E estamos de volta com o Desafio dos brothers, vamo ver até quando o povo aceita os convites. Hoje, com mais um da época da Taverna, lá de Hellcife.
Gleydson é uma criatura excêntrica. Não sei se comecei bem essa introdução, mas precisava ser dito. hehehehe Conheci Gleydson tem um tempinho, lá de Recife, desde a época da Taverna. Acho, não tenho certeza, que nossa primeira partida foi um Orléans em 2016 na Taverna. Ele, assim como o já apresentado Emerson, também participou da Diretoria, ajudando a organizar o evento. Eu acho que além de excêntrico uma outra palavra para Gleydson é espirituoso huehuheuehe Sim, hoje os adjetivos tão bombando. Ele acha graça nas coisas e ri das minhas piadas ruins. O que faz, claro, eu gostar dele. O mais engraçado de tudo é que Gleydson foi um dos últimos Taverneiros (alcunha do pessoal que eu costumo jogar que pertencia ao finado grupo) que conheci e é um dos que mais tenho contato por meio das jogatinas. Sempre marco com ele quando vou para Recife e a gente costuma se encontrar no Spa. Local sempre bom para rever rostos familiares. Ah sim, Gleydson é daqueles que tem uns jogos muito nada a ver e isso é muito massa. Motivo? Eu adoro conhecer jogos nada a ver. Acho que os jogos mais esquisitos que conheci na vida foram por intermédio de Gleydson. Até hoje não entendi a existência daquele Spectral Rails. É tipo Ticket to Ride versão Halloween? Somos maquinistas fantasmas? É o que, bicho? Única crítica que tenho a Gleydson é seu ronco, mas não vou entrar muito nesse tópico. Deixando de leriado, vamos para os jogos prediletos deste jovem senhor. Lembrando que o texto foi todo escrito pelo próprio.
#5. Brass Birmingham (2018) Ignorando-se as polêmicas recentes com o BGG (quando ele passou o Gloomhaven no ranking do site e este último recebeu várias notas baixas ultimamente) até porque eu sempre me frustro com ranking pois imagino o melhor jogo da história, mas quando jogo não é essa a sensação que fico. Mas… Como diz o ditado: “toda regra tem uma exceção”. E esse jogo mudou minha mente com relação aos jogos econômicos (dos quais nunca fui muito fã). Se esse fosse um Top 6, acho que o Brass Lancashire assumiria o 6º posto, portanto acho válido mencioná-lo por aqui. A principal diferença entre os dois está na cerveja (você precisa dela pra fazer algumas vendas no Birmingham). Acho o Birmigham mais relaxado e talvez por isso melhor, na minha humilde opinião. Nesse jogo você vai basicamente produzir pra tentar vender nos mercados, criar rotas para poder mover seus produtos. Você faz duas ações no seu turno, cada uma delas precisando que se gaste uma carta. Além disso, o custo em dinheiro gasto é determinante para a ordem da rodada (quem gasta menos é o primeiro jogador na rodada seguinte). O mercado de Ferro e Carvão é o melhor exemplo de como usar a demanda e a oferta num jogo de tabuleiro. O jogo é simplesmente genial. Sabendo que é uma releitura de um jogo de mais de 10 anos atrás, é mais que merecido que esteja nesta lista. 9/10 (decorar a quantidade de cartas de cada tipo pode tirar um pouco do tesão do jogo). |
#4. Gaia Project (2017) Sucessor do famoso Terra Mystica™, este jogo tem um quê de transcendental. Em Gaia Project, você controla uma das raças do jogo a fim de colonizar a galáxia construindo estruturas num tabuleiro (que agora é modular), avançando nas trilhas de pesquisa, formando federações, adquirindo tecnologias e etc. A mudança entre ele e o TM é basicamente o tabuleiro modular e as raças. Acho sua “trilha de culto” (que agora é pesquisa) mais útil que te dá ganhos substanciais além de poder. A ação de Gaia é a grande habilidade original do jogo: “guardar” poder pra usar um gaiaformador e mudar um planeta transdimensional em planeta gaia e você só os recupera após a renda da rodada seguinte. O jogo pode se tornar longo dependendo dos jogadores. Tenho jogado com uma média de 45 minutos por jogador o que acho razoável para um jogo do peso dele. Existem raças novas no BGG e já experimentei algumas tematizadas com as do Twilight Imperium IV e curti quando joguei. Tenho intenção de testar mais, pois este jogo não pode ficar parado. 9/10 (talvez seja o feeling de déjà-vu… Vai saber). |
