Desafio 100N (2023) Fevereiro – Parte 2

Voltando com restante do mês de Fevereiro. Sim, foi jogo demais e bem no comecinho do ano. Nada como uma viagem para Recife e um Spa para animar o Desafio 100N.

023. The Castles of Tuscany (2020)
Jogado em 10/02/2023 com 4 jogadores.
Continuando com os jogos do Spa. Esse ainda foi jogado na Sexta mas só terminou no Sábado. Uma “nova versão” Castles of Burgundy do Feld, só que não. Acho que Feld pensou em fazer um jogo parecido, só que sem dados e mais tático. Acho que ele conseguiu. O jogo é mais rápido e, realmente, as decisões são extremamente táticas. O problema é que você passa um bom tempo sendo forçado a pegar carta para poder construir o que deseja. É rápido mas é lento ao mesmo tempo, pois as rodadas podem até passar rapidamente, só que termina que você precisa realizar vários turnos para poder construir. Eu achei algumas soluções inteligentes para o jogo fluir bem. Não existe mais aquelas rodadas e ficar tirando e botando tile, o setup é menos longo e o jogo parece mais modernizado. Então, até gostei do jogo, até quero jogar de novo, mas nunca que vai ser melhor que Burgundy. Entretanto, eu nunca jogaria Burgundy com 4 e esse eu joguei e achei de boas. Dessa vez não foi Feld que conseguiu ser o queridinho do Spa.
024. First Rat (2022)
Jogado em 11/02/2023 com 5 jogadores.
Jogamos com a mesa cheia, achei que o jogo se beneficiaria de menos jogadores. Em todo caso, funcionou e nem demorou tanto assim (1h24min). Achei o jogo elegante. Dando um resumão: existe uma trilha que os jogadores vão andando, coletando recursos e adquirindo outros benefícios. Só que nunca podem voltar. A ideia é você otimizar isso com uma série de meeples (você pode ter até 4 mas começa com apenas 2) realizando movimentos em conjunto. O jogo tem espaço para várias estratégias e possibilidades. Sinceramente, é bem desbalanceado, mas acho que isso faz parte. Você precisa investir na estratégia “correta” para o momento. Nem todas são viáveis ou valem a pena. Infelizmente, eu investi na pior hehehe. Gostei do jogo e vi que tem potencial, até para você ir testando as várias maneiras de pontuar e tentar estratégias distintas. É um jogo com nuances que você não percebe de cara ou até percebe, mas já sendo tarde demais. Infelizmente, ao contrário da maioria das pessoas o tema de ratinhos indo para lua me desanima. Preferiria que fosse um tema mais clássico de Euros mesmo. Sim, sou desses.
025. FYFE (2022)
Jogado em 11/02/2023 com 5 jogadores.
Esse jogo tava na minha lista de Want to Play. É um jogo puzzle, bem parecido com Calico. Só que aqui você escolhe seus esquemas de pontuação durante a parte e não é hexagonal, é tudo quadrado. Aí você pontua nas linhas, colunas e diagonais. A ideia é boa e eu me diverti jogando. Como são muitas maneiras de pontuar e você pontua em tudo que é canto, é bem normal você destruir suas pontuações. Faz parte do jogo. Pode ser frustrante, mas dá para rir disso. Meu problema aqui é o de sempre com esses jogos: a aleatoriedade vai lhe pregar peças. O problema aqui é mais grave que Calico, pois não há Draft das peças, você simplesmente fica com duas e pronto. Isso impede Hate Drafing, claro, mas também impede de você ter mais opções de escolha. Para completar, cada peça só tem uma cópia de cada. O que torna as coisas ainda mais dependentes de sorte. Eles tentam mitigar isso do mesmo jeito que sagrada: dando habilidades especiais. Mas, sinceramente, não é uma correção tão boa assim. Para completar, botaram as habilidades valendo pontos caso não use. O que faz sentido, e Sagrada faz a mesma coisa, só que novamente… Ao usar você está “pagando” pelo azar que teve, enquanto que quem não usou está ganhando pontos (deixando de gastar) pela sorte que teve. Queria gostar mais do jogo, mas prefiro outros na mesma linha. Inclusive, o próprio Calico, que tem uma proposta bem parecida.
026. Savannah Park (2021)
Jogado em 11/02/2023 com 4 jogadores.
