Agora sim! O Desafio alavancou e existem chances (remotas) de cumprir! Nesse mês ocorreu a 4ª Edição do Spa dos Jogos, em Gravatá – PE. Portanto, houve um avanço significativo nesse mês. Muitos jogos para escrever, não vou mais perder tempo com introdução.
015. What do you Meme? (2016) Esse foi o primeiro jogo do Spa dos Jogos, que começou na sexta-feira. Para meu azar, desde 2013 eu não jogava um jogo tão ruim. Na realidade, o What do you Meme? não chega nem a ser um jogo, é uma atividade. Eu não tenho problema com jogos-atividades, até gosto de alguns (Imagine e Eat Poop You Cat), mas esse é simplesmente terrível. Primeiro que é uma cópia de Cards Against Humanity, sendo que no lugar de apenas texto, existem imagens. Essas imagens são de Memes famosos (ou não) que circulam nas redes sociais da Internet. A união de uma atividade sem graça, com os textos em inglês cheio de termos ofensivos e até intraduzíveis, torna a experiência bastante sacal. A mesa que participei era composta de 6 pessoas e nenhuma das pessoas tolerou o jogo. Não tem substância nenhuma aqui e as risadas são forçadas para tentar dar algum clima legal ao jogo. Eu não preciso nem jogar o ano todo para saber que esse será o pior jogo que conheci em 2018, quiçá na vida inteira. |
016. Crokinole (1876) Já faz um bom tempo que estou para conhecer Crokinole. Um amigo meu é fanboy total do jogo e isso me deixou curioso. Eu adoro jogos de destreza, então imaginei que seria uma boa jogatina. Entretanto, parando para me observar um pouco, eu percebo que não sou dos maiores fãs de peteleco. Acho uma dinâmica problemática e que gera jogadas “ignorantes”. Claro que esse não é o problema do Crokinole. Na realidade, Crokinole é um jogão, é praticamente um esporte e é aqui que mora o problema. Eu gosto de jogos de destreza para jogar com uma galera, descompromissado e com situações engraçadas ocorrendo perante os erros dos adversários. Crokinole não me proporciona isso. O jogo foi criado para funcionar melhor para 2 jogadores e as jogadas erradas não são engraçadas, são punições dolorosas. O sentimento que tive de Crokinole é o mesmo de um jogo em tempo real 1×1, não desceu legal. Crokinole é o jogo de destreza para quem prefere um aspecto mais sério e competitivo em jogos e, esse, não sou eu. |
017. Dimension (2004) Eu fui na seca jogar Dimension. Jogo em tempo real com pegada puzzle, estava completamente no meu gosto. Os componentes do jogo são excelentes e bonitos, só tem um pequeno problema: existem bolas verdes e laranjas. Isso mesmo, as duas cores que mais confundo. Para minha sorte, as bolas eram distinguíveis e parecia que tudo daria certo… Até sair a primeira carta que fazia referência a uma das cores. Sempre que existe material impresso referenciando alguma cor de um componente físico a coisa desanda. O tom não casava com o da bola, causando confusão. Como o jogo é em tempo real, a experiência foi terrível. Todo turno eu perguntava, mas me confundia tentando formular o quebra-cabeça rapidamente. Para completar os problemas, os puzzles propostos são aleatórios, definido por cartas sacadas toda rodada. Isso por si só é excelente, pois garante uma rejogabilidade. Entretanto, a dificuldade dos puzzles ficou extremamente variada e sempre pendendo para o lado mais fácil. Puzzle fácil não tem graça, precisa ser desafiador. Não jogaria novamente, mas recomendo quem gosta do estilo (e não for daltônico) dar uma olhadinha. |
018. Meeple Circus (2017) Eu fui para o Spa querendo conhecer três jogos: First Class, Meeple Circus e Captain Sonar. Para minha sorte consegui jogar todos os três e o primeiro deles foi o Meeple Circus, um jogo de destreza nos moldes que eu acho interessante: várias pessoas, tempo real e clima de diversão. Na realidade, Meeple Circus foi além do meu patamar de jogos de destreza, pois ele insere elementos de Eurogame que funcionam muito bem no jogo. Não basta fazer a construção mais rapidamente, você precisa montar seu picadeiro de acordo com os objetivos que estão na mesa (diferentes posições para os diferentes componentes do jogo) e cada jogador possui componentes diferentes! Isto é, por meio de um Draft aberto os