Mais um mês bacanudo nas jogatinas. Joguei alguns dos meus jogos que tavam na pendura dessa vez.
041. Secret Hitler (2016) Jogado em 02/04/2023 com 6 jogadores. Por um triz não jogo no dia da mentira… Seria engraçado. Faz um tempo que quero conhecer Secret Hitler. Esses jogos de dedução social podem ser bem interessantes e divertidos. Claro, depois de algumas partidas você pode cansar, mas um The Resistance com mecânicas distintas é bem vindo. E foi o que aconteceu aqui. Gostei da partida que joguei, foi bem divertido apontar dedo e zonar com o tema (que pode afetar muito negativamente dependendo do grupo). A priori, eu achei mais legal que The Resistance, mas um game design pior. Ué, e pode? Pode, ué. Como esses jogos são dependentes de grupos e eu só joguei uma vez com esse grupo que funcionou, achei legal. Claro que isso pode não se sustentar a longo prazo, mas nesse momento preferiria jogar Secret Hitler ao Resistance. Mas onde estão os problemas de design? Simples: aleatório demais. No jogo, o presidente da vez pega três cartas (que podem ser para políticas Liberais ou Fascistas), descarta uma (sem ninguém ver) e dá duas pro Chanceler que escolhe uma das duas para entrar em vigor. Existem o dobro de cartas Fascistas no baralho, para compensar o time maior dos Liberais. Até aí, parece massa… Afinal, vai gerar muita intriga, pois jogadores Liberais vão precisar aprovar políticas Fascistas simplesmente por falta de opção. Só que se me uma rodada, o jogador pegar 3 cartas Liberais de uma vez, deu ruim. Pois são apenas 6 delas e você acabou de minar metade de suas chances de aprovar políticas Liberais. E depois, para aumentar a aleatoriedade, o presidente em algumas rodadas perto do final do jogo, poderá assassinar jogadores. Se assassinar Hitler, os Liberais ganham. A ideia parece boa, mas termina que você pode perder ou ganhar basicamente por uma jogada de moeda, isto é, 50/50 num chute bem dado e vencer. Ou… um chute mal dado e perder. E é isso, matematicamente o jogo tem seus problemas, mas divertiu. E, na maioria das vezes, é isso que importa. |
042. The Red Cathedral (2020) Jogado em 06/04/2023 com 2 jogadores. Joguei com um, dois e três jogadores antes de escrever aqui. Então, só faltou com quatro jogadores, mas não quero testar não, imagino que só aumente o tempo de partida sem ganhar muito com a interação proporcionada pelo quarto jogador. Inclusive, o BGG diz que o jogo funciona melhor com três jogadores. Então, vou confiar. Esse eu estava com esperança de gostar, pareceu bem meu estilo: bastante interação com impacto significativo, otimização de ações e gerenciamento de recursos. Entretanto, um problema que não antecipei estava presente: um rondel! Tam tam tam! Depois desse jogo, tenho que admitir: eu não gosto de rondels. Eles geram uma repetição que não me agrada em jogos, eu penso e todo jogo com rondel de fato me desagrada. Não sei o que é… O único que se salva é Great Western Trail, mas o rondel lá é gigantesco, o que evita a repetição constante. A interação do jogo é até interessante e a disputa pelas “colunas” da catedral engaja e coloca vários momentos cruciais no jogo. Entretanto, não foi o suficiente para salvar. O pega e usa constante de recursos, junto com o roda-roda no rondel (que faz você usar as mesmas ações várias vezes na partida e de maneira bem similar) me deu a sensação de repetição durante toda a partida. Infelizmente, vou repassar… Insisti e tentei, juro, mas não deu. Em todo caso, foi bom… Acho que agora paro de insistir com rondels, assim como parei de insistir com Deck Building. |
