Não tardou e chegamos novamente ao Desafio 5×3. Dessa vez com Jogos de Destreza. Do que se trata? Vou dizer meus cinco Jogos de Destreza prediletos de uma determinada categoria, depois os cinco Jogos de Destreza que menos gosto e, pra fechar, os cinco Jogos de Destreza que eu gostaria de conhecer. Basicamente é um Top 5, Bottom 5 e Want 5 numa postagem só! Por isso o nome Desafio 5×3. Perdeu o anterior sobre Jogos Cooperativos? Visite aqui.
Antes de começar, só gostaria de deixar um breve comentário. Ao contrário dos Jogos Cooperativos, minha relação com Jogos de Destreza é mais amorosa. Eu simplesmente gosto do gênero como um todo. Claro que consegui fazer meu Bottom 5 com tranquilidade no coração, mas nem de longe são jogos que odeio tanto quanto os Bottom dos Cooperativos. Por consequência, o ódio aqui será menor. Então, vamos começar com os melhores dos melhores…
#5. Brick Party (2015) Faz uma era que não jogo Brick Party, fiquei economizando por ter medo da rejogabilidade ser baixa e tou sem jogá-lo desde 2017! Também tem outro problema: o povo tem medo de Brick Party pelo visto. Quando tentei jogar mais recentemente, as pessoas ficaram receosas por ser um Jogo de Destreza em Tempo Real. Disseram que seria muito difícil, mas que diferença faz? Se for difícil para todo mundo tá ótimo. O que vale são as risadas. A ideia do jogo é que serão formadas duplas para um transmitir as informações de uma carta template (formato que deve ser feito) e o outro irá usar as peças de Lego para formar esse template. Sendo que existem vários desafios durante a partida: montar sem usar o dedão, descrever a carta só dizendo sim e não e mais vários outros. Bom, eu gostei do jogo na época e imagino continuar gostando, todo o conceito me é atrativo. Resta agora voltar a colocá-lo na mesa. |
#4. Meeple Circus (2017) Jogos de Destreza tem a estigma de serem para crianças ou jogos bobinhos. Meeple Circus dá um passo além e usa a destreza como apenas mais um elemento em um Euro Game levinho. Sim, isso mesmo, um Euro com Destreza. E quem diria que a dinâmica funcionaria tão legal? Infelizmente, só joguei Meeple Circus uma vez, mas fiquei cativado com apenas essa partida. Só não comprei o jogo, pois, novamente, temi pela rejogabilidade. Admito que o jogo não tem tanta profundidade quanto a maioria dos Euros e por conta disso poderia cansar rapidamente. Acho que nesse caso eu tenho razão, mas o jogo não deixa de ser excelente e ter bastante mérito. Toda apresentação e jogabilidade são bem bolados e tirando algumas questões de balanceamento, acho que temos um excelente jogo aqui. Vale a pena demais conhecer. |
#3. Rhino Hero: Super Battle (2017) Versão serious business do Rhino Hero. Brincadeira. Na verdade, Rhino Hero: Super Battle é incrivelmente melhor que seu antecessor por permitir múltiplas jogadas. Ao contrário do original que você apenas “empilha” uma torre e joga umas cartinhas com efeito, aqui existem decisões no jogo e elas são relativamente interessantes. Tudo bem, existem decisões no antecessor, mas elas são fracas, desbalanceadas e, por vezes, entediantes. Aqui não. Rhino Hero é cheio de emoções. Talvez ele só esteja na 2ª colocação por nostalgia do próximo ou, simplesmente, por ter um grande elemento de sorte no jogo. Em todo caso, Rhino Hero: Super Battle possui várias qualidade. É bem acessível, crianças conseguem jogar e se divertir; é divertido, apesar de eu não ser o maior fã dos dados presentes no jogo, fica óbvio que sem eles são parte essencial do design; é emocionante, nada como aquele momento que todos sabem que vai tudo desmoronar e surpreendentemente não desmorona. Rhino Hero veio para ficar na coleção e nesse Top por bastante tempo. Seu único problema é a caixa enorme que poderia ser 1/4 do tamanho. Toda vez que pego nessa caixa penso em fazer uma versão reduzida. |