#3. Teotihuacan (2018) O tabuleiro principal deste jogo é uma espécie de rondel onde você usa seus dados para se movimentar por ele para fazer as ações do local onde parou. As ações ficam mais fortes de acordo com o valor do(s) dado(s) e a quantidade deles. Cada ação principal feita no local te permite melhorar um ou mais dados deixando-os mais experientes e fortalecendo-os para os próximos turnos. Esta maneira de jogar é bastante original e o considero um dos melhores jogos da escola italiana. Porém, as expansões é que deram seu acesso ao Top 3. Com ela, as possibilidades explodem! São três expansões que adicionam muitas novidades. São nove módulos, e jogar com todos eles nem é tão absurdo assim! A assimetria dos personagens (onde cada um tem um lado positivo e outro negativo no jogo) já é suficiente pra me dar por satisfeito. Aí tem uma trilha nova onde a recompensa é um poder, um tabuleiro de expansão territorial que te dá outra forma de ganhar pontos de vitória, o recurso coringa, os xamãs que andam no sentido inverso e apontam para um tabuleiro onde pode deixar sua ação mais forte e o mais importante: nada disso é deixado de lado numa partida. 9/10 (sem expansão ele não entraria no Top 5). |
#2. 7 Wonders Duel (2015) A simplicidade deste jogo é vibrante. Você joga por três Eras pegando cartas que estão numa disposição específica em cada Era e pode jogá-la na mesa, descarta-la ou usá-la para construir uma maravilha. Existem três caminhos para a vitória e a expansão “Agora” ainda adiciona mais uma forma de vencer. O jogo base roda em 30 minutos mais ou menos. As expansões dão novas opções para o jogo e aumentam bastante o tempo, que sinceramente, eu nem sinto. Pode parecer chato o ato de ficar pegando uma carta toda rodada, mas o que se pode fazer com ela é o que dá o charme desse joguinho. 9,5/10 (pode frustrar o fato de abrir uma carta escondida que ajuda o oponente). |
#1. As Viagens de Marco Polo (2015) Na segunda partida, ele já virou meu Top 1 e não perdeu mais o posto. Marco Polo é um jogo de alocação de dados onde cada jogador controla um personagem com poderes variáveis. No decorrer do jogo, você vai cumprir contratos e viajar por locais do tabuleiro onde tem cartas que te permitem fazer a ação do local se você tiver chegado lá. O setup do jogo é bastante variado por causa das mais de 30 cartas de cidade (e só entram nove no jogo) que te permitem ações diferentes em cada partida. E mesmo que as mesmas nove entrem no jogo elas podem ficar em posições diferentes e isso muda toda a estratégia de para onde viajar. E é por isso que ele está aqui. A quantidade (quase) infinita de partidas diferentes que você pode jogar com apenas uma caixa! Além disso, os poderes dos personagens são todos muito – mas muito – fortes e o sentimento quando você os usa é muito satisfatório. Gosto das expansões e do Marco Polo 2 pelo mapa novo e a introdução das guildas, mas o “original nunca se desoriginaliza”. 9,8/10 (a ação do “bazar” do Marco Polo 2 é melhor que o do original e me mostrou que nem tudo é tão perfeito que não possa ser melhorado). |
Olhaí, um amante da escola italiana. Confesso que estranhei o 7 Wonders Duel, ele tá bem deslocado nessa lista. Entretanto, que bom que está, deu uma quebrada. Agora veremos se Gleydson consegue despertar seu lado malévolo e falar mal dos jogos.