jogadores adquirem meeples, cavalos, elefantes, bolas, etc. Então, Meeple Circus não é um jogo de destreza e ponto. Ele é um jogo de destreza com táticas e estratégias. Para completar tudo, o jogo acompanha um aplicativo que toca uma animada musiquinha que serve como cronometro para os turnos. Um jogo rápido, divertido e inovador. Claro que o jogo não é perfeito. Existe desbalanceamento notável na pontuação de certos personagens e objetivos, mas nada que degrade a experiência demais. Sem dúvidas, foi o jogo mais divertido do Spa dos Jogos. Minha dúvida é apenas se compro ou não, pois não estou completamente certo sobre sua rejogabilidade. |
019. For Crown & Kingdom (2016) Eu já tinha visto uma resenha desse jogo feita pelo Tom Vasel. A priori o jogo me pareceu simples demais e tático demais. A posteriori eu estava corretíssimo. For Crown & Kingdom poderia ser chamado de Rondel: The Board Game, pois esta é a mecânica chave do jogo e praticamente a única existente (tirando algum Take That e Controle de Área). Os jogadores possuem alguns personagens, cada um com uma habilidade distinta, e estão em uma corrida para colocar suas bandeiras em todas as regiões do tabuleiro (que é um rondel gigante de ações). Dado que seu movimento é igual a quantidade de personagens no espaço que você estiver saindo, o jogo é extremamente tático. Quando chega no seu turno, muitas vezes a jogada que você pensou já não existe mais. O sentimento que tive, é que o jogo é puramente tático e caótico, precisando ser avaliado toda vez que chega na vez do jogador. Como eu não sou fã de jogos táticos, não gostei do jogo. O aspecto Take That também frustrou o pessoal na mesa, pois chegou ao final da partida com a minha jogada eu decidindo quem venceria a partida, puro Kingmaking. Esse foi o último jogo da sexta-feira. |
020. Deck Building: The Deck Building Game (2015) Não sei se é meu humor, mas o trocadilho infame me afastaria facilmente desse jogo. É um jogo com a mecânica Deck Building e com tema de construção de varandas (deck). O sentimento que eu tinha era que o jogo teria uma mecânica forçada e um tema mais forçado ainda, apenas para suprir o trocadilho. Eu estava enganado. O jogo é apenas para 2 jogadores, e tem uma dinâmica interessante de aumentar (comprando cartas) e diminuir (construindo as cartas na mesa) o seu próprio deck no decorrer da partida. Durante a partida existe uma certa tensão, pois algum jogador provavelmente tentará jogar todas as cartas para forçar o final da partida cedo. A questão é que achei dois problemas no jogo: é impossível você baixar todas as cartas da mão, só se o oponente “permitir”, pois existem cartas que só podem ser jogadas na varanda do adversário e ele pode evitar que você jogue essas cartas envernizando as cartas que jogar em um mesmo turno. Então, no final das contas, essa segunda condição de término nunca irá ocorrer, com exceção de quando ambos estiverem interessados no final do jogo. O outro problema é o esquema de pontuação com multiplicação. Sempre que isso acontece, a pontuação cresce demais. Isso dificulta as contas (usamos calculadora para agilizar) e pode gerar um grande potencial de mudanças de pontuação pelo mero acaso. Por exemplo, o jogador comprou uma carta (é comprada as cegas, só se sabe o custo), se essa carta for do tipo que ele já tem diversas construídas, ele aumenta a pontuação de x5 para x6 por exemplo, isso pode acarretar um ganho de 15 pontos ou mais. Entretanto, se a carta fosse uma sem conexão com a varanda construída, o ganho em pontos seria de uns 3 ou 5 pontos. Gostei da ideia e da possibilidade de tensão, mas da maneira que o jogo foi construído precisaria de um desenvolvimento melhor para se aproveitar melhor das ideias propostas. |
