Desafio 100N (2024) Outubro na Alemanha

Mês da Essen. Sim, esse ano eu fui para a feira gigante. Foi louco. Dividi a postagem nos jogos que conheci durante a feira e, em breve, será a postagem do outros jogos que conheci já aqui no Brasil. Esses que conheci em casa foram, em sua maioria, os que comprei e não conheci na feira mesmo.

117. Flip Circus (2022)
Jogado quatro vezes com 2 jogadores.
Trapaceando um pouco, mas esse eu joguei antes de chegar na feira. Entretanto, como tava na Alemanha, acho que vale. Comprei alguns jogos pré-ESSEN em livrarias e lojas especializadas. Então, joguei esse no trem antes da feira! Hehe. Gostei, ele tem elementos de memória e dedução de um jeito que fica muito interessante, pois não e incomum as pessoas esquecerem o que tem no verso de cada ficha. Acredito que isso acontece pelas constantes mudanças de posições e virada das fichas em si, dá um nó na cabeça. Então, para ser bem sucedido no jogo, você precisa escolher suas batalhas (o que vai memorizar) e realizar jogadas inteligentes. Tem muito pouco de sorte (em especial no começo do jogo) mas depois vira uma batalha de mentes mesmo. Esse vai ficar na coleção. Ah sim, é um jogo apenas 1×1. O registro ali em cima indicando jogadas é de quando parei pra escrever isso aqui, e não da época mesmo. Então, desde que joguei pela primeira vez, ainda joguei mais outras vezes já em casa. Eu diria que o único defeito é a “caixa” ser uma sacola estilo Love Letter. Não acho terrível, mas o problema é que o jogo não tem só as fichas de poker, tem também o manual (papel) e as cartas (papel) e meu medo é elas estragarem pela sacola ficar amassando as beiradinhas.
118. Ice Hike (2024)
Jogado uma vez com 2 jogadores.
Na real, esse eu não joguei uma partida inteira. A pessoa que jogou comigo queria testar vários jogos na feira (normal) e perguntou se podíamos jogar apenas umas rodadas. No começo eu achei isso ruim, mas depois que um urso polar saído diretamente do nada devorou meu bonequinho eu achei bom a partida encerrar logo. Eu achei ele similar ao Survive, só que ruim. Em Survive existem mortes do nada, por conta da total aleatoriedade, mas você tem vários bonequinhos e pode evitar essas coisas movimentado-os para lugares menos propícios a afundar. Aqui não, não importa a estratégia, se o camarada tirar um cubinho de um urso polar, você se ferrou. Quem explicou o jogo foi um senhorzinho muito simpático, tá de parabéns por toda apresentação.
119. Dungeon Exit (2024)
Jogado uma vez com 1 jogador.
Um quebra-cabeça com temática de dungeon. Até curti a ideia, mas no final das contas é um jogo solo ou 1×1 de quem fizer primeiro quebra-cabeça. E aí, achei que o jogo não se sustentou tanto. Tá bom que só joguei uma vez e solo, achei muito fácil. Obviamente, existem níveis e vai dificultando, no mais fácil achei meio chatinho. Provavelmente nos níveis bem difíceis tem uma única solução possível com as peças disponíveis e aí você fica meio que na tentativa e erro até encontrar a configuração que consegue montar o caminho certo na dungeon. Os componentes são incríveis, tudo com imã para não cair, mas isso aí eu achei na verdade ruim. Fica tudo muito “grudento” ao tabuleiro, dando um certo trabalho para manusear e mudar de lugar enquanto tá tentando resolver o quebra-cabeça.
120. MESOS (2024)
Jogado uma vez com 4 jogadores.
