Desafio 100N (2021) Dezembro

Último mês do ano. Será que joguei os 100 jogos do Desafio? Ha ha ha…

019. Lucidity (2018)
Jogado em 05/12/2021 com 4 jogadores.
Peguei esse jogo só por pegar (Math Trade) e realmente o resultado foi o esperado: uma bostinha. Provavelmente um dos piores jogos que joguei em algum tempo e olhe que joguei umas belas desgraceiras nessa pandemia. Lucidity é um jogo com temática de sonhos/pesadelos que usa Push your Luck, deixando um casamento de tema e mecânicas bem estranho. Achei um jogo muito cheio de detalhes e regras que não parecem adicionar na jogabilidade. O conceito é muito simples para o tanto de exceções e variações que podem acontecer de acordo com o onde o dado entrar. Além disso, o aspecto da sorte não cria emoção nenhuma além de frustração. Então, para completar o marasmo da rolagem de dados, existe a possibilidade do jogador se tornar um pesadelo (meio que eliminar o jogador mas ainda deixá-lo jogando até o final da partida) e aí que as coisas pioram de vez. Jogar como pesadelo é extremamente entediante e pode acontecer na primeira rodada do jogador, como aconteceu quando joguei. Quais são suas opções como pesadelo? Você deixa de rolar dados (único traço de diversão que poderia existir no jogo) e ainda fica roubando ponto de outros jogadores. Vários pesadelos na mesa? Imagina o que acontece? Eu roubo de você, você rouba de fulano e fulano rouba de mim. Uau. Para terminar a desgraceira, as cores dos dados são vermelho, azul, verde e amarelo e essas duas eu não distingo. Pelo menos uma vantagem de virar pesadelo na primeira rodada: não precisei mais ficar perguntando a cor dos dados.
020. 4 Gods (2016)
Jogado em 05/12/2021 com 4 jogadores.
Esse jogo eu comprei tem um tempão (Black Friday antes da pandemia) e só fui jogar agora. 4 Gods é como se fosse Carcassonne em Tempo Real. Essa premissa me pareceu boa, pois gosto de Carcassonne e gosto de Tempo Real. Inclusive, eu gosto muito de jogos em Tempo Real, pois costumam ser rápidos, animados e quebram a mesmice dos jogos por turno. Gostei do conceito do jogo, mas a execução falhou, simplesmente por estar fadada a falhar mesmo. Tabuleiro único que todos constroem simultaneamente de maneira competitiva? Não tinha como dar certo. No aspecto de interação com a mesa temos as mãos dos jogadores na frente dos outros e bonecos sendo derrubados no meio da partida, parando em lugares que não estavam. E do aspecto do quebra-cabeça existe o problema de colocar peças erradas (que não poderiam encaixar) e depois precisar remover. Isso é um problemão por si só e aconteceu bastante na partida que jogamos. Além disso, o jogo tem um fluxo meio estranho por conta do quebra-cabeça. Começa meio rápido, depois da uma travada total com ninguém conseguindo encaixar mais nada por minutos a fio e depois dá uma acelerada pequena no final, mas totalmente anticlimática. A pontuação pelos deuses soa extremamente aleatória, especialmente em uma mesa com iniciantes. Eu nem tentei ter a maior quantidade de terrenos do meu deus, mas ganhei essa pontuação mesmo assim. O sentimento que fica é que 4 Gods é um jogo que deveria ser implementado no computador e não numa mesa física. Chateado de não ter gostado, pois queria gostar, mas claramente vários defeitos de design mesmo que são semi-impossíveis de corrigir. Existe a opção de jogar com turnos usando um timer a cada turno, mas isso perde a essência do jogo, fora que iria no mínimo duplicar a duração da partida no modo usual.
021. ICECOOL (2016)
Jogado em 05/12/2021 com 4 jogadores.
Jogo de destreza que você da peteleco em uns pinguins que possuem uma física meio parecida com joão-bobo. Depois de ler as regras e de umas tentativas de peteleco eu achei que o jogo ia ser bem ruim. Entretanto, durante a partida real aconteceram alguns momentos épicos de jogadas inesperadas que fizeram a mesa ir ao delírio. Mecanicamente o jogo também é bem bolado, tem uns pontos secretos mas quando é pontuação ruim você consegue usar para ter ações extras. Algo que muitos jogos mais pesados sequer tentam encontrar uma solução. Parabéns ao designer pela ideia. Em todo caso, não sei até que ponto esses momentos delirantes vão salvar o jogo. ICECOOL diverte, mas acho que ele dura um pouco mais do que devia. Vejamos o que o futuro reserva. Com certeza é um jogo que levarei aos eventos, pois salta aos olhos e tem uma presença de mesa foda.
022. Attika (2003)
Jogado em 11/12/2021 com 2 jogadores.
Jogo que peguei na Math Trade, tá todo mofado essa bagaça. O antigo dono ainda inventou umas cagada com giz embaixo do insert, mas acho que já estava mofado e só serviu para não ficar ainda pior. Bom, deixando o mofodeu de lado, vamos ao jogo. Attika é basicamente um jogo abstrato com alguns pequenos elementos de sorte. É tão abstrato que descobri que teve reprint dele com temática de Correios. É, para você ver. As regras do jogo são bem simples e diretas, eu diria que até parecem truncadas e bobas. Sendo que ao jogar, você percebe que vai além disso, o jogo permite aos jogadores realizarem umas jogadas pensando lá na frente e também fazerem jogadas táticas bem espertas. Eu gostie bastante da partida com apenas 2 jogadores, mas acho que com mais jogadores vai estragar um pouco a experiência. Pretendo testar, mas acho que só depois de passar um Sanol no jogo para tirar esse mofo seboso.
023. Broom Service (2015)
Jogado em 12/12/2021 com 4 jogadores.
Mais um jogo que comprei eras atrás (alô Black Friday 2019) e estava só aguardando voltar as jogatinas para conhecer. Jogo do Pfister na época que ele não era famosão. Engraçado é eu chamando o cara de famosão e talvez você lendo e pensando “quem?”. Bom, o cara é um excelente Game Designer. Mas, será que presta que esse jogo presta? Essa primeira partida eu joguei apenas o jogo básico, sem nenhum dos módulos. Devo ressaltar que não sou fã de Family Games e raramente gosto deles. Acho que são levinhos demais, sem muito propósito e que o jogo é definido mais pela sorte do que pela habilidade dos jogadores. Não que essa última parte seja um problema enorme, mas acho ruim o jogo lhe iludir dando algumas opções estratégicas mas quebrando tudo com algumas possibilidades meio que ocultas de sorte (olá, Ticket to Ride). Bom, devo dizer que isso não acontece com Broom Service. O jogo recompensa as boas jogadas, tem um aspecto de sorte sim, mas envolve muito leitura de mesa. Isto é, se você conseguir identificar o que os demais jogadores querem fazer, você driblará a sorte. E isso é genial. Gostei mais do que esperava do jogo, no começo pode ser um pouco confuso, mas na segunda ou terceira rodada tudo clica e faz sentido. Muito boa a ideia de realizar uma ação mais forte com risco de dar errado ou uma ação mais fraca sem riscos, gera uma interação muita boa na mesa. Quero jogar mais e conhecer os módulos, mas tou com uma suspeita que vou achar mais legal a elegância do jogo básico mesmo.

