Começando mais um ano do Desafio 100N! Achei que o começo de ano ia ser bem devagar, mas foi até bem. Comparado com 2018 que conheci zero jogos, dessa vez tenho uma listinha para apresentar.
001. Whoosh: Bounty Hunters (2017) Um jogo bem simples de velocidade e reação. Todo turno o jogador revela uma carta e deve verificar se finalmente existem cartas suficientes para capturar algum monstro na mesa, se isso acontecer, todos tentam dar um tapa no monstro o mais rápido possível. Existem alguns momentos de diversão genuína durante a partida, especialmente quando alguém vai com muita vontade capturar um monstro que ainda não pode ser capturado. O problema é que por conta da natureza do jogo (tapão na mesa), ele é um pouco caótico e até desorganizado. Entretanto, nada que estrague a experiência do jogo. Um elemento que me incomodou mais foram as cores, pois eu ficava em desvantagem já que precisava ver ícones em vez de cores. Em um jogo de reação, todo milissegundo importa, mas eu perdia vários fazendo as correlações por ícone em vez de cor. Talvez por conta disso, eu tive a impressão do jogo durar mais do que precisaria. Isto é, do meio para o final da partida eu já estava mentalmente cansado. |
002. Going, Going, GONE! (2013) Jogo recém adquirido para minha coleção. Para poupar o texto, vamos chamá-lo de GGG. Então, GGG é um jogo de 2 a 6 jogadores que tive a oportunidade de jogar duas vezes no mesmo dia com 7 jogadores. Sim, joguei com 7 jogadores usando cubinhos roxos do Hansa Teutonica para que fosse possível a presença o sétimo jogador. E devo dizer: o jogo funciona perfeitamente com essa quantidade. Digo ainda mais, talvez seja a melhor quantidade de jogadores. Ué? Como assim? Bom. O jogo dura exatamente sete rodadas e em cada rodada o jogador fica em posse da placa de Leilão e é responsável pela contagem (em seu próprio ritmo). Deste modo, com sete jogadores cada um é o leiloeiro uma vez por partida! Não sei por qual razão não botaram mais jogadores, talvez por conta dos componentes. Talvez o fato de eu não ter jogado com outros números também não me deu uma base comparativa para ter perfeita noção do quão bom o jogo pode ser com menos pessoas. Eu imagino que por ser um jogo zoeira, quanto mais pessoas melhor. Entretanto, existe sim estratégia e tática no jogo, por mais caótico que ele seja e acho que isso ficaria mais visível com menos jogadores. Bom, resta experimentá-lo com menos gente. Em todo caso, minhas duas maiores críticas do jogo vão para a iconografia, achei bem ruim diferenciar os tipos de itens, então foquei apenas nas bandeiras dos países. Entretanto, isso pode ser coisa minha, pois outro jogador fez o inverso! E a outra é a duração do jogo, o jogo é muito rápido. Não teria como aumentar sua duração sem deixá-lo exaustivo, mas sei lá, dura nem 15 minutos uma partida. O sentimento é de desproporcionalidade em termos de tamanho da caixa, número de componentes e duração de uma partida. |
003. KeyForge (2018) Que surpresa agradável. Se você acompanha meus gostos, sabe que não sou dos maiores fãs de LCGs. Já tentei vários da Fantasy Flight Games e nenhum clicou comigo. KeyForge é um caso diferente, mas ainda assim segue o mesmo estilo em termos de mecânicas com alguns pontos a seu favor (ao menos para mim): não existe Deck Construction aqui, você compra um deck fechado e ele é aquilo e pronto; a dinâmica do jogo é uma corrida por pontos e não uma corrida por dano, apesar de uma mudança meramente semântica, é algo diferente e dá um frescor; existe um twist na mecânica com a ideia das facções que eu nunca vi antes e achei interessante; você resolve todo o seu turno na sua vez e não existem interrupções do seu turno, isso de modo algum reduz a interação, só diminui a complicação. Resumindo: temos um saldo positivo aqui. Entretanto, o jogo não é excelente. Achei que ele é muito mais regido pela sorte do que pela habilidade. Tanto a sorte de comprar um deck bom, pois como são aleatórios todos sabemos que não é balanceado; como na sorte durante a partida com o saque das cartas, especialmente a ordem que essas cartas são apresentadas. Claro que o jogo não é pura sorte, existem decisões boas, decisões ruins e decisões com risco/recompensa a serem ponderadas. Entretanto, os LGCs que conheço, é um dos que tem maior sorte devido a sua própria natureza com que foi criado e a sua mecânica de ativar apenas alguma facção. Isso não me incomoda tanto, mas é o tipo de jogo que acho difícil agradar pessoas mais propensas a competição. |
