Top 30 (#05 ~ #01)

Finalmente, chegamos aos últimos jogos. Última postagem do ano, reservei especialmente para esse Top 5. Será que você consegue adivinhar? Faça um exercício mental e dê uns chutes antes de clicar para ler tudo. Quer umas dicas? São três Eurogames e dois Party Games. Acho que agora ficou fácil…

#05. Dixit (2008)
Dixit é um jogo que conheço desde meus primórdios: 2011. Foram mais de 60 partidas desse belezura. Dixit está longe de ser o jogo perfeito, é possível alguns abusos na pontuação, mas nada que uma mesa composta por pessoas normais tenha que passar. Existem partidas melhores e piores, mas é sempre possível se divertir com Dixit. Seja perdendo ou ganhando. Várias dicas “clássicas” foram nascendo com o passar do tempo. Show de Truman? Aquela carta do cara com cartona subindo uma escada no céu. Poe? Aquela do corvo vestido de padre. Sérgio Murilo? Essa aí é piada interna. hehehe E é essa a graça de Dixit: a sensação de pertencimento, as piadas internas e a dinâmica da mesa. Com certeza momentos memoráveis vão ser criados com esse jogo, vale muito a pena.
Jogo acessível de crianças à adultos, dá para jogar sem saber exatamente como pontua;
A graça do jogo não está necessariamente em ganhar, está nas associações loucas criadas pelas pessoas, dos acertos que não fazem sentido e das dicas com pequenos detalhes que só uma pessoa da mesa percebe;
É um excelente quebra-gelo, rende discussões e aproxima as pessoas;
Arte, no mínimo, interessante.
#04. Hansa Teutonica (2009)
Geralmente, Eurogames pecam em termos de interação. Na maioria dos casos é porque se inserir interação demais o jogo realmente se estraga, pois a complexidade e dificuldade já são tão grandes que se inserir interação vira impossível. Em outros casos a interação é cosmética, isto é, tá ali apenas fingindo que tá. Uma maneira que os jogos Euros tiveram de melhorar a interação foi com Worker Placement, é uma interação não hostil e que funciona muito bem. Então, é raro ver jogos Euros com interação interessante sem usar a adorada mecânica dos trabalhadores. Hansa Teutonica é meio que uma exceção. A interação é o jogo, literalmente. Sem ela, o jogo perde completamente o sentido. A disputa é apertada e todo turno você terá pessoas lhe bloqueando e você expulsando elas. Faz parte da dinâmica do jogo e é o que faz ele ser especial para mim. Eu gosto de interação e a interação do Hansa Teutonica é positiva, isto é, mesmo você “atacando” o oponente, você está lhe dando algo. Isso faz com que não exista chateamento na interação, já que você ganha algo em retorno. Genial, especialmente para um jogo de 10 anos atrás. Se você gosta de Euros e ainda não conhece Hansa Teutonica, tá na hora de regulamentar esse problema correndo atrás. Próximo ano será lançado a Big Box, fica esperto.
Interação presente e orquestrada genialmente;
Inovador para a época e resistiu ao tempo com muita elegância;
Elevado grau de estratégia por complexidade, isto é, relativamente simples de aprender mas com várias camadas e possibilidades;
Estratégias diversas para investir e combinar.
#03. Russian Railroads (2013)
Vale ressaltar que não é apenas o jogo base, mas sim acompanhado da expansão German Railroads. Russian Railroads é um excelente jogo, estaria no Top 30, mas não no Top 5. O maior problema do Russian Railroads é a rejogabilidade, problema que foi resolvido pela expansão com toda certeza. Russian Railroads é o típico Worker Placement com várias trilhas para avançar e salada de pontos. O que faz o diferencial são os twists: espaços para quantidade variada de trabalhadores, trilhas personalizáveis (expansão) e crescimento exponencial dos pontos. É simplesmente divertido fazer 10 pontos na primeira rodada, 30 na segunda, 60 na terceira e 999 na quarta. Bom, pelo menos eu acho. Você conseguir dar aquele pulo do gato que lhe garante +50 pontos em uma rodada e que vai repercutir por mais de uma, traz uma satisfação grande. Se você gosta de otimizar, não procure mais.
Típico Worker Placement, mas com twists que melhoram uma fórmula clássica;
Pontos em bola de neve empolgam;
Diferentes estratégias aliados a variedade das trilhas dá muitas razões para retornar ao jogo;
Apesar de ter várias engrenagens presentes, é um jogo fácil de jogar.
#02. Troyes (2010)
Sentiu falta de Euro Game com dados no topo? Não precisa mais sentir, chegou a hora de Troyes. Troyes não é um Dice Placement, mas sim um Dice Drafting. Ué, como assim Draft se eu tenho os meus dados? Bom, você tem seus dados, mas os dados dos oponentes também estão lá para você usar e você não coloca os dados em nenhum local, você simplesmente usa para ativar algo. E é aqui que está a genialidade de Troyes: no Draft. Esse lance de comprar os dados do oponente foi o que fez Troyes sair de um jogo quebrado para um jogo supremo. Por meio da interação Troyes consegue ser balanceado, mesmo tendo várias cartas desbalanceadas em jogo. Geralmente eu chamo essas soluções de Lazy Design, mas aqui não direi isso, pois além de funcionar é uma ideia muito boa. Não estou falando que as cartas são todas desbalanceadas, mas claramente é possível um jogador ganhar muito ponto se ele não for impedido por algum oponente. O bacana é que impedir ele de ganhar esses pontos não é uma jogada meramente hostil, pois você também vai ganhar pontos fazendo alguma outra ação ou, quiçá, a mesma ação. Eu acredito que esse foi um golpe de sorte dos autores, pois joguei alguns dos outros dos jogos deles e sempre há algum fator de desequilíbrio (Carson City e Deus são exemplos claros). Bom, não importa se foi sorte ou capacidade. O que importa é que esse jogo é excelente. Estou curioso com o Black Angel, torcendo para ser outra gema.
Draft diferente e inovador;
Possibilidade marcação e interação bem interessantes;
Arte excelente, pelo menos para mim;
Jogo com variabilidade gigante com a expansão.
#01. Codenames (2015)
Sim, meu Top 1 é um Party Game. Sendo que não é qualquer Party Game. É Codenames do Game Designer mais versátil do mundo: Vlaada Chvátil. Jogo extremamente simples, direto e envolvente. Nesse momento joguei exatamente 101 partidas do jogo, considerando todos os seus spin-offs. Sendo que estou falando aqui da versão original mesmo. É, simplesmente, genial. Toda vez que jogo Codenames nasce alguma piada, alguma referência nova ou simplesmente alguma jogada sensacional. Pode não acontecer toda partida, mas como é um jogo que não se joga apenas uma vez, a Sessão da coisa irá gerar algo interessante e que vale a pena ser comentado no futuro. As camadas de estratégia desse jogo são das mais diversas e, geralmente, aprendo algo novo para aplicar em partidas futuras. É um Party Game cabeça, que jogando com 4 jogadores é praticamente um Euro Game e dá para jogar mais descompromissado com uma galera. Em Codenames eu descobri alguns gostos ocultos meus, como dedução. Agradeço demais a Devir ter trazido o jogo para o Brasil, pois é o tipo de jogo que só funciona na sua própria língua. Foi um jogo que comprei com gosto, sem nunca ter jogado antes de comprá-lo, pois sabia que a ideia era boa e iria funcionar. Não me enganei, nem um pouquinho.
Rejogabilidade infinita, pois as conexões entre as palavras vão variar toda vez;
Acessível, mas que requer bastante habilidade para jogar bem;
Provavelmente único jogo que Analysis Paralysis não me incomoda;
Assassino adiciona uma dificuldade e tensão especial ao jogo.

