Top 5 do Richard Garfield

Quando entrei no hobby não seria possível fazer um Top 5 desse Game Designer nem querendo. Parece que depois de lançar uma franquia de sucesso gigante, o camarada tirou umas férias de vários anos. Se não tivesse o nome no título, até que a gente podia brincar de adivinhação, né? Bom… Obviamente estamos falando de Richard Garfield, o monstro do Magic. Não sei como foi o contrato que ele assinou, mas se foi royalties o bicho com certeza é o Game Designer mais rico da Terra.

Então, Richard Garfield passou muitos anos sendo conhecido por Magic: The Gathering até que retomou suas atividades como Game Designers uns 20 anos depois e nos trouxe alguns jogos de tabuleiro modernos até que interessantes. Claro, que na época do Magic ainda teve um jogo extremamente negligenciado chamado RoboRally, que teve até uma re-edição em 2016.

O que posso dizer sobre o Game Design do estimado Richard? Eu, sinceramente, não saberia dizer muito. Entretanto, acho que ele adora texto e habilidades. Deve ser vício adquirido com os vários anos trabalhando com Magic. Todo jogo do Richard Garfield tem cartas com habilidades especiais. Ao menos todos que joguei. Não foram tantos, foram apenas 6. Inclusive, não foi tão difícil fazer um Top 5, mas claramente eu não sou fã dos jogos. Acho que já chegamos (e passamos) do ponto em que eu posso dizer quer acho o Top 5 dos Game Designers de fato “Top”. Bem, vamos lá.

#5. King of Tokyo (2011)
King of Tokyo é quase um Party Game. Talvez eu só não classifique-o como tal devido a quantidade de conflitos de regras que podem ocorrer com as habilidades especiais, e talvez até o fato de ter as habilidades especiais. Está na última posição, pois eu já cansei do jogo faz tempo. Para mim, a maior falha/problema do jogo são os números nos dados. Tá na cara que é desbalanceado e não faz sentido ser assim. Ficou a impressão que não teve mais ideias do que colocar e atolou 3 números distintos. Talvez nem tenha acontecido isso, mas desde a primeira partida que joguei eu achei isso. Outro fator que me incomoda é a eliminação de jogador. Pode acontecer de você ser eliminado e a partida durar ainda um tempão. Podem até dizer que o demérito é seu que arriscou demais ou algo assim, mas um jogo de Push Your Luck que você não tem incentivo em pressionar é um tanto contra-producente. Nas partidas que participo, geralmente vence a partida um jogador que não arrisca tanto. É raro ver uma virada ou uma reviravolta interessante ou talvez o jogo só não me interesse o suficiente para ver graça no seu fluxo usual.
#4. Android: Netrunner (2012)
Acho que você já está cansado de ouvir que não gosto de LCGs e aqui está mais um, por falta de candidatos. Joguei esse jogo apenas uma vez, mas gostei da assimetria do jogo. Eu diria até que é uma escolha bem corajosa de design, tendo em vista que esse estilo de jogo é bastante competitivo e jogos assimétricos são, por razões óbvias, desbalanceados. Achei que o jogo funcionou bem, mas talvez por ter jogado apenas com os decks iniciais ele demorou mais do que eu esperava. Alguns LCGs tem esse problema, da caixa básica ser relativamente fraca e simplória, deixando o jogo em um estado não-ótimo de partidas. Com as expansões a tendência é melhorar, tanto em balanceamento como em jogabilidade, pois o time de criação tem a possibilidade de ir testando mais o jogo e conhecer algumas estatísticas de “testes” (partidas reais) massivas. Bom, comparativamente com outros LCGs eu até que gostei desse. Jogaria outras vezes se surgissem a oportunidade, até para melhorar minha argumentação sobre o jogo e ter mais noção das possibilidades que ele proporciona.
#3. King of New York (2014)
Muitos não gostam dessa repaginação do King of Tokyo, mas eu gosto e, como você pode ver, até prefiro ao original. King of New York “ataca”  problema que descrevi lá em cima sobre os números e desbalanceamento com o dado. Não faço ideia se as faces estão balanceadas, mas pelo menos elas são diferentes agora. Consequentemente o jogo ficou um pouquinho mais complexo, mas nada exagerado ou que torne o jogo complicado. O combate é mais presente em King of New York, o que para mim é uma vantagem. Me pareceu ser mais difícil ganhar por pontos e isso, para mim, é uma vantagem. Eu acho vantajoso por dois grandes motivos: mais emocionante e menos estagnado. Um jogo com eliminação de jogadores não pode estagnar, pois um ou outro jogador estão apenas no modo defesa em busca de ponto. Enquanto isso, fica o coleguinha ousado que foi eliminado logo cedo chupando dedo.
#2. KeyForge (2018)
Conheci esse bem recentemente, tanto é que fez o Richard Garfield subir na ordem dos Game Designers, pois passou a ter seis jogos em vez de apenas cinco. Escrevi minhas impressões no Desafio 100N desse ano inclusive. Então, dê uma olhada por lá para saber minha opinião. Basicamente, KeyForge é um desses jogos estilo Magic e tantos outros mas com alguns twists que me agradaram e sem Deck Construction. Gostei do jogo e até cogito a possibilidade de comprar um Deck, se for bem baratinho. Como o jogo será lançado aqui pela Galápagos, acho difícil esse baratinho acontecer, mas se acontecer… Quem sabe? Mas veja bem, Quando digo bem baratinho, é bem baratinho mesmo. hehehe
#1. RoboRally (1994)
Como Cientista da Computação, não tinha como ter outro jogo como Top 1. Sim, RoboRally é velho, eu diria talvez até que é datado; tem seus problemas, como Runaway Leader; e pode ser super-longo, se você for leso e não souber montar o mapa direito. Entretanto, apesar de todos os defeitos eu me diverti. A programação é simples e intuitiva, a interação está lá e o caos pode ser engraçado (dependendo do seu humor). Não é o tipo de jogar que eu recomendaria a qualquer pessoa, na verdade não é o tipo de jogo que eu recomendaria alguém. Digo isso, pois quando adquiri o jogo apresentei para algo em torno de 15 pessoas e apenas uma (fora eu) gostou do jogo. Então, dado a amostragem, acredito que é um jogo meio polarizador, ou simplesmente negativo de modo geral. Acredito que o maior problema era a frustração das pessoas em não conseguirem fazer o que queriam. Aliados ao problema do Runaway Leader, muitos ficavam para trás e sem esperança de conseguir vencer ou sequer chegar próximo. Talvez a nova edição tenha melhorado toda a situação, parece que agora cada jogador tem um deck próprio, o que já diminui bastante o impacto da sorte que existia no deck comunitário.

