Top 30 (#15 ~ #11)

Cá estamos nós na metade “superior” do Top 30! Jogos que me agradam bastante. Talvez a maioria das pessoas discordem, pois não são jogos muito populares. Parece ser aquele momento do Top 30 que aponta bem meu gosto pessoal, já que não seriam escolhidos pela maioria das pessoas. Então, chegou a hora do susto!

#15. Bomb Squad (2015)
Bomb Squad ultrapassou Space Alert por uma simples razão: consegui jogá-lo e fazer pessoas usufruírem da experiência. Inclusive, estou com um plano em mente. Pegar o pessoal que tiver gostado do Bomb Squad e tentar ver se eles gostam do Space Alert. Ah, que sonho. Mas não estamos aqui para falar de Space Alert. Bomb Squad pegou Hanabi e transformou em um jogo de verdade. Hanabi você joga e não sabe muito bem se venceu. Ou você vence quando faz 25 pontos? Se for esse o caso, é MUITO difícil vencer Hanabi. Eu mesmo joguei 27 partidas e cheguei no máximo à 21 pontos. Bomb Squad não, ou você vence desarmando todas as bombas ou você perde não desarmando. Ponto. O jogo tem algo a ser comemorado no fim. Que adianta jogar Hanabi e fazer 20 pontos? Você comemora o que? O fracasso de não ter feito 25? Sendo que Bomb Squad não é apenas um derivado de Hanabi. É um jogão. É desafiador, tem programação e tem cooperação de verdade. Cooperativo de verdade, pra mim, são aqueles que dão a oportunidade do jogador fazer algo pelo time, isto é, o time é tão bom quanto forem os jogadores dele e não apenas o melhor jogador do time. Então, jogos como Pandemic isso não acontece, já que é só você ouvir o jogador mais experiente. Aqui não, se você não jogar aquela carta que estão lhe dando dica para jogar, você compromete o grupo. Se você não rodar o robô agora, talvez ninguém rode, pois estão com duvida de ter ou não as cartas que precisa na linha de programação. Esses dois casos que citei acontecem bastante nas mesas com iniciantes. Então, com o passar do tempo o time se torna coeso e funciona como um reloginho. Sem esses engasgos. É o tipo de jogo em Tempo Real que é palatável para pessoas que não aguentam tanta pressão assim, pois o ritmo não é frenético. Se você não conhece e não costuma gostar de cooperativos, recomendo dar uma olhada.
Cada jogador é importante para o time;
Impossível ter Alpha Player sem quebrar as regras do jogo;
Duração fixa torna o jogo excelente para aquele momento “temos apenas X minutos”;
Mecânica do Hanabi explorada em um jogo “completo”.
#14. Battle Sheep (2014)
Olhando a capa de Battle Sheep a maioria das pessoas não dá nada pelo jogo. Entretanto, temos aqui um jogo abstrato com zero sorte e informação perfeita. Quem diria que um jogo de ovelhinha seria assim? Battle Sheep alcançou posição notória no Top 30, pois é o meu Gateway no momento. Levo ele em todo evento que vou e sempre uso para apresentar as pessoas e elas, geralmente, topam mais do que uma partida. Afinal, o novato joga Battle Sheep com uma pessoa mais experiente, a tendencia é perder. Sendo que você perde e sabe, quase de imediato, qual foi seu erro. Como o jogo é curto, tudo entra na memória com grande facilidade. Então, a pessoa se sente desafiada e instigada a tentar novamente. Pensando que não repetindo aquele erro, poderá vencer. Aí, talvez um outro erro apareça. Já tive várias partida acirradas de Battle Sheep, pois o caos presente na interação com vários jogadores é que faz com que esse jogo seja um bom Gateway. Esse caos possibilita novatos vencerem o jogador mais experiente. O que torna o jogo bem interessante para esse tipo de situação. Infelizmente não é a fórmula do sucesso para todo mundo, pois não existe jogo universal, mas tem servido como uma luva na maioria das vezes. Os componentes do jogo são um show a parte e costuma encantar a maioria das pessoas.
Jogo abstrato que engana pela roupagem temática;
Componentes excelentes, especialmente pelo preço do jogo;
Excelente como Gateway, pois é rápido, muito fácil de explicar e dá aquela vontade de jogar de novo para tentar vencer;
Curva de aprendizado bem recompensadora para novatos.
#13. Clans (2002)