Jogo dos famosinhos Kramer e Kiesling. Mais um levinho que li as regras na hora e deu certo. O bom é que esse não é levinho e bobinho como a maioria que joguei. Aqui a cabeça é colocada para funcionar e de um jeito que eu particularmente gosto. O funcionamento do jogo é estilo Bingo, isto é, os jogadores vão usando a mesma peça para fazer ações. Sendo que aqui tem uns diferenciais bem legais: todo mundo começa com seu tabuleiro aleatório (talvez isso dê um impacto grande na sorte, mas não tenho certeza) e as peças do Bingo são escolhidas pelos próprios jogadores (isso é muito bom e gera muito espaço para boas e más decisões). Acho que esse aqui foi meu queridinho do Spa, jogo muito fácil de explicar mas que você pensa bastante. Abstrato que o tema de animais é colado a cuspe, mas acho adequado para o peso do jogo. Gostei e recomendo. Expectativa é uma coisa engraçada, né? Eu nem fazia ideia do que se tratava o jogo e antipatizei com a capa. Mas depois de ler as regras já curti a ideia.
027. Revive (2022)
Jogado em 11/02/2023 com 4 jogadores.
E agora o pesadão do Spa. Tudo bem que não é lá tão pesado assim, mas chegou no meu peso limite (próximo de 4, segundo BGG) para eu gostar de um jogo. Entretanto, não gostei do Revive por uma série de motivos. Primeiro, o jogo tem um setup gigantesco. Segundo, a iconografia é boa mas para primeira partida dá problema, pois o jogo em si tem uma complexidade que certos ícones requerem mais do que apenas saber o que o ícone significa. Terceiro, o jogo é claramente melhor com menos pessoas, a interação é baixa e mais pessoas só deixa o jogo mais longo. Quarto, você fica meio que preso no seu tabuleiro fazendo suas coisas e sem ninguém entender o que você tá fazendo. Acho meio ruim quando os jogadores vão fazendo suas jogadas e ninguém nem sabe o que tá acontecendo, provavelmente houveram muitos e muitos erros nessa partida. Quinto, achei um jogo inflado e esses jogos com tabuleiro que é meio que “olha, eu existo para que o jogo tenha alguma interação”, eu acho muito feio. Sim, não gosto de Terraforming Mars. Sexto, já deu, né? Vamos para o próximo jogo.
028. Codenames Disney (2017)
Jogado em 11/02/2023 com 4 jogadores.
Já joguei Codenames, Codenames Pictures e Codenames Duet… E ainda tenho o despeite de considerar esse jogo como novo? Sim. Codenames Disney pode ser jogado com as cartas frente ou verso ou misturado. De um lado tem figuras e do outro um texto. Então, é um jogo diferente sim. A gente jogou com todos os lados para imagem, o que deixa meio que igual ao Pictures. Entretanto, não é igual, pois aqui as imagens são coloridas… O que dá margem para muitas outras coisas. Além disso, as imagens não são como as de Pictures que tem vários elementos nela. Às vezes é apenas um elemento na figura inteira. Então, acho que apesar de ter as mesmas regras, é uma experiência diferente. Na minha opinião, é o pior dos Codenames. Dá menos espaço para as dicas. A vantagem é que realmente fica mais leve e simples. Jogamos com o tabuleiro 5×5, apesar de que acho que nessa edição tem uma opção mais fácil de 5×4. Bom, sem mais comentários… Achei legalzinho, nunca que eu compraria, acho que Codenames não é um bom jogo para ter um tema muito forte, pois perde-se abrangência de dicas com isso.
029. Turing Machine (2014)
Jogado em 12/02/2023 com 4 jogadores.
Quando vi essa caixa me interessei logo em jogar. Quando vi que eram apenas 20 minutos de duração, fiquei ainda interessado em jogar. Quando vi que era de dedução quis jogar ainda mais. E terminou que consegui jogar, já na madrugada do último dia. Decepção é o que posso dizer. Assim, o jogo tem vários elementos fodas: os cartões perfurados que a combinação de três deles sempre dá apenas um espaço vazio para a resposta é genial. Os quebra cabeças por si só e todas as fichas elaboradas para cada um. As condições. Tudo isso é demais. O problema é com o jogo em si. Primeiro que é totalmente multiplayer solitaire. Totalmente. Não há interação alguma entre os jogadores. Até aí, tudo bem, ficaria sendo apenas uma corridinha para quem descobre primeiro. Isso, na verdade, nem me incomodou muito. O problema