Bem-vindo de volta você que ainda não encheu o saco desse Diário do Designer gigante. Eu avisei que seria da concepção à publicação. Então, é mesmo uma saga. Vamos continuar?
ATO 4: Desafios
18/05/2020 – Rascunho da Arte dos Escudos
Depois da capa, a artista começou a trabalhar nos Escudos das Casas. Seriam seis e eu passei as versões que eu tinha preparado para dar uma noção (até meio que exata) do que eu queria. A diferença é que eu queria com uma arte que prestasse.
Então, com base nesses conceitos, chegaram esses rascunhos:
Gostei bastante dos escudos com formatos em harmonia com os símbolos. Não aconteceu com todos, mas ainda assim o resultado foi bom de modo geral.
20/05/2020 – Versão Solo (v1.2)
Em tempos de quarentena, acho que o jogo precisa de uma versão solo. Não basta ser de 2-6 jogadores. Tem que ser 1-6 jogadores. A ideia inicial que tive foi uma versão puzzle do jogo, no qual o jogador deveria ordenar as Casas de acordo com uma Linha de Sucessão aleatória. Basicamente, a Fase de Intriga seria uma espécie de “computador”, atrapalhando o jogador mandando locais aleatórios para ele realizar intriga. Para tal, precisava de dados. Ter que inserir dados não me deixou feliz, pois iria aumentar o custo do jogo e inserir um elemento que seria usado apenas na versão solo. Sendo que era o que eu tinha de ideia por enquanto. Anotei.
23/05/2020 – Arte final dos escudos
Recebi várias dessas artes aos poucos, mas nesse dia foi quando eu tinha todas em mão. As artes finais dos Escudos das Casas.
Gostei de todos, menos o da Casa Halvern (manopla). Alguns poderão dizer que são as cores e admito ser minha culpa ter escolhido essas duas cores juntas. Entretanto, para mim o maior problema é que a mão não parece ser uma manopla. Parece uma luva de tecido ou algo assim. Alguns diriam que parece uma figa. Fora que aliado a tudo isso, o formato do escudo é o mais simples e sem graça de todos.
24/05/2020 – Implementação no Tabletopia
Eu já não gosto de jogar Board Game online, agora o Tabletopia é outro nível de chatice. Já participei de Playtests usando ele e minha opinião é que o Tabletopia suga muita parte da experiência da mesa de jogo com sua interface lenta e cheia de bugs. Eu imaginei que Regicida no Tabletopia seria meio ruim, pois é um jogo que você precisa ler os jogadores. Então, implementei meio cabreiro, mas era o único jeito de testar o jogo nesses tempos de quarentena.
Nesse mesmo dia eu testei a variante solo. Estava funcional, mas eu achei bem fácil vencer.
25/05/2020 – Playtest e Nova arte da Casa Halvern
Com o jogo no Tabletopia e variantes fervilhando na cabeça, eu queria testar tanto a nova versão solo como se o jogo funcionaria com apenas 2 jogadores. Convoquei o queridíssimo Emerson para essa missão.
Devo dizer que estou bem satisfeito com a partida 1×1. Me surpreendeu positivamente. Com o esquema do Assassinato, a tensão se mantem até o final da partida. Sempre fica aquela incerteza se o seu oponente é o primeiro ou não. E mesmo você sendo o primeiro, a incerteza é se ele conseguiu realmente lhe descobrir ou não. Aprovado. Mudanças mínimas na regra (apenas número de votos, que obviamente precisa ser um) e funcionou perfeitamente.
Também abusei da boa vontade do coleguinha e botei para testar a versão solo. É como falei, estava funcional mas ainda não no ponto. O sentimento era que o jogador elabora algo perfeito na Fase de Expansão para ser destruído depois na Intriga. Eu gosto desse sentimento, mas pelo visto não é todo mundo. Em todo caso, a necessidade dos dados estava me incomodando. Trocamos algumas ideias e eu fiquei de fazer um intensivão de Playtest solo para tentar afinar essa variante.
Além do Playtest, eu tinha solicitado uma reformulação do Escudo da Casa Amarela (Halvern). Para facilitar o trabalho da artista, disse que poderia ser cinza e amarelo. Afinal, a ideia era uma manopla de metal, provavelmente o cinza iria facilitar transmitir isso em vez de um vermelho. Achei o resultado bem melhor. E vocês?