Final do ano foi bom, deu para conhecer uns joguinhos a mais e ter pelo menos algum contato com outros seres humanos. Nem de longe perto de cumprir os 100 jogos, mas… Estou satisfeito com o resultado.

2 Comments

  1. Philipp Totó Paiva
    11 de janeiro de 2022

    Salve, Pinheiro!
    Cara, que legal os jogos que você conseguiu experimentar. Desses aí eu já joguei o Ice Cool, que achei muito divertido e original; o Broom Service, que joguei uma vez, adorei e comprei minha cópia; e o Lucidity, que… Concordo com você e ainda adiciono um comentário: que manual ruim! Meu Deus! Um amigo tinha ganhado esse jogo que veio “de brinde” quando ele comprou outro. Tentou ler o manual e acabou dizendo pra mim: “bicho… Lê esse manual aqui e aprende pra gente poder jogar isso e se livrar logo”. Aí fiquei com a missão. Depois de passar pelo desgosto do manual, pensei até que o jogo seria interessante… Mas é como você falou mesmo. É uma pena, porque até gostei da arte, do tema e dos dados que são bonitinhos (mas as cores poderiam ter sido diferentes). Mas o jogo não divertiu a gente.
    Enfim, tomara que eu tenha oportunidade de testar esses outros que você jogou um dia.
    Grande abraço.

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    1. Roberto
      11 de janeiro de 2022

      Bora Totó!

      Bote fé, o manual do Lucidity é ruinzinho mesmo e a descrição das habilidades dos pesadelos também são ruins de acompanhar. Um jogo tão simples e tão cheio de exceções e detalhes inúteis, não saquei não.

      Broom Service bem bacanudo, quero ver como ele é com os módulos. ICE COOL eu só acho que vou enjoar, mas realmente bem legal.

      Responder

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