021. The Climbers (2014) Eu achei que Climbers teria algum elemento de destreza, tantos blocos de madeira coloridos me deram essa impressão. Entretanto, o jogo é simplesmente um abstrato bem simples. Apesar de sua simplicidade, o livro de regras é terrível. Dava para esse jogo ser explicado em uma cartilha com frente e verso. Entretanto, o manual tem umas 6 folhas, mal elaboradas e ordenadas. Bom, em todo caso, jogamos a partida achando que estávamos jogando errado, mas esclarecemos com o dono do jogo e vimos que jogamos tudo certo. Basicamente, cada jogador tem um pino e duas escadas (uma pequena e uma grande). No seu turno, você move um bloco e move seu pino. Seu pino só pode subir até um degrau sozinho, se a altura for maior você precisará de uma escada. A escada é descartada logo após seu uso. Achei esquisito um componente tão bacana ser usado apenas uma vez e jogado fora, mas tudo bem. Então, vence o jogo aquele jogador com o pino mais alto ao final da partida. A estratégia é gerada pela utilização dos blocos para lhe beneficiar e bloquear os oponentes, pois os jogadores só podem pisar na sua cor ou na cor neutra. Não entendi bem o nível estratégico do jogo, mas venci de um jeito bem fácil: usando as mesmas duas peças durante quase toda a partida para ir subindo de pouquinho e pouquinho. Venci sem precisar gastar nenhuma das escadas. Achei o jogo com um apelo visual excelente, mas a jogabilidade bem fraca. Fiquei chateado, pois achei que seria uma dessas joias escondidas. Como a minha explicação não foi tão boa, eu jogaria novamente tendo perfeita noção de como o jogo funciona, talvez a partida fosse mais fluída e com jogadas menos obvias. |
022. Royals (2014) Conheço Royals tem um tempo já. Já esteve na Wishlist e já saiu. Desde muito tempo já tive a impressão de ser Ticket to Ride: The Area Control Game e de fato após jogá-lo ficou essa impressão. No seu turno, ou você pega cartas ou joga as cartas, igual ao clássico jogo de trens. Sendo que seu objetivo aqui não é construir rotas, é influenciar os nobres visando o controle de quatro países. O jogo é completamente funcional e tem até uma organização em arcos. Isto é, como o jogo é dividido em três rodadas. A primeira rodada é quando os jogadores investem em nobres fracos para ganhar pontos rapidamente. A segunda rodada é quando os jogadores começam a ir atrás dos nobres mais poderosos, como reis e rainhas. E a última rodada acontecem as intrigas, pois assim o jogador consegue ter influencia em todos os nobres de um determinado país e ganhar mais pontos ainda. Esse fluxo me incomodou. Deixou o sentimento que o jogo tem um roteiro pre-determinado. Isso, provavelmente, acarreta em uma baixa rejogabilidade. Adicionalmente, o jogo é repetitivo como Ticket to Ride: pega várias cartas, gasta várias cartas, processo repetido durante toda a partida. Deste modo, apesar de Royals ser um jogo muito bem desenvolvido, balanceado e com bons componentes, ele não empolga. Jogaria novamente? Sim, para verificar essa ideia de rejogabilidade, mas não pediria para jogá-lo. |
023. First Class (2016) Estou tentando jogar First Class desde o primeiro Spa que participei, está na minha Wishlist já tem um bom tempo, mas devido a dificuldade de encontrá-lo e preço elevado (para um Card Game), eu mantive o pé no freio. Minha maior motivação em comprá-lo é que o jogo é basicamente uma versão em cartas do Russian Railroads, um dos meu jogos preferidos. Minha vontade de jogar First Class era tanta, que eu li o manual em pleno Spa dos Jogos (mais de 10 páginas). Pois bem, consegui jogar o danado com um grupo de amigos de Recife. Tudo para dar certo, mas não deu. First Class tem a mesma dinâmica do Russian Railroads, mas substitui o Worker Placement por um Drafting aberto de cartas, que no final das contas é a mesma coisa, sendo que melhor. Pois é como se fosse um Worker Placement com espaços variáveis a cada rodada. O jogo dura 6 rodadas e pontua nas rodadas pares. A ideia é criar combos e escalonar os pontos durante as rodadas. O problema é que o escalonamento foi demais. Na primeira pontuação fiz apenas 4 pontos, na segunda fiz uns 30 pontos e na terceira fiz mais de 150 pontos. É um negócio fora de controle, isso por si só não é um problema, estando balanceado é tranquilo. O problema é a liberdade do jogador durante a pontuação. Na pontuação é possível usar moedas. Moedas permitem realizar uma série de operações que modificam a pontuação. Então, na última rodada eu gastei todas as minhas moedas e devo ter aumentado minha pontuação em uns 80 pontos ou mais só usando elas. Isso para mim é um pouco bagunçado, pois não existe ordem ou restrições de uso para as moedas. Deixando o jogo pouco amarrado e até mesmo confuso. Ninguém entende o que você está fazendo, só você. First Class não é um jogo ruim, mas não é nem de longe um sucessor digno do Russian Railroads. Decepcionado, removi o jogo da Wishlist, satisfeito por pelo menos não ter feito essa compra impulsivamente. |
