Bem vindos a primeira postagem da nova Coluna de Game Design: Prototipando. Hoje, eu ainda não vou iniciar a fazer nenhuma peça de protótipo. Hoje, vamos discutir sobre uma alternativa bastante viável. Hoje, iremos sequestrar as peças de outros jogos de tabuleiro para fazer os nossos protótipos.
Eu tenho utilizado a Ludeka para adquirir vários dos componentes para meus protótipos. Entretanto, todos sabemos que os valores são elevados, especialmente pela qualidade oferecida. Se você cria jogos à algum tempo, deve ter percebido como o Game Designer é uma profissão ingrata. Você gasta horrores de dinheiro antes de ganhar algum. E mesmo quando começar a ganhar dinheiro, vai demorar mais um bocado para cobrir todas as despesas que teve até o momento… Isso se conseguir cobrir as despesas.
Então, vamos tentar reduzir um pouco esses gastos. Primeiro, não compre na Ludeka de imediato. Tente sucatear peças dos jogos da sua coleção, ao menos para testar as primeiras versões do seu protótipo. Se você comprar 100 reais de componentes na Ludeka apenas para o jogo simplesmente não funcionar, você vai insistir nele mesmo que seja um fracasso. Um jogo que recomendo bastante para criadores de Eurogames é o Keyflower. A quantidade de meeples e recursos de madeira nesse jogo é absurda. Infelizmente, o valor do jogo aqui no Brasil é exorbitante, mas você estará pagando por um jogo bacana e por vários componentes de excelente qualidade. Se eu fosse comprar na Ludeka, apenas os componentes de madeira do Keyflower, seria um gasto de quase 70 reais por componentes de baixíssima qualidade (meeples de plástico e cilindros que rolam pela mesa).
Segundo, se for comprar na Ludeka, tente comprar componentes que você não possui. Eu estou criando um jogo de dados e preciso de muitos dados. Como Eurogamer, eu não tenho tantos jogos com dados, muito menos dados das cores que preciso. Então, eu precisei comprar uma centena de dados na Ludeka. Custo da brincadeira? R$ 120,00 e o jogo ainda precisa de cartas, tokens e outros aparatos que eu preciso imprimir e montar. Infelizmente, esse custo não havia como contornar. Talvez comprar da China? Me falaram que o custo-benefício é excelente, mas a espera também é longa.
Terceiro, aproveite os componentes dos seus protótipos para outros protótipos. Sim, chegamos ao Inception dos protótipos. Eu recentemente criei dois jogos de dados, por isso pude aproveitar os dados de um protótipo no outro. Isso poupa gastos adicionais e também poupa espaço.
Para fechar. Está precisando de marcadores? Peça doações de War para seus amigos. Existem várias pessoas que possuem uma cópia de War toda detonada, faltando carta, tabuleiro rasgado, caixa torta. Então, em vez de perder os marcadores para o lixo mais próximo, pegue essa cópia velha de War e guarde os marcadores. Eu tive sorte e recebi a doação de dois amigos. Agora tenho uma infinidade de marcadores que posso usar em meus jogos.
24 de junho de 2017
Eu utilizo não só peças de outros jogos, como guardo tampinhas de garrafa pet. Elas são em diversas cores, estáveis sobre o tabuleiro, fáceis de manipular (formato pensado para pegar com dois dedos, afinal, é isso que se usa para abrir as garrafas), são leves e, no limite, caso o símbolo do refri incomode (embora haja as de água mineral que não possuem símbolo) não dá trabalho especial colar com dupla face discos coloridos no topo das tampinhas. Para meus protótipos, elas ajudam muito. Eu guardo tampas de outras fontes tbm, como de detergente (para marcadores pequenos), garrafões de água mineral (marcadores maiores) e até de adoçantes e de refil de veneno contra pernilongo ( têm o tamanho ideal para peões). Tenho me negado a pagar o valor alto pedido pela Ludeka e vejo que não sou o único a ter restrições para com ela rs
24 de junho de 2017
Gostei das suas alternativas Dalton. Um protótipo de material reciclado. =D
24 de junho de 2017
Há lojas chinesas no mercado de são josé que vendem dados de diversos tamanhos e cores por centavos a unidade. São mais baratos que na Ludeka E não paga frete.
24 de junho de 2017
Sério? Depois pesquisarei isso… =) Eu já vi dados brancos baratos, mas coloridos nunca tinha visto.
5 de julho de 2017
Antes de adquirir componentes para meus protótipos, fiz os primeiros testes com as peças do Agricola. Os discos de madeira, de diversas cores, ajudaram bastante na fase inicial do projeto.
5 de julho de 2017
Sim. Em geral, eu só adquiro componentes que eu não possuo em algum outro jogo, especialmente nos estágios iniciais.
A gente já tem tanto gasto com impressão que é melhor diminuir esses custos dos demais componentes.
29 de setembro de 2017
Quando eu começo a desenvolver um jogo, uso o que estiver à mão. Já fiz protótipos com cartas de cartolina escritas com canetinha hidrocor e marcadores de bagos de milho. À medida q o jogo vai se desenvolvendo, dae que eu começo a melhorar lentamente o seu layout. E msm nessa hora eu costumo usar peças alternativas como miçangas ou sementes de pau-brasil (essas últimas dariam tokens definitivos perfeitos se não fosse a probabilidade de aparecerem carunchos nelas). À cada mexida na mecânica, aproveito tb pra mexer no visual do jogo. Vou trabalhando aos poucos o visual do jogo, e desse modo o layout vai evoluindo paralelamente à consolidação das mecânicas.
29 de setembro de 2017
Interessante esse avanço lado-a-lado de mecânica e componentes. Comigo, a parte de componentes é logo “sanada”, não tendo quase nenhuma evolução após um curto período de tempo (tirando modificações necessárias por conta das mecânicas).
11 de janeiro de 2018
Eu uso miçangas também, melhor custo/benefício, mas tem que ser aquelas que não rolam. Existem umas que até são em formato de cubo!