Opa, chegando na primeira metade do Desafio! Será que os jogos solo vão salvar o Desafio 100N em 2020? Bora lá, para as primeiras impressões de mais 10 joguinhos novos.
041. Trails of Tucana (2019) Jogado em 24/05/2020 com 1 jogador. Boas ideias aqui. Sim, é mais um Flip & Write e é dos mesmos Game Designers do Avenue, que também conheci recentemente. É perceptível o mesmo estilo de jogo (construção de rotas), mas em Trails of Tucana o jogador se sente mais livre e com mais opções. Entretanto, o jogo ainda carece de rejogabilidade. Uma vez que você capta a estratégia básica do jogo, é meramente uma questão de repetir nas partidas e, consequentemente, torcer para a sorte estar a seu favor. Isso deixa os dois jogos bem parecidos em termos de experiência final, inclusive até agora não sei qual achei melhor. Talvez esteja pendendo um pouco pro Trails of Tucana, por conta da interação colocada por meio da corrida de conectar pontos específicos e também pela arte, que é muito melhor. A única coisa que Avenue tem que considero superior é o detalhe sobre os objetivos só serem pontuados se você conseguir mais pontos que o anterior. Isso adiciona uma tensão que talvez falte no Trails of Tucana. Teve um aspecto que não entendi muito bem sobre o Setup variado, pois cada jogador tem as letras em locais diferentes. Não vi muito sentido, insere até alguma possível injustiça no jogo já que todos os jogadores disputam os mesmos objetivos. Talvez seja para aumentar a rejogabilidade? Mas mudar as posições dos pontos de conexão, sem mudar o mapa em si, não parece ter nenhum impacto significativo na experiência. Bom, fica o questionamento. |
042. Deadly Doodles (2019) Jogado em 31/05/2020 com 1 jogadores. Sim, até a Steve Jackson Games lançou um Flip & Write. Esse jogo é bem rápido, não chega nem a 15 minutos a partida, pois as decisões são bem simples e diretas. Achei as pontuações um pouco desbalanceada, o incentivo em matar os monstros é muito grande, enquanto que o de coletar Ouro é pequeno, mesmo quando você dobra a pontuação passando pelo Dragão. A única novidade do jogo fica por conta das Armadilhas, que ao final da partida os jogadores anunciam onde marcaram e afetam o tabuleiro dos outros jogadores. Achei terrível por duas razões: você precisa jogar ocultando a sua ficha dos demais jogadores, um trabalho adicional e chato; e é uma interação totalmente aleatória, pois como você não sabe como a pessoa construiu o caminho, como vai saber qual o local que a Armadilha vai influenciar ela negativamente? O jogo seria melhor sem as Armadilhas ou uma implementação diferente que de fato adicionasse interação de verdade. |
043. Rolling Realms (2020) Jogado em 06/06/2020 com 1 jogador. Talvez seja injusto colocar esse jogo como jogado ou até escrever minha primeira impressão sobre ele, mas… Aqui estamos nós. Não joguei uma partida inteira de Rolling Realms. Simplesmente não aguentei. O jogo se passa em 3 rodadas, no qual cada rodada são 3 mini-games. Totalizando, ao final das partida, os 9 mini-games do jogo inteiro. Em um turno, são rolados dois dados e você usa os dois dados em mini-games diferentes. As escolhas são bem restritas e óbvias, dependendo do mini-game que você estiver jogando. Essa obrigatoriedade de usar os dois dados em locais diferentes terminam por limitar demais o jogador e os tabuleiros individuais tem a tendência de ficar bem parecidos. Isso é bem perceptível e torna o fator sorte crucial para a vitória. Como os caminhos são bem limitados e as melhores decisões bem “óbvias”, resta a sorte para determinar o vencedor. Ter 9 mini-games poderia ser uma vantagem, mas é apenas um saco aprender 9 regras diferentes. Adiciona uma complexidade que no final das contas não adiciona decisões. Apesar de ser de graça, acho que não vale nem o trabalho de baixar e testar. |
044. Ripple Rush (2020) Jogado em 06/06/2020 com 1 jogador. Jogo bem rápido Flip & Write e com “interação” que acontece quando você não consegue escrever um número que você deu Flip. Toda a experiência é extremamente aleatória e com fortes swings de sorte. Entretanto, apesar disso eu me diverti jogando. Acho que a velocidade do jogo aliada à aleatoriedade funcionou relativamente bem. O ponto forte do jogo está na simplicidade e nos combos que entram em cascata. No final das contas, o jogo proporciona uma experiência satisfatória. Joguei três vezes seguidas num intervalo de meia hora de tão rápido que é. Não sinto vontade de revisitar, mas é tão rápido que não me oporia em jogar mais partidas. |
