Mês fraquinho, mas joguei mais alguns dos jogos que estavam na pendura.
052. Hallertau (2020) Jogado em 04/05/2023 com 2 jogadores. Eu já tinha jogado no mês passado mas apenas solo. Então, resolvi aguardar uma partida com pelo menos dois jogadores para escrever aqui. Aí, aproveitei que teria bastante tempo e testei os vários baralhos do jogo. Em suma: tenho um sentimento bem estranho com Hallertau. Ele é um jogo puramente de otimização de recursos. Não adianta ter um milhão de recursos, tem que ter uma proporção e quantidade distribuída entre os recursos de uma maneira muito bem calculada. Apesar disso, jogando solo, eu achei ele gostosinho de jogar. Pois você meio que joga só contra você mesmo, “seguindo o fluxo” das cartas que você vai recebendo e cumprindo. Quando você deixa de jogar solo a competição vem a tona. Consequentemente, você se frustra pelo azar das cartas, você acha ruim mudar os planos, pois faltou exatamente um trabalhador para fazer tudo que queria pelo outro jogador ter ocupado o espaço de ação que você queria (com um custo inferior) e por aí vai. Sei lá, não saquei qual é a do jogo. Eu senti que ele meio que me joga. Claro que você tem opções (várias até), mas as cartas meio que guiam o jogo e você fica numa constante corrida de completá-las para ganhar os benefícios e fazer seu jogo fluir. Esse jogo como um jogo competitivo eu achei que falhou. A competição existe meramente pelos pontos, já que os espaços de alocação raramente enchem. Por isso o BGG diz que é melhor com dois, pois colocar mais jogadores só vai ganhar mais downtime. Entretanto, para mim, esse jogo é melhor solo mesmo. Não faz sentido ter mais de um jogador, além de mim, na partida. Não compensa. E a pior parte que achei, em partidas multiplayer, é poder jogar as cartas a qualquer momento. Você tá lá pensando na sua estratégia e o oponente: vou jogar essa carta. Aí depois de 5 segundos, e agora essa… E você se perde e se confunde de quem é a vez para alocar o trabalhador. Sei lá, achei zoneado e a impressão que o jogo passa é que foi realmente criado para ser solo. Meu plano? Jogar todas (ou várias) configurações solo e depois tentar vender. Ou, caso depois de algumas eu encontrar uma gema perdida aqui dentro, eu dar uma nova chance com uma nova partida com dois jogadores. Essa segunda opção acho difícil acontecer. O ruim é que se for para vender, acho que não consigo por um preço justo, já que o jogo vive em promoção por valores ridículos. Aproveito da oportunidade para deixar a dica: não compre esse jogo numa promoção, exceto se você curtir jogo solo. Existem trocentos jogos melhores para 2 jogadores, inclusive na mesma categoria e inclusive pelo mesmo Game Designer. É o velho barato que sai caro. |
053. Renature (2020) Jogado em 11/05/2023 com 2 jogadores. Novamente, cá estou eu comprando Family Games e torcendo pelo melhor. Eu achei a proposta do Renature criativa e inovadora, por isso me atraiu. A minha primeira partida foi meio “meh”, talvez o jogo não seja tão legal para dois? Ou talvez seja. O jogo, apesar de simples, não é totalmente intuitivo. Joguei depois com 4 jogadores, duas partidas diferentes: uma durou 47 minutos e a outra 1 hora e 10 minutos. A priori eu gostei da duração, mas a segunda partida meio que estragou isso, talvez pela mesa ter mais Analysis Paralysis. Tem várias outras coisas para se gostar no jogo. Eu gostei dos dominós, gostei de ser impossível contá-los (pois não existem todas as combinações possíveis e ainda ficam três peças de fora sempre), gostei do timing de usar as habilidades das nuvens ser bem importante. Entretanto, não gostei das variações gigantes de pontos que podem acontecer, seja por jogadas ruins/boas dos jogadores; não gosto da pontuação de modo geral, mais especificamente botar a árvore e pontuar (é chato e esquecível); todo o esquema de cancelar as peças em caso de empate soa legal, só que também me pareceu ruim e aumentar ainda mais o caos; as peças neutras também parecem uma boa ideia, só que depois também só serve para aumentar o caos. Terminou que eu ainda estou em dúvida sobre o que fazer com o jogo. Acho que preciso de uma partida com 3 jogadores para definir? Mas estou pendendo a largar mão. Existe potencial, mas acho que tem muitas coisas “pequenas” que juntando dão uma estragada no jogo. |
054. Splendor Duel (2022) Jogado em 20/05/2023 com 2 jogadores. Cathala tá invadindo mesmo nessa parada de fazer jogos de outros Game Designers só que para dois jogadores. 7 Wonders, agora Splendor. O que é legal, pois Cathala é bom em criar jogos para dois (multiplayer já não dá muito certo). Eu não gosto do Splendor original, acho entediante e falta interação. Então, essa versão aqui já funciona melhor, pois foram inseridos alguns elementos que garantem alguma: os pergaminhos, o tabuleiro comunitário e algumas habilidades. Consequentemente, esse jogo é melhor que o original. Entretanto, ainda assim não achei nada demais. Talvez jogando mais vezes com a mesma pessoa o jogo passe a brilhar, mas para uma primeira partida, o sentimento ainda é de estar jogando um jogo “ok”. |