MESOS usa a mesma mecânica do Kingdomino para criar um jogo ligeiramente mais complexo e com mais maneiras de pontuar. Eu não um grande fã de Kingdomino, na realidade eu não gosto do sistema de seleção de tiles, pois me soa preguiçoso e muito dependente de sorte. O mesmo ocorre aqui em MESOS, você não sabe quando as coisas virão, só que a ordem que você se prepara para a proxima rodada tem uma influência gigante no jogo. Fora que, assim como Kingdomino mas ainda mais, existe umas pontuações meio gigantes e, no caso do MESOS, eu senti um certo desbalanceamento mesmo nas construções e vários outros aspectos de pontuação. Pode tá balanceado? Claro, uma partida dá pra saber nada, mas não pareceu muito.
121. Pusheen (2024)
Jogado uma vezes com 3 jogadores.
Joguinho de destreza que os jogadores empilham gatinhos. Pelo que vi existem duas versões do mesmo jogo, só mudando a arte. Achei o jogo muito pequeno para ser um jogo de colocar peças umas sobre as outras e ainda mais em velocidade. Fora que parece que tem um errozinho na impressão, você precisa fazer igual ao que sai na carta, mas a impressão saiu espelhada. Bom, aí é só ignorar essa regra mesmo.
122. Duck & Cover (2023)
Jogado uma vez com 4 jogadores.
Jogo que esgotou lá em ESSEN, não faço ideia da razão. É um jogo simples (e simplista) sobre mover cartas umas sobre as outras. A preparação inicial é aleatória, o que faz com que todo o jogo seja aleatório. Não é um problema por si só isso, se o jogo fosse divertido, mas achei o exercício de mover cartas e colocar umas em cima das outras meio meh. Pontuação é muito próxima, o que faz com que existam empates. Aí você é meio que “obrigado” a jogar várias rodadas para ter uma pontuação mais variada, mas ainda assim pode rolar uns empates ou ficar perto demais. Povo adora uma pontuação próxima, pois dá a impressão de balanceamento… Nesse caso aqui, só dá a impressão de decisões óbvias e pouco desafio.
123. Bable (2024)
Jogado uma vez com 4 jogadores.
Eu estava curioso em jogar esse. Um jogo cooperativo que mistura memória e os jogadores que não conseguem se entender por falarem idiomas diferentes. A premissa pareceu boa, tão boa que parece que lançou um outro jogo com mesmo tema em ESSEN e já existem outros jogos com nome similar e com ideia similar (pessoas sem se entender por conta da vastidão de idiomas). Bable realmente precisa de uma coordenação no time para tudo funcionar, mas o impacto da memória é mais elevado do que eu antecipei. Se você não memorizar, você perde. Ponto. E se você memorizar e der azar, você também perde. Como assim der azar? No seu turno, você pode mostrar as cartas pros amiguinhos. E aí, eles sabem qual a palavra você sabe falar. Só que no final do turno, você compra uma carta e pode substituir exatamente a carta que você mostrou. Bem frustrante e totalmente baseado na sorte, pois poderia ter ocorrido justamente o contrário (você não substituir a carta) e tudo correr normalmente. Eu ia comprar esse mas desisti, mesmo sendo baratinho. Na realidade, me arrependi de não ter jogado tantos jogos que comprei, pois vários deles uma curta partida teria demonstrado que o jogo não era pra mim. Bom, talvez em uma outra oportunidade.
124. Grachtenpand (2024)
Jogado uma vez com 4 jogadores.
Outro jogo da mesma Editora acima e também que eu queria adquirir. Só que aí joguei e vi que não dava para daltônicos. Triste fim, achei meio absurdo, pois é um jogo apenas de cartas e dava para marcar algo. Claramente eles preferirem estética a usabilidade. Chato é que eu até gostei do jogo, é um drafting dinâmico, pois você fica jogando o jogo até o final alimentando o baralho com novas cartas durante o processo. Essa ideia apesar de adicionar um fator sorte relativamente elevado, me pareceu propícia para um jogo de drafting simples. Que é o caso desse aqui. Engraçado que essa pequena variação fez eu sentir que o jogo era diferente o suficiente para ser percebido como algo inovador.
125. Fit to Print (2023)
Jogado uma vez com 4 jogadores.
