Depois de tantos meses, finalmente cheguei nos 50%. Agora chegou o momento de dar um gás! As compras tem ajudado, mas não dá para eu comprar os 46 jogos que restam. Especialmente quando estou querendo diminuir a coleção. O pequeno armário aqui já não tá cabendo os jogos direito. Vejamos os espólios deste mês…
055. Order of the Gilded Compass (2016) Jogo recém adquirido, mas que não foi adquirido as cegas. É uma reimplementação de um jogo que eu já joguei chamado Alea Iacta Est. O original tinha vários problemas de arte e design gráfico que eu assumi que esse corrigiria. Ledo engano, o jogo ficou mais bonito sim, mas o design gráfico é sofrível também. Inclusive, as cores não batem no tom. Para minha sorte, eles resolveram utilizar ícones para ajudar os daltônicos. Terminou que mesmo os que não são daltônicos, precisaram utilizar os ícones devido a grotesca diferença de tonalidade. Então, acho que foi uma oportunidade perdida de acertar a mão. Em todo caso, eles não perderam todas as oportunidade e resolveram expandir o jogo. Agora, é possível uma variedade no Setup do jogo, que mudará as regras da partida. Isso foi um grande ponto positivo, ainda não tive a oportunidade de jogar todos os módulos, mas isso me deu um incentivo a jogar pelo menos até conhecer todos e encontrar os meus favoritos. Outro problema com o jogo é o livro de regras. Terrível, faltam detalhes importantes que você precisa deduzir. Existe gafes amadoras como ctrl+c e ctrl+v dando errado (pessoa copiou e não alterou onde precisava, ficando o texto igual). Tirando todos esses problemas, que não são poucos, o jogo é legal sim. É um jogo relativamente rápido, com um misto de Controle de Área e Dice Placement. |
056. The Pillars of the Earth (2006) Esse jogo passou uma era Out of Print e sempre foi bastante recomendado pelo pessoal do Dice Tower. É bem raro essa turma recomendar um Euro, especialmente com todos os três membros mais presentes concordando. Apesar de não confiar muito na opinião deles, pois o gosto de todos é bem diferente do meu, eu sempre quis pagar para ver. Finalmente, tive a oportunidade de conhecê-lo. O jogo é basicamente alocação de trabalhadores com gerenciamento de recursos. O diferencial dele está no twist da parte de alocação. Em vez dos jogadores colocarem o trabalhador em ordem do turno, eles colocam de acordo com um sacar aleatório dos trabalhadores. Isto é, todos os trabalhadores dos jogadores são colocados em uma sacola e vão saindo aleatoriamente um por um. Talvez você diga que exista muita sorte aí, mas tem um detalhe: os primeiros trabalhadores que saírem precisam pagar uma taxa. Essa taxa vai sendo reduzida até eventualmente virar zero. O jogador ou paga a taxa, ou entra para a fila dos últimos a serem alocados. A dinâmica é interessante e funciona até bem, mas esse elemento não consegue sustentar o jogo. O jogo são seis rodadas de repeteco, existe alguma progressão nos pontos, mas o jogo é basicamente o mesmo durante a primeira rodada e a última rodada, mudando apenas o tanto de ponto que se ganha. Apesar de existir essa progressão (cartas de turnos mais tardios dão mais pontos), é bem difícil segurar um Runaway Leader. Já que ele também consegue acesso a esses pontos. É o tipo de jogo que a última rodada pode ser meramente para cumprir tabela. Esse não me pareceu ser o único problema do jogo. As cartas são claramente desbalanceadas, aparentemente deixando para a mecânica de alocação de trabalhadores “auto-corrigi-las”. O jogo também falta boas decisões, elas estão lá mas são extremamente pontuais e se você perder elas provavelmente lhe custará o jogo, pois não há muitas maneiras de conseguir mais pontuação rapidamente. Chegou um momento da partida que eu basicamente repetia o que fiz na rodada anterior, ganhando a mesma quantidade de pontos durante umas 3 rodadas (metade do jogo) e venci a partida por uma margem razoável de pontos. Por fim, Pillars não é um jogo ruim, mas também não é um jogo bom. Ele fica ali no meio do caminho, acredito que na época ele poderia ser um jogão, mas acho que não envelheceu tão bem. E mais uma vez fica confirmada meu distanciamento do gosto do pessoal do Dice Tower, junto com Jamaica, Cosmic Encounter, Pandemic e tantos outros. |
