Chegadas e saídas #46

Pronto, agora lascou tudo. Chegaram vários jogos e saíram pouquíssimos. Pois é, teve Math Trade, teve o Diversão Offline e teve eu comprando na Amazon.

The Dragon & Flagon (2016)
Eu até que achei o jogo interessante, seria o que C3X teria sido se eu tivesse trabalhado mais e conhecido mais jogos na época. Só que ainda tem alguns problemas: complexidade desnecessária, explicação um pouco complicada por conta de várias assimetrias e detalhes, em inglês. Sim, atualmente, jogo em inglês é um problema. Acho que 80% das pessoas que jogo não sabem o suficiente para jogar. Então, tenho repassado jogos com forte dependência de idioma ou que precise ler coisas na sua mão em outro idioma. Entretanto, eu trocaria esse jogo de toda maneira, pois existem outros problemas que incomodam: o sistema de Time Track é horrível. De modo geral, tudo custa 1 ou 2 de tempo. Você anda na linha do tempo com seu personagens e aguarda chegar novamente naquele tempo. O empate é constante, logo, vira muito aleatório toda a situação. Assim, a mecânica perde completamente seu brilho. Teria sido melhor simplesmente ir rodando na mesa mesmo e se alguma habilidade for forte demais, o jogador simplesmente perde um turno. Pronto, simples, prático e fácil. Tá bom que tem coisas que custam 3 turnos, mas é bem raro. Podia dar alguma condição pro personagem também para diminuir isso, mas claramente esse jogo se beneficiaria da remoção dessa mecânica. Então, mesmo que fosse em português, a única diferença que faria é que eu teria jogado mais vezes antes de me desfazer. Só isso. Ah, esse jogo foi trocado por um outro que vai aparecer mais na frente.
Mental Blocks (2019)
Esse é basicamente o La Boca (ou atualmente o Recto Verso) cooperativo. É um jogo que você precisa seguir informações de uma carta para montar uma estrutura colorida. Eu até gosto da ideia e pensei em jogar todos os sei lá quantos puzzles que tem antes de me desfazer. Afinal, são apenas uns 10 minutos a partida. Entretanto, esse Mental Blocks é um jogo para 2-9 jogadores, mas que funciona (claramente) melhor com 4. Não tem sentido eu ter esse jogo, que peguei por ir até 9 jogadores, mas ele só prestar para jogar com 4. Jogos para 4 jogadores eu tenho bastante, o que faz com que esse daqui nunca seja jogado. Foi-se. Esse foi mais um trocado na Math Trade Brasil pelo jogo abaixo.
Cuzco (2018)
Primeiro a chegar da Math Trade. E sim, eu troquei esse no Mental Blocks. Me pareceu vantajoso, mas vai que não foi, né? Eu tenho dado azar com o Kramer & Kiesling, acho que o estilo de design deles não me agrada. Já joguei vários jogos. Vários mesmo. Só para dar uma noção, uma pequena lista do que joguei e não achei lá essas coisas: Tikal, Mexica, Carrara, Renature, Nauticus. Aí eu, trouxa como sou, estou torcendo desse ser uma exceção, mas duvido. Mais uma curiosidade: esse jogo tem o mesmo nome de um novo do Feld que é uma reimplementação do Bora Bora. Esse estou interessado em testar e quase certeza que vou gostar, pois gostava do Bora Bora.
Isle of Skye (2015)
Esse é o segundo jogo que tenho por uma segunda vez e me desfaço. Ficou curioso para saber o outro? Já digo. Isle of Skye é um joguinho que mistura leilão com colocação de peça estilo Carcassonne, só que cada jogador com seu próprio mapinha/tabuleiro. Então, na primeira vez comprei pensando nesse twist. Gosto do Carcassonne, não acho excelente, mas o suficiente para tentar uma “variação”. Só que Isle of Skye tem nada a ver. É um jogo completamente diferente, o que não necessariamente é algo ruim. Entretanto, a mistura com leilão não desceu bem comigo. Pareceu que ficou muita responsabilidade (precificação) por parte dos jogadores. E, sabemos que os jogadores são meio vida louca. Fora que junta isso com o fato de que realmente definir esse preço não é trivial. Depende demais da mesa e se sua percepção de valor for diferente da dos outros (e será) você terminará mal com a sua grana. Seja por ter botado um valor elevado em uma peça sua e ninguém levou, mesmo sendo excelente para algum jogador, mas preferiram economizar uma ou duas moedas por uma peça muito pior. Ou você comprou algo muito caro e nunca mais conseguiu recuperar o dinheiro. Bom, eu peguei nessa segunda vez na esperança de ter mudado um pouco de gosto e talvez apreciar mais o jogo, mas foi ainda pior a experiência do que a primeira compra. É isso aí. Esse foi vendido. O outro jogo que tive duas vezes e já me desfiz também é o Mamma Mia! Talvez você nem saiba do que se trata, mas pesquisa, alguns dirão que é o melhor jogo do Uwe Rosenberg hehe.
Covert (2016)
Eu queria conhecer esse jogo, pois me lembrou muito Distrito 6. Obviamente que não pelo tema, mas sim pela mecânica de alocação de dados. Entretanto, ao jogá-lo vi que não tem tanto a ver assim e que prefiro o meu. É raro eu dizer isso, mas realmente, prefiro. Não que Covert seja um jogo terrível, eu gostei, mas me incomodou uma série de coisas, em especial o fator sorte presente no jogo. Não na rolagem dos dados em si, mas na parte de quebrar código e também pelo caos natural do jogo. Além, claro, das cartas de objetivo, que você pode simplesmente pegar uma praticamente já feita e valendo vários pontos e outra bem longe de fazer e que vale menos. Ficou bem esquisito o balanceamento dos objetivos. Acho que usaram a metodologia incorreta, dando muitos pontos para coisas que é possível cumprir sem nem estar tentando. Termina que essas pequenas coisas me deixaram sem tanta vontade de jogar o jogo e, por fim, troquei nessa Math Trade que teve por um jogo que provavelmente vou gostar menos ainda. Sim, pessimista (ou realista, dado minha chatice).
The Lost Code (2022)