#2. Villa Paletti (2001) Acredito que seja meu Jogo de Destreza mais jogado, mesmo tendo vendido ele há quase 3 anos. Villa Paletti já foi falado aqui no blog em vários momentos e só vendi ele por ser um jogo meio que exclusivamente para 4 jogadores. Como a caixa é do tamanho de um Ticket to Ride, achei por bem me desfazer do jogo na mudança. Que pena. Seria tão bom que esse jogo funcionasse para as demais quantidade de jogadores. Vários momentos memoráveis. É um jogo que vence o problema da rejogabilidade persistente dos Jogos de Destreza. Como? Inserindo boas decisões em um estilo que raramente propicia isso. Faz todo sentido esse jogo ter recebido premiações. Um jogo com quase 20 anos sendo melhor que muito jogo atual. Não conhece? Não sabe o que tá perdendo. |
#1. Junk Art (2016) E chegamos ao atual campeão. Junk Art está na frente dos demais por ter superado os defeitos presentes neles. É um jogo para 2-6 jogadores que funciona com qualquer número de jogadores, basta escolher os cenários mais propícios para a quantidade de jogadores presentes. Admito que é melhor com mais jogadores, mas eu já joguei até sozinho me auto-desafiando a montar uma estrutura com todas as peças do jogo. É um jogo com boa rejogabilidade, justamente por conta dos cenários. Sua caixa é do tamanho necessário para todos os componentes sem ficar sobrando espaço. Ele não espanta os jogadores, as peças são bem bonitas e todas de madeira, passando um ar tranquilo pro jogo. Sempre que boto esse jogo na mesa, antes da partida começar só escuto elogios. Então, ele causa uma excelente primeira impressão. Resumindo: ele é o Top 1 por mérito próprio e por demérito dos seus concorrentes. |
Passado as maravilhas, vamos as desgraças. É, desgraça sim. Nunca disse que faltava ódio, só que era menor. Infelizmente, tirando um deles, os demais jogos listados aqui foram jogados apenas uma vez. Então, posso estar sendo injusto na minha avaliação sobre eles. Entretanto, tendo em vista que são Jogos de Destreza e que são relativamente simples… A margem de erro, ao menos para o meu gosto, é pequena. Isto é, imagino que uma segunda ou terceira oportunidade de jogar o jogo não ajudaria em muita coisa.
#5. UNO Stacko (1994) Até que me surpreendi com esse jogo. Fui esperando algo muito pior e até que é possível se divertir jogando. Com certeza é melhor do que o próprio UNO, mas isso deve ser uma questão da minha preferência por Jogos de Destreza. Entretanto, o maior problema aqui são as peças de plástico. Elas são uma falha épica e péssima escolha para composição desse produto. Entendo que barateia o jogo de uma maneira homérica, mas simplesmente não vale a pena comprar esse jogo em vez do Jenga original. As peças de plástico são leves demais e removem boa parte do elemento tátil do jogo original. |
#4. Terror in Meeple City (2013) Na época que joguei esse jogo seu nome era Rampage ainda, vide a capa que escolhi colocar aqui. Por problemas de licença com o Video Game, precisaram mudar para esse nome terrível… Em todo caso, com nome bom ou nome ruim, esse jogo não presta. Ele é o Meeple Circus que deu errado. Isto é, é um jogo com vários elementos além da Destreza, como pontuação por Set Collection e habilidades especiais. Sendo que aqui não funciona por ser um jogo mal elaborado. Ele quer inserir esses elementos para o jogo ficar mais denso, mas só faz estragar uma potencial experiência que poderia ter sido interessante e divertida. O desbalanceamento está em todo lugar nesse jogo, de uma maneria que não entendo como publicaram ele assim. É um jogo que funcionaria se fosse descompromissado, mas os sistemas “sérios” do jogo junto com o Setup longo, transformam esse jogo num erro grande. |
