Desafio 100N (2019) Outubro

Mês fraquinho, fraquinho… Desafio já foi superado, acho que bateu aquela preguiça de correr atrás de partidas diferenciadas. Isso é bom, pois posso jogar jogos que gosto e sei que são bons. Usufruir um pouco da coleção construída com tanto afinco. Grão selecionados da mais alta qualidade. Então, estamos naquele momento leveza e só relaxando. Daqui a pouco chega as férias também.

106. Bullshit (?)
Eu não sou um grande jogador de baralho. Na verdade, é até estranho eu ter como hobby jogos de tabuleiro, pois nunca fui muito envolvido com baralho, dominó, xadrez ou qualquer jogo mais clássico. Acho que o culpado foram os meus anos como jogador de RPG. Bom, Bullshit é jogado com um baralho normal. Como qualquer jogo de baralho, é daqueles que as regras variam de versão para versão. Jogamos uma delas que os jogadores tem “vidas” e podem apenas contestar jogadas enquanto tiver vidas. Achei que o jogo envolve muita memória, contagem de cartas e até contagem da ordem do turno. Resumindo: é um jogo de ficar contado coisas. Acho isso entediante e sacal. É o tipo de jogo para jogar sem se importar muito com ele, mas sim conversar sobre outros assuntos. O jogo tem lá seus momentos, mas para mim não valeu muito a pena não.
107. Spirit Island (2017)
Jogo cooperativo assimétrico. Ele segue a fórmula do Pandemic: desafios sendo lançados a todo momento para você resolver e você precisando se dividir em vários para conseguir superá-los. Eu não gosto de jogos assim. Fica em um ciclo cansativo de receber demanda e resolver. Estou trabalhando é? As demandas são sempre as mesmas, é um exercício de tratar o mesmo problema várias vezes até que o fim da partida chegue com sua derrota ou sua vitória. Bom, pelo pouco que estou falando já deu para perceber que não gostei tanto assim do jogo. A vantagem de Spirit Island sobre a maioria dos cooperativos é a grande assimetria presente. Cada personagem joga de uma maneira diferente, tem atributos diferentes, cartas diferentes. Consequentemente, a cooperação é mais forte no jogo. Afinal, onde um jogador é fraco, outro precisa suprir e ajudá-lo. De fato, minha maior crítica com jogos cooperativos puzzle é a falta de cooperação, mas como aqui são tantas peças em movimento e seu personagem é diferente do outro, fica difícil alguém dar uma de Alpha Player. É possível? É, mas atrasaria demais o jogo micro-gerenciar todo mundo. O negócio é que para inserir essa assimetria, o jogo precisou colocar vários elementos diferentes no jogo. Então, você tem tipos distintos de oponentes com tipos diferentes de miniaturas e um Upkeep que dói o coração. Toda rodada você precisa criar novas tropas, criar novas casas, realizar combates automáticos, é muito sacal. Como foi nossa primeira partida, eu também escolhi um personagem de baixa complexidade para jogar. Consequentemente, eu fiquei a partida toda fazendo praticamente a mesma coisa: era meio que um turno jogando cartas boas de ataque, destruindo tudo e um outro turno agindo bem pouco e recuperando as cartas fortes. Juntando essas repetições com as repetições do Upkeep eu me senti num jogo extremamente repetitivo. Claramente não é meu tipo de cooperativo, mas se você gosta do estilo recomendo dar uma olhada.

Agora que o ritmo ficou bem lento, estou achando que não vou bater meu recorde de jogos conhecidos em um ano. Para isso restariam 6 novos jogos. Ainda dá, afinal são apenas 3 cada mês. Mas será que dá mesmo? Acho que só em Janeiro descobriremos.

5 Comments

  1. Cássio Nandi Citadin
    1 de novembro de 2019

    Roberto, pq vc acha que o Spirit Island tem o status de 14 no ranking geral do bgg (12 nos estratégicos) ? Eu não sou o cara dos co-ops, então passo longe, mas tenho curiosidade nas mecanicas e no que o jogo possui que atraia tanto o publico.

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    1. Roberto
      1 de novembro de 2019

      Fala Cássio, acho que tem vários motivos:
      – Assimetria grande. Pandemic, Robinson Crusoe, etc… Tem assimetria, mas não é tão grande quanto Spirit Island. Cada jogador tem um deck próprio que define as ações que faz. É como se em Pandemic um jogador pudesse curar praga e outro não.
      – Por conta dessa assimetria o jogo REQUER cooperação e isso é legal. É a única parte do jogo que eu realmente gostei, me deixa triste ver jogos cooperativos que não tem cooperação mesmo do tipo um ajudar o outro. A cooperação é muito cosmética, de elaborar um plano que cada um participe de uma maneira, mas não soa natural.
      – É um jogo complexo… Isso empolga o povo gamer.
      – Controla demais o Alpha Player, como cada jogador tem seu deck é diferente jogar com cada um deles… Não tem como ficar cantando a jogada pro outro.
      – Joga solo, sempre um plus nos dias de hoje.
      – A aleatoriedade existe no mínimo necessário (eu diria até pouco, provavelmente uma boa razão para eu não gostar do jogo é essa). Vira um quebra-cabeça que você tem total previsão do que vai acontecer.
      – Tem combo, deck-building e uma certa “construção de engine”.

      Resumindo: É meio que um Eurogamer cooperativo com um tema legal. Então, acho que serve os dois “universos” muito bem. E como o pessoal do BGG a maioria é gamer aficionado, ele tem esse rank elevado. O cooperativo mais próximo e famoso em termos de peso deve ser o Robinson Crusoe, mas ele é muito aleatório. O que afasta Eurogamers e decai um pouco mais a nota.

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      1. Cássio Nandi Citadin
        1 de novembro de 2019

        Boa análise!

        Justamente vários desses aspectos gamers tem chamado atenção no meu grupo, alguns comentários de “pegar pra jogar solo” já foram soltados por lá hehe

        Responder
  2. Cesar Cusin
    1 de novembro de 2019

    Você não jogou um de Cuba com Tiago?

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    1. Roberto
      1 de novembro de 2019

      Nada… =)

      Responder

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