#5. Food Chain Magnate (2015) Lista mais difícil de fazer, então deixarei mais o sentimento me levar. Joguei FCM num dos Spa de Jogos durante a primeira madrugada (logo depois de jogar uma partida de Tapestry, se não me engano). O jogo durou quatro horas e meia e na segunda hora eu já estava querendo que ele terminasse. Não tenho problemas com jogos longos. Tenho oito partidas de Twilight Imperium IV (uma delas durando mais de nove horas) e normalmente nem sinto o tempo passar. Mas aqui eu senti. O jogo é uma simulação de mercado de lanchonetes onde você constrói seu deck e disputa locais de construção, clientes, etc. O jogo não tem eliminação de jogador, mas se alguém sai melhor na primeira rodada e faz muito dinheiro logo cedo, ninguém mais o alcança (cravei aqui, mas só um desastre vira o jogo). Pois, como na vida (e ele é uma simulação), você pode ser um pouco mais ousado se você tem mais recursos. Aí você gera mais recursos e ninguém te segura. Não teria problemas se o jogo fosse rápido, mas começar mal e ficar agonizando até o fim do jogo não faz meu tipo. 2/10 (é uma boa simulação). |
#4. Dilema do Rei (2019) Tentarei evitar spoiler por aqui. Jogo legacy onde você é uma espécie de conselheiro e fica votando em várias pautas até o jogo acabar. Várias histórias são abertas ao mesmo tempo e podem confluir para um desfecho épico… só que não. As histórias (apesar de interessantes e boas) pouco importam para o final da campanha. Sem contar que elas são montadas como um deck e, ao serem embaralhadas, pode ser que determinada história entre num limbo até que se continue (e você nem lembra direito o que é). Algumas atividades foram claramente não testadas (acho que com a finalidade de evitar spoilers) e só fazem tomar o seu tempo. 2/10 (como dito, as histórias são interessantes). |
#3. Seafall (2016) Mais um Legacy para a Bottom List. Jogamos metade da campanha com uma regra errada e, só depois de jogar as partidas com as regras certas… não mudou absolutamente nada (talvez o nível de frustração tenha diminuído um décimo). Em Seafall você faz parte de uma família que deve se encarregar de explorar os mares em buscas de terras e outras coisas. Com ajuda de personagens aleatórios, você desbrava com seus dois navios e trabalha pra marcar ponto e terminar a partida. As histórias nesse caso são completamente irrelevantes e explorar ajuda a avançar, mas nem é tão bom assim. Aí você meio que precisa decidir se vai jogar pra explorar ou ganhar a partida. 1,5/10 (abrir caixinhas legacy é sempre prazeroso). |
#2. Winter Tales (2012) Neste jogo, você faz parte de times (ou é o juiz/narrador) e contam uma história baseado nas cartas que tem nas mãos. O lore é que o inverno chegou e um dos times vai buscar a volta da primavera, enquanto o outro quer que o inverno seja eterno. O grande problema dele é ser competitivo (e o juiz pode decidir o que ele quiser). Acho que foi do próprio Roberto que ouvi que “se quer contar história, jogue RPG”. E concordo. O jogo é basicamente se mover pra um local e contar uma história do local usando sua(s) carta(s) com algumas mecânicas de votação (se não me engano). 1/10 (o lore é legal). |
#1. XCOM: The Board Game (2015) Meu maior problema com jogos é quando não consigo tomar decisão por mim mesmo. Em XCOM, o aplicativo joga por você. O jogo se passa no espaço e você precisa defender a humanidade de invasões alienígenas. Então cada jogador escolhe sua função e, quando o aplicativo disser pra atirar, o responsável por atirar atira. E é isso. Outro jogo na mesma pegada seria o Space Alert, mas nele os jogadores ainda decidem quem vai fazer o que nas várias rodadas de preparação, mas ainda assim, o aplicativo diz o que se tem que fazer. XCOM poderia ter ficado melhor com cartas gerando uma aleatoriedade maior nas coisa a se fazer, mas eu não sou o designer do jogo e não preciso consertar nada de ninguém. 0,5/10 (arte bacana). |
Eita, gostei dessa pistolada no final. huehueheuhueh E agora, vamos para o fantástico mundo de Gleydson, com uns jogos que nunca nem ouvi falar que ele gostaria muito de conhecer. E, devo confessar, que alguns deles eu também fiquei curioso, viu?
