Chegadas e saídas #9

Como prometido, chegamos na outra postagem dos jogos que entraram na coleção e também uma pequena saída. Introdução curta, pois o que importa são os comentários sobre os jogos, não é mesmo?

Isle of Trains (2014)
A venda de jogos usados está cada vez mais difícil. Acho que com a chegada de jogos tão hypados pelas Editoras nacionais, mesmo os jogadores veteranos perderam interesse em adquirir jogos obscuros. Como eu costumo ir atrás de jogos obscuros, justamente para não comprar algo que será lançado aqui. Estou ficando com vários jogos encalhados na coleção. A rotatividade diminuiu bastante, não se compara ao mercado de 5 anos atrás. Em todo caso, acho que consegui uma boa solução. Na postagem anterior, eu dei um Guildhall de presente. Agora foi a vez do Isle of Trains. Assim, acho que encontrei uma boa maneira de diminuir a coleção e fazer a alegria dos amigos. Eu acho melhor dar um jogo de presente para um amigo apreciar, do que vender por um preço muito barato para uma pessoa qualquer. Como motivo para o Isle of Trains sair da coleção, basta ver minhas impressões lá em Outubro do ano passado. Resumindo aqui para os que não quiserem ir no link: baixa rejogabilidade, duração longa e downtime grande para a proposta de jogo (filler?).
The Prodigals Club (2015)
Depois de jogar Last Will em Junho, fiquei interessado em conhecer seu sucessor. A ideia de Prodigals Club é a mesma do Last Will, sendo que com mais elementos. Agora não basta perder toda a sua fortuna, você precisa perder todos seus amigos e todo seu respeito. Não captei muito a ideia do novo tema, parece que os jogadores são ricaços se auto-sabotando, pois acharam que seria interessante. O bacana do jogo, é que como existem vários aspectos a serem perdidos, a pontuação final é ao melhor estilo Knizia (apesar de ser outro Game Designer): conta apenas o aspecto que estiver em pior posição. Isto é, você precisa perder em todos de maneira equilibrada para vencer a partida. O jogo é um Worker Placement, o twist de perder as coisas me pareceu legal em Last Will e a pontuação no estilo Knizia me venderam o jogo. Esse jogo é o primeiro da nova leva que adquiri importando. Todos os demais jogos dessa postagem (tirando o primeiro e o último) foram adquiridos na mesma encomenda.
Rhino Hero: Super Battle (2017)
Mais um sucessor nessa feira. Rhino Hero é o original, um jogo pequeno e com cartas dobradas de empilhar. Sim, é um jogo de destreza para crianças. Eu vendi o original, pois era enjoativo e repetitivo. Essa nova versão parece ser muito mais grandiosa e interessante. Posso estar redondamente enganado e me arrepender novamente, mas acho que vale a tentativa. O jogo agora se expande por vários prédios, cada jogador tem o seu meeple que deverá ir andando para cada andar e ainda existe combate! Na pior das hipóteses, consigo repassar por um bom preço?
The Castles of Burgundy: The Dice Game (2017)
Lá vem mais um sucessor. Ou melhor, não é bem um sucessor, mas uma nova versão de um jogo que já conheço. Nunca entendi lançarem uma versão Card Game do Castles of Burgundy, e trocar os dados por carta. E agora me inventam o Dice Game do Castles of Burgundy? O jogo já era um Dice Game. Talvez não dos mais simples, mas o jogo se resolvia em torno dos dados. Bom, em todo caso, fiquei curioso. Eu gosto bastante do Burgundy, mas ele tem um problema para mim: a partida com 4 jogadores é um tormento. A ordem dos jogadores tem muita influência, ao ponto de deixar o jogo chato para o último jogador; a partida é muito longa, deixando o jogo entediante e o AP irritante. Então, minha esperança é que essa versão seja mais rápida e tenha um nível de decisões similar. A versão Card Game consegue isso, mas adiciona dois lados negativos: um fator sorte muito elevado e desnecessário, e uma quantidade muito grande de cartas para organizar na mesa. Tenho visto elogios sobre essa nova versão e adoro jogos Roll & Write. Vamos ver.
My Village (2015)
Minha nossa, mais um jogo sucessor? Sim, ta complicado. Essas franquias de Board Game estão rendendo. Entretanto, dessa vez adquiri um sucessor de um jogo que não gostei quando joguei e que fiquei muito chateado com o esquema de cores. Sim, obviamente estou falando do Village. Eu achei a ideia do Village boa, mas as cores simplesmente me impossibilitaram de curtir a partida. Além disso, no final das contas achei o jogo muito bobinho e previsível. Não sei, simplesmente não agradou. Entretanto, My Village tem Draft de Dados e parece não ter nenhuma restrição às cores. Pelo que pude perceber removeram toda aquela quantidade de cubos coloridos. Na realidade, My Village me pareceu um jogo bem diferente do original (tirando o aspecto de morte dos meeples, que era interessante) e isso me atraiu ao jogo.
Carcassonne: Over Hill and Dale (2015)
