Segundo mês do ano, será que o ritmo foi mantido?
009. The River (2018) Jogado em 06/02/2022 com 4 jogadores. Jogo desconhecido da Days of Wonder, mesma Editora de sucessos como Ticket to Ride e Five Tribes. Geralmente, essa Editora só lança um jogo anualmente, mas às vezes erra feio mesmo. Bom, ao menos do ponto de vista mercadológico. Entendo o que eles quiseram fazer aqui: um Worker Placement para novatos. Isto é, mais um Gateway para ver se emplaca as vendas na mecânica saturada. E é aqui que está o problema: tem muito jogo com essa mecânica, é difícil se destacar fazendo só o feijão com arroz. O jogo é bem levinho de gerenciamento de recursos, você sente aquele cheiro de Euro padrão de longe. Só que o jogo é tão leve, que eu classificaria como Family Game mesmo. É bonito, como a maioria dos jogos da Editora, mas nada demais. É isso. Não achei ruim, mas não achei bom… Tá ali meio que um joguinho bem feito mas sem muito sal. Não estou com pressa para me desfazer, talvez seja legal para introduzir novos jogadores. Então, vou manter e testar com gente novata para ver o que acham. Quem sabe ele não vai sendo melhor apreciado com o tempo? É um joguinho relativamente para jogar bem de boinhas, talvez seja bom para iniciar ou finalizar uma jogatina. |
010. Whistle Stop (2017) Jogado em 13/02/2022 com 3 jogadores. Esse foi o único jogo que comprei durante a Black Friday de 2021. Decepção, viu? Tudo bem que não sou dos maiores joguinhos de trem, mas esse tem uns problemas notáveis. Whistle Stop é um joguinho de construção de rotas, no qual o objetivo é fazer mais pontos basicamente trocando cubos (recursos) por pontos. Sejam pontos diretos ou ações, que viram pontos ao final do jogo e também dão pontos imediatos. É relativamente fácil de explicar e se joga também relativamente fácil. Entretanto, a partida que joguei com apenas 3 jogadores demorou pouco mais de 2 horas. É muito tempo para um jogo bem leve. A duração é longa tanto por conta do jogo ter muitos turnos como também por Analysis Paralysis que o jogo pode ter bastante, especialmente quando você fica procurando os caminhos para conseguir recursos específicos. Sendo que tudo isso não é o maior problema. O maior problema são as habilidades especiais. O jogo parece que funcionaria melhor sem elas, soa como se o Game Designer tivesse entregado a um jogo para a Editora e eles “olha, tem como colocar habilidade especial?”. O resultado disso são habilidades completamente desbalanceadas e, pior ainda, que quebram o espírito do jogo. Como assim? Oras, o jogo é de fazer rotas e mover os trens pelas rotas. Entretanto, a maioria das habilidades são locais do mapa que você pode usar sem andar. Pronto, é um jogo de rotas que você sequer precisa mover por elas. Pior ainda, você pode usar essas habilidades quantas vezes quiser no seu turno. Então, você pode passar mais da metade do jogo sem mover os trens, só usando elas e pronto. Aí você talvez possa dizer: mas é possível comprar a habilidade do jogador, mas aí só fez mudar o problema de jogador… Não resolveu ele. O mais engraçado é que o jogo não é terrível, eu não odiei ele, mas também não gostei. Achei um jogo extremamente sem sal e entediante. Prefiro jogar alguma versão diferente do Munchkin uma vez perdida do que jogar Whistle Stop novamente, meramente pela falta de brilho no jogo. Já tou vendendo/trocando. Acho que realmente joguinho de trem não é minha praia. |
011. Photosynthesis (2017) Jogado em 13/02/2022 com 4 jogadores. Joguei pela primeira vez uma semana antes dessa partida que coloquei aqui. Não botei antes, pois joguei com regras incorretas e quando isso acontece não contabilizo. Afinal, meio injusto botar primeiras impressões de algo jogado errado. Sei que quando joguei fiquei com um sentimento estranho de que algo estava errado e realmente estava. Os erros contribuíram para a experiência do jogo ser bem repetitiva e cansativa. Tanto que a primeira partida demorou uma hora e meia, mas pareceu mais longa que essa que foram duas horas. Pois bem, o jogo melhorou sem os erros, mas ainda assim não atendeu minhas expectativas. Eu gosto da simplicidade do jogo, mas ela se perde por conta das várias etapas que são necessárias, é um simples que parece que não entra na cabeça das pessoas e a gente fica precisando auditar o uso dos pontos de ação de alguns jogadores. Então, termina sendo um pouco burocrático o gerenciamento do seu tabuleiro pessoal, quando o foco do jogo seria a disputa pelo território. Essa disputa, que eu esperava ser interessante, não é tanto. Jogadores jogando aleatório conseguem muitas vezes vários pontos de ação, pois é da natureza do jogo meio que auto balancear por conta da rotação do Sol no tabuleiro. Sei lá, eu queria gostar do jogo, mas não tá batendo legal. Testar mais uma vez no futuro com três jogadores, segundo BGG é a melhor configuração, para ver se realmente o jogo consegue se sobressair. Se não, vai terminar indo pro abate. |