043. Prehistory (2018) Jogado em 06/04/2023 com 2 jogadores. A primeira partida foi legalzinha, mas fiquei com o sentimento de muito desbalanceamento nas ações e nas cartas (em especial os objetivos). O problema é que o jogo é meio que um Worker Placement disfarçado, o que no final das contas não me atrai tanto, pois já tenho outros que gosto mais. Consegui jogar com 2 e 4 jogadores e, depois das duas partidas, posso dizer que ele é mais longo do que precisa. Mais jogadores não adicionam muito a dinâmica do jogo, pois apenas um dos aspectos do jogo há competição. O bloqueio por espaços é bem estranho, pois é a mesma quantidade de espaços independente da quantidade de jogadores. Só que o jogo com 2 ou 4 não é apertado ou folgado, só é… Pois, no final das contas, você não pode fazer tudo que gostaria, já que depende das cores que tiver. Existem maneiras de mitigar isso, mas nem sempre é bom gastar o recurso universal usado para tudo (chamado de dentinho na nossa mesa). O jogo até que tem umas ideias interessantes, mas o desbalanceamento quebrou demais para mim. Cartas de objetivo (de mesmo custo) dando 1 ou 16 pontos? Peraí… A ação de caçar também é bem fraca, comparada com as demais. Isso é bem perceptível no jogo. E suspeito que a ação de pescar também, mas ela ilude um pouco mais, pois não é tão bosta. Para completar, tem um probleminha com o uso de cubos marrons e vermelhos, mas relativamente contornável (é só perguntar, mas é muito cubo por aí). O problema é que como o jogo é, literalmente, você pensar nesses cubos e como usá-los e guardá-los pro futuro e etc e tal. Ficar nessa de perguntar é chato, não pela pergunta em si, mas pela dificuldade de raciocinar sem saber as cores que você possui ou o oponente possui. Resumindo: vou passar adiante. Até topo jogar uma última partida com 3 jogadores, só para jogar com todas as configurações, mas apenas à título de curiosidade/estudo. |
044. Gunrunners (2013) Jogado em 08/02/2023 com 5 jogadores. Eita, nem sabia que esse jogo era do Steve Finn. Descobri agora quando fui pegar a imagem da capa para colocar aqui. Steve Finn é um cara que basicamente só cria jogos de cartas e fillers. Não são todos os jogos dele, mas a maioria. E ele é conhecido por isso. Eu acho que ele tem uns bons jogos, mas nenhum excelente. A partida aqui foi com com a expansão, que basicamente adiciona um quinto jogador. Acho que foi gente demais. Não dá para traçar muito bem uma estratégia, já que o tabuleiro muda demais. A forma como o jogo funciona também deixa você muito refém dos outros jogadores, isto é, você só entra nas disputas quando algum jogar lhe manda para lá. Eu passei trocentas rodadas com três cartas do lado esquerdo (que só existem cinco espaços) e todas presas até o final da partida e não me renderam nada. Acho que o número ideal aqui deve ser 2 ou 3 jogadores, justamente por causa dessa dependência. Com dois jogadores deve ficar perfeito, pois fica uma alimentação de um com o outro. Achei também que a ordem das cartas no seu baralho tem um impacto pesado. Eu só peguei minha carta com força 6 no final do jogo e nem tive a oportunidade de usá-la. |
045. Formula D (2008) Jogado em 08/04/2023 com 8 jogadores. Está rolando um campeonato desse jogo no evento da Upper Games. Então, aproveitei o embalo e fui conhecer. Gente demais na mesa, mas isso nem teve muito impacto. Tá bom que a partida demorou com o tanto de contagem de espaços, mas foi relativamente de boas. Jogamos a versão mais basicona do jogo, o que tenho certeza que fez o jogo perder demais qualquer potencial que tenha tido de me agradar. Achei simplório, basicamente é contar espaços, mudar ou não a marcha e torcer pro resultado sair de acordo com o desejado. Existe algum gerenciamento do dano, mas sem nunca ter jogado o jogo, fica difícil ter uma noção do quanto o carro aguenta no começo da pista. E deixar tudo pro final pode ser tarde demais já, pois existe sim problema com Runaway Leader aqui. Não há nenhum mecanismo que ajude quem está atrás. Inclusive, se você começou no fundão da linha de largada, se lascou. Perdeu tempo preciosíssimo. Não jogaria novamente com as regras básicas, mas topo jogar para conhecer as regras avançadas. |
