Estava na dúvida se continuava ou não com o Desafio 100N mas decidi manter. Afinal, ao menos para mim, já virou uma rotina aqui do blog. A diferença é que não vou exagerar tanto na corrida e tentar usufruir dos jogos que já sei que gosto também e que estão na coleção sem ver mesa por conta dessa perseguição de sempre conhecer jogos novos.
001. Leaders of Euphoria (2017) Jogado em 14/01/2023 com 6 jogadores. A pessoa acaba de falar que vai parar a perseguição de sempre conhecer jogos novos. Quando você pisca o olho… O primeiro jogo do ano é um que eu sabia que não ia gostar. Como sabia? Reimplementação de Good Cop Bad Cop, jogo que tive e vendi. Entretanto, devo dizer que aqui é menos pior. O jogo foi melhor trabalhado e ficou menos confuso e melhor mesmo. Mas, ainda assim, não o suficiente. Bom, o jogo é bem parecido, mas as pessoas não morrem apenas com um tiro só (boa), virando uma terceira facção (não sei se presta, pois não chegamos a isso). Eu até toparia jogar de novo para ver as demais possibilidades do jogo, mas como queria jogar outras coisas no dia terminei não aceitando uma segunda partida. |
002. Cartographers Heroes (2021) Jogado em 14/01/2023 com 6 jogadores. Indo na direção oposta do jogo acima, escolhi esse por saber que gostaria mas que também era um jogo novo. Boa, Roberto. Infelizmente, esse jogo é um pouquinho pior que o original. Os monstros são mais avacalhados e atrapalham (até acabam) com o jogo dos outros jogadores. Os heróis são bem inúteis, especialmente considerado que eles são a maior diferença para o jogo base. Adicionam realmente muito pouco e o jogo é melhor sem eles. Talvez tenham colocado para contra balancear com a apelação dos monstros, mas não curti tanto. Ainda acho o jogo bom, mas, de fato, o original é melhor. Foi muito bom ter conhecido, pois eu tava quase comprando essa versão por achar que seria uma evolução. |
003. Bruxelles 1897 (2019) Jogado em 18/01/2023 com 3 jogadores. Eita que é tudo reimplementação em 2023? Bruxelles 1897 é a versão Card Game de Bruxelles 1893. Comprei, pois apesar de adorar da versão original, o jogo tem uns problemas que a interação é tão forte que é muito fácil um jogador novato ajudar bastante o veterano que jogar logo depois dele. Isso sempre me frustrou, pois não é incomum eu jogar com novatos. E aí me frustra sendo eu recebendo as coisas de bandeja ou outro jogador na mesa. Acho que tira totalmente o mérito da vitória ou derrota, e deixa o jogo um tanto quanto previsível. Então, por isso adquiri essa nova versão: na expectativa de ser melhor. Sinceramente, não sei se é melhor, mas ele faz algumas coisas para resolver esses problemas. Então, pensando mecanicamente e matematicamente, essa nova versão é melhor. O problema é que é um jogo de cartas em que tudo é cartas. Isso deixa tudo confuso e perde muito no aspecto tátil e experiência proporcionada. Preciso jogar mais vezes e testar com 4 jogadores. Em todo caso, já estou vendendo meu Bruxelles 1893. Faz muito tempo que não jogo e sempre que lembro do problema que citei, eu meio que evito jogá-lo. O que não é um bom sinal, né? Me perdi… Vamos voltar pro Bruxelles 1897. O jogo tem muitas coisas inteligentes, tal qual seu predecessor. Tanto no uso das cartas como trabalhadores, como os recursos serem mais apertados e tudo ser (aparentemente) mais balanceado ou pelo menos sem grandes possibilidades de estouro de pontos comparativamente. Posso estar enganado, mas aqui são primeiras impressões. Vou manter o jogo, não sei até quando, mas imagino que fique sim na coleção. Gostei, o chato é ter essa comparação com seu predecessor que sempre vai ficar rondando as partidas. É meio que inevitável. É legal também, pois nessas comparações você observa algumas coisas sobre Game Design que até já ocorreram comigo por conta dessa utilização de apenas cartas na criação de jogos. |
004. Indian Summer (2017) Jogado em 21/01/2023 com 4 jogadores. Mais um jogo similar a jogos antigos e que eu sabia que iria gostar. Boa, de novo, Roberto. Indian Summer é um jogo do Uwe Rosenberg que é meio que Patchwork para vários jogadores com mais alguns twists, só que sem o dinheiro e sem o Time Track. Se você não entendeu nada, ignora e segue o baile. Aqui a disputa não é por pontos, mas sim por velocidade de preencher o seu tabuleiro. No meio da partida eu imaginei que daria um bocado de empate, isto é, vários jogadores iriam finalizar. E imaginei certo. Simplesmente 3 dos 4 jogadores finalizaram. Ficando a vitória definida pelo critério de desempate, que ainda não desempatou 2 dos 4 jogadores. Oh, droga. Mas mesmo que tivesse desempatado, seria um pouco chato