012. Banco Imobiliário Express (2019) Jogado em 13/02/2022 com 4 jogadores. Não faço ideia se joguei corretamente, mas não tem como descobrir. Então, vou contabilizar. Manual terrível, explica nada e a gente meio que chutou como é o jeito certo de jogar. Em todo caso, esperava algo bem pior. Continua sendo ruim, mas não é um horror. Fora que a partida dura menos de 20 minutos. Só explicando o jogo para você sacar o quão bobo é: o jogo inicia com 6 cartas de diferentes tipos na mesa e cada jogador inicia com 6 cartas na mão. Na sua vez, você dá “match” com alguma carta na mesa e toma para si, fazendo um bolinho de duas cartas daquele tipo. A partir de agora (que alguém tem pelo menos um bolinho) os jogadores podem ou dar match com seu bolinho (roubando de você) ou com a mesa ou descartar uma carta na mesa. Pronto. Jogo vai até acabar o baralho. Ganha quem tiver mais cartas. Nada a ver com Banco Imobiliário, o que não chega a ser um problema. Mas também, poucas decisões realmente importantes. Talvez role uma contagem de cartas, mas como ninguém sabia ao certo quantas tinham de cada, terminou que jogamos na meio que na doida, pois realmente as decisões não são muito vastas. |
013. Overdrive (2018) Jogado em 20/01/2022 com 4 jogadores. Ora, ora, mais um jogo de Game Designer nacional. Na verdade, plural aqui, é um jogo da dupla Bianca e Moisés. Bianca que inclusive já escreveu aqui pro blog como convidada. Apesar de adorar Dice Placements, não esperei muito do jogo lendo as regras, pareceu um jogo simples mas com muitas exceções e detalhes. O manual é bom para aprender o jogo, mas durante a partida achei um pouco ruim para consultar, pois as regras tem meio que uma divisão entre componentes e fluxo de jogo. Aí, por exemplo, informações sobre as regras de um tipo de carta podem estar em três lugares diferentes. Bom, a partida em si foi bem mais ou menos. Foi relativamente longa: uma hora e meia, mas aí é culpa de ser a primeira partida mesmo. O que achei pior foi a remoção dos dados acontecer apenas na vez do jogador, isso faz com que ele fique repetindo as mesmas ações (se os dados permitirem) durante trechos da partida ou, até mesmo, a partida inteira. A parte da batalha das bandas é bem sem sal, basicamente rola uns dados e elimina uns dados dos outros jogadores. No final da partida tem também um grande Set Collection que também é sem sal, você sempre vai conseguir os conjuntos com o tanto de carta que junta. Se você não juntou muitas cartas é porque jogou mal e, com certeza, vai perder de lavada. E, por fim, o tabuleiro central se torna obsoleto do meio pro fim da partida, já que os jogadores adquirem várias cartas de Hits (novos espaços de alocação) durante a partida que são muito melhores do que os espaços do tabuleiro central. Achei o jogo bem previsível, mesmo a contagem de pontos sendo no fim eu sabia quem ia vencer desde a metade da partida, pois quem deixa de comprar carta alguns turnos perde oportunidades muito importantes de pontuação. As habilidades especiais são todas muito parecidas entre as bandas. Teve gente na mesa reclamou da arte e componentes, mas eu achei de bons. Infelizmente, não tenho interesse em jogar novamente e estou botando para troca/venda. |
014. Decrypto (2018) Jogado em 20/01/2022 com 4 jogadores. Li muitas comparações com Codenames e, claro, que o jogo despertou minha curiosidade. Comprei tem um tempão e estava aguardando alguma oportunidade para jogá-lo. Estava esperando juntar 6 jogadores, mas terminou que joguei com 4 mesmo e acho que foi melhor. Alerta: esse jogo não é um Party Game. Assim como Codenames, existe muita margem para reflexão aqui. Talvez, com o tempo as partidas fiquem mais rápidas, mas eu achei muito mais complicado dar dicas aqui do que em Codenames. Talvez seja simplesmente a falta de experiência, pois li vários comentários no BGG que dizem achar esse jogo mais fácil de dar dicas. No momento atual eu discordo disso. Bom, ao menos se você quiser seguir o espírito do jogo que é: dar dicas boas para os seus colegas, mas ruins para os oponentes. Eu não achei nada fácil. Jogamos duas partidas e foram bem diferentes, a primeira terminou no tempo quase mínimo (3 rodadas, dá pra terminar em 2, mas aí é ser muito ruim). Já a segunda partida foi no tempo máximo (8 rodadas). Claramente pegamos o jeito de dar as dicas, mas em compensação demoramos 1h30 em um jogo que na caixa diz no máximo 45 minutos. Admito que tivemos muito Analysis Paralysis. O jogo me drenou mentalmente, depois da partida fui até ler um livro e foi bem difícil desligar o cérebro do jogo. Ficou entranhado e isso é simplesmente foda. Se você ainda não percebeu, eu gostei do jogo, apesar de ter perdido as duas partidas. Gostaria que ele fosse menos longo, mas talvez com o tempo isso melhore. Não tenho a menor vontade de usar o timer, pois já usei com Codenames e para mim estragou a experiência. Eu gosto de jogos em Tempo Real, mas em jogos mais descerebrados. Codenames e Decrypto definitivamente não são jogos descerebrados. Minha crítica, além da duração elevada, é a dificuldade em ensiná-lo. Só dá para realmente entender o jogo jogando ou vendo um exemplo completo de rodada (e ainda assim vai ficar meio nebuloso). Vejamos se isso melhora no futuro também. |
Bom, não rolou os mesmos oito, mas ainda tá razoável. Para jogar 100 jogos em um ano são 8,3 por mês. Então, preciso aumentar isso. Duvido, mas que precisa, precisa.