Desafio 100N (2024) Julho

Será que bateu os 100?

095. The Search for Planet X (2020)
Jogado nove vezes com 1 e 2 jogadores.
Esse aqui eu tava curioso tem um tempão. Eu nem tinha reparado que o jogo usava tanto o aplicativo, mas apesar disso eu gostei. Na verdade, é por conta disso que o jogo pode ser jogado solo e eu pude usufruir desse quebra-cabeça tão bacaninha em várias ocasiões. Eu não sou lá muito bom no jogo, mas fui melhorando aos poucos. Então, o jogo termina sendo um pouquinho viciante, pois você se vê cada vez melhor, especialmente se for enfrentando a IA em níveis progressivamente mais altos. Achei uma ótima aquisição. É um jogo de dedução que não deixa sua mente exausta, apesar de cada turno importar e você realmente pensar bem em quais perguntas fazer.
096. Blackout: Hong Kong (2018)
Jogado uma vez com 3 jogadores.
Daqueles jogos que venderam tão mal que teve promoções saindo por menos de 100 reais em um jogo grande. Muito esquisito, mas coisas do mercado nacional. Entretanto, o jogo não é tão ruim quanto parece ou quanto deixaram parecer por conta das promoções. Na verdade, é até legal. Talvez um pouco longo demais pra a proposta, já que não é tão estratégico como outros jogos do Pfister que duram o mesmo tanto. Não sei se jogaria novamente por conta da duração e por sentir que dei uma boa explorada no jogo devido seu aspecto de constante repetição dos turnos. Não tem como você chegar ao final da partida e ainda ter dúvidas de como o jogo funciona, já que é tudo muito procedural. Talvez, agora que conheço, a partida fosse mais rápida, mas ainda assim não empolgo muito. Tem um problema grande com cores, o azul e roxo são muito próximos em sua tonalidade. Tanto que eu confundi durante a partida.
097. SCOUT (2019)
Jogado uma vez com 3 jogadores.
Percebi uma coisa: ao contrário dos Trick Taking, eu até que vejo algum sentido nos jogos de escalada. Não como Dobro, que você compra cartas durante a rodada, mas como qualquer um “normal” que você comece com sua mão toda desde o princípio. Você consegue planejar jogadas e tentar formar combinações com a mão que possui. Coisa que não ocorre no famigerado Trick Taking. Então, eu gostei do SCOUT. Quero jogar novamente, para ver se gostei mesmo ou se só tive uma primeira partida muito esquisita que me senti o gênio do jogo. Aí fiquei na duvida se tive sorte extrema ou se o jogo propicia um tipo de raciocínio que consigo fazer e acho interessante. O jogo também tem algumas mecânicas inteligentes, além do número duplo na carta, você tem restrição da mão (estilo Bohnanza) e também tem a opção de passar e jogar uma vez por rodada. Achei elegante.
098. Khôra (2021)
Jogado duas vezes com 2 e 4 jogadores.
Joguei esse em Março, queria jogar com mais gente para avaliar o jogo melhor antes de dizer minhas impressões. Entretanto, passaram-se vários meses e não rolou mesa. Então, depois de uma longa espera, finalmente escrevendo minhas primeiras impressões. Apesar das facções assimétricas, o jogo parece o mesmo em todas as partidas. Talvez por conta dos vários tracks que você avança independente da facção. Por mais que você mude em algo, a diferença não é tão radical. Eu gosto da velocidade do jogo, mas é só isso. O restante não é horrível, mas não tem nada que eleve o jogo para sair daquela faixa de mais do mesmo. Ah, tem algo que achei ruim sim: as cartas dão uma variedade muito ruim por conta das possibilidades pequenas ou gigantes de pontos, parecem bem desbalanceadas, especialmente certas cartas com certas facções.
099. Cuzco (2018)
Jogado três vezes com 2 e 3 jogadores.
Todos os jogos dessa trilogia sofrem do mesmo problema: Action Points gerando Analysis Paralysis. Aí você fica querendo voltar jogadas por ter errado na conta e esses errinhos lhe custam o jogo, o que deixa o jogo frustrante e chato. Por conta disso, o jogo fica muito mais longo do que precisava ser. Eu só gostei mesmo quando joguei muito mais descompromissado e sem tanto AP assim, mas aí só funciona se todos na mesa fizerem isso. Cometerem erros e deixarem os erros irem. Algo que não rola na maioria dos casos. E mesmo rolando, o sentimento de frustração vai ficar em cada jogador, deixando a partida menos lenta mas ainda ruim. Eu gostei do jogo ser basicamente um abstrato com zero sorte e por isso odiei a mecânica dos festivais. Que além de ser um leilão (eca) existe compra cega das cartas e você pode ter uma mão lixo e se lascar mesmo com várias cartas. Fora que as cartas que valem o dobro são muito mais fortes. Um negócio que a priori achei interessante e no papel pareceu ser, é a pontuação de final de jogo ser ao final do turno de cada jogador. Ficou parecendo que “encontraram” a solução para os jogos de Controle de Área. Entretanto, depois de jogar não tenho mais tanta certeza quanto a isso. Ficou algo mais artificial e burocrático, do que emocionante por conta de um final antes do tempo. O que só aumenta o AP e não melhora em muita coisa a experiência, apesar de melhorar sim um pouco a sensação de injustiça e de que o último jogador tem uma vantagem enorme. Estou repassando, se quiser comprar é só falar.