046. Deckscape: Test Time (2017) Jogado em 08/04/2023 com 2 jogadores. Mais um jogo no estilo Escape Room. Depois de Escape Tales, Unlock e Exit, acho que tenho uma boa noção desses jogos. Cada um tem suas vantagens e desvantagens. Acho difícil ranqueá-los, pois as mecânicas são meio que inexistentes. É basicamente um bocado de quebra-cabeça que você vai resolvendo. Acho que de todos que joguei, esse é o menos elaborado e menos inteligente. Entretanto, com isso vem algumas qualidades: o valor do jogo, o descompromisso da partida e a duração. Eu achei a partida boazinha, levando em consideração esses parâmetros. A história, como no geral, é bem fraca. E achei o final muito aleatório, pois dependendo de uma escolha no final da partida você irá impactar positivamente ou negativamente sua pontuação, nós demos sorte… Assim, existe algum sentido na escolha, mas acho que tem margem para chutes loucos. Bom, não compraria (joguei uma cópia emprestada), mas se você tiver a oportunidade e gostar do estilo, vale a pena jogar pelo menos uma caixinha para conhecer. |
047. Herdeiros do Khan (2021) Jogado em 09/04/2023 com 3 jogadores. Jogo nacional aparecendo no Desafio! E dessa vez a alegria de conhecer está combinando com a alegria de jogar. Eu não gosto muito da mecânica de Pick Up and Deliver, não sei bem explicar a razão, deve ser simplesmente por achar tedioso. Entretanto, Herdeiros do Khan resolve isso de maneira magistral, inserindo um Controle de Área no final da partida. Fora que tem um sistema de ações bem legal. Esse é meu novo queridinho nacional. Ainda não bateu meu favorito (Cartógrafos), mas tá ali no segundo lugar. Só é meio triste um jogo tão interessante ter uns componentes tão porcos. Não sei como ficou o contrato com a Estrela (deve ter ficado bem preso), mas torço para que não e que, futuramente, consigam publicar o jogo em outra Editora. Certeza que faria sucesso. |
048. Ticket to Ride: London (2019) Jogado em 09/04/2023 com 3 jogadores. Estou gostando desses Ticket to Ride em miniatura. Nunca vi sentido no jogo original demorar o tanto que demorava. Me sentia repetindo as coisas exaustivamente, para pegar os objetivos aleatoriamente, nenhum servir e passar o resto da partida correndo atrás do prejuízo, sem conseguir. Ou… Pegando objetivos praticamente já prontos (ou prontos) e ganhar sem esforço algum. Até hoje não entendo o sucesso estrondoso desse jogo, mas bom… Voltemos para o jogo da vez: Ticket to Ride London. Gostei, tal qual eu gostei do Ticket to Ride New York. Diria que é basicamente um empate, são parecidos demais. Talvez London seja um pouco melhor, por ter um mapa vertical e uma trilha de contagem de pontos em vez do papelzinho. E também, me pareceu, que a mecânica extra de pontuação (por distritos, enquanto que no outro são pontos turísticos) é dá mais variedade ao jogo. Estou até pensando em comprar o outro da mesma linha: San Francisco. |
049. Cóatl (2020) Jogado em 09/04/2023 com 3 jogadores. Esse tava no meu Want to Play, nem sei por qual motivo… Afinal, eu tenho “apenas” 532 jogos no Want to Play lá do BGG. Curioso? Aqui. Bom, provavelmente eu devo ter visto algum vídeo. Eu até gostei da partida, mas um dos jogadores fez zero pontos. Sim, zero pontos. Não sei se puro azar ou extrema incompetência ou falta de ritmo com a mesa. Como só joguei uma partida e não prestei muita atenção nos jogos dos outros, não faço ideia se o jogo tem problemas sérios ou não. Só sei de uma coisa: para mim é ruim as cores usadas (amarelo e verde claro), não terrível, mas ruim. Eu consegui jogar, algumas vezes dando um certo cagaço de tá fazendo a coisa errada. hehehe Vivendo perigosamente (a vida perigosa do board gamer é a perspectiva de estar errando seus objetivos no jogos). Eu senti que o jogo tem sorte, de vir os objetivos certos para você combar. Só que não sei se foi normal ou excessiva. Bom, em todo caso, eu topo jogar de novo sem grandes problemas. |