055. Cosmic Encounter Duel (2020) Jogado em 20/05/2023 com 2 jogadores. Eles conseguiram traduzir muito bem o jogo original para essa versão em dois jogadores. Claro que é impossível ter o aspecto negociação, mas o caos está todo aqui. Trocentas habilidades diferentes e, por conta disso, trocentos textos para ler também. Eu não sou fã de jogos com muito textos, pois eles entram no meio da diversão da partida. É uma das razões de que não gostar de TCGs, LCGs e afins. Claro que texto permite infinitas possibilidades, mas para mim não vale a pena. Entretanto, se você gosta, acho que vai curtir esse jogo. Eu, particularmente, acho que não jogaria novamente. Muita sorte, alguns dirão que não é sorte e sim leitura de mesa, mas sei lá… Achei muito caótico. Concordo que existem decisões inteligentes e decisões importantes, mas achei o caos presente na partida bem chato. |
056. Marvel United (2020) Jogado em 20/05/2023 com 3 jogadores. Jogamos umas regras erradas, mas isso não mudaria muito minha opinião sobre o jogo. Então, já vou deixar: é um daqueles cooperativos estilo Pandemic, no sentido que todo mundo tem um personagem e trabalha por um bem comum, mas você termina virando refém da mesa ao realizar suas escolhas. É o velho Alpha Player que não precisa nem estar presente para eu ficar com ranço do jogo, pois é claro que é melhor fazer uma jogada X (discutida na mesa) do que tocar o louco e fazer algo que você pensou mas é pior que a ideia dada pelo coleguinha. Para mim, cooperativo só presta quando você tem total (ou perto disso) de controle sobre você e seu desempenho importa para o grupo. Isto é, é uma verdadeira cooperação e um verdadeiro time: se um membro for ruim, ele vai atrapalhar todos. Em vez de um jogo que o membro ruim pode ter as jogadas cantadas pelos outros jogadores. Tem algumas coisas boas aqui, você comba ações com ações jogadas anteriormente. Isso deixa o jogo mecanicamente interessante, mas piora ainda mais as cantadas de jogadas. O que nós jogamos errado foram apenas detalhes que deixariam o jogo mais difícil, mas não necessariamente melhor para mim. Veja bem, para mim… Que não curto o estilo. |
057. The Grimm Forest (2018) Jogado em 20/05/2023 com 3 jogadores. Eu nem imaginava que esse jogo era assim. Ao ver os componentes, pelo menos eu, imaginei que fosse um jogo mais pesado e envolvente. Grimm Forest é um jogo que podia ser um Card Game e faria completo sentido. Bom, isso não é um problema, pois não comprei o jogo. Então, foi bem legal “brincar” com as miniaturas do jogo e fazer as casinhas dos porquinhos usando os componentes de plástico (piso, paredes e telhado). O funcionamento do jogo é bem simples: você escolhe uma localização e pega os recursos lá ou divide se for mais de um jogador. Usa os recursos para construir casas dos três materiais existentes (palha, madeira e pedra) e vence quando faz três casas. Eu achei a premissa interessante, mas aí tem umas cartas de fábula que dão o sabor do jogo mas ao mesmo tempo estraga o jogo. Estraga pelo simples motivo de serem extremamente desbalanceadas. Uma pena… É mais um daqueles jogos de Kickstarter que o cara tem até uma ideia legal, mas não entende bulhufas de balanceamento. O jogo tem bastante Take That, mas até isso é interessante, pois não é extremamente direto e há uma certa sorte envolvida (além de leitura de mesa) em ser atingido ou não. Jogaria novamente, mas acho que me frustraria novamente com o desbalanceamento. |
058. Break the Code (2017) Jogado em 26/05/2023 com 2 jogadores. Gostei do jogo. Tá bom que só joguei com dois jogadores, que aparentemente é a melhor configuração, mas finalmente tenho um jogo de dedução na coleção e me agradou. Não sei se vai agradar todas as mesas que jogo, pois ele é muito matemático, mas para a galera que curte números é uma boa pedida. Minha única reclamação é com as perguntas, tive a impressão de ter muito mais perguntas de número do que de cor. Então, pode terminar existindo momentos de você ficar travado por conta disso. Joguei apenas duas partidas e aconteceu nas duas. Basicamente, os jogadores já meio que sabiam ou estavam bem encaminhado nos números e faltavam informação sobre as cores, só que não tinham cartas com perguntas sobre cores na mesa. Outro problema é que os jogadores não podem errar a dica, se errar vai cagar o jogo inteiro dos demais. Aconteceu em uma partida que jogamos também, achei que fosse mais difícil ocorrer, mas pelo visto não é. Inclusive, eu tomei bastante cuidado com isso, pois pode parecer simples e que você não vai errar, mas em umas duas ocasiões se eu tivesse dado a resposta de supetão teria dado a resposta incorreta. Apesar desses problemas, acho que esse vai ficar na coleção por um bom tempo, especialmente por conta do tamanho e por ser o único de dedução pura por aqui. |
