixe do jogo, acho que funcionaria muito melhor. Em termos de comparação, seria como no Ticket to Ride, em vez de cartas serem dados… Então, poderia acontecer de você nunca (ou muito raramente) ter acesso às cartas vermelhas e assim, nunca construir aquela única rota que estava faltando para cumprir o objetivo. É isso, joguei duas vezes, achei razoável, não tenho interesse em revisitar. |
038. Patchwork Doodle (2019) Jogado em 15/05/2020 com 1 jogador. Eu gosto bastante do Patchwork. Então, aproveitando a reca de Flip & Write, aqui vai mais um. Novamente, joguei acompanhando pessoal Online, assim tenho com quem comparar os pontos. Essa versão é, Patchwork destrinchado até o ponto de só existir a parte de montar um quadrado sem buracos. Então, foi-se o Time Track, a interação, a economia dos botões… Talvez você diria que não sobrou nada, mas como eu gosto do encaixe das peças, deu para divertir. Uma partida demora menos de 20 minutos, as decisões importam e no final das contas dá para passar o tempo. Joguei duas partidas seguidas, usando dois vídeos diferentes. Não é o tipo de jogo que valeria a pena comprar, mas com certeza vale dar aquela testadinha. Simples, direto e relaxante. Até estranhei a experiência, pois os jogos nesse estilo costumam ter um aspecto de frustração entranhado neles. |
039. On Tour (2019) Jogado em 17/05/2020 com 1 jogador. Sim, mais um Roll & Write totalmente multiplayer solitaire. Esse estava na Wishlist inclusive. Que bom que testei antes de desembolsar alguma grana. Basicamente, você joga dois dados de 10 e isso gera duas centenas que deverá ser anotada em seu tabuleiro para formar uma rota com números ascendentes. Todo o conceito e ideia do jogo parece boa no início e por isso fiquei interessado. Entretanto, o fator sorte é gigante. E como o quebra-cabeça de montar a rota não é trivial existe muita possibilidade para acontecer Analysis Paralysis. O que é muito estranho, para um jogo com tamanha simplicidade. Por conta disso, provavelmente é o Roll & Write mais demorado que joguei. Joguei duas partidas, todas acompanhando alguém Online, de uns 50 minutos cada. Para completar, no jogo ainda existem cartas que restringem onde você poderá escrever os números que saíram. Achei uma péssima decisão, isso só aumenta a quantidade de sorte no jogo e AP, já que escolher entre o pior e o menos pior demora. No final da contas, me senti refém das rolagens. A parte mais divertida do jogo é quando no final você tenta formar a melhor rota possível com a bagunça do seu mapa e, às vezes, consegue encontrar uma rota melhor do que você havia achado que faria. |
040. Cartographers (2019) Jogado em 19/05/2020 com 1 jogador. Já vou começar com positividade: melhor Flip & Write que já joguei. Como é gratificante ver um jogo nacional que é bacana assim. O jogo não é particularmente inovador, mas a junção das várias ideias deixam ele bem robusto, especialmente considerando seu estilo. O jogo tem interação, forçada, mas tem, querendo ou não é divertido influenciar no jogo do outro; o jogo tem sistema de pontuação feito Isle of Skye, que é uma das boas ideias do jogo; o jogo usa peça de tetris feito Patchwork e similares, sempre algo legal e eu gosto bastante. A união disso tudo faz o jogo ter uma experiência bem agradável sem ser complexa demais. Acho que Jordy encontrou um excelente balanço entre complexo o suficiente para não afastar novatos e também deixar os mais experientes satisfeitos. Os problemas estão lá, claro, mas não são tão ruins. Chega uma hora que as cartas não influenciam muito, especialmente próximo ao final da partida. Isso cria um final um pouco anti-climático. As pontuações dos objetivos não são bem balanceadas, de modo que algumas são mais “potentes” que outras… Em uma partida a mesa fez em torno de 60 pontos e na outra em torno de 100. Não porque são melhores jogadores ou não, mas sim pelos objetivos serem bem desbalanceados. Eu mesmo fiz 64 e 120. A variante solo tenta balancear isso, mas não é o suficiente, tanto que de uma partida para a outra a “regulagem” só diferiu por apenas 3 pontos. O que, nem de longe, reflete a dificuldade de uma partida para a outra. Então, considerando a pontuação solo, eu fiz -17 pontos numa partida e 36 na outra. Tirando esses por menores, recomendo demais conhecer Cartographers. Vê algum canal que tenha uma partida do jogo e joga junto com eles. Vale muito a pena. |
Eu ia encerrar essa postagem comentando sobre esse tanto de jogos e de outros jogos que joguei sozinho, mas acredito que isso irá prosseguir por um bom tempo. Então, vou guardar minhas observações sobre isso para o futuro. Quem sabe próxima postagem? Talvez nesse ritmo os próximos 10 venham rapidamente. Até lá.