Desafio 5×3 – Jogos Licenciados

Como assim Jogos Licenciados? Estou falando daqueles jogos que o tema é baseado em algum Filme, Seriado, Livro, História em Quadrinho… Na verdade, como o título indica seria para serem jogos apenas com licenças pagas. Isto é, que não estão em domínio público. Entretanto, como o Desafio é meu, eu incluí também essas obras de domínio publico para fortalecer os jogos no Top.

Infelizmente, eu sou uma pessoa bem chata com entretenimento. Digo infelizmente, pois isso me dificulta encontrar coisas que gosto de verdade. Por exemplo, eu não gosto de Star Wars e Senhor dos Anéis. Logo essas duas que possuem vários jogos saindo pela Fantasy Flight. Isso não me impediu de assistir todos os filmes e jogar vários jogos, mas é aquela… Não é a mesma coisa ver/jogar algo para se distrair e ver/jogar algo pelo qual você é apaixonado. O impacto é outro. Gosto da Marvel, mas o tema de super-herói não parece ser algo que propicia mecânicas e estilos de jogo do meu agrado. Então, fico nessa enrascada e foi um pouco difícil para compor o Top. Em todo caso… Quais são os Top?

#5. Beowulf: The Movie Board Game (2007)
Já comentei sobre esse jogo em alguns momentos aqui no blog. Basicamente, é um jogo abstrato com tema colado do grande Reiner Knizia. Engraçado que existem dois jogos de Beowulf pelo Knizia e eu tive os dois. Não, não sou fã do Beowulf, mas esses jogos ficaram em promoção durante um bom tempo antes de esgotar, provavelmente por conta do final do contrato de licença eles tinham que vender o mais rápido possível. Eu não gostei muito do outro jogo, mas esse eu gostei e joguei várias vezes. Só vendi por ter enjoado mesmo. Querendo ou não, a rejogabilidade inteira do jogo ficava por conta da dinâmica da mesa. Uma hora as opções e situações começavam a se repetir e também o jogo vai começando a envelhecer. Em todo caso, recomendo conhecer se você gosta de jogos mais abstratos e matemáticos. Acho que quem gosta de Sudoku vai curtir esse jogo.
#4. Blood Bowl: Team Manager (2011)
Mais um que já tive e vendi. Isso não é muito demérito, mas com certeza Blood Bowl: Team Manager foi decaindo no meu gosto com o passar do tempo. Para começo de conversa ele já é um jogo bem longe da minha alçada: Deck BuildingTake That e Output Randomness? Quem foi Roberto? Sendo que eu  realmente gostava do jogo. Não sei o que era. Talvez a atmosfera proporcionada pelo jogo de caos e porradaria. Apesar do fator elevado de sorte, tudo parecia concatenar bem no jogo, provavelmente um excelente design para sua proposta. Até o Deck Building eu gostei, pois era bem pontual e funcionava como perfeição com o tema de ir melhorando o seu time aos poucos. O que importa é que passou um tempo e eu também passei a enjoar de Blood Bowl: Team Manager. O jogo continuou bem cotado, mas ele era melhor como jogo 1×1 por conta do Downtime e duração. Sendo que para jogar jogos 1×1 eu tenho outras preferências. Foi assim que esse jogo deixou seu legado comigo, mas não permaneceu na coleção. Se você gosta de Smash Up, aqui está um jogo superior e com a mesma dinâmica de controle de área.
