Desafio 100N (2023) Junho – Parte 1

De novo essa zona de duas partes? É, meus camaradas, foi muito jogo esse mês. Motivo? Ida à São Paulo, mais especificamente, ida ao Diversão Offline.

062. Fantasy Realms (2017)
Jogado em 07/06/2023 com 4 jogadores.
Esse jogo eu já conheci em São Paulo, só que não foi no Diversão Offline. Antes do Diversão Offline, eu fui em um evento chamado Joga Tina. Sim… Trocadilho infame. É um grupo de jogos estilo a Taverna, inclusive eles jogam em um shopping. Vamos falar dos jogos, né? Fantasy Realms estava no meu Want to Play. A ideia me pareceu interessante: basicamente você precisa compor um baralho de 7 cartas que lhe dê o máximo de pontos possível. Não achei o jogo ruim, mas os pontos podem dar uns saltos gigantes por conta de alguns combos e isso me incomoda muito. Isto é, por uma carta eu não ganhei por um mói de ponto e perdi por um mói de ponto. Fora que o jogo é muito rápido e quanto mais jogadores, mais imprevisível fica. Outro problema é a contagem de pontos, meio chata e passível de erro. Para corrigir existe um aplicativo. Se eu tivesse um jogo sempre contaria com o aplicativo meus pontos. Resumindo: até jogaria mais uma vez perdida para testar mais um pouco, pois é muito rápido, mas nem de longe compraria.
063. The Great Dalmuti (1995)
Jogado em 07/06/2023 com 8 jogadores.
Joguinho de Climbing do jeitinho que eu odeio: puro caos e pura aleatoriedade e bem próximo à zero estratégia e tática. Eu não gosto de Climbing, mas esse é um dos piores que já joguei, pois além de todos os defeitos já citados ainda tem um Runaway Leader implementado de propósito no jogo. Engraçado que lançaram um jogo nacional bem parecido e eu já falei dele por aqui, veja lá o que falei que o mesmo vale para esse.
064. Break the Cube (2022)
Jogado em 07/06/2023 comjogadores.
Joguei apenas uma partida mesmo mas até gostei. Eu achei que ia ser inviável jogar por conta dos blocos coloridos, mas funciona, pois eu tenho sempre os blocos que estou tentando adivinhar (ou sendo adivinhados) à mostra. Sendo assim, posso simplesmente apontar para a peça em vez de ficar falando em cores. Em todo caso, o que não gostei do jogo foi o final. Achei bem estranho. Na partida que joguei 3 pessoas venceram (jogaram 4). Então, talvez seja um jogo fácil demais. Eu preferi o Break the Code, só que ele é menos acessível por conta de toda a matemática envolvida. Inclusive, nesse jogo existem os mesmos problemas de Break the Code, isto é, o jogador dar dica errada e estragar a partida. O problema é que aqui a gente não anota nada, então fica ainda mais difícil saber se a pessoa deu dica errada ou não. Em suma: fiz bem em não comprar (tava na Wishlist), pois o Break the Code faz tudo que esse faz só que ligeiramente melhor, ao menos para mim e meu estilo.
065. Santa Monica (2020)
Jogado em 10/06/2023 com 4 jogadores.
Pronto, finalizado o Joga Tina. Agora vamos começar com os jogos que conheci no Diversão Offline. O primeiro foi Santa Monica, fui prestigiar a Vem Pra Mesa (Editora do Distrito 6) passando um tempinho por lá. Eu não tinha expectativa nenhuma com esse jogo, apesar do pessoal ter achado bonito e eu ter colocado no meu Want to Play. E ao terminar a partida continuei igual a como eu estava. Estavam fazendo uma versão demonstração, que eu até entendo, mas meio que me perdeu nesse processo. Não dá para avaliar bem se o jogo é balanceado ou não, interessante ou não. A priori eu vou dizer que não gostei dos meeples que dão bônus para certas cartas naquele momento, isso só dá uma vantagem aleatória para o jogador que quiser as cartas certinhas. Jogaria novamente de boas, o jogo tem uma premissa interessante e fiquei curioso para de fato analisá-lo em uma partida completa. A partida que jogamos deu empate e disseram que era vitória compartilhada: mentira. Chequei aqui no manual depois. Acho paia o monitor fazer isso. Fica aí o recado para a Editora ficar ciente, se é que estão lendo aqui.
066. Yozu (2019)
Jogado em 10/06/2023 com 4 jogadores.
