Desafio x3 – Jogos de 2013

Provavelmente essa será a última postagem do Desafio x3 usando anos. Não deve ser a última para sempre, mas com a condição para novas postagens de anos é ter mais jogos que o anterior… Tenho a impressão que o fim chegou. No caso, eu ainda dei uma forçadinha para que 2013 tivesse exatamente um jogo a mais que 2012. É, o negócio tava brabo. Mas cá estamos nós!

Jogos de 2013: 67 jogos

É isso mesmo. 2012 foram 66 jogos e agora… 67! Quem foi o salvador da pátria? Talvez você esteja se perguntando. Ou, tá nem aí. Mas direi mesmo assim. Eu fui na minha Wishlist atrás de algum jogo do ano ao meu alcance. Encontrei um jogo que comprei na Steam, publicado originalmente em 2013. Inclusive, já comentei sobre ele na postagem da semana passada. O jogo é o King & Assassins, basicamente um jogo para dois jogadores assimétrico que envolve alguma dedução/blefe com alguns elementos de movimentação tática. Gostei da premissa, não gostei de jogar no computador. Bom, quem sabe, algum dia eu não jogue o físico? Sim, então meio que dei uma roubadinha. Joguei com uma IA só para registrar esse jogo, pois o Desafio x3 não pode parar! Engraçado que com expansões chego a 78, pois várias expansões de Summoner Wars foram lançadas esse ano, mas não considero elas.

Ok, deixando o drama de lado, quais foram os jogos bons desse ano? Dentre os que gosto bastante, temos um Euro queridão, dois de gosto duvidoso (maioria não gosta, mas eu sim) e um Euro com bastante interação. Quer tentar adivinhar? Impossível, só se tiver memorizado os anos de publicação dos jogos tudinho. Então, sem mais delongas, começo com Russian Railroads! Um desses Worker Placements que aquece o coração dos Eurogamers. Admito que o jogo original é muito bom, mas não excelente. Tem um probleminha de rejogabilidade, mas completamente resolvido pela expansão German Railroads (2015). O jogo tem uns outros problemas, eu poderia dizer Runaway Leader? Não necessariamente, mas pode acontecer. Sendo que também pode acontecer um Runaway Leader falso, isto é, o povo achar que um jogador deslanchou, mas vem outro que não mais que de repente estoura as pontuações mais no final da partida. Sendo que com certeza é um jogo com efeito bola de neve e que jogadores iniciantes contra veteranos tem uma chance gigante de tomar uma surra daquelas. Não é um jogo que usaria para apresentar a ninguém, mas se você tem um grupo de jogadores desenrolados, vale muito a pena botá-lo na mesa.

Os dois que gosto e a maioria das pessoas não curtem são dois jogos em Tempo Real. O ódio alheio vem geralmente quando as pessoas não estão acostumadas ou simplesmente não gostam da pressão no tempo. Eu, pessoalmente, acho interessante. Não aguento ficar jogando o dia todo ou constantemente, mas uma vez perdida é muito legal. Um deles é o Space Cadets: Dice Duel. Esse é Real Time com times. O que pode gerar algumas confusões. Sejam jogadores roubando sem querer, pois são regras demais; ou simplesmente alguém querendo brigar, pois ficou algo indefinido por conta do fator tempo (ele gritou “Fogo” antes ou depois deu rolar o dado?). É o tipo de jogo que requer uma mentalidade mais “vamos só brincar aqui” do que “vamos medir milimetricamente o que tá acontecendo”. Como Boardgamers geralmente não gostam disso, costuma não agradar. O outro funciona um pouco melhor, pois é cooperativo: Bomb Squad. Aqui, usaram a mesma mecânica de Hanabi (cartas viradas para os outros jogadores, não para si) de uma maneira muito boa, pois agora o jogo tem condições de vitória/derrota e também tem bastante emoção. Nunca entendi a nota baixa no BGG, deve ser o aspecto Tempo Real que afasta as pessoas. Ou vai ver, eu só gosto, pois tem um aspecto de programação. Por essa razão, eu costumo apresentar para os professores ou alunos da área.

Fechando os jogos que citei, trago aqui o Euro com muita interação Bruxelles 1893. Recentemente lançaram a versão Card Game dele, quero jogar, mas ainda não tive a oportunidade. Bom, em todo caso, Bruxelles é um jogo com Worker Placement, Area Majority e Leilão, tudo num balaio só e ao mesmo tempo. Acho um jogo bem inteligente e com bastante interação. O problema é que é tanta interação que a ordem que você sentar na mesa vai ter muita influência em como você se sai no jogo. Deixo já a dica: sente à esquerda do jogador mais inconsequente (vulgo, pior jogador?) da mesa. A chance de você vencer os Leilões serão absurdamente maiores e, consequentemente, de vencer a partida como um todo também. Uma pena, eu gosto bastante do jogo, mas isso pode ser bem frustrante, pois o vencedor da partida nem sempre é quem realmente estava jogando melhor, mas o que foi alimentado com mais facilidade pelo jogador à sua direita. Em todo caso, ainda mantenho na coleção e ainda jogo quando rola. E agora, fechando os jogos bons com algumas menções honrosas: Madeira, que joguei apenas uma vez mas considero pacas, apesar da longa duração que me afasta de ir atrás de novas partidas; Bora Bora, um dos jogos que mais acho interessante do Feld, mas ele tem um probleminha de balanceamento meio chato; Spyrium, que acho um jogo muito interessante mecanicamente, mas que depois de algumas partida fica um pouco manjado.