057. Vikings (2006) Mais um jogo Out of Print esse mês. Vikings é um Euro puxando bastante pela mecânica de Tile Placement, apesar do seu diferencial estar no sistema de compra de tiles usando uma espécie de rondel. A ideia do jogo é bem simples: são colocados 12 pares de tiles + worker em um rondel com custos de 0 à 11. Os jogadores podem adquirir qualquer um desses pares, pagando o valor indicado pelo rondel. O rondel move-se, reduzindo os custos, quando os pares mais baratos são comprados. A ideia é simples e funciona relativamente bem, dando opções para os jogadores que podem ou aguardar o custo de um determinado par baixar ou adquirir logo, para não perdê-lo para outro jogador. Entretanto, eu joguei a partida apenas uma vez e foi a versão “básica”, sem os tiles especiais. O jogo me pareceu muito simples e voltado para a família, talvez sirva até para introduzir pessoas ao hobby. Então, não posso dizer que minhas impressões são das melhores, seria o estilo de jogo que eu venderia depois de uma única partida. Não é ruim, mas simplesmente não me empolgou. Entretanto, existem os tiles especiais, que podem dar uma apimentada no jogo. Portanto, ainda darei mais uma chance, para ver se o jogo no modo “avançado” funcione melhor para mim. |
058. Illusion (2018) Nada como dar uma de doido e adquirir um jogo focado totalmente nas cores sendo daltônico. Obviamente dei uma pesquisada antes e achei que dava para jogar. Bom, deu… Vermelho e verde às vezes ficavam um pouco confuso, mas nada que perguntar não resolva. O jogo é extremamente simples, o que me possibilitou jogar com minha mãe. Que nunca joga nada. E como é um jogo de observação, eu não tenho nenhuma vantagem sobre ela. O que proporcionou uma sequência de 7 partidas competitivas. Não é um super jogo, mas é uma sacada bem interessante para um jogo. Acredito que sim, o jogo tenha rejogabilidade “infinita”. Entretanto, percebo que talvez com o tempo eu consiga interpretar melhor as cores a medida que eu jogue mais. Bom, nada mais natural, não é como se eu decorasse os percentuais das cores em cada carta, mas você passa a ter uma melhor noção de espaço e se iludir menos com as imagens. Achei que não iria funcionar com 4 jogadores, mas também testei com essa quantidade e funcionou de boas. Gostei e acho que ficará um bom tempo na coleção. |
059. Vanuatu (2011) Jogo publicado originalmente em 2011, mas a segunda edição (que foi a que joguei) foi lançada em 2016. Pelo visto esse foi o mês dos jogos “raros”. Vanuatu é um worker placement com uma espécia de leilão embutido na execução de ações. No final das contas, Vanuatu é um jogo com várias mecânicas esquisitas reunidas em um único pacote que funciona até bem. A maior qualidade dele, talvez seja seu maior defeito: a interação. Não acho que alguém vá reclamar que Vanuatu é um multiplayer solitaire, ele passa bem longe disso. Dependendo de como você e seus oponentes posicionarem seus pinos, você poderá realizar de zero (sim, zero) até cinco ações em um turno. Essa diferença gritante, demonstra o quanto a ação dos seus oponentes podem influenciar no seu jogo e também o quão punitivo pode ser essa interação. O jogo dura oito rodadas, talvez para mitigar esses turnos péssimos que você tenha no decorrer da partida. Entretanto, eu achei o jogo muito longo. Daria para ter tranquilamente umas duas rodadas a menos sem perder em nada na experiência do jogo. Bom, no final das contas, gostei do jogo, mas existem vários Euros mais rápidos e com decisões mais importantes do que Vanuatu. Jogaria novamente, especialmente para conhecer as variantes, mas não estou com pressa para esse evento. |
060. Pandemic Legacy (2015) Depois de Charterstone, que conheci a algum tempo já e só joguei aquela única partida, pois o grupo sumiu (ou simplesmente não me convidam hehehe que bom). Chegou a vez de conhecer outro Legacy. Bom, eu não sou fã de cooperativos e também não sou fã de Pandemic. Entretanto, o pessoal insistiu tanto que resolvi dar uma chance. Por enquanto jogamos dois meses e devo dizer o óbvio: é melhor que o Pandemic básico. Isso, claro, não quer dizer muita coisa para mim. Entretanto, o fato de ser cooperativo acho que ajudou no aspecto Legacy. Afinal, nada mais tosco que um jogo competitivo ter uma mudança drástica após o término da partida e mudar o vencedor da mesma por conta disso (vide Charterstone). Então, acho que cooperativo e Legacy combinam bem. Fora que o jogo transmite, de fato, a experiência de uma série de TV. Por enquanto estou achando interessante ver a história se desenrolar a medida que jogamos os meses. Entretanto, devo dizer que não aconteceu nada sensacional até o momento. Nem em termos de mecânicas, nem em termos de história. Resumindo: não compraria, não sei se resistirei até o final da campanha, mas sigo jogando. |