maior é que jogando no fácil (não sei nas demais configurações) o vencedor é definido pela escolha do primeiro número. Me lembrou muito aquele joguinho de palavras Wordle… Que a primeira palavra vai impactar demais no sucesso e progresso do jogador. Jogamos apenas com 4 parâmetros, mas nada impediria do mesmo acontecer com os 6 parâmetros (apesar de mais difícil). A partida foi meio frustrante, pois durou apenas duas rodadas e mesmo que durasse muito seria umas três rodadas. Até topo jogar novamente, mas algo com mais dificuldade para ver se o jogo dura mais tempo e possa realmente existir alguma dedução.
030. Meadow (2021)
Jogado em 12/02/2023 com 4 jogadores.
Quase que esse era o queridinho do Spa, mas Savannah Park faz mais meu estilo. Em todo caso, não foi o queridinho mas me permitiu fechar o Spa dos Jogos com um bom jogo. Meadow é um jogo também meio abstrato, mas é um Set Collection elevado a décima potencia, fazendo praticamente um puzzle de Set Collection. Gostei da ideia. O problema aqui é que o jogo é muito propenso ao Analysis Paralysis, pois são muitas opções para se escolher na mesa. Então, dependendo do jogador, pode demorar bastante. E o jogo por si só é ligeiramente demorado. São oito rodadas ao todo e cada uma você tem quatro ações. Nessa partida jogamos apenas seis rodadas para ver se funcionava, acho que funcionou relativamente bem e valeu a pena por deixar o jogo mais curto sem perder tanto da estratégia (claramente perde, mas não o suficiente para estragar o jogo).
031. Nova Luna (2019)
Jogado em 25/02/2023 com 2 jogadores.
Antes de escrever esse texto joguei três dias seguidos esse jogo, para cobrir o máximo de contagem de jogadores possível. Joguei com 2, 3 e 1 (sim, tem versão solo). Depois de jogar com todas essas possibilidades, não vejo sentido em jogar esse jogo com 4 jogadores. E daqui a pouco vou lhe dizer o motivo. Nova Luna é um jogo que estava na minha Wishlist, por ser meio que um Patchwork para vários jogadores. Comprei o jogo e estava muito empolgado para conhecê-lo. Aí joguei primeiro com dois jogadores, achei legalzinho, mas não melhor que Patchwork. Ok, era o esperado. Depois joguei com três e achei bem ruim… Muito tático, é meio que impossível você planejar adiante, pois a roda em que ficam as peças é muito pequena (poucos espaços). Então, termina que ou pula o tile que você queria e não consegue pegar ou pegam ele. Entretanto, tudo isso por mero acaso, já que nem tão prestando atenção no seu tabuleiro. Em várias ocasiões me frustrei por tentar pensar adiante e em algumas outras me frustrei por só ter tile que eu não queria disponível para escolha. Como fiquei meio chateado com a experiência com três jogadores, fui testar o jogo solo. É basicamente um quebra-cabeça que você tenta pontuar menos que 100 pontos ao somar todos os tempos de suas fichas coletada em dois momentos distintos especificados pelas regras lá. Versão solo razoável, joguei duas vezes e não pretendo mais jogar. Devo tentar jogar novamente com três pessoas (quem sabe até arriscar quatro para lascar de vez?) mas tendo uma mentalidade diferente de ser um Patchwork multiplayer. Pensar como o jogo sendo um quebra-cabeça tático e sem me planejar tanto para ver o que acho. E aí, dependendo já boto para vender ou trocar. Nem ganhar todas essas partidas que joguei adiantou para adoçar um pouco. Além de todo o fluxo do jogo ter essas frustrações por conta do azar, o final não se salva também, sendo extremamente anticlimático. O que é bem estranho para um jogo de corrida. Veja bem, o jogo não é terrível, mas ficou bem longe das minhas expectativas. Sim, expectativa é foda, geralmente só gera frustração mesmo.
032. Point Salad (2019)
Jogado em 25/02/2023 com 4 jogadores.