004. Anime Saga (2017) Olha um nacional no começo do ano, será que vou conhecer muitos em 2019? Anima Saga é um grande Set Collection com temática de Anime. Bom, não sou dos maiores fãs de anime, mas não acho que seja um detrimento ao jogo. O negócio é que o jogo pareceu uma grande tabelona de Excel que você precisa casar ícones e cores a todo momento. Foi uma hora de muito “cara, crachá”. O maior potencial de algo interessante pareceu ser com as habilidades dos personagens, tanto pela questão de variedade como de sentir-se diferente, mas a maioria das habilidades são meio sem graça e pareceram desbalanceadas entre os personagens. Claro, não fiz nenhuma analise, foi apenas um sentimento que tive. De modo geral, Anime Saga é um jogo muito matemático e de “casamento” de ícones. O elemento que poderia salvá-lo dessa matemática e determinismo seriam os dados no combate, mas eles mais atrapalham do que ajudam. Como o ataque é literalmente ponto de vitória, você pode em uma rolagem conseguir 5 pontos de vitória de distância, isso é MUITO. Então, o dado fica servindo apenas para descreditar o vencedor da partida, pois se ele tivesse tirado um ou dois a menos durante uma rolagem do jogo teria perdido. Por fim, achei o jogo muito repetitivo: é um pega carta, usa carta um tanto que exaustivo. O jogo pareceu mais longo do que foi na realidade. |
005. Swords & Bagpipes (2014) Jogo simpático pela arte e pelo tema, mas extremamente confuso desde a explicação do objetivo. Não vou explicar o motivo da confusão, pois seria confuso só para chegar até lá, mas basicamente você vence fazendo algo que poderá lhe fazer perder. Na realidade, isso é totalmente proposital e faz parte do Game Design do jogo, sendo que para mim não funcionou. É um jogo extremamente dependente da dinâmica dos jogadores da mesa e proporcionou (na partida que joguei) um final completamente anti climático. Para um jogo que investe tanto no tema e na narrativa, isso não faz muito sentido. Resumindo: é um jogo de uma ideia só (mudança de condições de vitória de acordo com a partida) que não se sustenta muito bem só com isso. Talvez eu tenha jogado com a mesa errada, mas o jogo simplesmente não agradou ou sequer fez muito sentido. Ele tenta ser um jogo de blefe e traição, mas achei muito estranho o processo de leitura de mesa que poderia proporcionar uma atmosfera interessante. |
Na realidade conheci um outro jogo esse mês também, mas descobri que jogamos errado. Então, não teria como escrever minhas primeiras impressões corretamente, pois jogamos muito errado. Espero conseguir jogar em outra oportunidade para não passar batido. Em todo caso, sei que o ano mal começou mas estou esperançoso com esse Desafio. Teremos o Spa dos Jogos em Juazeiro do Norte, primeira vez que ficarei todos os dias Então, espero conseguir botar uns bons jogos no cinto em Maio. Por sinal, se você tem alguma curiosidade ou interesse em vir, pode perguntar sobre nos comentários!
1 de fevereiro de 2019
Fala Roberto!
Desses jogos novos que vc conheceu apenas posso falar do Anime Saga, os outros cheguei a olhar o Whoosh e S&B, mas estou fugindo dos party games.
Anime Saga tive uma experiência próxima de péssima, que depois ficou melhor e terminou bem meeeh. Suficiente ruim pra não jogar mais. Meu amigo aqui tem uma coleção de temática niponica exclusivamente, então ele pegou esse financiamento coletivo do Anime Saga. Cheguei atrasado no dia da estréia e peguei a segunda partida apenas, fui sem explicação pois não quiseram me dar muita regra de começo. Foram minutos sem entender direito o que diabos eu estava fazendo, até que depois de perguntar muito eu entendi e comecei a me divertir. O jogo seguiu por um tempo já passando dos limites pra um jogo do estilo/tamanho/peso, e no final todo mundo foi pro Turtle Defense, ficou pegando poderes pra ir lá e dar um ultimo golpe no chefe… essa parte foi enfadonha pois todos sabíamos que cartas os outros queriam e ninguem soltava elas na mesa, logo o jogo ficou trancado e nada ocorreu por minutos. Não curto o tema, não curti a implementação dele nem a arte. O jogo é bem safado. O designer que me desculpe.
5 de fevereiro de 2019
Bote fé Cássio, mesmo sentimento e experiência aqui… Demora demais pra a proposta e tem esse final anti-climático. Afinal, se ninguém atacar, nada acontece. Isso dá uma cadência meio estranha e sensação de falta de perigo muito grande.