Eu já comentei em vários momentos aqui no blog que gosto de jogos que existem várias cores que são compartilhadas os movimentos/ações entre os jogadores, mas cada um é uma delas secretamente. Esse estilo me inspirou na criação de um jogo e me fez ir atrás de jogos nesse estilo sempre que soube. Clans, para mim, é o melhor da categoria. Claro que não joguei todos, mas ele consegue inserir uma jogabilidade simples, mas que é interessante tentar ocultar sua cor e descobrir a dos outros jogadores. Provavelmente deve existir um jogo melhor no estilo, pois ainda acho que falta o elemento de dedução mais fortemente presente. Por isso que criei o meu jogo, que se eu pudesse avaliar talvez entrasse na frente do Clans? Clans é fácil de explicar, mas tem a elegância que todo jogo (bom) no estilo tem. O jogo vai além das regras, ele está presente na mente dos jogadores e na leitura da mesa. É uma dinâmica muito interessante para quem gosta de deduzir as coisas e ocultar suas intenções. É um jogo com possibilidades para blefar. Fantástico. Talvez com a mesa cheia as pessoas achem um pouco caótico, mas eu gosto com qualquer quantidade de jogadores. Infelizmente Clans está esgotado e Out of Print, mas foi relançado com outra roupagem com o nome de Fae e está disponível para compra no Brasil.
Design limpo e elegante;
Jogo abstrato com possibilidades de blefe e dedução;
Fácil de explicar, mas difícil de jogar bem;
Duração quase de um filler, mas com muitas decisões.
#12. Medina (2001)
Medina é um jogo abstrato cruel e com interação hostil nas alturas. Ele tem uma natureza similar ao Battle Sheep, só que com mais sangue envolvido. Pelo visto, a falta de ovelhas aqui tem um propósito: demonstrar que é um jogo para adultos. Em Medina os jogadores disputam os vários palácios que são construídos durante a partida. Clame um palácio para si cedo demais e ganhe poucos pontos. Demore muito e você perderá o palácio para outro jogador. Demore em excesso e você nem espaço direito vai ter para construir um palácio. É um jogo com decisões cruciais todo turno e que você tem que praticamente ler a mente do oponente para saber quando ele irá agir. Não recomendado para cardíacos.
Interação fortíssima sem precisar destruir nada do oponente;
Final da partida cria excelente espaço para fotos, com belos componentes e uma cidade completa montada;
Regras diretas: na sua vez coloque duas peças e pronto;
Consegue inserir praticamente um Push your Luck em um abstrato, criando bastante tensão e emoção na partida.
#11. Factory Fun (2010)
Galaxy Trucker me lembra muito Factory Fun, com alguns diferenciais que me fazem colocar Factory Fun acima. Galaxy Trucker é muito legal a parte de montar a nave. É um processo interrupto em tempo real bem divertido. Requer raciocínio e não só correria. O problema de Galaxy Trucker, está depois em “assistir” o jogo brincar com a sua nave. As decisões na segunda etapa são pouquíssimas e isso torna o jogo até enfadonho na segunda metade. Factory Fun removeu a segunda metade e tentou fazer todo o jogo na primeira metade. Eu acredito que funcionou. No final do dia, Factory Fun é uma evolução do design do Galaxy Trucker, só que com um tema sem graça. Apesar do jogo até parecer um pouco com trabalho (da vida real mesmo), ele me apresenta com quebra-cabeças que eu curto resolver. Então, o jogo é realmente divertido pra mim, vide seu nome… Sendo que pode não ser para algumas outras pessoas.
Quebra-cabeça diferente e interessante toda partida;
Muito raciocínio embutido em uma duração relativamente curta;
Mistura tempo real e intervalos de raciocínio de uma maneira que funciona;
É tão divertido que não me incomoda ajudar a otimizar a fabrica dos oponentes.

É isso pessoal, jogos realmente personalizados ao meu gosto. Nenhum deles sequer se encontra no Top 1000 do BGG, tirando a edição original do Medina (que não é a que eu tenho, mas é o mesmo jogo). Próximo mês começamos o Top 10. Aí sim, só jogos sucesso de crítica (vocês) e público (eu). Ou seria o contrário?

2 Comments

  1. David dos Santos Pereira
    18 de novembro de 2019

    Quando sai os próximos 5?

    Responder
    1. Roberto
      18 de novembro de 2019

      Opa David, vai ser a última postagem do mês (dia 29/11).

      Responder

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Scroll to top