#3. Space Cadets (2012) Comprei esse jogo empolgadíssimo. Jogo Cooperativo em Tempo Real (meu estilo predileto de Cooperativo, se você lembra) e com mini-games de Destreza? Vendido! Digo, comprado! Entretanto, Space Cadets é daqueles jogos que a ideia parece muito boa, mas a execução foi pro beleleu. Primeiro que o jogo é muito longo, quando digo muito longo é coisa de 2 horas. Como diabos um jogo com Tempo Real e Destreza dura 2 horas?! É, meu amigo, para você ver como a execução foi errada. Segundo que os componentes são terríveis. Jogos de Destreza com componentes ruins são uma tristeza. Terceiro é que as estação diferenciam demais no seu potencial de diversão. Isso é um problema visto em 99% dos jogos assimétricos, até os dias de hoje, então não vou reclamar tanto disso. Até porque, Space Cadets tem perfeita noção disso e estabelece maneiras dos papeis mudarem durante a partida. E esse é o quarto problema do jogo: regras demais, complexas demais e com detalhes demais. Acho que se Space Cadets fosse retrabalhado tendo em mente todos esses defeitos seria um jogão. Opa, já fizeram isso: Space Cadets: Dice Duel. Não é Cooperativo, mas é em Times. Fora que é um jogo em Tempo Real que não demora mais do que 30 minutos, a diferença de diversão entre as estações é bem menor e os componentes são excelentes. |
#2. PitchCar (1995) Nunca imaginei que PitchCar fosse um jogo tão sem graça. Eu adorava fazer corrida com bola de gude na praia, mas o fator nostalgia não foi o suficiente para me deixar satisfeito. Acho que PitchCar me lembra muito mais Autorama do que bola de gude. Talvez seja a giganteza do jogo, a montagem de uma mesa especificamente para a partida, não sei… A única coisa que sei é que eu sempre odiei Autorama. Talvez tenha sido a partida que joguei que foi sem graça, mas acho que não… O jogo não propicia momentos interessantes. No máximo ele propicia frustração e Runaway Leader. É um jogo que se sustenta pelos componentes e, para mim, somente isso não é o suficiente. |
#1. Der Unendliche Fluss (2014) Nome alemão dificulta, mas seria traduzido como “O Rio Sem Fim” ou “The Endless River”, em inglês. Der Unendliche Fluss é um jogo para criança, isso é bem óbvio quando você vê as peças, o jogo e conhece as regras. Entretanto, como estamos falando de Bottom, não tem regras… O fundo do poço não perdoa. Então, vai jogo de criança também. A quantidade de decisões aqui é praticamente nula. Você está simplesmente sendo jogado pelo jogo e as pessoas vão fazendo ponto até alguém vencer. O jogo se vende com um tabuleiro que você move na mesa e as peças se movem sobre ele. Isso acontece, pois o tabuleiro tem várias bolinhas que quando você move ele na mesa faz com que elas rolem e movam o que está sobre o tabuleiro. Interessante, né? Não. Esse gimmick não é o suficiente para engajar adultos. Ao menos não para esse adulto aqui. |
Passados os traumas, chegamos aos Jogos de Destreza que estou curioso em conhecer ou jogar. Babo por alguns desses a muitos anos, pois Jogos de Destreza tem uma dificuldade maior que os demais: podem ser gigantes e pesar demais. Não devem chegar ao recorde mundial do Gloomhaven, mas são pesados, dificultando a exportação por conta das taxas de fretes e taxações. Então, se você sempre quis me dar um presente massa e nunca soube o que dar… Vê a Opção #1.