045. Chronicles of Crime (2018) Jogado em 07/06/2020 com 1 jogador. Joguei a versão demonstração que foi disponibilizada nesses tempos de COVID. Eu sempre tive muita curiosidade com esse jogos de investigação, mas nunca tive a oportunidade de jogar nenhum. Então, mesmo que desse um certo trabalho jogar, eu estava disposto a investir tempo. E devo dizer que deu trabalho. Afinal, eu não iria imprimir 11 páginas coloridas para jogar apenas uma partida. Então, usei o Paint para extrair as cartas e o Power Point para organizá-las. Como o jogo é bem simples, não foi difícil jogar o jogo dessa maneira. A partida inteira, mesmo com todo o perrengue de ficar selecionando, copiando e colando demorou apenas uma hora e meia. Achei a ideia do jogo bem interessante e simula bem aqueles Point and Click mas de uma maneira bem original, pois você pode perguntar sobre praticamente qualquer coisa a qualquer personagem. Esse jogo conseguiu o que TIME Stories falhou miseravelmente: criar uma experiência agradável de investigação com barreiras próximas do zero e que deixa você imerso na temática. A quantidade de texto é pouco e não é enfadonha, fora que o uso do celular é primordial e acertado em todos os pontos. Meu único porém com o jogo é que consegui quase a pontuação máxima chutando várias perguntas da solução do caso. Inclusive, perguntas para fatos que eu nem sabia que aconteciam! Então, se eu fosse calcular minha pontuação com base no que eu realmente sabia conseguiria pouquíssimos pontos. Talvez nos cenários completos isso mude de figura, já que devem ter mais personagens e deduções menos diretas, mas posso estar enganado. Afinal, para que disponibilizariam uma demonstração que não fosse muito boa? Assumir que a demonstração é um cenário fraco é assumir que a empresa não saberia vender o jogo. O que não faz sentido. Bom, se você conseguiu captar, eu gostei da experiência. Me diverti durante todo o processo e fiquei até interessado em resolver uma espécie de side quest do cenário. Talvez eu até comprasse o jogo, se ele fosse uns 150 reais, mas nunca os 250 da Galápagos. Especialmente para um jogo com rejogabilidade limitada pelos cenários. Em todo caso, recomendo muito conhecerem. Testem a demonstração e se gostarem do jogo podem comprar que topo jogar fácil quando terminar a quarentena. |
046. Raging Bulls (2017) Jogado em 09/06/2020 com 1 jogador. Mais um Roll & Write solo, sendo que dessa vez ele é totalmente self-published. Joguei duas vezes. A primeira partida demorou um bocado (44 minutos), mas a segunda eu já tava mais acostumado e foi mais rápida (28 minutos). Continua sendo, talvez, uma longa duração para um jogo tão simples. Entretanto, devo dizer que eu estive engajado durante todo esse tempo. O aspecto puzzle do jogo é bem forte e, apesar de toda a aleatoriedade, as decisões parecem importar bastante. Digo parece, pois não tenho certeza até que ponto realmente suas decisões importam. É bem óbvio que elas influenciam no quão bem você vai no jogo, mas os dados podem lhe destruir. No final das contas, o que mais achei legal do jogo foi o aspecto diferente (não sei se inovador) de traçar retas de um ponto à outro em vez de simplesmente desenhar ícones. Recomendo dar uma pesquisada e jogar umas duas partidas, é um bom quebra-cabeça e diferente de qualquer outro que eu tenha jogado antes. E se você gostar, pode jogar a expansão que é uma espécie de campanha! Essa eu não joguei, mas quem sabe algum dia? |
047. Rolling Village! (2019) Jogado em 09/06/2020 com 1 jogador. Outro Roll & Write Print & Play gratuito. Rolling Village tem umas ideias boas ao condensar várias informações em uma única rolagem de dois dados. A rolagem define o tipo de duas estruturas, onde podem ser colocadas e onde acontecerá a pontuação. Isso faz com que a partida seja bem rápida e você esteja pontuando, literalmente, a todo momento. Entretanto, no final das contas o jogo é muito aleatório, as decisões são um pouco óbvias demais e no final das contas o jogo jogou você. Achei uma das construções muito forte e a saída dela é completamente dependente de sorte. Então, fica ainda mais notável o impacto da sorte no jogo e o quão pouco responsável você é por sua própria pontuação. Joguei duas partidas pela velocidade do jogo (menos de 20 minutos) e deu para passar um tempinho. |