Esse foi um que eu fui querendo comprar, mas não tinha cópias para vender. Só que foi até melhor assim, pois depois da partida eu estava decidido a não comprar mesmo. Faz um bom tempo que procuro um jogo melhor que Galaxy Trucker. Cheguei ao Factory Fun e pelo visto parei nele. Fit to Print tem a mesma ideia de Tempo Real para ir coletando peças e, no caso daqui, montar uma notícia. Entretanto, acho que falhou em alguns aspectos: você pegar as peças e não posicionar é esquisito, pois você precisa ir muito no chutometro do espaço que aquilo vai ocupar. Além disso, são inúmeros itens para você se preocupar e pensar, fora as pequenas regras que apesar de simples são muitas para ficar lembrando. No final das contas, o jogo meio que dá um overload de informação para você se perder jogando. Isso não é divertido, só é frustrante. Fora que em algum momento você irá se acostumar e vai passar a dar uma surra nos outros toda partida. É até esquisido eu falar isso, mas Galaxy Trucker é mais fácil e simples (e olhe que todo mundo reclama do quão difícil ele é). Talvez minha cabeça só não funcione bem para esses quebra-cabeças de peças retangulares. Odiei o Art Society que usa esse mesmo esquema, mas não é em Tempo Real.
126. Chandigarh (2024)
Jogado uma vez com 3 jogadores.
Eu tinha achado esse jogo similar ao Reef, só que todos os jogadores interagindo com um único tabuleiro. A priori, achei que essa “solução” deixaria o jogo com mais interação e mais legal, só que não foi bem o que aconteceu. Obviamente existe interação e claro que os jogadores estarão botando coisas em conjunto, só que isso não leva para marcações ou situações interessantes… Simplesmente abre a possibilidade para aparecer um objetivo que já esteja funcionando no tabuleiro e o primeiro jogador que tiver a oportunidade pega ele e ganha uns pontos de graça. Claro que o jogo não é só isso, mas esse sentimento pesou para a minha experiência no jogo. Em momentos que me planejei bastante consegui uns pontinhos legais num objetivo ou outro, só que também consegui cumprindo objetivos pelos quais não planejei nada. Não curti.
127. Yeti Snack (2024)
Jogado uma vez com 4 jogadores.
Joguinho besta que jogamos esperando pelo próximo jogo. Achei meio ruim os componentes, as fichas ficam “presas” nos buracos que deveriam ser de fácil manuseio. Fora que ainda existem cenários que não são possíveis de resolver. Não é um problema gigante, mas é meio esquisito você passar uns minutos tentando resolver, ninguém resolver e a gente chegar a conclusão que não tem solução e partir pro próximo. Vários outros jogos nessa mesma linha (formar uma padrão usando destreza antes dos outros jogadores) que são bem melhores e mais bem resolvidos.
128. Quiet House (2024)
Jogado uma vez com 4 jogadores.
Demorou, mas conseguimos jogar esse. Eu tava bem interessado, pois é um jogo de dedução em times que é basicamente uma versão “gamificada” do problema das oito rainhas. Se você não conhece o problema, basicamente é um tabuleiro de xadrez (8×8) com oito rainhas e elas precisam estar em linhas e colunas diferentes. O jogo replica isso com acho que seis peças que se movem de maneiras diferentes, só que a posição de cada uma delas apenas uma parcela da mesa conhece. Achei a ideia bem boa e o jogo é divertido e desafiador. Eu jogaria novamente só para tentar ganhar, mas acho que o jogo não tem tanta rejogabilidade assim. Quando você e seu grupo pegar a manhã deve perder muito da graça da descoberta inicial do desafio. Não comprei, pois tinha esgotado, mas se tivesse não sei se compraria por conta da rejogabilidade.
129. Point of View (2023)
Jogado uma vez com 4 jogadores.
Joguei o cenário de demonstração que teve lá em ESSEN. Experiência divertida, especialmente por conta da pessoa da HABA que nos apresentou o jogo bastante entusiasmado. Como já diz no nome, Point of View é um jogo no qual cada jogador tem uma visão diferente da mesma cena e precisam se comunicar para responder as perguntas expostas durante a partida. Um jogo bem simples, mas divertido. Não compraria pelo sua rejogabilidade extremamente finita, mas topo jogar se alguém tiver.