#5. MegaCity: Oceania (2019) Depois do Meeple Circus, eu estou com essa curiosidade em conhecer Euros com elementos de Destreza. Existem alguns desses como Via Appia ou Trollfjord, mas nunca tenho coragem de comprá-lo. Infelizmente, o elemento Destreza afasta a maioria dos jogadores que conheço. Então, eles não adquirem e eu também não. Afinal, de que vale ter um jogo que ninguém tá a fim de jogar? Em todo caso, MegaCity me pareceu ser uma boa ideia. Basicamente é um City Building no qual a montagem das estruturas é a parte de Destreza do jogo. Talvez o elemento de Destreza esteja um pouco deslocado, mas só vou saber no dia que eu jogar. O triste é que acho bem difícil conseguir jogá-lo. Afinal, se não vou comprá-lo e é um jogo que geralmente as pessoas não sentem curiosidade ou motivação para adquirir também… |
#4. Castle Crush! (2013) Jogo bem simples e direto no qual os jogadores montam seus castelos com alguns personagens nele e depois todos usam uma espécie de torre para derrubar. A torre deve funcionar como um pendulo, isto é, você não pode jogar, tem que simplesmente “soltar” ela para derrubar a construção do oponente. Não faço ideia do fator rejogabilidade, mas todo o conceito me é interessante: construir algo e depois destruir. Mais um na linha: nunca comprarei e não conheço quem compraria. |
#3. ICECOOL (2016) Finalmente um jogo acessível e que talvez atraiam as pessoas pelo visual. Icecool é um jogo de peteleco no qual os jogadores montam a “arena” de jogo com várias caixas. O jogo vem como se fosse aquelas bonecas russas: uma caixa dentro da outra. Achei a ideia boa e o jogo por si só pareceu divertido. Ainda não encontrei um jogo de peteleco que me agrade, vide meu Top 5, mas quem sabe esse não seja ele? Disse acessível, pois é de fato um jogo mais barato que a maioria dos Jogos de Destreza e também não é um jogo gigante ou pesado. Fora o principal fator: foi lançado no Brasil. |
#2. Riff Raff (2012) Esse jogo está na minha Wishlist desde que comecei a importar jogos da Europa. Vi em alguma loja, pesquisei e achei demais. Riff Raff é um jogo de equilíbrio, no qual os jogadores colocam peças em um barco que fica se balançando. O balanço é feito por um pendulo com uma bola de metal maciço! Todo o jogo é jogado na caixa, que representa o mar, é tudo muito bem feito e bonitão. Talvez o aspecto visual seja mais forte do que as decisões no jogo, mas aparentemente existe alguma decisão envolvida ao jogar as cartas das peças que se deseja colocar. E aqui vamos nós para mais um da lista nunca comprarei e não conheço quem compraria. Entretanto, esse, diferente dos outros dois, eu talvez até comprasse. No mínimo seria um excelente jogo para eventos pelo aspecto visual. |
#1. KLASK (2014) Encerrar a lista com mais um da série nunca comprarei e não conheço quem compraria. KLASK é basicamente aqueles hóquei de mesa que tem em Fliperamas. Com dois diferenciais: não tão gigante e com uma “mecânica” a mais. Foi inserido três pininhos que ficam no tabuleiro e que são atraídos ao seu próprio pino por imã. Você precisa fazer os pontos e evitar esses pinos. Ideia simples, mas que parece funcionar. Acho que seria um jogo muito bom para deixar montado em algum canto e jogar com as visitas. Fora parecer perfeito para campeonatos. |
Acho que essa última lista ficou um pouco triste… Não era a intensão, mas foi o que ficou. Bom, por hoje é só. Sinta-se convidado a deixar nos comentários o seu próprio Desafio 5×3, ou seja modesto, faça um Desafion 5×1. O importante é a gente trocar umas figurinhas.
23 de abril de 2022
Muito bacana o seu blog! Caí de paraquedas nesse post enquanto pesquisava uns jogos de tabuleiro. Tenho Jenga e Klask (eu gostei!). Ótima ideia os bottom 5, tão útil quanto os tops. Abraço!
24 de abril de 2022
Bem-vindo Ricardo! Obrigado, que bom que gostou. Quase comprei Klask numa promoção da Amazon por 320, mas segurei um pouco mais. hehehe