Top 30 (#10 ~ #06)

Agora sim. Top 10! Só jogo bom (ou não). Parece que a maioria dos jogos 1×1 que eu gosto se amontou nessa postagem. Spoilers? Sim, afinal… Você está apenas um clique de distância de saber quais são eles.

#10. Summoner Wars (2009)
Esse jogo já foi meu Top #1 por muito tempo, bastante tempo mesmo. Acho que bem uns cinco anos, se não mais. Caiu tantas posições, pois não tenho mais com quem jogar e com o tempo os defeitos de design de algumas facções começaram a pesar. Consegui esse jogo em uma Math Trade, bem antes de lançar aqui. Comecei com as primeiras seis facções e fui adquirindo as demais aos poucos. Já joguei mais de 10 card games colecionáveis e nunca simpatizei com nenhum. Summoner Wars foi uma exceção desde o começo. Esse é meu jogo mais jogado, com mais de 200 partidas. Infelizmente, o jogo meio que morreu, especialmente no Brasil que pararam de lançar as facções. Acho que a tendência com o passar dos anos será ele cair cada vez mais, pois não vejo ele voltando as mesas. Em todo caso, fica registrado que Summoner Wars é um excelente jogo de combate tático, muito mais profundo do que aparenta a primeira vista. Especialmente se você considerar os Second Summoners, que demonstram uma evolução no time de design do jogo. Conseguiram melhorar um jogo que já era muito bom.
Facções com estratégias diferentes em uma quantidade e variedade grande;
Gerenciamento de mão excepcional, decidir quando e quais cartas usar como magia são decisões cruciais;
Tabuleiro adiciona um elemento espacial e tático muito importante no jogo;
Jogo bem controlado para um LCG, sem grandes elementos de construção de deck ou desbalanceamento.
#09. Junk Art (2016)
Esse jogo literalmente catapultou dentre os jogos da minha coleção. Toda vez que jogo me divirto. Não é o jogo com o melhor sistema de pontuação, não é o jogo com as melhores mecânicas, mas com certeza é um jogo que diverte. São vários momentos interessantes que Junk Art proporciona. Existe tensão, existe alívio, existe até alguma safadeza (dependendo do ângulo). No final das contas, Junk Art é um bom jogo de Destreza, pois permite uma boa quantidade de pessoas jogando modos diferenciados para se divertir. Geralmente a rejogabilidade de jogos de Destreza é bem sofrível, mas Junk Art contorna isso lhe dando 11 maneiras diferentes de jogar. Agradecimentos especiais ao amigo Mateus Borges que me deu de presente essa belezura, provavelmente eu nunca teria comprado por conta do frete grotesco que uma caixa de madeira + componentes de madeira iriam acarretar.
Regras simples e fáceis, qualquer pessoa pode jogar;
Variedade de cenários e maneiras de jogar;
Possibilidade de brincar de Game Design criando novos modos;
As peças saltam aos olhos e o jogo em si se destaca em qualquer mesa.
#08. YINSH (2003)
Não podia faltar um abstrato na reta final. YINSH é basicamente um jogo de conseguir cinco peças da sua cor em sequência com um twist: as peças podem mudar de cor no decorrer da partida pela movimentação dos seus anéis. Esse pequeno diferencial faz com que YINSH seja um jogo que propicia muito misdirect. Isto é, você geralmente vai pontuar YINSH ao enganar o adversário fazendo-o olhar para certa parte do tabuleiro, quando na verdade você quer ganhar dele por outra área. Como o jogo tem dois modos, você pode jogar o modo curto se tiver com pressa e se sentir plenamente satisfeito com a partida ou jogar o modo completo. A diferença do modo completo pro curto (chamado Blitz) é que um você ganha com um ponto e o outro com três. No modo que precisa de três pontos, apesar do jogo ser mais longo tem uma dinâmica bem interessante. Quando você faz um ponto, você perde um dos anéis, consequentemente fica mais fraco. Assim, o oponente fica mais forte do que você (maior presença no tabuleiro) e mais capaz de fazer algum ponto. Dessa maneira, é possível que mesmo um jogador iniciante faça um ou dois pontos antes de perder. Dando aquele gás para ele tentar novamente. Isso é muito interessante, pois além da feiura dos jogos abstratos, um outro fator que afasta as pessoas deles é o fator humilhação. Afinal, é muito comum você perde de lavada em um jogo abstrato e nunca mais querer ver aquilo na sua frente. YINSH contorna isso, seja no modo curto que deixa o jogo rápido o suficiente para ser indolor ou no modo completo que permite o iniciante ter mais chance de fazer ponto antes da partida terminar.