130. Neuland (2024)
Jogado três vezes com 2 e 4 jogadores.
Conhecido também como Looot, esse foi um dos poucos jogos que consegui testar e decidi comprar. Não é um jogo incrível, mas é daqueles jogos mais acessíveis que me agradam por conta do aspecto puzzle. Consegui ainda jogar depois da feira aqui em casa e o jogo realmente atendeu as mesmas expectativas da primeira partida: decisões interessantes, interação significativa no tabuleiro central, um bom quebra-cabeça no seu tabuleiro pessoal e uma duração de 13 minutos por jogador. Acho que esse é o estilo de Family Game que eu gosto: decisões boas e tempo relativamente rápido. Gostei e estou satisfeito com a aquisição.
131. Tapas (2024)
Jogado uma vez com 2 jogadores.
Joguinho abstrato que assumi ser da mesma “linha” do Donuts. Afinal, é sobre comidas, mas posso estar enganado. Achei que para um jogo abstrato, foi muito ruim para mim. Eu gosto desse estilo, mas Tapas não oferece muita estratégia nem muitas decisões legais e nem muitas oportunidades para sair de um buraco. Que bom que joguei, seria o tipo de jogo que eu compraria às cegas e depois estaria bem triste.
132. Tokyo Highway (2018)
Jogado uma vez com 4 jogadores.
Sempre tive curiosidade em conhecer esse jogo, pois sempre achei ele bem bonito na mesa… Fora que adoro jogos de destreza. Finalmente, tive a chance de jogar, mas o camarada que ensinou cometeu um erro gravíssimo: apresentou a versão mais idiota possível. Em suma: essa versão não tem nada de interessante. O jogo era só um exercício de montar uma estrutura e ganhar uns míseros pontos que terminou quase a mesa toda empatada. Ah, vai se lascar. Senti que perdi meu tempo. No final ele explicou como seriam as regras completas, nada demais, mas que talvez deixassem o jogo com um sabor especial. Pena que não jogamos essa e, provavelmente, nunca jogarei. Entretanto, se a oportunidade surgir, gostaria de jogar com as regras completinhas.
133. Wonder Bowling (2023)
Jogado uma vez com 4 jogadores.
Segundo (e último) jogo que consegui testar e comprar. Gostei bastante do quão idiota o jogo é mas ao mesmo tempo do quão genial. A única partida que jogamos teve momentos bem diferenciados, engraçados e várias risadas. Tudo isso em apenas 10 minutos. Só explicando o jogo: você bota uns pinos de boliche em cima da caixa do jogo e o strike é derrubar todas menos uma (genial isso), além disso você tem os seus próprios objetivos que é deixar X pinos. Vence quem fizer sei lá quantos pontos e você é obrigado a toda rodada derrubar algo (genial também). Só coisas simples e que funcionam muito bem para a proposta do jogo. Pra mim foi o destaque da feira e compensou a cagada que foi Tokyo Highway.
134. ArcheOlogic (2023)
Jogado uma vez com 4 jogadores.
Esse é um dos que eu fui querendo comprar, mas não tinham cópias lá. Ao contrário do Fit to Print, esse eu gostei. Não achei incrível, achei que tem muita sorte para um jogo de dedução pura, mas achei bem divertido. É dos mesmos autores do Turing Machine e usa a mecânica de Time Track, bem parecido com o Planeta X (também de dedução), só que o quebra-cabeça é completamente diferente. Fiquei meio na dúvida se compraria ou não se estivesse disponível, provavelmente compraria, pois estou gostando muito de desbravar esses jogos de dedução.

Não joguei tantos jogos assim na feira, mas trouxe vários como você já percebeu aqui. Agora com 134 jogos bati meu antigo recorde de 128 jogos no Desafio 100N. Como já estamos em Novembro e ainda não postei nem tudo de Outubro, eu imagino que esse recorde ficará imbatível por uns bons anos.

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