Depois do espanto de Fevereiro, voltamos a normalidade.
035. Wordle: The Party Game (2022) Jogado em 13/03/2023 com 2 jogadores. Talvez você tenha visto que eu tava fazendo um jogo nessa linha. Então, resolvi testar. Só tem uns poréns (nem existe a palavra, mas tou nem aí): eu peguei o jogo original e mudei para que funcionasse de uma maneira que todos os jogadores pudessem participar dando chutes e adivinhando. Claro que isso melhora o jogo original imensamente, pois não fica um jogador só servindo de “mestre” da palavra. Em todo caso, eu até gostei da experiência. Dá para se divertir e é mais legal que fazer no computador cada um na sua casa. Meio que forcei esse jogo na lista, pois achei que Março não ia ter jogos novos. hehe |
036. Bosk (2022) Jogado em 21/03/2023 com 2 jogadores. Joguei com dois e três jogadores antes de escrever aqui. Com certeza é um jogo que não funciona tão legal com apenas dois jogadores. Muito previsível, pouca disputa e controle de área com dois sempre fica aquele sentimento estranho de zero-sum que é um pouco chato. Com três jogadores fica melhor, mas ainda assim é um jogo bem “mais ou menos”. Não tenho muitas críticas ao jogo, só que falta tensão no jogo, é um pouco paradão e sem tantas coisas interessantes acontecendo. Existe planejamento, existe tática e estratégia, mas no final das contas não empolga. É bem bonito na mesa, ao menos eu achei, apesar do tabuleiro estranho, as peças (árvores e folhas) compensam por isso. |
037. Kahuna (1998) Jogado em 26/03/2023 com 2 jogadores. Será que esse jogo envelheceu mal ou eu só odeio contar cartas mesmo? Kahuna é um jogo 1×1 de controle de área que eu achei, inicialmente, bem bolado. Na verdade, continuo achando e estou me sentindo um pouco frustrado por não ter gostado do jogo. Tanto por achar que vou me lascar para vender (povo só quer jogo no hype e lançamento agora) como por ter me surpreendido por não ter gostado. Veja bem, não achei uma bosta ou terrível e já quero vender, mas ficou um sentimento estranho de que se você não contar as cartas o jogo vai rolar umas coisas meio sem sentido. Vou explicar… No jogo, você simplesmente está posicionando pontes entre ilhas para ganhar domínio por ter maioria de pontes. Ao tomar controle de uma ilha, você remove todas as pontes do oponente previamente colocadas lá, é aqui que mora a estratégia do jogo. Existe também a possibilidade de remover pontes sem ser assim, mas você paga duas cartas em vez de uma (e as cartas tem que dar match com as ilhas que a ponte está conectado). Então, essa jogada de remover ponte é mais custosa… E só vale a pena se você tiver três cartas envolvendo a combinação das duas ilhas, isto é, duas para remover e uma terceira para colocar no lugar da que foi removida. Se não, é bem provavelmente você remover (o jogador perder o domínio da região) e no turno dele pegar de volta… O que vai lhe lascar, pois vai remover pontes que você por ventura tenha colocado em algum momento. Então, é um jogo que se você não souber o que o oponente tem, poderá fazer jogadas que vão mais te atrapalhar do que ajudar. E se você não contar as cartas, não vai saber se ainda consegue sacar a carta que precisa. Quero jogar mais vezes para ver se desisto de vender, mas tou achando difícil. Acho muito ruim ficar memorizando cartas e me pareceu que esse jogo é muito disso. Bom, voltei aqui antes de postar para dizer que joguei uma segunda vez e já melhorou. A primeira partida juntou dois elementos ruins: dois jogadores novatos indo meio que na doida e sem memorizar as cartas do oponente. Nessa partida, mais consciente de como o jogo funcionava, eu prestei bastante atenção nas cartas do oponente e comprei cartas mais úteis (raramente saquei às cegas). Foi uma experiência bem melhor e com mais jogadas fazendo sentido, depois ver como ele fica quantos ambos os jogadores estão sabendo jogar bem. Mas já me animou mais um pouco e vejo esperança de mantê-lo. |
038. Palm Island (2018) Jogado em 26/03/2023 com 2 jogadores. Na boa, Palm Island é um jogo solo apenas. Inventaram de botar para dois jogadores sei nem para que. O jogo é extremamente multiplayer solitaire. Num nível que perde o sentido jogar com o coleguinha. Botaram até uns objetivos para os jogadores disputarem, mas o fato de você ficar com o jogo inteiro na sua mão, rodando carta, girando carta e botando para trás do baralho, faz com que você fique meio que inteiramente no seu mundinho só competido por pontos. O sentimento de solidão é bem grande. Achei maior do que os Roll & Write sem interação, pois lá pelo menos você meio que pode ver o que o pessoal tá desenhando ou sabe quantos pontos fez numa rodada. Aqui nem isso, você não pode ver o baralho da outra pessoa, se não vai “estragar” a posição das coisas. E mesmo que queira olhar, dá um certo trabalho olhar um baralho inteiro em vez de olhar uma folha de papel. Especialmente um baralho que a posição da carta importa muito. No final das contas, achei a ideia inovadora e inteligente, mas o jogo em si não me agradou. |