#3. Parade (2007)
A essa altura acredito que Alice já seja domínio público. Então, não é bem uma licença, mas teremos outros casos desses aqui nessa lista. Parade é mais um desses jogos abstratos com tema colado. Isso não indica que o jogo é ruim, só não é um bom exemplo de implementação de tema. Foi o jogo mais jogado de toda essa lista com 22 partidas. Um excelente sinal. Eu nunca tive o jogo original, mas jogo Parade usando as cartas de Battle Line. Basicamente, os dois jogos tem a mesma quantidade de cartas, tirando os zeros do Parade, mas a diferença é tão pouca que não interfere muito com a jogabilidade e ideia do jogo. Se você não conhece Parade, recomendo dar uma olhada. Especialmente se você gosta de jogos inteligentes, rápidos e de cartas.
#2. The Godfather: Corleone’s Empire (2017)
Eu nem esperava gostar muito desse jogo. Eric Lang, Godfather e Cool Mini or Not? Uma combinação de várias coisas que não despertam meu interesse. Entretanto, não sabia eu que o jogo era uma mistura de Area Majority com Worker Placement. Recentemente, descobri que essa é uma excelente mistura. O jogo tem bastante Take That. Incomoda? Sempre, mas não tanto. Acho que a maneira que foi implementado deixa tudo mais palatável. É como se você soubesse que irá acontecer, talvez não tenha plena noção que você será o alvo, mas algo ruim vai acontecer com alguém da mesa. O único problema é o de sempre: o jogador escolher o alvo incorreto. E não é incomum, pois as pessoas costumam agir por vingança em jogos assim. Em todo caso, gostei da experiência desse jogo. Se você gosta do tema não vai encontrar tanto dele por aqui, mas o tema de mafia está bem implementado. Esse jogo é como se fosse um jogo genérico de Mafia que usa arte (bem pouca) da franquia de filmes.
#1. A Game of Thrones: The Board Game (2011)
Antes de começar, é bom especificar que estou falando da segunda edição e, ainda mais especificamente, com a expansão Dança dos Dragões. O jogo base ainda seria bom o suficiente para estar em primeiro lugar, mas a expansão melhora e balanceia o jogo. Game of Thrones é imbatível nessa categoria por duas razões bem simples: o jogo é excelente e essa é a única franquia desse Top que eu realmente gosto. Foram os livros dessa série que me fizeram tomar gosto pela leitura lá em 2010. Claro que como todos já devem saber, o jogo tem lá seus problemas, como o desbalanceamento e só funcionar direito com 6 jogadores. Estou bem curioso com a nova expansão (Mãe dos Dragões), que permite até 8 jogadores e parece ter criado uma maneira de ajustar bem o jogo para as variadas quantidades de jogadores. E o que GoT tem de bom? É um jogo de combate sem sorte e com muita negociação de um jeito que simplesmente funciona. Eu odeio negociação e ainda assim gosto jogo. Já tive, mas vendi. A principal razão é que esse jogo tem uma capacidade grande de mofar, não sei o que é isso… Mas acontece com todas as cópias que já vi. Como eu só jogava 1 vez ou 2 vezes ao ano, me desfiz mesmo. É um dos poucos Jogos Eventos que gosto.