061. Tempel des Schreckens (2016) Apresentei o jogo para um grupo de amigos da minha mãe. Não sabia se ia dar certo ou não, mas deu mais ou menos. É um jogo estilo Resistance, mas que os traidores não sabem quem são. Então, é um jogo muito mais aleatório e baseado na sorte. O que pode ser bacana, dependendo do grupo. Não requer tanto blefe, mentira e dedo na cara quanto Resistance. Então, é uma experiência mais leve e mais direta. Talvez alguns possam se incomodar com a quantidade de sorte presente no jogo, mas achei plausível para a duração e a proposta. Pretendo manter como opção rápida para grupos grandes. Afinal, esse estilo de jogo falta na minha coleção. |
062. Animals on Board (2016) Adquiri esse jogo com a ideia de ser um jogo para introduzir novatos, o famoso Gateway. Afinal, é um jogo bem simples com apenas duas mecânicas básicas: Draft aberto e Set Collection. Entretanto, não acho que o jogo tenha engajamento suficiente para adultos. O procedimento é muito simples: ou você separa um grupo ou adquire um grupo, sendo simples de explicar e de jogar, mas tem alguns detalhes que não são tão intuitivos na primeira partida. Ao mesmo tempo que isso acontece, o jogo não proporciona muitas decisões interessantes. Joguei duas partidas com 4 jogadores e achei muito caótico. Existe pouco controle para os jogadores e como tem um forte elemento de memorização, eu senti o jogo me jogando. Depois joguei duas partidas com 2 jogadores e, apesar de funcionar muito melhor e ter pleno controle da partida, existem tantos outros jogos mais interessantes para 2 jogadores. A ideia pareceu boa, mas achei que a execução falhou em proporcionar uma experiência divertida e leve por conta da memorização inviável em partidas com grupos maiores. A produção é excelente e bem bonita mas, para mim, não conseguiu salvar a jogabilidade. Primeiro jogo da grande feira que já quero passar para frente, acho até que nem vou utilizá-lo para o propósito que comprei (introduzir novatos), pois acho que afastaria as pessoas do hobby, em vez de deixá-las curiosas e entusiasmadas. |
063. Gold West (2015) Gold West talvez fosse o estilo de jogo que eu criaria como Game Designer. É um Euro Game com uma mecânica meio abstrata aparentemente interessante (gerenciamento de recursos via Mancala com incentivo para planejamento estratégico). A priori eu me interessei pelo jogo por achá-lo inteligente e estava no meu radar fazia um bom tempo. Finalmente eu tive a oportunidade de jogá-lo e devo dizer que achei bem mais ou menos. Acredito que o maior problema do jogo é o processo de repetição. Em uma partida com 4 jogadores (que foi a que joguei) são 10 rodadas repetindo o mesmo procedimento: move os recursos, usa os metais, constrói cabana. Esse repeteco no jogo me deixou enfadado demais. Não há momento de tensão no jogo, não há um clímax, nada diminui ou aumenta. Achei um jogo extremamente morno e com passo extremamente regular. Perceba que não tenho críticas quanto ao balanceamento (tirando uma promo que usamos na partida, mas o jogo básico parece perfeitamente ok) ou até mesmo sobre as mecânicas do jogo. Minha crítica é com relação a experiência proporcionada que é muita repetição de elementos que não me traziam satisfação. Para completar, apesar dos componentes serem excelentes em termos de qualidade (pintura, corte, verniz, gramatura, etc), eles são péssimos do ponto de vista de usabilidade. Todo o material impresso é muito pequeno, o que dificulta a manipulação das peças de madeira que são muito grande em comparação com os espaços que elas devem ocupar. Não tem espaço para nada e sempre tem peças caindo por todo canto. |