Esse jogo rodou para chegar até mim, viu? Um amigo trouxe de Portugal para Recife e depois outro enviou para Juazeiro do Norte. Tudo isso, pois Lost Code é um jogo de dedução usando números com dinâmicas bem parecidas com um jogo que estou criando. Então pensei: vou adorar o jogo e vou poder ver se estou no caminho certo e o que posso mudar no meu jogo para deixar mais legal. Resultado? Odiei o jogo. Não é que minha expectativa estava alta, o jogo é que tem vários problemas mesmo. Insisti jogá-lo mesmo depois de ter visto que não era pra mim e a mesa toda confirmou que o jogo não é legal. Basicamente é um jogo de dedução sem muita importância na dedução e que a dedução é feita por meio de chutes. Vai muito na contramão dos jogos no estilo, talvez eu recomendaria esse jogo para quem odeia jogos de dedução, não para quem gosta. O que seria uma indicação no mínimo esquisita. Bom, foi embora bem rapidamente. Triste isso, veio de tão longe.
District Noir (2016)
Comprei esse no Diversão Offline, mas nem lembro como que é. Nas minhas vagas recordações é um jogo meio que detetive com blefe totalmente focado para dois jogadores apenas. E é isso. Por qual motivo comprei? Ia sair novamente do DOFF sem comprar nada, aí dei aquela passada aos 45 minutos do segundo tempo na Paper Games e levei esse (que eu tinha até anotado) e o jogo abaixo. Espero que minha compra na semi-louca tenha sido uma boa compra.
Akropolis (2022)
Segundo jogo que peguei no Diversão Offline. Esse eu vi vídeo e tava até no Want to Play. Até onde me lembro é um jogo meio abstrato com construção de padrão que você empilha os tiles em formato hexagonal. Sim, umas descrições meio bostas nessas Chegadas mas é o que tem. Na real na real, eu queria o boop… Mas acabou. Aí fiquei com esses. Espero que funcione aqui em casa.
In the Year of the Dragon (2017)
Joguei apenas uma vez esse jogo do Feld e ele faz essencialmente o que eu não gosto na maioria dos jogos: o jogo fica lhe batendo, em vez dos outros jogadores. Entretanto, não sei por qual razão eu gostei bastante da primeira partida e ficou uma marca boa do jogo. Apesar de ser um jogo difícil e com potenciais de frustração, pra mim toda a dinâmica fez sentido e se converteu em um quebra-cabeça intrigante. Peguei a versão de aniversário na Math Trade só que “troquei” por dinheiro. Então, essencialmente eu comprei. Como é a edição de aniversário, é diferente da edição que joguei tempos atrás. Então, sim, irá aparecer em algum momento no Desafio 100N. Não tou roubando: tem outra entrada no BGG é outro jogo, ué.
Batman: The Animated Series – Gotham City Under Siege (2018)
Admito que peguei esse pelo tema. Que não é apenas sobre o Batman. É especificamente o Batman da série animada, que devo ter visto vários episódios quando mais novo. Esse eu também consegui em uma Math Trade sem nem olhar muito sobre o jogo. Só vi que era cooperativo e com Dice Placement. Então, decidi arriscar. Não sou lá muito fã de cooperativos, mas gosto da mecânica. Já joguei esse mês, em breve as impressões no Desafio 100N.
Azul: Queen’s Garden (2021)
Minha versão preferida do Azul: mais pesado e com puzzle mais complexo e interessante.  Agora não existem apenas cores, mas sim cores e símbolos e sua meta é conseguir o máximo de combinações possíveis no seu tabuleiro pessoal. Apesar de ser o que mais gosto, existe um negócio esquisito nesse Azul: apesar de ser o mais complexo, ele tem um fator sorte que me incomoda que não há nos outros Azul. Aqui você não alimenta a mesa toda apenas no início da rodada, você alimenta sempre que alguém compra algo do bolo principal. É meio esquisito a priori e até a posteriori hehe, mas ainda assim acho esse o melhor Azul por conta do quebra-cabeça envolvido. Penso até em botar alguma variante para tirar isso, mas odeio criar variantes… Sinto que tou fazendo algo sem sentido, já que o autor teve o trabalho gigante de elaborar o melhor jogo possível. Entretanto, talvez ele tenha pensado: já existe tanta possibilidade de AP no jogo que não vou deixá-lo mais complexo e por isso tem essa parte, que me incomoda, mais aleatória na partida. Bom, vamos ver o que o futuro reserva. Ah, esqueci de dizer: não comprei esse não, peguei numa troca.
Awkward Guests: The Walton Case (2016)
Depois da imensa frustração do The Lost Code, ainda tive coragem de ir atrás de mais jogos de dedução. Entretanto, acho que esse segue uma linha mais padrão. É um jogo que eu estava de olho mesmo antes de anunciarem aqui. Então, que bom que trouxeram, pois imagino que tenha muito texto no jogo, o que inviabilizaria adquirir em outro idioma. Peguei numa troca e lacrado, então esse vai demorar mais para estrear. Alias, outro de dedução que ainda está lacrado e esperando ver mesa é o Em Busca do Planeta X. Então, vou dar preferência a esse.
Challengers (2022)
Esse e o Quest eu peguei na Amazon. Teve uma promoção mixuruca e aproveitei. Pois é, esse mês comprei muito, vou parar agora. Só compro depois de fazer leilão e dar uma diminuída nesse bolo de jogos. Challengers é um jogo que conheci no Spa de Jogos e curti muito mais do que eu esperava. É um jogo meio bobo, mas divertido pela atmosfera que gera durante a partida. Basicamente, é como se você tivesse jogando um campeonatozão, mas ele não demora nem 1 hora direito. Duração muito boa, comporta vários jogadores e é relativamente fácil de explicar. O problema? É que funciona melhor em números pares. Então, talvez role de aparecer 7 pessoas e eu não querer botar ele, pois vai ter um jogador robô no meio. Apesar de tudo, acho que vou testar com número ímpar em algum momento para ver se realmente tira parte do brilho do jogo.
Quest (2021)
Esse é o que o pessoal chama de The Resistance para gamers. Então, me interessou, pois para mim o jogo original é muito de vencer no grito. Rola umas partidas bacanas? De vez em quando, mas de modo geral eu sempre achei The Resistance um jogo fraco mecanicamente… Como vi que nesse falam exatamente o oposto, resolvi pegar. Na minha coleção faltam jogos para jogar de galera. Aí, termina que sempre jogamos os mesmos. Então, resolvi ampliar um pouco com esse e o Challengers logo acima. Esse eu já joguei esse mês, então, em breve as primeiras impressões no Desafio 100N.