024. Captain Sonar (2016) Eu sou fã de jogos em tempo real. Inclusive, um dos meus favoritos é Space Cadets: Dice Duel, um jogo de times no qual cada time é responsável por uma nave e tenta destruir a nave do outro time. Captain Sonar é a mesma premissa, mas substitua nave por submarino. Particularmente, eu gosto mais do tema de Captain Sonar, pois nunca fui muito fã de Ficção Científica. Então, quando apareceu a oportunidade de jogá-lo em plena madrugada do Sábado do Spa dos Jogos, eu aproveitei. Eu já conhecia o jogo por vídeos e escolhi o papel que me pareceu mais interessante: o operador do radar. Afinal, se vou jogar apenas uma vez, é melhor que seja a melhor experiência possível. O jogo é extremamente criativo e tem ideias muito boas, o papel que eu assumi utiliza uma transparência para que eu possa triangular a posição do submarino inimigo verificando locais em um mapa que ele poderia se encontrar dado sua movimentação. Eu, como Game Designer, não sei se conseguiria pensar em uma mecânica assim. Todo o jogo é em tempo real, sendo bastante envolvente e requerendo sua atenção durante toda a partida. Captain Sonar tinha tudo para ser a melhor experiência do Spa dos Jogos, mas é um jogo que depende da mesa. Tudo é feito por comandos falados e informações são perdidas no caminho, isso é interessante e torna o trabalho dos jogadores mais desafiador. Entretanto, Captain Sonar é algo bem próximo a um Party Game e deve ser encarado como tal. Seriedade e competitividade em um jogo dessa categoria só gera uma atmosfera ruim e foi isso que me incomodou durante as duas partidas. Pareceu que eu estava jogando uma partida de campeonato de Counter Strike valendo um montão de dinheiro. Eu voltaria a jogar Captain Sonar, mas apenas com uma mesa composta somente por amigos. Apesar de ser um jogo melhor elaborado que o Dice Duel, eu ainda prefiro o Dice Duel, pois com ele a atmosfera é descompromissada devido a presença do dado. Captain Sonar é um jogo com pouquíssima sorte, gerando um impacto negativo em mesas de desconhecidos ou de pessoas muito competitivas. |
025. When I Dream (2016) O último dia do Spa dos Jogos (domingo) iniciou com uma mesa de sete pessoas de When I Dream. Um jogo de identidade secreta com dedução e uso de palavras. A mistura pode parecer um pouco bagunçada, mas funciona bem. Cada jogador será o sonhador uma vez, ele será responsável por adivinhar as cartas na mesa estando de olhos vendados. A única informação serão dicas de uma palavra dada pelos jogadores. Entretanto, os jogadores podem estar tentando fazer o sonhador acertar a carta, errar a carta ou ter um balanço de erros e acertos. Até a metade do jogo eu estava achando sem graça, pois peguei sempre o papel de fazer o sonhador acertar (o mais sem graça de todos). O jogo só clicou comigo quando eu fui o sonhador, pois vi o jogo pela perspectiva do sonhador (parte mais divertida) e, após esse turno, recebi outros papeis mais interessantes. A dinâmica do jogo é bem interessante quando você entende seu funcionamento, que não é difícil, mas tivemos dificuldade por conta da explicação. Minha única crítica ao jogo é que as artes são desnecessárias. Entendo o uso das artes, deixa o jogo muito mais bonito. Entretanto, no final das contas, a única informação relevante na carta é o texto. Inclusive, pretendo testar esse jogo usando as cartas de Codenames para ver se funciona legal. Recomendo todo mundo que gosta de Dixit, Codenames e esses jogos Party Game menos agitados em conhecer When I Dream. |