Agora que as artes estavam encaminhadas, resolvi fazer a solicitação do orçamento com a Ludens para o jogo inteiro. Isto é, fazer todos os componentes do jogo por lá. Isso serviria para me dar uma base geral e também possibilitar, caso tudo ficasse inviável, pedir um orçamento apenas com os tiles. Que provavelmente seria o que eu iria fazer, já que não vale a pena os valores premium para componentes não tão importante como manual. Ainda mais quando uma gráfica comum consegue entregar algo da mesma qualidade.
29/05/2020 – Playtest Exaustivo da Variante Solo
Resolvi tirar esse dia para desenvolver a variante solo. Algumas ideias ficaram no ar no último Playtest, mas a ideia era encontrar uma variante boa, que não usasse o dado e tivesse uma dificuldade interessante.
Sugiram algumas ideias. Primeiro, para remover os dados, eu precisaria deixar o quebra-cabeça mais complexo. Então, para eliminar os dados, a maneira seria dificultar a Fase de Expansão. Assim, a Fase de Intriga seria de fato para o jogador realizar os ajustes finos. A ideia então foi que o jogador puxaria apenas um Tile e teria que inseri-lo. Ficou funcionou, mais ainda achei fácil.
Na realidade, algo que estava me incomodando era que o desempate facilitava demais. Afinal, se preciso seguir a Linha de Sucessão e o desempate final é feito por ela, bastaria eu usar isso a meu favor e vencer com até mesmo várias Casas com a mesma pontuação. Dificultei colocando a ordem das Casas secretas e invertendo o objetivo, isto é, agora seria na ordem contrária a Linha de Sucessão. A dificuldade ficou muito mais interessante, mas confuso demais. Dá um nó na cabeça na hora de contar os pontos e até de ir jogando rumo ao objetivo. O jogo estava mais focado em pensar como funcionava a pontuação do que como jogar bem. O que é bem ruim.
Então, depois de muitas partidas, veio a ideia para solucionar isso: ignorar o desempate pela Linha de Sucessão simplesmente colocando para que as Casas conseguissem pontuações específicas! Assim, o jogador seria forçado a que elas ficassem perfeitamente casando. Como agora a informação era imperfeita na Fase de Expansão (apenas algumas Casas são abertas nessa etapa), o jogador tinha que fazer a Expansão já meio que com o olho na Fase de Intriga (que é quando finalmente todas as Casas são reveladas). Durante a Fase de Intriga, o jogador faz os ajustes finos para conseguir vencer o jogo. Ficou bem bom.
A última alteração, para deixar o negócio bem redondinho, foi colocar um limite de Intrigas de acordo com as Casas. Isto é, são 6 Intrigas que o jogador poderá realizar, mas precisa ser uma com cada Casa. Assim, consegui também utilizar a frente e verso das Fichas de Pontos!
Depois desse tanto de etapas, estou bem satisfeito. Na realidade, esse processo durou dois dias totalizando quase 30 partidas. Então, deixei tudo aqui no dia 29 para facilitar, mas dia 30 também passei um bom tempo testando e trabalhando na variante até chegar ao resultado aparentemente final.
01/06/2020 – Cobrança sobre orçamento da Ludens
Sabe qual foi a resposta quando perguntei se já tinham um orçamento? “Bom dia Roberto ainda não. Estou me organizando. Acabei de entrar na empresa.” Sim, pode parecer piada, mas não é. A justificativa para uma semana depois da solicitação do orçamento não ter saído era de ter acabado de chegar no trabalho. Estou, definitivamente, odiando essa parte de orçamentos.
04/06/2020 – Saiu Orçamento!
Resultado dessa empreitada? Achei bem caro tudo incluído. Então, solicitei, como planejado, apenas os tiles. Para minha surpresa foi o dobro do esperado. Quando digo do esperado, é comparativamente com a estimativa que me deram anteriormente que foi bem próxima à que tinha no site.