Mais um da Vem Pra Mesa, dessa vez um jogo de memória: nem de longe meu estilo favorito. Entretanto, a memória é mais de muito curto prazo e relativamente de boas. Dá até para explicar fácil: você precisa juntar quatro cartas ou da mesma estação ou do mesmo bicho. Você faz isso ao adivinhar a carta na mão do outro jogador por eliminação (ou pura cagada mesmo). O jogo funciona relativamente bem, exceto por algo crucial para ele funcionar: o jogador que for chutar a carta, nunca pode dizer o que foi dito como acertado pelo jogador anterior. Isso gera uma certa dificuldade de fluxo de jogo. Em alguns momentos nós erramos essa regra ou cometemos gafes. Eu entendo a razão, mas claramente é algo colocado para o jogo não quebrar. Não sei se jogaria novamente, pois tenho a impressão que “vi tudo” do jogo em uma única partida.
067. Terra Mare (2021)
Jogado em 10/06/2023 com 4 jogadores.
Último jogo do Sábado do Diversão Offline. Eu nem ia jogar mais nada, mas joguei Terra Mare para pegar uma promo para um amigo. Esse é um tile placement, estilão Carcassone, só que cada jogador pontua por um tipo de terreno. No nosso caso, jogamos em quatro jogadores, o que transforma em um jogo de times. Achei o jogo meio morgadinho e sem graça mesmo, apesar de usarmos até as variantes “avançadas”. Não entendi o sucesso ou sequer a nota no BGG, talvez seja melhor com dois? Ao menos é o que diz no BGG. Bom, em todo caso, não faço muita questão de jogar novamente.
068. KLASK (2014)
Jogado em 11/06/2023 com 2 jogadores.
Agora vem os jogos do Domingo do Diversão Offline. Foram mais jogos que o dia anterior, pois eu passei o Sábado meio que resolvendo coisas de Game Design mesmo, isto é, falando com Editoras e afins. KLASK é um jogo que tava na Wishlist e eu quase comprei em várias ocasiões. Que bom que não comprei. Não é um jogo ruim, mas sinto que enjoaria rápido. É daqueles jogos de Destreza bem de Destreza. Como assim? Jogos de pura destreza tendem a cansar, ao menos comigo. Afinal, não há profundidade estratégica, é apenas o físico acontecendo ali: reflexos e afins. Então, termina que o meu cérebro cansa da atividade rapidamente. Valeu a pena ter conhecido e jogaria novamente fácil, mas nunca que eu compraria.
069. Airport Rush (2022)
Jogado em 11/06/2023 com 4 jogadores.
O mais legal do Diversão Offline é a possibilidade de conhecer vários jogos nacionais. Airport Rush vai ser o primeiro de alguns. Novamente, fizeram uma versão de demonstração, isto é, mais curta. Nesse caso, acho que não impactou tão negativamente quanto o Santa Monica, talvez alguma estratégia investindo em aviões mais custosos ficasse mais difícil, mas ninguém da mesa fez isso. Achei a ordem de execução do turno meio estranha, não faço ideia do motivo, mas digo isso por ter errado ela (fazendo uma ordem torta) até o final da partida. As cartas me pareceram desbalanceadas, não faço ideia de certeza, mas achei estranho o tanto de carta para mexer com os aviões quando o que mais importa é pegar os dados e manipular os dados. Se eu tivesse dando pitaco na época de playtest eu certamente diria: remove as cartas de manipular aviões ou faz logo três pilhas de compra. Ou talvez poderia ser todas as cartas em um baralho único, incluindo os aviões, só que de alguma maneira ficar algo mais cíclico (limpeza da última carta ou algo assim). Digo isso, pois chegou um momento da partida que ninguém pegava cartas de avião, seja avião em si ou cartas que envolviam manipulação de aviões. Achei também o jogo muito propenso ao AP, já que você fica fazendo operações matemáticas o jogo inteiro e você quer, claro, otimizar. E também é um jogo que as pessoas podem errar a conta e pontuar incorretamente, o que é um problema bem grave (dos jogadores, não do jogo). As cartas de eventos também não desceu legal. Se foi uma tentativa de inserir mais tema ao jogo, para mim não funcionou e, mecanicamente, é fraco. Jogaria novamente para avaliar melhor.
070. Speed Colors (2020)
Jogado em 11/06/2023 com 2 jogadores.
Joguinho completamente descompromissado mas que ri horrores. Motivo? Sou daltônico e consegui dar uma surra no meu amigo. Eu acho que tenho vantagem nesse jogo, pois não confundo as cores e estou acostumado a lidar com desafios envolvendo cores. Não sei, mas alguma explicação deve existir para eu ter jogado tão bem. Em todo caso, apesar de ter me divertido muito não compraria por duas razões. Primeiro são as canetinhas, que odeio jogo com essas canetinhas estilo hidrocor, um dia (não tão longe, a verde já tava bem ruim) elas vão falhar; segundo é a rejogabilidade, acho que depois de umas 3 partidas ao todo eu estaria com ranço do jogo já e iria trocá-lo ou vendê-lo. Vale a pena conhecer? Vale. Vale a pena ter? Se você tiver crianças, talvez.