Pronto. Terminado. Surpreendi?

Como já falei em vários momentos, a experiência de elaborar o Top 30 foi agradável e desagradável ao mesmo tempo. Pretendo manter no futuro, mas reformularei para uma maneira que o desagradável suma. Até porque, se eu for manter o mesmo formato, terminaria sendo repetitivo, pois podem ocorrer poucas mudanças de um ano para o outro.

Espero que tenham gostado, se tiverem críticas ou sugestões todas serão apreciadas. E você, qual é seu Top 10? Ou até mesmo só Top 5? Deixe aí nos comentários.

4 Comments

  1. Cássio Nandi Citadin
    30 de dezembro de 2019

    Fala Roberto!

    Essa parte do seu top veio com grandes classicos hein.

    Sou muito curioso com Hansa Teotonica.

    Russian Railroads é um dos WP que mais gosto pois passa uma sensação de desenvolvimento muito legal, além de ser fácil de ler a mesa e fazer jogadas “maldosas”. Quando seu plano arquitetado desde os primeiros turnos toma forma, é pra pra levantar da mesa e mostrar a pontuação monstra que nasceu hehe

    Tive a oportunidade de jogar Troyes agora em dezembro, mas não sai com nenhuma impressão positiva ou negativa, acho que era muito tarde da noite e estavamos cansados da maratona de jogos. Fiquei com o sentimento de ter jogado “mais um euro”… se tiver oportunidade vou jogar novamente pra espremer algo mais dele.

    Responder
    1. Roberto
      31 de dezembro de 2019

      Valeu Cássio,

      Troyes não agrada todo mundo, mas ele pode passar essa impressão de só mais um Euro se as pessoas forem jogar de boas e tals… Talvez eu também tenha me acostumado a jogar com a expansão e as cartas do base sejam mais sem graça, não lembro mais. =D hehehe

      Responder
  2. Emerson Andrade
    17 de janeiro de 2020

    Só jogão nesse top 5

    Achei que Troyes fosse vencer mas tudo bem porque perdeu para codinames.

    Responder
    1. Roberto
      28 de janeiro de 2020

      Talvez se eu tivesse jogando mais Euros constantemente a situações fosse outra… Achei essa construção de Top grande bem situacional.

      Responder

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