048. Twin Tin Bots (2013) Jogado em 21/06/2020 com 6 jogadores. Como assim 6 jogadores? Quebrei a quarentena. É não, só fiz jogar online mesmo. Em outros tempos eu não consideraria (na verdade nem jogaria) partidas online para o Desafio 100N, mas os tempo são outros e cá estamos nós. Eu sempre quis conhecer Twin Tin Bots, na esperança de ser um jogo estilo Robo Rally mas que outras pessoas, fora eu, achasse interessante. Acho que funcionou. Ninguém reclamou ativamente do jogo, tirando quando eu roubava os cristais. Mas aí a culpa é minha, não do jogo. Brincadeiras a parte, gostei do jogo. Ele tem uma dinâmica boa de planejamento e tática. O caos existe, como na maioria dos jogos ação programada, mas como aqui você está constantemente alterando e executando imediatamente, o caos reduz significativamente. Na realidade, achei bem esperto evitarem todo o esquema mais comumente utilizado de: primeiro todos os jogadores programam e depois todos os jogadores executam. A priori achei que não iria funcionar, mas o fato da restrição de ter apenas uma alteração na programação por turno faz com que o jogo funcione muito bem. Eu joguei com 6 jogadores e achei gente demais, não a ponto de ficar inviável jogar ou com Downtime muito grande, mas eu tenho a impressão que a melhor quantidade são 4 jogadores. Talvez esteja enganado e o tabuleiro fique vazio demais, mas foi a impressão que deu com apenas essa partida. Único maior problema com o jogo são os tiles especiais assimétricos. É interessante eles existirem, mas são claramente desbalanceados. Como cada jogador já começa com um aleatório, é possível dar uma ligeira vantagem para alguém por conta disso. Talvez fosse o caso de acontecer algum Draft em sentido contrário para escolher os poderes, isso seria até bom para balancear com a ligeira vantagem do primeiro jogador que existe em todo jogo de corrida. Recomendo conhecer, o jogo tem no BGA e vale muito a pena. Fora ser bem fácil de explicar, um requisito quando se trata de explicar jogos online. |
049. Eruption (2011) Jogado em 21/06/2020 com 6 jogadores. Segundo jogo que joguei no BGA nesse mesmo dia. Eruption é um jogo Take That tímido. Digo isso, pois apesar de eu ter sido marcado durante a partida inteira, eu venci. O tímido vem justamente daí: o jogo propicia e incentiva o Take That, mas ele quer que os jogadores balanceiem isso, pois a mecânica Catch Up do jogo é muito forte. Claro que eu joguei bem, provavelmente melhor que a maioria dos outros jogadores (uns três terminaram a partida sem entender o jogo direito), mas a impressão que ficou é que o jogo foi feito realmente para ser um Take That “justo”. E isso não existe sem ficar forçado. É como se você fosse um Berserker e quando você cruza os limiares de dano primeiro você ganha umas vantagens bem fortes. Não gostei tanto do jogo, especialmente pelo Take That, mas também porque achei a construção da Catch Up muito forçada. Jogadores experientes irão jogar da seguinte maneira: calcular dano que levam para todo mundo ficar equilibrado mas de uma maneira que consiga ser o primeiro a cruzar os limiares, assim você ganha bastante vantagem. Imagino que em algumas ocasiões a melhor jogada seria até colocar lava em si próprio. E é meio estranho o jogo dar esse tipo de incentivo. Fora que pela natureza caótica do jogo, é bem difícil ter perfeita noção de quanto dano você irá levar e controlar isso. Não é um jogo terrível, mas achei relativamente problemático. |
050. Onirim (2010) Jogado em 04/07/2020 com 1 jogador. Joguei esse aqui no celular. Sim, vale tudo! Não, não comprei. O jogo ficou grátis por um curto período e consegui adquiri-lo assim. Não gostei. Ponto. É um carteado solitário, me lembrou um pouco paciência. Assim, bem por cima. É um pouco melhor, mas ainda assim esse jogo é contagem de cartas e, principalmente, sorte. Você tem algumas escolhas, mas elas são tão situacionais que ficam quase que óbvias qual é a melhor escolha. Só não é óbvio pelo elevado fator sorte. Então, você sempre pode arriscar uma jogada menos segura para ver se consegue algo. Joguei três vezes: tutorial e duas partidas normais. A partida que perdi eu achei que foi por azar e a que ganhei eu achei que foi por sorte… Logo, no final das contas, parece que sou só um passageiro do jogo e minhas decisões não importam lá muita coisa. Que bom que foi de graça. |
Vários jogos solos, BGA e até celular. Sim, foi assim que consegui chegar em 50% do Desafio 100N quase que exatamente no meio do ano. Resta agora ver se consigo o restante.