A listagem de Bottom foi bem vasta, bastante jogo licenciado fraco ou que eu realmente não gostei. Foi só uma questão de escolher os cinco mais marcaram negativamente. Alguns jogos que poderiam estar aqui eu já apresentei no Desafio 5×3 Cooperativos, mas, nem por isso, o ódio é menor aqui.

#5. Munchkin Rick and Morty (2017)
Coloquei essa versão do Munchkin, pois foi a mais recente que joguei e, coincidentemente, foi a que achei pior. Também não tinha como colocar as outras que conheci, já que os temas eram mais genéricos (piratas e zumbis). Então, cá estamos nós com uma versão de Munchkin licenciada. Se você não conhece esse jogo, não recomendo conhecer. Munchkin é um jogo que já nasceu “velho”, mesmo para sua época de criação que foi em 2001. Consequentemente, é um jogo que não conseguiu envelhecer direito e se tornou datado. Tem muito Take That superior à Munchkin e não é realmente uma tarefa muito difícil fazê-lo. Então, se você curte sacanear o amiguinho não procure aqui.
#4. The Name of the Rose (2008)
Jogo baseado no livro do autor Umberto Eco. Eu nunca li e também nunca vi o filme com Sean Connery, mas sei que é uma licença. Esse jogo está aqui por conta da decepção. Foi grande demais. Eu gosto do Stefan Feld e raramente acho os jogos dele ruim. Na pior das hipóteses eu simplesmente não gosto do jogo, mas nunca achei ruim em termos de design mesmo. Sendo que aqui foi bem triste. Especialmente porque esse jogo contem elementos e dinâmicas que eu geralmente gosto, mas que aqui foram em uma direção completamente nada a ver para mim. É como se Stefan Feld fosse extremamente experiente com Euro Games e tentasse fazer um jogo bem fora do seu escopo e falhasse demais. Pior que ele poderia ter criado um Euro Game de dedução, funcionaria perfeitamente, mas o jeito que ele fez simplesmente não desceu. É um jogo com muita sorte (que não acrescenta em nada no jogo) e a parte de dedução é muito mal implementada, não colabora em quase nada pro jogo que deveria ser puramente de dedução e blefe. No final das contas, O Nome da Rosa é complexo/confuso e não tem a mesma desenvoltura de um jogo simples de dedução.
#3. Winter Tales (2012)
Cá estamos nós com mais um jogo baseado em contos de fadas. Como já falei, não é bem uma licença, mas é uma temática muito forte e bem conhecida para que eu trate como tal. Winter Tales é um desses jogos de contar história. Sinceramente, esses jogos não prestam. Parem de fazer jogos assim. Eu não jogo mais RPG, mas se você quer jogar algo para contar uma história, jogue RPG. É muito melhor. O pior é que Winter Tales tenta atrelar todo um conjunto de regras complexas para no final o vencedor do jogo ser algo bem arbitrário. São mais de 20 páginas de regras para descrever um jogo que deveria ser relativamente simples (e até é). A arte do jogo é incrível, o que bate até uma tristeza de ter sido gastada em um jogo tão ruim como esse.
#2. Game of Thrones: Intrigue (2014)
Esse jogo não podia faltar na lista, quase foi o primeiro. Só não foi porque chequei bem direitinho antes para saber se não havia nada mais cabuloso do que um jogo de crianças usando a temática de Game of Thrones. Engraçado é a versatilidade do Reiner Knizia. Esse jogo também é dele, assim como o jogo do Beowulf citado ali no Top. Resumidamente: pegaram um jogo de crianças do Reiner Knizia sobre pinguins e resolveram colocar o tema da série do momento colado a cuspe. Talvez até tivesse funcionado, mas o próprio jogo original não era muito bom. Então, foi um tiro pela culatra. Esse jogo foi até trazido pelo Brasil, provavelmente olho gordo da Galápagos atrás de um dinheiro fácil com a franquia. E deu erradíssimo também.
#1. Spellfire (1994)
Não sei se esse jogo está na lista errada, mas estou considerado Spellfire como sendo licenciado pela ambientação do D&D. Assim como Tyrants of Underdark ou Lords of Waterdeep, por exemplo. Talvez esteja incorreto, pois Spellfire foi trazido pela TSR que é a própria detentora da licença do material produzido. Então, seria como se a Disney lançasse um Board Game da Marvel. Dado essa analogia, acho que é válido. Ou não? Bom, não importa. O que importa é que Spellfire é muito ruim. Tudo bem que é um jogo antigão e faz pleno sentido o jogo ser ruim, mas antes dele nasceu Magic que todos sabemos que não é um jogo ruim (só chato, burocrático e de comunidade tóxica). Bom, para quem não conhece, Spellfire é o CCG ambientado no mundo de D&D. Sinceramente, uma ambientação muito mais interessante do que Magic e quiçá do que qualquer outra fantasia medieval, mas ambientação sem mecânicas boas não rende jogo bom. As cartas tem texto demais e todas as regras são feitas pelas cartas. Eu não cheguei a ler o livro de regras, mas talvez ele pudesse ser explicado em meia página, pois tem muita regra nas próprias cartas. O jogo é muito longo, eu só “joguei” ele três vezes, mas nenhuma eu consegui ir até o final da partida. O desbalanceamento é gritante. Provavelmente este jogo não estava no seu radar e você nunca teria a oportunidade de conhecê-lo. Entretanto, se essa oportunidade surgir… Não caia nessa armadilha. Fuja.

Elaborar o Want também foi bem tranquilo. Existem muitos jogos de licenças e eu raramente adquiro eles por preconceito. Como assim? Quando comecei no hobby os jogos licenciados tinham uma fama de jogos ruins e era verdade… Eram poucos os jogos que eram interessantes, a maioria eram caça-niqueis. Para completar, um dos meus primeiros jogos foi o Board Game do Conan e não curti muito. Então, isso solidificou minha falta de vontade de ir atrás desses jogos. Então, os anos foram passando, os jogos foram surgindo e vários me despertaram o interesse atualmente. Só não adquiri por medo de ser uma bomba. Mas a curiosidade permanece… E tenho vontade sim de conhecê-los. O maior trabalho aqui foi ordenar. Bem difícil. Então, não ordenei por preferência. Simplesmente coloquei em ordem alfabética.