100. Akropolis (2022)
Jogado três vezes com 1, 2 e 3 jogadores.
Depois de Cuzco, chegou um jogo meio que inspirado nele, pois usa o mesmo formato de tiles. Akropolis é também um jogo abstrato de colocação de peças que você pode empilhar os tiles para ganhar mais pontos. A ideia é simples e funcional, o jogo é rápido e com algumas boas decisões, mas eu senti algo faltando. Bom, primeiro que as construções são claramente desbalanceadas. É muito mais difícil ganhar pontos com o roxo do que com o amarelo por exemplo, e ambos possuem a mesma “capacidade” de pontos. O desbalanceamento aumenta quanto muda a distribuição dos pontos das praças, como é com o azul e verde. O azul parece legal a priori, mas se for disputado entre os outros jogadores vira uma bosta. Já o verde pode ser muito poderoso, ao ponto de ser desbalanceado, mas aí para resolver isso é só marcar o jogador. A mecânica de aquisição dos tiles original do jogo é esquisita e dá muita ênfase na sorte e na ordem que os tiles saem. Então, eu joguei apenas uma partida usando ela e as demais usando uma variante que faz muito mais sentido. E olhe que odeio usar variantes, mas claramente o Game Designer (ou Developer, não sei) errou feio aqui. Então, usei essas regras na tentativa de salvar o jogo, mas não adiantou. No final das contas, acho que Akropolis falta brilho, falta algo realmente diferente ou interessante para fazer valer a pena mantê-lo tendo tantos jogos no mesmo estilão dele por aí. Ah, existe uma vantagem em Akropolis, ele não sofre aquele problema do último turno, pois o puzzle dele não tem tamanho fixado.
101. Heat (2022)
Jogado uma vez comjogadores.
Eu não gostei muito do Flammer Rouge, achei meio entediante e repetitivo. Heat já é melhor nesses dois aspectos. Apesar de repetitivo (você fica circulando por um baralho e dando voltas numa pista) ele não fica entediante em nenhum momento. As decisões são interessantes e o jogo tem uma certa emoção, algo necessário em jogos de corridas. Entretanto, nossa partida durou quase duas horas e, chegou no final, e não senti que as minhas decisões foram assim tão impactantes. Eu venci, entretanto, não me pareceu tanto mérito meu, mas sim coincidência do jogo. Ou o jogo é tão bem balanceado que ele consegue não frustrar nenhum jogador e ainda deixá-lo justo. Se for esse último caso, digo que o jogo é genial, mas com uma partida não dá para saber. Em suma, minhas observações são em cima de uma única partida, no qual uma pessoa que explodiu o veículo e não fez nenhuma jogada arriscada depois disso (ou diferenciada) e ficou apenas a dois espaços atrás de mim. Então, eu poderia ter perdido por algum saque de cartas com um número menor ou algo assim. O que é esquisito, já que eu não explodi na partida e me esforcei para aproveitar em diversas curvas de não ficar travado na velocidade exigida. Quero jogar Heat mais vezes e com mais pessoas, os BOTs apesar de serem “fáceis” de controlar são chatos de controlar. Gostei do sistema de aquecimento e do gerenciamento de mão do jogo e apesar de não entender o hype exagerado, entendo os motivos do pessoal achar o jogo muito bom. Recomendo, quem puder, conhecer.
102. Passo (2023)
Jogado duas vezes com 2 jogadores.
Estou vendo os jogos que vão sair em Essen, pois, finalmente, irei pra lá. E aí me deparei com esse abstrato que dava para eu montar uma cópia em casa e testar. E cá estou, contabilizando mais um jogo. E, melhor ainda, um jogo bom. Passo é um abstrato que permite jogadas inteligentes, preparar armadilhas pro oponente e, melhor ainda, parece ter espaço para experimentar estratégias/jogadas, o que me pareceu bem legal. A primeira partida foi bem morna, conhecendo o jogo, mas na segunda partida já pude vislumbrar algumas das possibilidades. O jogo é bem simples: você move uma peça por turno, que pode andar um espaço em qualquer direção (tipo o rei do Xadrez) e pode ser empilhada até uma altura de três. Se for uma pilha, a única peça que pode se mover é a do topo. Pode parecer meio sem graça, até o momento que vem o twist: quando você se move de um espaço que fica vazio, o espaço some do jogo. Sim. Some. O tabuleiro vai diminuindo a medida que o jogo progride. O objetivo é cruzar a última peça do oponente (chegar no final do tabuleiro) ou bloquear todos os movimentos do coleguinha. Gostei e pretendo jogar mais vezes. Se daqui pra a feira eu estiver adorando o jogo, quem sabe eu não compre uma cópia por lá?

Bateu! E lá se foram os 100 jogos para cumprir o Desafio 100N, ou melhor 102. Não foi na metade do ano, mas foi quase. E agora, o que fazer? Aumentar o recorde… Ou também aproveitar a oportunidade para apreciar os clássicos.

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