vencer ou perder assim. Acho que essa seria minha maior crítica ao jogo: o final da partida. Por outro lado, a experiência do jogo em si eu gostei bastante. Tá bom que sou enviado para jogos nesse estilo, mas achei um quebra-cabeça diferente do usual por conta dos buracos nos poliominós. Não gostei da possibilidade de roubo de peças, mas entendo existir para haver alguma interação. Só que dava para fazer isso de outro jeito. Tem a interação que é a corrida pelos poliominós para botar em cima dos buracos, mas não funciona, pois é difícil mais de um jogador fazer. Acho que é um jogo que tem uma boa ideia mas que faltou um melhor desenvolvimento. Talvez os jogos lançados depois na mesma série sejam mais bem resolvidos. Jogaria novamente de boas, até mesmo para bater o martelo nessas questões. |
005. Arkham Horror: Final Hour (2019) Jogado em 21/01/2023 com 4 jogadores. Mais um jogo baseado em algum antigo? Bicho, estou achando que não sou eu não, mas que a indústria dos Board Games devem estar saturados de lançamentos e lançando já um bocado de coisa repetida e que fez sucesso só pra ganhar dinheiro. Cinco jogos seguido tudo com algum predecessor é tenso. O ruim aqui, é que voltamos para o reino dos desgostos. O primeiro jogo de tabuleiro moderno que joguei foi Arkham Horror. Odiei. Vários anos depois, joguei Eldritch Horror na esperança de ser melhorzinho. Odiei. E agora resolvi jogar esse. Adorei. É o que? Calma… Exagerei. Deixe-me reformular: gostei. Sim, um jogo cooperativo baseado nos romances de Lovecraft e que eu gostei? Acho que foi a simplicidade do jogo e a falta de dados. Basicamente é um puzzle cooperativo mas que as restrições de comunicação me impedem de desgostar como desgosto do Pandemic. E olhe que esse jogo é bem similar. Os bichos vão andando de região em região, mas sei lá, achei legal. Não sei se foi uma primeira partida muito boa, pois foi bem apertado e perdemos por pouco. Perdemos também por muito azar, o que geralmente me frustra, mas fiquei de boas. O que é estranho, mas um bom sinal pro jogo. Quero jogar de novo e ver se continuo achando legal. Engraçado que o jogo tava em promoção, não deve ter agradado. Enquanto que os lixos de Eldritch Horror e Mansions of Madness custam uma fortuna. Eu hein, vai entender… Acho que meus gostos são peculiares. Ou ruins mesmo. Ah, o melhor de tudo? A partida durou apenas uma hora e meia. |
006. Homem Batata (2013) Jogado em 21/01/2023 com 4 jogadores. Último jogo que joguei nesse dia e foi só para estragar. Vários jogos legais sendo conhecidos e vem essa cagadinha. Eu não sou fã de jogos de vaza, mas esse é pior que o usual. Qual a ideia aqui? Existem quatro naipes cujo valor variam (uns com valores mais altos e outros mais baixos) e você não pode jogar um naipe já jogado previamente. Essa parte é meio que o contrário de todo Trick Taking. O que não é ruim. Cria-se uma restrição ainda, o que me frustra bastante, mas pelo menos é diferente da maioria dos jogos no estilo. Aí as cartas mais altas podem ser derrotadas por umas mais baixas. Ok, legal isso, balanceia um pouco. Mas aí vem as cartas de pontuação que rendem pontuações distintas e quando acabam você ganha uma que vale mais que todas. Isso achei bem ruim. Também é muito difícil vencer os tricks se sua mão estiver ruim. Isso é meio que mitigado repetindo o jogo igual a quantidade de jogadores e somando os pontos, mas isso pra mim é solução porca e uma das razões de não gostar de jogos assim. É praticamente um atestado dizendo: sou muito baseado em sorte, tanto que vou te obrigar a jogar várias vezes pra ver se ficar aceitável. Não ficou… Eca. Para completar, a rodada pode acabar bem prematuramente se um jogador não puder jogar cartas no seu turno. Teve uma rodada que durou apenas três mãos. Passarei longe no futuro. |
007. Paladins of West Kingdom (2019) Jogado em 24/01/2023 com 3 jogadores. Estava curioso com esse, pois gostei do Architects. Inclusive, mantive na coleção. Paladins é um jogo hipoteticamente mais pesado que Architects, mas é simplesmente pelo tanto de coisa que você precisa ficar calculando mesmo. A partida que joguei duraram três horas, basicamente uma hora por jogador. Problema aqui é a chance de acontecer longos turnos com Analysis Paralysis. Afinal, o jogo beneficia isso. Um errinho cometido (até execução de ação na ordem incorreta) vai lhe prejudicar. E os erros são basicamente você fazer a conta incorreta e ficar com alguma coisa faltando apenas um (seja força, fé, influência, moedas ou mantimentos). Sim, é bastante número para manter registro. É daqueles jogos que a complexidade é meio falsa, basicamente se traduzindo