E as desgraças? Vou manter curto, pois está cada vez mais cansativo ficar reclamando dos jogos. Começando com… Dungeon Roll, basicamente é o jogo do Adnet: rola os dados e enlouqueça. Sorte demais, sem graça demais. Runicards, nacional nos primórdios dos financiamentos coletivos, jogo simples mas que não diverte e também não desafia. Muito no meio da estrada pro meu gosto. Completamente esquecível, só lembrei, pois fui buscar notas baixas do ano. Battle Scenes é outro nacional, mas agora é o que abomino com muitas das minhas forças: um Card Game colecionável. Às vezes até acho que o pessoal tem umas ideias boas, mas não gostei do jogo mecanicamente mesmo. Cuba Libre é um da série de War Games Coin, que inspirou o recente sucesso Root (2018). Dizem que Cuba Libre é um dos mais leves desta aclamada série, mas não curti. Aparentemente você precisa de várias partidas para realmente entender o jogo e suas nuances. Não é muito meu estilo aprofundar assim num jogo, não vejo o resultado como recompensador. E aqui é ainda mais gritante isso, pois existem muitos swings que podem acontecer durante a partida desfazendo jogadas de vários e vários turnos. Outro bem ruinzinho é o Trains and Stations, nem lembro todas as razões, lembro que tinha vários componentes e fichas que nem usamos na partida de tão rápido que ela terminou e foi totalmente “ué, é isso?”. Fechando com mais dois nacionais, desculpa Brasil, posso citar o Viagem no Tempo, com uma partida traumática que perdi um dos meus pinos antes do meu primeiro turno (todo mundo me marcou pra isso acontecer) e Midgard, que demora demais para um jogo tão simplório.

Certo. Respirando… Tem alguns jogos dessa época que gostaria de jogar desde 2013. É engraçado relembrar e pensar: “poxa, tanto tempo e ainda não joguei esse jogo?”. Tudo bem que são trocentos jogos sendo lançados todos os anos e, realmente, é impossível jogar tudo. Especialmente quando você é um dos maiores compradores do seu grupo e possui menos de 70 jogos. Termina que os anos passam e aqueles jogos que a pessoa está apenas curioso se perdem no tempo. Um que lembro muito bem da época é o Warhammer: Diskwars, sim um jogo meio que de miniaturas, mas em vez de miniaturas eles usaram meio que algo similar a aquelas bolachonas para a pessoa botar copo em cima. Claro que o materialmente não é o mesmo, são apenas tiles normais redondos. A ideia aqui é que o movimento é medido girando essas bolachonas pela mesa. Gostei muito da ideia, não sei por qual razão especificamente, mas gostei. Claro que sempre tem uns jogos de Destreza que eu fico é curioso, mas não tenho a coragem de comprar, pois geralmente canso em 5 partidas: Disc Duelers, um joguinho de combate por peteleco; Castle Crush!, aqui é meio que um jogo de derrubar o castelo com um sistema de pendulo; Bugs in the Kitchen, e esse é para tentar evitar que uma barata que anda aleatoriamente (meio que se tremendo pelas paredes de um tabuleiro em 3D) fuja. Tem alguns jogos que me agradaram no conceito na época, mas hoje em dia eu nem tenho mais vontade de conhecer, mas pesquisando lembrei: Trieste, um jogo assimétrico de exatamente três jogadores; Shinobi Clans, um jogo meio Take That com informação secreta com arte linda; Firefly, jogo baseado no seriado mas que tem um jeitão de ser um Merchants & Marauders (2010) piorado; The Duke, abstrato de combate tático que as peças mudam de movimento após se mover. Sei nem porque citei esse tanto de jogo se o interesse passou, mas… Quem sabe não desperta sua curiosidade? Um que me despertou o interesse mais recentemente foi Hanamikoji, um Card Game de apenas dois jogadores que usa I Split, You Choose e despertou meu interesse. E, fechando essa lista com mais um interesse genuíno: Glass Road, do Uwe Rosenberg. Achei o sistema das cartas interessante, é um jogo que parece que saiu de catálogo lá fora (ou vai ver foi só impressão), mas anunciaram no Brasil para 2022! Comprem, amiguinhos, para a gente jogar.

Pronto, quase que a postagem não sai por conta da quantidade, mas King & Assassins salvou aí com sua implementação postiça no computador. E 2014 rolará ou realmente começamos o inevitável momento da queda de jogos conhecidos? Afinal, tudo nesse mundo funciona como uma distribuição Normal. Excelente, só que não, essa piada aleatória no final. Bom, até lá.

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