#5. Quacks of Quedlinburg (2018) Esse eu quase peguei numa loja de importações. O jogo parece ser bem menos o meu estilo, mas foi finalista do Spiel des Jahres e me chamou a atenção. Esse é um jogo mais Family com uma boa dose de sorte (uma das mecânicas listadas é justamente o “force sua sorte”). Quero jogá-lo sim! |
#4. Space Station Phoenix (2022) É meio difícil comentar sobre um jogo que você nem jogou. Mas vamos lá! Gosto de temas que envolvem ciência e tecnologia. Acho que tirando civilizações antigas, é o que mais gosto. E nesse jogo você precisa montar uma estação espacial, com a ideia de que você precisa reciclar suas naves desmontando elas para poder obter os recursos necessários. Isso me deixou bastante interessado e ansioso pra jogar ele. Sei que tem no BGA, mas, sinceramente, prefiro jogar fisicamente. Portanto quem tiver o jogo, por favor, me chame! =) |
#3. Corrosion (2021) Outro jogo com lore de ciência, Corrosion é um deck building com rondel. A ideia aqui é construir mecanismos que enferrujam com o tempo por causa da umidade do ar. Pelo que li da descrição do jogo por aí, ele me lembrou do Barrage, uma vez que você também coloca peças (engenheiros) no rondel e gira pra recuperá-los. Já lançado por aqui, aguardo uma oportunidade! |
#2. Mythwind (2023) Você abre a página do jogo no BGG e vê que o tempo de jogo é entre 10 e 9999 (nove mil novecentos e noventa e nove) minutos. É óbvio que dá vontade de jogar esse jogo eterno! Mythwind é um mundo de fantasia que lembra o RPG no sentido de que você termina a partida (sessão) quando quiser, e a próxima sessão segue a partir dali. Pode lembrar um legacy, mas só tem fim se você cansar dele. Ainda assim, depois de um tempo, pode retomar exatamente de onde parou. Nesse jogo os personagens são 100% assimétricos, pois cada um deles joga com uma mecânica diferente. Ou seja, um dos personagens usa deck building, outro usa alocação de trabalhador e por aí vai. A vontade é grande de jogar pelo menos umas 10 partidas (sessões) dele. Será que aparece algum por aí? |
#1. Tiletum (2022) O mais novo jogo lançado da minha dupla de designers favorita! Renascimento é outro tema que curto bastante e Tiletum se passa na Europa nessa época. Mais um jogo onde você gerencia dado, movimenta-se entre locais no tabuleiro, cumpre contratos… Sinto que vou gostar deste jogo! Déjà-vu? |
Fim! Realmente, uns Want bem recentes. Novamente, vou fazer meu auto-jogo aqui que comparo os gostos do brother com o meu. Já repeti em duas postagens, então vou cada vez deixando menos explicado. Olharei os jogos Top e Bottom pra ver se eu: Aceito, não que eu concorde totalmente e plenamente, mas aceito que esteja onde está; Discordo, esse é discordância total da escolha do coleguinha; ou se Caguei, esse é basicamente que eu sou neutro sobre onde o jogo está ou simplesmente desconheço.
- Aceito: Gaia Project, Marco Polo, Seafall, Winter Tales, XCOM. (+1 ponto cada)
- Discordo: Teotihuacan. (-1 ponto cada)
- Caguei: Brass Birmingham, 7 Wonders Duel, Food Chain Magnate, Dilema do Rei. (0 ponto cada)
Ficando a pontuação de afinidade com Gleydson de… +4! Talvez essa pontuação crescesse ou decaísse se eu jogasse mais alguns dos jogos listados. Infelizmente, ainda não conheço o mais novo Top #1 do BGG (Brass Birmingham), só joguei o Brass antigão e foi uma experiência meio bosta, pois aprendemos no meio de um Spa. Food Chain Magnate eu suspeito que odiaria também, mas Dilema do Rei eu queria jogar, gosto do tema… Entretanto, imagino que também não fosse gostar, já que deve ser daqueles jogos com Storytelling forte mas o jogo mesmo bem mais ou menos. Então, Gleydson aí com potencial para ter virado um +6! Ah sim, quase esqueço… Seafall eu já joguei mas nunca listei no Desafio 100N, pois eu não consegui formar uma opinião sobre o jogo, já que mudou muito minhas avaliações no decorrer das partidas que joguei. Entretanto, em análise, assumi que concordo nele ser Bottom, pois estava tendendo para isso.
É isso, por hoje é só. O que está achando de ver a opinião de pessoas diversas aqui no blog? Bom? Ruim?