Design limpo e elegante, fácil de explicar mas difícil de jogar bem;
Jogo abstrato com possibilidades de blefe e dedução;
Dois modos excelentes de jogar, um deles tem a duração de praticamente um filler, mas com muitas decisões;
Mecânica de Catch-Up embutida que funciona muito bem, propiciando mesmo aos iniciantes a capacidade de fazer pontos e de querer jogar outra partida.
#07. La Granja (2015)
La Granja é um desses Euro Games cheio de mecânicas dentro de um balaio só. Tem Drafting de dados, tem Multi Use Cards, tem controle de área. Acho que a única coisa que falta em La Granja é Worker Placement e ele não faz falta. Na verdade, no BGG diz que tem, mas não enxergo o jogo com essa mecânica. Só se tiver bem escondida ou ele considerar botar boneco no mercado um Worker Placement, o que para mim é totalmente sem sentido. Em todo caso, La Granja não tem nada de inovador isoladamente, mas o conjunto da obra é algo que eu nunca vi antes. O diferencial de La Granja está em unir todos esses elementos de uma maneira digerível, inteligente e com excelente jogabilidade.
Mecânica de quebrar a caixa é uma maneira excelente para criar combos e fazer o jogador se sentir poderoso e inteligente;
Interação bem presente, é um elemento importante para vencer o jogo;
Componente de uso universal funciona muito bem no jogo, sendo facilmente reconhecido até pelos oponentes;
Excelente player aid, eu nunca reli as regras desse jogo, mesmo com intervalos de meses entre jogatinas.
#06. Battle Line (2000)
Melhor jogo do Reiner Knizia. Simplesmente um clássico, pois a “fórmula” do Knizia funciona perfeitamente aqui. É um jogo claramente matemático, mas que pela sua simplicidade e tomada de decisões se torna divertido. As primeiras rodadas são até tranquilas em Battle Line, mas não demora muito para que toda decisão seja de extrema importância. A aleatoriedade existe, mas com jogadas bem feitas, medidas preventivas e um pouco de paciência, talvez você consiga reverter a sorte a seu favor. Se você gosta de jogos de cartas e quer um jogo para compartilhar com alguém. Não procure mais. Battle Line puro já é excelente, mas se você cansar do jogo, ainda tem meio que uma “expansão” embutida que deixa o jogo diferente. Eu não diria melhor ou pior. Além disso, você pode também fazer uma simples mudança e o jogo altera também bastante: ao em vez de clamar as bandeiras no final do turno, só poder clamar no começo. Jogo bem feito é assim.
Decisões importantes a partida inteira;
Jogo pode ir até a última carta jogada na mesa para definir de fato quem vence;
Regras elegantes e que pequenas coisas se tornam grandiosas;
Possibilidade de vencer com três bandeiras adjacentes propicia viradas.

Pois é isso. Considero todos esses jogos excelentes de fato, tanto é que poderia escrever muito além do que quatro pontos positivos em cada um deles. Dessa vez, eu tive que escolher os pontos.

Inclusive, tenho percebido algumas coisas no desenvolvimento desse Top 30. Em uns momentos eu decido nunca mais fazer, em outros em me empolgo e penso em ampliá-lo para Top 50. A questão é que a maior dificuldade é ficar re-escrevendo sobre os jogos, eu me sinto repetindo algo que já foi dito aqui no blog. Afinal, são jogos que já tratei quando falei da Minha Coleção ou no Desafio 100N. Eu sei que se eu for fazer algo similar no futuro deve ser mais direto. Ainda estou refletindo no quão direto seria.

Depois desse longo parenteses, encerro por aqui. Rumo aos últimos cinco jogos no último mês do ano!

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