059. Elementar: A Tumba do Arqueólogo (2018) Jogado em 27/04/2023 com 4 jogadores. Tá na moda lançarem no Brasil jogos de Escape Room ou de mistério e que só se joga uma vez. Não saquei essa moda, jurava que não teria público interessado nisso por aqui. Eu, particularmente, não estou (em comprá-los). Especialmente depois de já ter tido experiência com alguns. Bom, conheci mais um que é esse Elementar (lá fora chama Sherlock). Diferentemente do usual, ele não é focado em puzzles, mas sim em resolver uma história. Gostei da ideia em si, pois cada jogador recebe uma mão de cartas e decide se ela é importante ou não para o caso, colocando-a na mesa ou descartando-a. O problema é que é carta de menos na mão. Por consequência, os jogadores iniciam tomando decisões muito na doida para só depois ter algum foco. Então, se você iniciar seguindo uma pista sem relação, você vai se lascar, pois tudo estará lhe guiando para aquela pista. Acho que aumentando a mão dos jogadores ajudaria muito já. Acho, inclusive, que poderia já dividir o deck inteiro entre os jogadores. Assim, seria um bocado de informação, deixaria a discussão no mínimo nessa fase e pronto. Mas bom, não tou aqui para corrigir jogo dos outros. A história foi razoável, a gente encontrou um detalhe que faria um pouco mais de sentido, pois a motivação do assassinato foi pouca e ele ser planejado friamente também soou estranho. Jogaria outros, mas sem comprar. Hehe. |
060. Invasores de Cítia (2020) Jogado em 27/05/2023 com 4 jogadores. Não fazia ideia que esse jogo era reimplementação do Raiders of the North Sea. Depois da partida eu estava na dúvida, por não estar muito bem lembrado do original, mas em reflexão achei esse bem melhor. Ele é um pouco mais complexo, mas isso não é ruim. Algumas ideias legais foram as missões irem abrindo de acordo com as invasões, em vez de sempre ficarem lá na mesa enchendo infinitamente; final da partida está um pouco melhor, não sei bem o que foi mas lembro que me incomodava muito, agora incomodou pouco, mas ainda incomodou; removeram praticamente todo Take That do jogo, o que para mim é uma qualidade; agora também existe assimetria no jogo, o que aumenta um pouco a rejogabilidade. De resto, a alocação de trabalhadores continua a mesma coisa, um twist meio sem graça e com semi-blocks (pois não existe block real aqui, tirando invadir antes do oponente) acontecendo aleatoriamente. Acho que do antigo eu prefiro o tabuleiro que é muito mais limpo e legível. Não faço muita questão de jogar de novo, especialmente com 4 jogadores por conta da demora, mas gostei de conhecer e saber da existência. |
061. Heróis de San Villano (2019) Jogado em 27/05/2023 com 3 jogadores. Joguinho nacional aparecendo no Desafio. Um exemplo claro de que o brasileiro odeia jogos lançados por brasileiros. Esse jogo vive em promoção mas é melhor que muito jogo gringo que o pessoal adora. É foda isso… Bom, Heróis de San Villano é basicamente um jogo que você coleta recursos para enfrentar os vilões. Talvez o casamento de mecânica e tema não tenha agradado ao público fã de quadrinhos? Pois o jogo é basicamente um Euro Game. Eu, particularmente, gostei. Ou é o melhor ou perto de ser o melhor jogo de super herói que joguei na vida. Não que eu tenha gostado de algum antes… Mas achei a combinação interessante. Tem alguns problemas: excesso de sorte por conta das cartas expostas na mesa (casarem ou não com o que você quer), especialmente por conta da natureza determinística do jogo; muito texto espalhado na mesa, ninguém vai conseguir ler isso sem ficar pegando as cartas para si; e demora um pouco demais para a proposta. Mas o jogo tem boas ideias: a quantidade de habilidades e variações de vilões é interessante, é possível fazer uns pequenos combos e o jogo diverte. Se não conhece e gostou do que leu, recomendo pegar em uma dessas promoções, às vezes o jogo sai por apenas 40 reais. Para o tanto de componente é um roubo-reverso. |
Que mentira, nem foi fraquinho. Dez jogos é bastante, mas do que eu precisaria mensalmente para atingir os 100 jogos do Desafio no ano. Então, o caminhar está excelente. Ainda nem chegou no meio do ano mesmo e já estou com esse tanto de jogo? Certeza que finalizo esse ano, opa, melhor nem dizer assim que dá azar.