Desafio 100N (2024) Fevereiro

Passou o melhor mês do ano. Hehe.

008. Res Arcana (2019)
Jogado uma vez com 2 jogadores.
Sempre tive curiosidade de conhecer esse jogo, não sei bem qual a razão. Talvez por ser o mesmo criador do Race for the Galaxy, mas ser um jogo que pareceu mais simples e igualmente interessante? Joguei só uma partida e o que ficou marcado na minha cabeça é que você recebe 8 cartas pro seu baralho e pronto. Essas cartas são completamente aleatórias. Tá bom que tem uma variante de Drafting mas acho sempre uma solução de procedência duvidosa. Voltando, você recebe essas cartas completamente aleatórias e deve lidar com elas para montar sua estratégia. A ideia não é terrível: lidar com a aleatoriedade e tentar extrair o máximo possível disso, mas claramente não é balanceado. Existem cartas que funcionam melhor em conjunto com outras, claro, sendo assim, você pode pegar um baralho ruim. Pronto, esse para mim é o defeito do ponto de vista de design mesmo. Fora isso, o jogo não combina comigo mesmo: jogo de combos e sinergias com algum Take That deslocado. Achei o jogo de modo geral bonzinho. Tenho até a curiosidade de jogar novamente, para ver as outras opções e ver se minhas impressões seguram por mais do que uma partida, mas não faço tanta questão assim.
009. Fort (2020)
Jogado uma vez com 2 jogadores.
Eu jurava que esse jogo era bem pesado. Não sabia bem o motivo, mas depois foi que percebi: é da mesma empresa de Root e tem o mesmo “estilo” artístico. Só que não tem nada a ver com Root e nem é pesado. É um Deck Building com uma temática interessante: crianças brincando. Se você acompanhar minhas reclamações, sabe que não gosto muito da mecânica. Entretanto, aqui até achei interessante a dinâmica, pois é algo bem diferente. Em suma, você não fica comprando carta, mas sim você é obrigado a pegar uma carta. Isso pode ser bom ou ruim. E ainda tem uma dinâmica que essa carta que  você pega ser do oponente ou não. O que pode fazer você ajudá-lo a diminuir o deck ou atrapalhá-lo em manter as cartas que gostaria. Achei tudo isso bem inteligente. Entretanto, no final das contas, o jogo apesar de toda essa sagacidade, caiu no meu conceito ao propiciar diversos caminhos para a vitória, mas que apenas um deles realmente importa: fazer o seu forte. Isso por si só não é um grande problema, pois você pode identificar isso e a partida virar exatamente investir no forte e ganhar uns pontinhos extras com outras coisas. Só que… Você pode não construir o forte por uma mera questão de timing e azar de não ter as cartas certas no momento certo. E aí? Perdeu. Então, por mais sagaz que tenha sido a mecânica de Deck Building, o jogo como um todo não conseguiu a mesma proeza, eu diria que é até meio burro. Ou ao menos foi a impressão que tive com uma mísera partida.
010. Nós não testamos esse troço (2012)
Jogado duas vezes com 2 jogadores.
Da infame série de jogos da Buró que nunca deveriam ver a luz do dia. Brincando, eu entendo que esses jogos sejam publicados, mas é extremamente frustrante ver um negócio completamente avacalhado ser vendido em todo o território nacional e tanto jogo (bom) de game designer nacional negligenciado pelas editoras. E eles de fato não devem ter testado esse troço. Esse é um jogo-piada, literalmente. Eu venci na primeira rodada com uma carta que me daria a vitória se todos na mesa tivessem alguma peça de roupa azul. Pior jogo que joguei na vida até hoje.
011. Nessos (2018)
Jogado duas vezes com 4 jogadores.
Jogo de blefe bem simples. No seu turno, você precisará passar uma carta pra um jogador. Se a carta for boa, você não pode mentir, se for ruim, deve mentir. Aí o jogador vê se aceita, se devolve ou se passa pra outro jogador com mais uma carta. Tem alguns momentos engraçados, mas não acho que dura muito tempo. Jogamos duas partidas na sequência e eu já não queria mais ver a cara do jogo. Acho que o problema, para mim, é que é muito difícil pegar o blefe de alguém aqui e termina que a decisão se torna quase que aleatória. E como todo o jogo é baseado nisso, o jogo inteiro fica com decisões na doida. Claro que existem momentos que é possível tomar decisões com mais informação, mas nesse momento já vai estar pouquíssimos jogadores na mesa. Aí, nesse momento, o jogo se torna enfadonho.
012. Northgard (2022)
Jogado uma vez com 4 jogadores.