É isso, passei do limite demais. São… Deixa eu contar. 64 jogos. Planos para resolver isso? Jogar todos esses jogos até meados de Agosto. Ver quais vão ficar e quais vão sair, fazer um leilãozão em Agosto ou Setembro. É isso.

4 Comments

  1. Cesar Cusin
    21 de junho de 2024

    Ei, se for passar alguns, me avise… rsrsrs… In the Year of the Dragon, Quest, Challengers (quero jogar) e Batman (quero jogar)…

    Responder
    1. Roberto
      21 de junho de 2024

      Beleza 😉

      Responder
  2. Thiago Guido Vieira Ribeiro
    26 de junho de 2024

    Não sei se já te perguntei, mas já jogou o turing machine? Excelente jogo de dedução. Convidados indesejados também é bem divertido, principalmente, o lance de “comprar” as cartas/dicas dos adversários.

    Cara, the resistance foi o primeiro jogo moderno que conheci, assim que tenho um carinho por ele. Quando jogar o Quest traz sua opinião, fiquei curioso nesse jogo.

    Responder
    1. Roberto
      26 de junho de 2024

      Turing Machine eu joguei já, tive uma primeira impressão horrível… Aí dei uma segunda chance tá menos pior, mas apesar de ter melhorado minha opinião sobre o jogo, mantive o mesmo feeling da primeira vez: os puzzles iniciais tem muita sorte na escolha inicial dos números e máquinas que vai usar. Queria jogar um puzzle mais complexo, pois imagino que aí essa sorte tem menos impacto já que vão ser necessárias várias perguntas e não só umas 4/5.

      O convidados indesejados eu acabei de pegar numa troca, aí vou jogar eventualmente. Estou com boas expectativas com relação a ele.

      Massa, vai ter opinião do Quest daqui a pouco (na postagem do Desafio 100N desse mês).

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