É isso. E Magic? Não coloquei na lista, pois abomino esse jogo. A comunidade é um tanto tóxica e, para completar, eu não gosto do aspecto competitivo. Eu jogo para socializar, para queimar a cuca e para me divertir. Vencer é consequência de uma partida bem jogada, mas não é uma necessidade. Então, Magic realmente não é o jogo feito para mim. Completando o pacote: tem Deck Construction e é colecionável. Caixão e vela preta nesse bicho. Um jogo que ainda não joguei e estou curioso é o Bunny Kingdom, parece que virá ao Brasil. Então, grandes chance desse Top 5 se modificar em breve?

Segue os 6 jogos que joguei até hoje (22/02/2019) do Richard Garfield:

Por hoje é só. Algum jogo do Richard Garfield que você recomendaria eu conhecer?

6 Comments

  1. Cássio Nandi Citadin
    26 de fevereiro de 2019

    Fala Roberto. Cada vez mais difícil montar um top 5 de designers hein?

    Richard Garfield pra mim era O cara do Magic até eu entrar no hobby dos board games e descobrir que ele tinha algumas outras produções.
    Por muito tempo meu grupo (que veio basicamente do Magic) falava sempre “Ow, esse jogo ai é do mesmo cara do Magic!” “ashh sério? deve ser bem bom” hahaha

    Joguei apenas King of Tokyo da sua Lista, ainda antes de eu ser um hobbysta. Joguei duas partidas seguidas, uma primeira bem legal, e uma segunda interminável onde eu rezava para que acontecesse um cataclisma que me tirasse daquela cadeira. Pra vc ver, mesmo sem grande experiencia com jogos, eu já tinha percebido ficar vendo o amigo rolar e rerolar (e rerolar) os dados não era divertido.

    Sobre Magic, joguei bastante e o que te digo é que: quando vc está dentro do hobby (pq Magic é um hobby a parte) o jogo é excelente! Tb não sou do lance de competição, até pq o Deck Construction favorece o desagradável pay2win (quem tem mais grana, tem as melhores cartas). Um formato que me conquistou nos ultimos anos em que joguei (coisa de 6-7 anos atrás) foram os torneios limited (Selado ou Draft). Achei genial, pena que pro brasileiro é uma brincadeira de altissimo custo.

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    1. Roberto
      26 de fevereiro de 2019

      Com certeza cada vez mais difícil… hehehe

      Devo admitir que o cara sabe criar jogo que agrada muita gente. Nós podemos estar no espectro de pessoas diferentonas hehehehe

      E sobre o Magic, é aquela… O jogo é inteligentíssimo e o suporte também. E claro, como toda droga, quando você tá dentro é excelente. hehehehe

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  2. Fabio
    19 de fevereiro de 2020

    Nunca fui de jogar Magic, joguei umas 3 vezes para conhecer e achei interessante, mas nd q me despertou.
    Até então, só conheço o king of tokyo q achei ok!
    Tenho o bunny kingdom, mas ainda n estreiei.
    Tenho interesse em conhecer o keyforge.

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    1. Roberto
      20 de fevereiro de 2020

      Desde que montei essa lista joguei o Bunny. Impressões aqui: https://pinheirobg.com/index.php/2020/02/14/desafio-100n-2020-janeiro/

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  3. Hudson Moraes
    3 de maio de 2021

    Mais um que nunca tinha ouvido falar e despertou minha curiosidade: RoboRally. Conhece outros jogos com essa proposta? Já que esse não é bom.

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    1. Roberto
      3 de maio de 2021

      Opa Hudson,

      Se você gostar da ideia de programação, recomendo o Bomb Squad. Por sinal, como tu se interessou por Hanabi, Bomb Squad é basicamente a mesma mecânica base, mas com um jogo em tempo real por cima.

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