Joguei umas cinco partidas antes de escrever aqui, muitas palmas para o jogo. Ele funciona com qualquer contagem de jogadores. O feeling é um pouco diferente, mas como há um ajuste na quantidade de cartas, o jogo permanece um similar. Também é um jogo extremamente simples, sem ser simplório. Agradou novatos e experientes. Muito provavelmente vai ficar um bom tempo na coleção. Claro, que o jogo tem seus “problemas”. Talvez não sejam problemas, mas simplesmente como foi criado: ele é extremamente tático. É possível montar estratégias? Claro, mas no final das contas você vai precisar tomar a melhor decisão baseado em como a mesa está no seu turno. Consequentemente, existe um grande fator sorte aqui, pois às vezes você consegue um objetivo muito bom pelo mero acaso ou chega no seu turno e não tem simplesmente nada que preste para comprar. Então, não é um jogo que eu dê uma boa nota, mas aprecio suas qualidades e abrangência. Valeu a compra, ao contrário de Nova Luna.
033. Velonimo (2021)
Jogado em 25/02/2023 com 4 jogadores.
Que combinação do capeta foi essa? Jogo de carteado com climbing (uma mecânica, não escalada literal) e do Bruno Cathala? Tinha tudo para dar errado e deu. Vários problemas aqui. Primeiro que, como todo jogo no estilo, você joga várias mini-partidas para mitigar a sorte. Ok. Sendo que aí, vê a ideia brilhante: as primeiras rodadas dão menos pontos que as últimas. Entendo, pois às vezes pode ser frustrante você estar lá atrás e não ter mais chance de vitória, só que desse jeito é como se as primeiras rodadas não tivesse utilidade. Logo, usar várias rodadas para mitigar a sorte perde o sentido, pois elas não possuem peso igual. Aí depois, vem a carta 1 que é a mais fraca (pois é um jogo de escalada, isto é, maior melhor), tem uma habilidade especial. Massa. Só que a habilidade é pegar uma carta aleatória de um jogador e devolver uma carta para ele. Isso só insere caos no jogo, muitas vezes você pega uma carta que não ajuda em nada ou que ajuda demais, ou você retorna pro jogador uma carta que ajuda demais. Então, tome mais sorte no jogo. Tem também umas cartas que possuem valores elevados isoladas: 25, 30, 35, … até 55 acho. Mais sorte. Sei lá, achei que todas as mecânicas tem um sentido por trás que ao mesmo tempo deixa de fazer sentido. Em todo caso, não releve muito minhas impressões. Eu não gosto de jogos de carteado assim.
034. Gravity Superstar (2018)
Jogado em 26/02/2023 com 3 jogadores.
Quando vi o tabuleiro me lembrou imediatamente Ricochet Robots, mas rapidamente nas explicações você já percebe que tem nada a ver… E mais rapidamente ainda você deduz como todo o jogo funciona. Extremamente intuitivo e uma ideia até interessante. Entretanto, cagaram nas cores desse jogo: amarelo, verde limão e laranja? Ah, vá se lascar. E ainda tem tipo azul bebe, branco e rosa? Eu sou daltônico e me lasquei, mas um outro amigo daltônico só diferenciava uma das seis cores. Pelo menos você consegue perguntar as cores, já que é tudo informação aberta. Só é um pouco chato, pois existem trocentas estrelas para serem coletadas no tabuleiro. Termina que eu jogo sem perguntar mesmo. Em todo caso, achei o jogo simplório. Joguei duas vezes antes de escrever isso. Com três jogadores foi rápido, mas com cinco jogadores demorou mais que o necessário sem ganhos de interação, pois aumentam demais o mapa. Não tenho lá muita vontade jogar novamente, tanto por conta das cores como por não mais o que descobrir no jogo (ele é isso e pronto).

E foi assim meu Fevereiro: 24 jogos conhecidos. Será que esse ano vou conhecer 100 jogos novamente? Não sei, mas o começo do ano foi bem promissor.

2 Comments

  1. Philipp Totó
    17 de março de 2023

    Rapaz, quase que a gente se encontra por lá. Mas acabou que entre o Spa e o Doff, preferi ir no Doff porque ficaria mais barato pra mim.
    Mas que bom que você jogou um bocado! Já deu pra dar uma adiantada no desafio. Desses que você jogou, só joguei o Tuscany, que eu gostei bastante justamente por ser parecido com o burgundy, sendo que mais prático.
    Grande abraço, Roberto!

    Responder
    1. Roberto
      18 de março de 2023

      Eita, foi quase. Mas vai dar certo de todo jeito, que eu vou tá no DOFF também. hehehehehe Pelo visto todo mundo pegou um vôo na promoção.

      Responder

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