#5. Batman: The Animated Series – Rogues Gallery (2019)
Desde 2016 começaram a aparecer uns jogos do Batman especificamente ambientados na série animada. Não entendi bem a razão, mas gostei. É um dos melhores desenhos da época e, como fã do Batman, eu tenho interesse em conhecê-los. A questão é que dei uma pesquisada em todos eles e acho que nenhum vai me agradar mecanicamente. O que mais achei interessante foi esse por ser competitivo e os jogadores serem os vilões que tentam derrotar o Batman em um jogo de Push Your Luck. Parece desbalanceado e simplista, mas se me chamarem para jogar vou dar uma olhada.
#4. Might and Magic Heroes (2012)
Nem sei qual foi o ano (1998?) que conheci a franquia Heroes of Might and Magic, mas posso resumir como sendo um video game com cara de board game 4X de fantasia medieval. Me apaixonei pelo jogo de cara, joguei do primeiro ao quinto jogo da franquia, mas o melhor mesmo foi o HoMM III. Conheci os jogos de tabuleiro em 2010 e em pouco tempo que entrei no hobby lançaram a versão de tabuleiro da amada franquia e fiquei curiosíssimo para jogar. Sendo que nunca aconteceu. Por causa do Conan, eu fiquei cabreiro de adquirir. Entretanto, o maior impacto foram as más avaliações. Como um jogo com tantos fãs não deu certo na mídia que ele provavelmente mais daria certo? Não faço ideia… Parece que super simplificaram tudo e extraíram a maior parte das decisões legais do jogo. Então, até hoje, nunca tive a oportunidade de jogar. Entretanto, sigo aguardando apenas pelo fator nostalgia.
#3. Firefly: The Game (2013)
Seriado que só teve uma temporada, mas que gostei do pouco que vi… Piratas no espaço e com um clima meio faroeste? Soa estranho, mas funcionou. Ao menos para mim. A versão de tabuleiro foi lançada pela Gale Force Nine, logo após o Spartacus, que também foi baseado no seriado (bom também). Eu tive Spartacus e me decepcionei. Não que o jogo seja por si só terrível… Ele tem umas boas ideias, mas a sorte é muito elevada e a duração também. Simplesmente não faz meu estilo. Então, depois desse fracasso não me senti muito motivado em adquirir Firefly, mas a curiosidade permanece. Quem sabe o jogo não é uma versão com menos sorte e mais balanceada do Merchants & Marauders? Acho difícil, mas não custa sonhar, né?
#2. Fallout Shelter: The Board Game (2019)
Finalmente chegou a vez dos jogos que estou curioso não só pela franquia, mas pelo fato de ser realmente um bom jogo. Aqui está mais uma franquia de video games que sou fã: Fallout. Joguei o primeiro, o segundo, o Tactics e Shelter. Sendo este último o que inspirou esse jogo, vide o nome. Antes desse jogo sair, eu inclusive pensei em criar um jogo inspirado no video game, já que a ideia é bem interessante para um jogo de tabuleiro. Na realidade, já é algo que meio que existe com Caverna. Um jogo no qual os jogadores montam bunkers com várias salas diferentes e enviam seus trabalhadores nas salas que possui e também para se aventurar nas Wastelands. Então, Fallout Shelter seque a mesma linha… É um Worker Placement só que bem simples. Aparentemente tem agradado.
#1. Fury of Dracula (2015)
Geralmente esses jogos de terror são cooperativos e naquele estilo que não gosto: cada um com um personagem, mas todos unidos para tentar fazer algo. Aqui, a situação não é muito diferente… Sendo que tem um diferencial bem importante: um jogador controla Drácula e está contra todos os outros. Particularmente, eu não gosto de jogos de um contra todos, mas esses jogos de movimento escondido tem me agradado. Então, sempre tive interesse de conhecer Fury of Dracula desde as edições mais antigas, mas nunca tive a coragem de eu próprio bancar por ser um jogo muito demorado. A boa notícia é que vão trazer para o Brasil parece que esse ano. A má notícia é que será pela Galápago$. Em todo caso, a curiosidade permanece e o fato de ser lançado em território nacional aumenta bastante as chances de eu conhecer.

Pronto. Eis aqui 15 jogos licenciados. Quais são os seus Top, Bottom e Want?

2 Comments

  1. Flávio Reis
    28 de agosto de 2020

    Sensacional… Tá ligado que você um dia me fará o grande favor que testará meus jogos, né? (Sonhar não custa nada…) Porque eu quero essa franqueza aí. Grande trabalho mais uma vez! Grande abraço.

    Responder
    1. Roberto
      28 de agosto de 2020

      Obrigado, Flávio. Agora que estamos em quarentena, é só você botar num Tabletopia da vida e me chamar que será um prazer hehehehe =)

      Responder

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