Antigamente eu achava que era exagero das pessoas dizer que os jogos de Kickstarter eram só beleza e ruins. Entretanto, depois de várias experiências, estou percebendo que é o caso da maioria sim. E veja bem, esses são jogos que saíram no Kickstarter e fizeram sucesso o suficiente para serem trazidos pro Brasil. Isto é, houve uma triagem gigante para esse jogo chegar aqui e ainda assim conseguiu chegar. Não entendo, que escolha errada de jogo pra trazer. E pelo visto não se deu bem no mercado nacional, pois já teve umas promoções com descontos bem altos. Ok, mas quais os problemas de Northgard? Vamos começar pelas bobagens: ele tem um Deck Building, mas é bem ruim o sistema (basicamente você pega uma nova carta toda rodada, pega primeiro quem passar primeiro). Tá certo, talvez o sistema não seja tão ruim, mas as cartas são bem discrepantes e eu diria desbalanceadas mesmo. Tem umas cartas com Take That bem tosco, o jogo já é de combate e controle, aí do nada você pode jogar uma carta para impactar num oponente do outro lado do mapa? O combate por si só não é divertido, você se move, aí cada jogador rola um dado e soma com suas tropas. Cabou-se. É simples e funcional, mas simplesmente entediante. Ficar na defensiva é melhor do que na ofensiva, o único benefício de atacar é se for para obter a vitória. Ficar se matando rende o problema clássico de quem lutou se enfraquecer, enquanto os outros ficam mais fortes. Por conta da maneira que o jogo funciona, é melhor também atacar o mais fraco e mais próximo de você do que o mais forte, o que deixa o jogo propenso à um jogador ser esmagado pelos demais. Afinal, pra que vou atacar aquele jogador bem forte e talvez ser atacado de volta, se posso simplesmente tomar esse território desse pobrezinho que está completamente dizimado e não conseguirá reagir e vai me dar a mesma quantidade de pontos? E por fim, o pior problema de todos para mim, dá meio que pra bugar o jogo com a ação “Substituir”. Dado que você tenha recursos suficiente de Sabedoria (e provavelmente terá, pois ele só é usado realmente duas vezes na partida) você pode ficar passando eternamente para forçar ser o último da rodada e realizar ataques sem represálias e talvez ganhar o jogo. Claro, os outros jogadores poderiam fazer o mesmo, mas percebe como é meio bosta você fazer uns 8 turnos de: “vou gastar uma Sabedoria para descartar essa carta e comprar uma nova”. Eu entendo a existência da ação (mitigar sorte e até estratégia para atrasar sua jogada e ver o estado do tabuleiro), mas é algo que pode ser abusado. Será que existe uma regra que passou em branco que não é possível repetir uma ação? Duvido mas seria uma solução relativamente simples para o problema, mas só isso não seria o suficiente para tornar o jogo bom.
013. Pescado Novo (2023)
Jogado uma vez com 4 jogadores.
Mais um desses carteados que não entendo o sucesso que fazem e nem o apelo que possuem. Minto, até entendo sim, mas com certeza não é para mim. São, essencialmente, jogos de contagem de carta, memorização e sorte. Só coisa que não me agrada. Só explicando: no seu turno você joga uma carta na mesa, se completar uma soma de 15 você leva as cartas como ponto pro futuro. Se completar uma soma de 15 e limpar a mesa, aí é melhor ainda. Só pela leitura, acho que dá para perceber como é gigante o aspecto da sorte. Vamos suporte que na mesa tem um 8, chegou na sua vez… Se você tem um 7, ótimo: ganhe um ponto. Se não? Triste para você, jogue uma carta. Mas qual? Uma baixa pode lhe lascar, pois o oponente pode ter a carta certa que juntando com as outras da mesa chega em 15. Então, vou jogar uma carta alta, assim talvez você evite o oponente de ganhar mais pontos, mas ainda assim ele pode pegar as cartas. E como tomar essa decisão? Se você tiver contando as cartas e prestando muita atenção nas jogadas dos jogadores, você vai ter alguma noção do que tem na mão do oponente e tomar uma decisão semi-informada. E se não contou? Aí é só no random play. É como eu jogo e, por consequência, me faz não gostar do jogo, pois sinto que estou só como elemento do caos, sem jogar o jogo, mas sendo jogado por ele.
014. That Time You Killed Me (2021)
Jogado duas vezes com 2 jogadores.
Eu gostei da proposta e da ideia em si. Queria conhecer, mas não estava com a expectativa elevada. O terreno era fértil e talvez por isso eu ainda não faço ideia do que achei do jogo. No final, me pareceu que a ideia é boa mas a execução falha. Falha no sentido de que o jogo pode ser muito punitivo por decisões incorretas e, por consequência, deixa os jogadores com muito Analysis Paralysis, justamente para não cometer deslizes bobos que irão lhe custar a partida. Talvez mais partidas me ajudem a decidir. Entretanto, a priori, não é um jogo que compraria, por exemplo. Adoro abstratos, mas esse dá um nó na cabeça que não é tão divertido quanto eu esperava que fosse.