É um recorde! Mais uma versão nova de um jogo já estabelecido. Como eu me desfiz do meu Carcassonne: Hunters & Gatherers e estou em uma terra com poucos jogadores de tabuleiro, achei por bem adquirir novamente alguma versão do Carcassonne como Gateway. Optei por essa, pois pareceu amigável. Vi boas resenhas e pareceu uma versão bem fácil de explicar, pois não conta com a mecânica do fazendeiro. Ainda tem um esquema de Set Collection que dá pontuação no final da partida e uma outra mecânica inédita que é dos meeples caminharem pelas estradas, rendendo pontos extras. Me pareceu uma boa maneira de balancear com a pontuação das cidades, que aqui são plantações. Talvez o visual seja um pouco infantilizado, mas eu acho isso besteira. Muita gente reclamava da arte da minha versão do Carcassonne, chamando de feia, mas isso nunca me incomodou.
Animals on Board (2016)
Encerrando com as franquias, vamos aos jogos totalmente inéditos. Começando por esse jogo que Noé é o vilão. Oi? Sim, nesse jogo, os jogadores tentam obter animais do mesmo tipo, mas acumulando 1 ou mais do que 2. Ninguém pode ter 2 animais do mesmo tipo, pois Noé pegará eles para a sua arca. A premissa me pareceu interessante e engraçada, mas ela só serve de desculpa para a mecânica de pontuação do jogo fazer sentido. Em todo caso, é um jogo puramente de I Split You Choose (uma dinâmica que gosto bastante) e Set Collection. Mais um joguinho simples e de tema engraçadinho entrando para a coleção. Vejamos quantos desses vão sobreviver ao crivo e se manterem na estante.
Tempel des Schreckens (2016)
Jogo de times e dedução totalmente com cartas. Na realidade, esse jogo já foi lançado com três temas diferentes, sendo este o tema disponível na Europa. É basicamente um jogo de Resistance muito mais simplificado e veloz. Eu gosto desses jogos com uma sacada diferente e que rodam com certa velocidade. Foi recomendado pelo Spiel des Jahres 2017, apesar de que eu não gosto muito dos jogos dessa premiação. Como foi baratinho, resolvi dar a chance. Fora que esse tema estilo Indiana Jones é melhor que os temas anteriores: desarmar bomba (até que é legal, mas a arte era sofrível) e Xuxulu (quem mais aguenta esse tema?).
Illusion (2018)
Depois do polêmico The Mind e da modinha Ganz schön clever, soube que Wolfgang Warsch tinha um outro jogo pequeno. A premissa de Illusion é bem simples e me pareceu ser um jogo agradável, é como se fosse um Time Line com rejogabilidade infinita e usando não mais conhecimentos de Quiz (como época do ano), mas observação da pessoa. No jogo, cada carta tem quatro cores compondo um desenho e no verso existe o percentual de cada cor na carta. Sua função é ordenar de acordo com o percentual de uma determinada cor e os jogadores podem desafiar suas escolhas incorretas para ganhar pontos. Gostei da ideia e, apesar de ser daltônico, as cores me pareceram tranquilas pelas fotos. Na realidade, talvez tenha um probleminha com verde e vermelho, mas como as cartas são vistas por todos na mesa, é só perguntar as cores das diferentes áreas desenhadas.
Deception: Murder in Hong Kong (2014)
Encerrada a feira, esse é um dos raros jogos lançados aqui no Brasil que eu adquiri. Ele tem uma pegada parecida com Concept, mas com um tema atrelado e papeis escondidos. Sempre tive interesse em conhecê-lo, pois gosto do Concept, só acho ele solto demais. Sendo mais uma atividade do que um jogo propriamente dito. Então, como Deception é um jogo dependente de idioma eu achei que nunca iria comprá-lo. Surpreendentemente, o jogo foi trazido ao Brasil e eu peguei logo na pré-venda. O jogo chegou com a caixa rasgada, mas fui prontamente atendido pela Across the Board (estou apenas aguardando o envio da caixa nova). Bom, resta agora colocar o jogo na mesa. Espero que curta, pois o jogo foi caro. Afinal, o que não é caro comprando por aqui? E com o mercado do jeito que tá, acho difícil conseguir vender por um preço razoável.

Depois dessas alterações na coleção, fiz a contagem e agora estou com 50 títulos. Sim, meu teto. Esse número vai aumentar para 51 em breve, pois comprei um outro jogo lançado aqui no Brasil, resta ele chegar. Agora é tentar vender os jogos que estão aqui ocupando espaço. Tentei leilão na Ludopedia por uns valores justos, mas ninguém quis. O jeito vai ser vender a preço de banana mesmo. Até queria tentar trocá-los, mas trocar onde estou morando é inviável por conta do frete. Bom, deixando a choradeira de lado… Espero que os jogos recém adquiridos sejam bacanas e que eu reajuste a coleção. Quando a coleção estiver novamente estabilizada e “redondinha” eu devo começar uma nova série de postagens sobre a minha coleção atual. Entretanto, acredito que isso vai demorar um bocado. Até a próxima.

2 Comments

  1. Cesar
    16 de setembro de 2018

    Leva o Deception para o Joga Cariri… ah… e o Thebes tbm…

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    1. Roberto
      16 de setembro de 2018

      Levo sim, só seria bom tu dar uma olhadinha nas regras do Thebes também, pois estou meio esquecido. Vou ver se consigo um tempinho para rever também.

      Responder

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