071. Abstratus (2018)
Jogado em 11/06/2023 com 4 jogadores.
Mais um jogo nacional! Ideia boa e, inclusive, bem similar ao Alters: abstração. Só que aqui o jogador não desenha, mas sim usa umas formas. Dá para ser bem criativo e tudo mais, mas no final das contas é tudo meio óbvio ou simplesmente lascado por algum texto na mesa que atrapalha. O jogo faz sucesso, o que é interessante e bom para Alters. Entretanto, do ponto de vista de Game Design, o sistema de pontuação é bem sem graça e até beneficia ainda mais a sorte de sair cartas lhe ajudando ou lhe atrapalhando. A partida só não terminou tudo empatado por um turno bem específico que apenas eu acertei a forma criada por um amigo. Achei os componentes do jogo ruins, até mesmo as peças de madeira. Não tenho interesse em jogar novamente, o que me surpreendeu, pois achei que iria gostar do jogo.
072. Estranho no Ninho (2023)
Jogado em 11/06/2023 com 4 jogadores.
Terceiro jogo nacional do dia! E esse de um autor que já tive contato e conheço alguns jogos: Rodrigo Rego. Jogo de trivia com mecânicas bem boas: tem uma mecânica de Catch-Up que deixa o jogo meio que balanceado até o final e também tem uma outra mecânica que evita o jogo de ficar estagnado. Escolhas inteligentes e funcionais. Eu gostei da partida e me diverti, mas perto do final do jogo já estava um pouco cansado da dinâmica. Eu chutaria que o jogo não tem uma rejogabilidade muito boa, não por conta das cartas de trivia que são finitas, mas por conta da dinâmica que deve se tornar repetitiva. Jogaria novamente.
073. Farmini (2018)
Jogado em 11/06/2023 com 3 jogadores.
Jogo bem levinho, para criança inclusive, ao ponto de ser simplório e muito dependente de sorte. Farmini (ou Fazendinha, como é chamado aqui) é um jogo estilo Carcassonne, só que cada jogador monta seu tabuleiro e tenta ganhar pontos cercando animais ou milho. A ideia é funcional, mas as decisões são meio obvias: existem tiles melhores e piores, o que tira muito da decisão do jogo. Em suma: o jogo joga você. Deve ser bem bom para crianças, mas para adultos nem vale a pena.
074. Fora de Ordem (2023)
Jogado em 11/06/2023 com 3 jogadores.
Melhor jogo que joguei nesses dias todos de Diversão Offline. Fora de Ordem é mais um jogo nacional, novamente do Rodrigo Rego mas agora com o parceiro Leandro Pires também na conta. É um jogo de trivia, só que com uma mecânica de carteado por trás, o que deixa o jogo muito interessante e com decisões bem envolventes. Achei realmente inteligente toda a dinâmica que eles criaram e acho que funcionaria bem para outros tipos de perguntas. Tão de parabéns mesmo. Só tenho duas críticas: achei bem feio e acho que não deve funcionar bem com 5 ou 6 jogadores (muito caótico e pontuações mais escalonáveis).
075. Stellarium (2022)
Jogado em 11/06/2023 com 3 jogadores.
Mais um jogo nacional e esse, infelizmente, não me diverti jogando. Nem um pouquinho. Achei meio laborioso e entediante. Fui até ler as regras mas não achei para baixar, então vi um vídeo explicativo e, de fato, jogamos tudo certinho. Acho que esse negócio de tempo real em turnos não me agrada, já tive outras experiências ruins anteriormente. Acho meio sem sentido, algo em tempo real mas não simultâneo.

Pronto, finalizado os jogos que conheci no Diversão Offline, mas o mês não acabou por aqui. Até a próxima parte!

2 Comments

  1. Thiago Guido Vieira Ribeiro
    30 de junho de 2023

    Fantasy realms rolou bem por aqui, acho que mais partidas fazem você o ver de uma outra forma.
    O que seriam esses “100 n”?

    Responder
    1. Roberto
      2 de julho de 2023

      Opa Thiago! Sim, talvez com mais partidas fique mais interessante, mas ainda assim acho que a variação de pontos é muito grande pro estilo mais “contido” que eu prefiro. hehehehe

      100N é como eu chamei o Desafio que faço todo ano de conhecer 100 jogos novos (que eu nunca joguei antes) em um único ano. Então, por enquanto, em 2023 eu conheci 75 jogos, faltando só mais 25 para cumprir o Desafio.

      Valeu pelo comentário e bem vindo novamente. 😉

      Responder

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