em necessidade de processamento tolo. Digo tolo, pois não precisa de nada realmente complicado. É simplesmente uma série de execuções visando subir trilhas ou ganhar recursos para conseguir cumprir as restrições e realizar suas ações. Pensando um pouco agora, parece até que descrevi todos os Euro Games. Entretanto, Paladins me passou o mesmo sentimento estranho que tive com Trajan: você perde muito tempo pensando olhando pro seu tabuleiro e elaborando as coisas. O jogo parece um grande multiplayer solitaire, apesar de ter alguma interação. O problema todo, acredito, é ser um quebra-cabeça desinteressante mesmo. O jogo não é terrível, mas não vale uma hora por jogador. Tem algumas coisas interessantes: a parte de escolha do paladino é legal, acho que é a parte mais interessante do jogo. O uso de trabalhadores no seu tabuleiro e fora também é interessante. As cores foram bem utilizadas, não confundi nada. Talvez eu tenha tido uma má primeira experiência, mas simplesmente não gostei… Downtime gigante, senti que eu joguei apenas uns trinta minutos das três horas totais. E, pra piorar, um jogo com essa duração e grau de planejamento que você saca uma carta que pode dar de 0 a 2 moedas é bem tosco. |
008. Lord of Chords (2019) Jogado em 28/01/2023 com 2 jogadores. Provavelmente seria um jogo melhor com 3 ou 4 jogadores, mas só tinha mais uma pessoa para jogar e aproveitei. Em todo caso, mesmo com a quantidade “certa” (entre aspas, pois o jogo permite 2 jogadores) não iria melhorar muito não. Também deixei umas cartas de lado, jogamos uma variante simplificada. Motivo: eu simplesmente não consegui entender um pedaço lá do manual, você precisa ter alguma noção de teoria musical para conseguir entender e explicar. E olhe que eu já tinha pesquisado coisa no dia anterior para conseguir aprender uns outros pedaços do jogo. Em suma, manual terrível e o jogo é bem desbalanceado. Para ter uma ideia, tem carta que lhe dar X e carta que lhe dá 2X. Pior ainda, tem carta que lasca o jogador em Y e em 3Y. Isso tudo no mesmo baralho e pelo mesmo valor. Pior ainda, é um jogo de coletar coisas e existe Coringa, que você pega sem custo adicional, basta ela estar aparecendo. Basicamente é um jogo criado por pessoas que devem desconhecer o hobby. Foi daqueles Kickstarters ciladinha. Pior que eu comprei (sem querer) essa bosta. Gleydson deu foi é sorte de eu dar um lance em cima dele. Eita jogo ruim. |
009. Dobro (2022) Jogado em 28/01/2023 com 6 jogadores. Primeiro jogo de brasileiros do ano! Jogo extremamente simples de escalada. Dá até preu explicar aqui: as cartas variam de 2 à 12, no seu turno você joga uma ou duas cartas iguais desde que seja igual ou maior que o valor anterior. Se for igual ao valor jogado, você dobra pro próximo jogador e se você não conseguir jogar, você coleta as cartas jogadas até o momento. No final de uma rodada, verifica-se quem pegou mais cartas, essa pessoa ganha menos pontos e vai incrementando a partir dela a pontuação. Logo, o objetivo é sempre coletar o mínimo de cartas possível. O jogo dura 3 rodadas. Cabou-se. Dobro diverte mas realmente tem pouquíssimas decisões. Talvez as decisões estejam no grau certo e eu só não goste muito de carteado mesmo. Em todo caso, já achei bem melhor que o Homem Batata citado acima. |
010. Flamecraft (2022) Jogado em 29/01/2023 com 3 jogadores. Não entendi mesmo o hype desse jogo… Será a arte e a fofura? Bons tempos que os Euros eram feios e bons. Flamecraft é um jogo de alocação de trabalhador, mas você só tem um trabalhador. Até aí tudo bem, o problema é que o jogo é bem simples mas a iconografia e texto geram inúmeras dúvidas. Não sei se foi culpa da tradução, mas atrapalhou bastante a experiência as constantes dúvidas. O tempo de 60 minutos é uma mentira deslavada. Jogamos com apenas 3 jogadores e demoramos duas horas. Outro problema foi que sentimos o jogo desbalanceado. Especialmente nas cartas de Dragão Especial (sei lá o nome), mas basicamente são bônus de pontos no final de partida ou durante a partida que você pode fazer. Muito torto, uns são bem situacionais e dão pouquíssimos pontos e outros são bem abrangentes e dão pontos à rodo. Sei lá, não gostei da dinâmica geral do jogo. Ele é simples mas tem vários step-by-step nas ações e que geram repercussões e combos que geram dúvidas. No final da contas, minha dúvida é só: como gostam tanto desse jogo? Para mim foi apenas: ok. |
Apesar da conversa fiada no começo da postagem, pelo visto ainda continuo perseguindo o Desafio 100N. É mais forte do que eu… hehehehe Mas eu me divirto. Esquema é não ficar na nóia e aproveitar também os antigo da coleção.