064. Deception: Murder in Hong Kong (2014) De novo, o pessoal do The Dice Tower me enganou. Definitivamente, será a última vez que compro um jogo levando em consideração a opinião deles. Falha minha mesmo, pois são muitas discrepâncias entre meu gosto e o dessa turma. Demorei, mas tomei vergonha. E, por mais que pareça que estou dizendo isso, não estou querendo dizer que Deception é um jogo terrível. Sendo que não é nem de longe maravilhoso. É um jogo simplesmente ok. Talvez minha expectativa estivesse alta, mas Deception é mais um desses Party Games com restrição de comunicação e traidor. A pegada do jogo é bem similar ao Mysterium, sendo misturado mecanicamente com as ideias de Concept e um traidor. Joguei três partidas seguidas, duas com cinco e uma com sete. Com cinco jogadores, o jogo passou a impressão que simplesmente não roda bem (acertamos no primeiro chute a resposta correta). Com sete jogadores, o jogo foi bem apertado, acertamos no último chute. Então, claramente é um jogo que precisa de muita gente para jogar, só que ele tem um grave problema de funcionalidade no design gráfico. Em uma mesa com 7 jogadores (que está longe do limite máximo de 12 jogadores) não era possível ver as cartas de todas as pessoas na mesa e nem as dicas dadas pelo cientista. As cartas são pequenas e os textos também. Pretendo mantê-lo por mais algum tempo, até mesmo para ver como funciona com mais do que 7 jogadores. Entretanto, não sei por quando tempo vou aguentar a dificuldade de jogá-lo nas suas melhores configurações (mais jogadores). Fiquei realmente decepcionado pelo valor do jogo e pela qualidade da partida proporcionada pelos componentes ilegíveis. |
065. Carcassonne: Over Hill and Dale (2015) Carcasonne e suas 500 versões. Entre os Gateways mais comumente recomendados (Catan, Carcassonne e Ticket to Ride), Carcasonne é, de longe, o meu favorito. Então, como vendi a minha versão homem das cavernas (Hunters & Gatherers), resolvi ir atrás de outra versão para anexar à coleção. Escolhi o mais fofinho e, aparentemente, mais simples das versões. Em termos de mudança nas regras, Over Hill and Dale simplifica a parte do fazendeiro. Agora o jogador apenas coloca seu meeple em estradas e fazendas (substituindo os castelos) e existem dois estábulos que ele pode colocar durante a partida para dar pontos de acordo com os animais nos 9 espaços até um de distância do estabulo (basicamente um quadrado 3×3). Acho que simplificou um bocado e, sinceramente, achei melhor do que aquele esquema de “regiões”. É mais fácil de marcar o jogador e é uma contagem extremamente direta de pontos. O jogo insere uma mecânica nova, que achei interessante para balancear as estradas. É possível caminhar em uma estrada sempre que você expande uma e não coloca meeple no tabuleiro. Assim, você pode ganhar muitos pontos caminhando nas estradas. Gostei dessa versão, gostei de arte e acredito que irei mantê-la sim. Acho que só sairá quando eu pensar em substituir por uma outra versão do jogo. Achei melhor que o Carcassonne original, mas não sei se é melhor que o Hunters & Gatherers, simplesmente porque esse último tem mais coisas no jogo (tiles especiais, cabanas no rio e pontuação por animais em área). |
Esse mês até que foi cumprida a meta de 11 jogos por mês, mas duvido conseguir manter o ritmo até os 100… Eu até diria que tinha boas chances com o Spa, mas infelizmente perderei o desse semestre. Bom, vamos aguardar as jogatinas do próximo mês. Até lá!
6 de outubro de 2018
Eu posso ajudar… rsrsrs… tenho novos jogos… bóra jogar!!!
7 de outubro de 2018
Opa! hehehehehe Precisarei de ajuda sim.
14 de outubro de 2018
Meu amigo, quero te agradecer, tardiamente, por esses posts sobre os jogos que experimentou. Estou com várias ideias de jogos educativos e se eu não me auto-sabotar cada um dos 100 jogos da sua lista poderá me ser bastante útil.
Aliás, se não for abusar da sua boa vontade, teria como escrever algo sobre “Serious Games” ou indicar blogs, textos? Eu acho que é o que eu procuro.
14 de outubro de 2018
Que legal, Lair. Bom saber que o Desafio serve para coisa séria e brincadeira hehehehe
Não sei nada de Serious Games, mas tenho um amigo que trabalha diretamente com isso. Ele tem um canal no Youtube, se quiser dar uma olhada lá: https://www.youtube.com/channel/UCBV7uKHOe5H_8w5kgvzAH0g