039. Paris: La Cité de la Lumière (2019) Jogado em 26/03/2023 com 2 jogadores. Mais um jogo que eu esperava gostar e não gostei. Na real, esse eu tive uma primeira impressão bem ruim do jogo. Ao contrário do Kahuna, que foi mais um “meh, é isso?”. Paris é um jogo abstrato e com poliominós que os jogadores disputam em um único tabuleiro. Toda essa ideia me atrai bastante. A interação aliada ao pensamento adiante e afins. O jogo é dividido em duas fases: uma fase que você monta o tabuleiro (com espaços para as peças entrarem que podem ser suas, do oponente ou neutras) e adquire as peças; e a outra que você coloca as peças e ativa habilidades especiais. Para mim, essas habilidades especiais estragam o jogo: muito poderosas, situacionais e swingy (alta variância). Vou expor os números da nossa partida para explicar. A partida terminou com o vencedor tendo 47 pontos e o perdedor com 28 pontos. Uma das habilidades transformou o não posicionamento de uma peça (incapacidade de colocar em qualquer lugar do tabuleiro), o que rende -3 pontos, para colocar a peça adjacente à 3 luzes (o objetivo é ter peças adjacentes a essas luzes para ganhar pontos multiplicados) rendendo 18 pontos. Uma variação de 21 pontos, com uma única habilidade especial (você usa 4 numa partida). Outras peças, claramente também podem ter pontuações bem discrepantes, uma peça que usei muito mal me deu 3 pontos, mas se tivesse colocado em uma outra posição daria em torno de 10 pontos. Outros dois problemas que achei foi: o jogo possui uma clara vantagem para o primeiro jogador. Não que isso garanta a vitória de ninguém, mas em uma mesa que os dois tenham o mesmo “nível”, o primeiro jogador sempre vai vencer. E o segundo problema, é que as peças não podem ser viradas (vulgo espelhar). Talvez a alegação seja: mas isso é de propósito, para deixar mais difícil e acontecer mais blocks. Sinceramente, não vi muito sentido, só dificultou a visualização e leitura do tabuleiro. O que não ajuda em nada o jogo, já que a dificuldade deveria ser em disputar com o oponente. Eu pretendo jogar novamente, seja para comprovar as minhas observações ou para mudar de ideia. Gostaria que fosse a segunda opção. Por enquanto, para não deixar sem elogio nenhum: gostei dos componentes, pessoal reclama do roxo vs azul para daltônicos, mas eu consegui ver de boas. |
040. The LOOP (2020) Jogado em 26/03/2023 com 2 jogadores. Joguinho cooperativo na mesma linha de Pandemic e tantos outros: no seu turno você faz a parte ruim do jogo e depois faz suas ações. Eu não gosto de jogos assim. Pandemic, Spirit Island, Shadows over Camelot e tantos outros. Não por conta de nada em específico de como o turno é, na verdade essa eu acho uma excelente ideia, pois balanceia o jogo independente do número de jogadores na mesa. A parte que não gosto é ser cooperativo com muita informação aberta e com todo mundo meio que resolvendo um quebra-cabeça em conjunto, no qual a melhor jogada (a mais otimizada) vai ser encontrada por algum jogador da mesa e você vai preferir fazer a ideia dele do que pensar na sua. Não é bem um problema com Alpha Player, mas no final das contas é sim. Não o Alpha Player no pior sentido da palavra (alguém que tá se metendo ativamente na jogada alheia e até movendo suas peças), mas sim o Alpha Player no sentido: o melhor jogador vai jogar mais do que os piores jogadores, pois vai “jogar” na vez de quem tiver sem saber jogar muito bem. E isso é meio paia. Não ocorreu na nossa partida, até por ter sido apenas dois jogadores, mas o potencial disso me deixa sem vontade de revisitar esse estilo de jogo. Fora que eu gosto quando o jogador tem mais “agência” sobre seu personagem e se sente mais único do que simplesmente ser mais um personagem na mesa. Isso eu senti acontecer, mesmo com o jogo tendo assimetria e Deck Building. É aquela, se você gosta de cooperativos nesse estilo, recomendo demais The LOOP… Mas para mim? Nah. |
Um mês com várias experiências bem mais ou menos. Nada se destacou ou foi empolgante. Pelo menos a segunda partida de Kahuna deu uma esperança para o futuro (apesar de ainda achar o jogo razoável, ainda não cruzou a barreira do 7). Bom, pelo menos deu uma andada legal na quantidade. Engraçado que conhecer jogos que não me agradam estão me frustrando cada vez mais. Estou ficando mais chato do que já sou? Ih… Isso é um problema. Entretanto, por outro lado, eu estou mais disposto a testar um jogo mais vezes. Então, estou mais paciente? Parece correto… Ou não.