050. The Isle of Cats (2019) Jogado em 12/04/2023 com 2 jogadores. Comprei esse tem um certo tempo já, mas estava dando preferência para jogar os não lacrados, isto é, os jogos que peguei em trocas recentemente. Mas, eventualmente, consegui botar na mesa. Inclusive, joguei com todas as quantidades de jogadores (1, 2, 3 e 4). Isso é bem raro, mas eu estava realmente querendo verificar o comportamento do jogo. E, devo dizer, deu para ter uma boa noção do jogo. Com 1 ou 2 jogadores eu achei problemático. Jogar com apenas essa quantidade de jogadores aumenta a sorte com os gatos, pois como saem menos gatos, você fica mais dependente do que vai vir ou não, especialmente nos últimos turnos. O mesmo ocorre com as cartas, o baralho é muito grande e saem menos da metade das cartas, o que pode tornar as partidas bem desbalanceadas entre si (em termos de tipos de cartas que saem). Isso poderia ser dito que é bom para a rejogabilidade, mas é simplesmente ruim para um jogo que não é levinho. Ao adicionar um terceiro jogador isso melhora bastante, já que são adicionados mais gatos e mais cartas. A iniciativa também ganha mais influência, se tornando um fator relevante. Agora, ao adicionar um quarto jogador a coisa já inverte. Saem basicamente todas as cartas do jogo e todos os gatos do saco, o que não sei se é bom. Mas, o pior de tudo, é simplesmente a duração mesmo. Acho que a melhor configuração é com 3 jogadores, pois adiciona o mínimo de jogadores possível para o jogo funcionar bem e sem aumentar muito a duração. O jogo ainda conta com duas versões, uma família e uma completa. Joguei a versão família apenas uma das vezes. Achei mais balanceada que a completa. Nela você recebe objetivos no começo da partida que faz muito mais sentido do que durante a partida, como ocorre na versão completa. As cartas usadas na versão completa são desbalanceadas, posso afirmar sem medo, algumas bem claramente, outras menos. Claro que existem cartas balanceadas, mas a partir do momento que algumas não o são, já deu errado, né? O jogo tem umas ideias boas, no draft você termina com 7 cartas, mas não precisa ficar com todas. O que dá bastante margem para o hate drafting. Eu vi o potencial do jogo e por isso insisti em jogar várias partidas e variando, mas acho que o baralhão gigante estraga muito. Triste, várias opções para melhorar isso poderiam ser facilmente implementadas. Sinceramente, ainda não sei o que fazer com esse jogo. Só pela versão família não faz sentido mantê-lo, pois a caixa é enorme e você não usa 80% das cartas que vem no jogo. E a versão completa me trás um sentimento de jogo mal desenvolvido e inacabado e que precisa de house rules para funcionar como “deveria”. Afinal, A Ilha dos Gatos não é um jogo leve. Caso contrário, não existiria versão família. Entretanto, ele fica meio que num limbo, pois ele tem aspectos de um jogo mais estratégico, mas ao mesmo tempo lhe proporciona altas doses de aleatoriedade. Então é isso, textão inconclusivo. Ou talvez conclusivo, pois, na dúvida, eu costumo me desfazer. |
051. Zurvivors (2017) Jogado em 23/04/2023 com 2 jogadores. Pessoal, não inventem palavras novas para nomear um jogo. Palavras que não existem são 500 vezes pior de lembrar e de pesquisar depois. Eu passei um século para me lembrar qual era o nome do jogo. É Zumbivors? Zumvivors? Zunbivors? Zombivors? E minha memória é bem boa para jogo, de modo geral. Claro que, aqui temos um jogo que não gostei, o que facilitou para esquecer o nome. Com um tema que também não me agrada. E, para completar a desgraceira: com mecânicas que não gosto. Take That? Cartas propositalmente desbalanceadas e usar drafting para balancear? Não, só não. Só não digo que foi uma decepção, pois fui conhecer sem expectativas. |
Consegui chegar na metade! Mas nem é o meio do ano! Milagres que só existem por causa do Spa de Jogos. Acho que esse ano vai rolar, hein? Quem sabe até bater recordes?