015. Pocket Battles: Confederacy vs Union (2014)
Jogado uma vez com 2 jogadores.
Eu já tive esse jogo antes, a versão dos Celtas contra os Romanos. Troquei ou vendi sem nunca ter jogado. Pelo visto foi uma decisão acertada. Pocket Battles é um jogo datado e que não envelheceu bem. Os dados tem um impacto tremendo no resultado do jogo. Um acerto tem muito impacto em uma batalha, pois as unidades morrem facilmente. Não existem tantas rolagens de dados, então a sorte não é diluída no decorrer da partida, é simplesmente mostrada nua e crua para você ver que perdeu (ou ganhou) por azar (ou sorte). Completando a situação ruim: o jogo tem muita regra para o tamanho, são vários detalhes e habilidades especiais. Talvez para quem goste de TCGs seja interessante, pois existe a montagem do exército, mas essas coisas não me agradam.
016. InBetween (2017)
Jogado uma vez com 2 jogadores.
No começo achei o fluxo do jogo meio confuso e fui jogando sem saber bem as melhores decisões. Depois de umas rodadas, finalmente, o jogo clicou e passei a jogar direito. Venci, o que me deixou a impressão que o jogo é desbalanceado, pois joguei bem umas quatro rodadas totalmente na doida. Em todo caso, mesmo depois de entendido o jogo, a experiência não foi tão interessante. Achei que o jogo tem muito texto para ser lido em uma mesa com cartas muito afastadas, aí você precisa ficar lendo repetidas vezes as habilidades ou memorizá-las (o que é bem ruim, não tem uma iconografia pra ajudar). A temática do jogo, que poderia ser algo que agradasse, não pesou. Achei muito abstraída, podia ser praticamente qualquer batalha entre duas forças antagônicas, não precisava nem ser ficção, podia ser um jogo sobre política e daria no mesmo. No final das contas, o jogo é só um cabo-de-guerra gigante com um conjunto de regras um pouco esquisito.
017. Café (2020)
Jogado uma vez com 3 jogadores.
Jogo focado em otimizar o seu tableau. Durante a partida, você vai pegando cartas e formando um tabuleiro pessoal no qual as cartas ficam umas sobre as outras. Essa dinâmica não é nova, mas eu acho interessante. O problema aqui, é que como existem diferentes funções para os ícones, existe um certo desbalanceamento nas cartas que você adquire. O jogo dura rodadas suficiente para mitigar isso? Talvez. O problema é que pode acontecer também de algumas rodadas não vir nada que você estava particularmente interessado. Apesar disso, eu até gostei do fluxo do jogo, de algumas ideias e do fator estratégico. Só que esse jogo não presta para jogar com mais do que dois jogadores. Interação mínima e só atraso na jogabilidade. Talvez por isso, eu também não gostei tanto, cada vez mais esses jogos solitários não me agradam. Precisa ser um jogo muito bem resolvido e estratégico para eu achar bom. Além (e provavelmente por conta) da falta de interação, o jogo pareceu longo. Muito laborioso para algo relativamente simplesmente e direto. Jogaria novamente, só para testar umas teorias que formulei na minha cabeça louca e umas estratégias que me pareceram legais.
018. Spellbook (2019)
Jogado uma vez com 2 jogadores.
Jogamos a versão mais para iniciantes possível. Achei um pouco entediante e, ligeiramente, sem decisões. Assim, existem decisões, mas eu me vi repetindo elas durante boa parte da partida. Deu aquele feeling que não gosto em jogos de Rondel ou Deck Building: repetir e repetir, pois você criou algum combinho forte e que não vale muito a pena expandir além dele. Jogaria novamente com cartas mais avançadas, para sacar se o jogo adquire algum dinamismo.
019. Air Land & Sea (2019)
Jogado três vezes com 2 jogadores.
Acho que minha expectativa tava meio alta. Não que seja um jogo ruim, mas já entregando minha opinião final: prefiro Battle Line. Air Land & Sea, é meio que um Battle Line mas só com três disputas (em vez das 9 bandeiras) que adiciona habilidades especiais nas cartas. Foi burrice minha, né? A parte que menos gosto do Battle Line são as Cartas de Tática. Que são justamente as cartas com habilidades especiais. Prefiro muito mais a elegância e simplicidade do baralho só com cartas coloridas e com números do que cartas com habilidades que deixam tudo mais caótico. O pior é quando você joga uma habilidade, faz seu efeito, e na sequência o oponente faz uma jogada só para desfazer o que você fez. Em todo caso, nas duas últimas partidas tomei duas surras grandes. Isso me deixou intrigado. Vou jogar mais algumas vezes para ver se entendo mais o jogo.

Pronto, esse mês compensou o outro, foi uma média de 9,5 jogos por mês. O que é maior que o que preciso (8,3). Ano começando bem.

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