Sim, lembra sobre os 70 tiles 40x40mm por menos de 10 reais? Pois é. Deu o dobro. Justificativa? A faca de corte 30x30mm subiu de 24 tiles para 30 tiles. Logo, em vez de confeccionar apenas os 48 tiles que eu queria, eu teria que pegar 60 (inventar alguma coisa). Sério isso? Fora que o valor foi o dobro dos 70 tiles que tinha no site, que eram 10mm maiores. Na minha cabeça o normal seria 25%, que foi a proporção do aumento de material, mas a lógica não se aplica para as gráficas. A outra justificativa para complementar foi que o preço da tinta do papel subiu muito. Seja lá o que isso signifique.
E foi assim que desisti da Ludens. Nesse momento, eu retomei contato com a Color System, pois ela deixou de ser a mais cara. Fora o atendimento melhor. Solicitei que incluíssem o frete para meu endereço de todas as etapas (envio da prova e envio do material final) e se haveria a possibilidade de alguma redução no valor. Apesar de ser mais barata, a Color System estava bem próxima do valor da Ludens.
Em todo caso, já que eu retornei ao estudo de custo… Resolvi pegar mais um orçamento com uma gráfica local: EcoPrint. Afinal, vai que dá errado também com a Color System?
09/06/2020 – Orçamento Louco
Tive retorno da Color System sobre meu pedido com frete e algum abatimento. Devo dizer que passei por mais uma situação chata. O valor não só tinha aumentado (tudo bem, tem o frete), como aumentou de uma maneira sem sentido. Isto é, comparando com o orçamento anterior, o acréscimo para 100 cópias era maior que o acréscimo para 200 cópias. Não faz o menor sentido um orçamento que teve apenas o frete adicionado aumentar mais para 100 cópias, pois 100 cópias pesa a metade de 200 cópias. Sério, odeio orçamento.
10/06/2020 – Orçamento Revisado do Capeta
Rapidamente recebi um novo orçamento. A questão é que depois do “erro” anterior eu fiquei cabreiro e comecei a procurar por problemas:
- No orçamento não diz que terá um papel paraná, só diz o papel adesivo da frente e do verso. Achei bem estranho, já que provavelmente é importante indicar a gramatura do papel paraná orçado;
- No orçamento não tem a faca de corte. Bem estranho, ainda mais considerando que o valor para fabricação de uma faca dessas é bem elevado;
- Eles solicitaram o arquivo da faca de corte. Segundo minha designer, quem deveria fazer isso seriam eles;
- Fui informado que a faca de corte fica com eles, não é enviada para mim. Estranho, já que essa faca não teria utilidade para eles já que será criada exclusivamente para meu projeto.
Então, alerta vermelho. Tudo parecia estar errado.
11/06/2020 – Cobrança sobre orçamento EcoPrint
Novamente aquela aguardada de uma semana sem retorno. Contatei o dono da filial daqui para ver se adiantava algo. Por conta disso falei com três pessoas diferentes da EcoPrint no mesmo dia. Aproveitei para indagar sobre a quantidade mínima e me disseram que eram 2 mil cópias, mas poderiam conseguir 500. Pedi apenas as 200 que eu tinha interesse. Me prometeram um orçamento até próxima terça (16/06). Então, pelo visto podem 200 cópias, né? Odeio orçamento.
15/06 – Justificativas EcoPrint
O orçamentista entrou em contato comigo para avisar que estava próximo de encerrar, mas devido a complexidade me entregaria o orçamento apenas na quarta-feira (17/06).
22/06/2020 – Fechamento com a Color System
Não sei vocês, mas eu odeio ficar cobrando as pessoas. Especialmente em uma situação que eu sou o cliente. Eu tenho na minha cabeça que o mínimo que um cliente merece é atenção e retorno. Se nem isso a empresa é capaz de dar, algo está bem errado. Afinal, se você está disponibilizando um serviço e irá aceitar meu dinheiro por ele, o que custa você me dar retorno quando falou que daria? Sei lá, parece que eu preciso fazer um esforço descomunal para conseguir gastar meu dinheiro com uma gráfica.
Bom, depois de esperar a EcoPrint por 18 dias, eu não me dei nem ao trabalho de perguntar como estava o encaminhamento. Resolvi fechar com a Color System. Sinceramente, eu não estou 100% satisfeito. Na minha cabeça parece que fechei com a menos pior. Espero que tudo dê certo, pois fiz o pagamento de 50% da produção. Torçam por mim.
FIM DO ATO 4
18 de setembro de 2020
que rolê essa parada com as gráficas.
18 de setembro de 2020
Vários rolês errados. hehehe