026. Merlin (2017) O domingo do Spa dos Jogos normalmente é dia dos jogos leves e rápidos. Entretanto, ainda eram 9h30 e me chamaram para jogar Merlin. Jogo do Stefan Feld, não pude negar. Eu já sabia um pouco sobre o jogo e seu esquema de Rondel usando dados para mover as peças. Eu gosto dessa ideia e gosto de dados. Então, apesar das expectativas não estarem altas, eu estava interessado no jogo. Merlin, apesar de ser um jogo gigante, é bem simples. No seu turno, você gasta um dado para mover Merlin ou seu personagem no Rondel de ações. A ação é bem direta, tirando os castelos que você pode escolher entre 4 ações possíveis. No jogo tem os vários elementos dos jogos do Feld: manipulação da sorte com algum componente, ameaças toda rodada para você lidar ou perder pontos, pontuação por diversos aspectos durante a partida, objetivos para guiar sua partida e não ir jogando às cegas, etc. Gostei do jogo, a partida com explicação demorou 2 horas, uma boa duração. Entretanto, o jogo tem claramente uma jogada vencedora (pare de ler se não quiser saber): gastar todos os cajados de Merlin (que permitem repetir uma mesma ação) durante a última rodada nos espaços que você ganha pontos de vitória por influencia no tabuleiro. Como a influência nunca sai do tabuleiro e você não gasta ela para nada, é a forma mais efetiva de pontuar. Se você não utilizar os cajados dessa maneira vai perder. O jogador que venceu conseguiu isso três vezes, eu apenas duas e um dos jogadores nenhuma (fez menos da metade dos pontos dos demais jogadores da mesa). O problema dos jogos do Feld, mais recentes, são esses: são tantos caminhos e opções que, eventualmente, algo passa despercebido pelos Playtests e uma estratégia fica claramente mais importante que as demais. Não vou dizer que o jogo é quebrado ou inviável de vencer se não fizer isso, mas você é meio que obrigado pelo jogo a fazer para ter chances muitos maiores de ganhar. |
027. Century (2017) Último jogo do Spa dos Jogos. Com pouco tempo para o almoço e sabendo que Century era um jogo rápido, conseguimos encontrar um pessoal que conhecia para explicar e jogar. Sempre li que Century é o Splendor killer, e agora que joguei posso dizer que é verdade. Century é um jogo mais interessante do que Splendor por conta de sua escolha de mecânicas, o sistema de compras é melhor, os combos são melhores. Entretanto, Splendor tem três vantagens sobre Century: é mais fácil de explicar, tem melhores componentes e é muito mais amigável para daltônicos. Inclusive, foi nesse último ponto que Century me perdeu. Eu tive mais trabalho em identificar as cores do que em jogar o jogo. No jogo existem apenas quatro cores e escolheram as piores cores possíveis. Em todo caso, Century ainda é muito similar ao Splendor e, consequentemente, se você não gostar de Splendor, dificilmente gostará de Century. Esse é o meu caso. Eu prefiro Century, mas não muito, e com o problema das cores, não pretendo jogar esse jogo nunca mais. |
028. The Castles of Burgundy: The Card Game (2016) Eu adoro o Burgundy original, especialmente para 2 ou 3 jogadores. Até entendo a criação desse Card Game, mas existe uma pergunta que me faço sempre que vejo esse jogo: por qual razão criar um Card Game e manter o uso de dados pelas cartas? Para mim, isso foi completamente Lazy Design. Dava para criar um jogo com as mesmas ideias, mas fugindo completamente dos Pips. No final das contas, é como se fosse uma versão Pocket do Burgundy e não uma versão Card Game (apesar de existirem apenas cartas). Bom, no que esse Burgundy é melhor que o original? Apenas em dois fatores: a duração é mais curta, apesar de não ser curta o suficiente para a proposta de jogo reduzido e a ordem dos jogadores tem menor influência no jogo. Por conta desses dois fatores, a partida com 4 jogadores não é um sofrimento. O restante do jogo é pior. O impacto da sorte é muito maior, pois a aquisição de animal e de mercadorias é feito de apenas duas pilhas; o uso das pepitas também tornou-se completamente dependente de sorte, pode ser ótimo ou terrível; foi removida uma das partes mais interessantes do jogo: as tecnologia com habilidades passivas; e para fechar, ficou o sentimento de que para vencer o jogador é obrigado a efetuar vendas, pois agora está mais poderoso do que antes. Resumindo: na minha opinião, não vale a pena adquirir o Card Game. |
029. Imhotep (2016) Estava curioso para conhecer Imhotep, pois foi o único jogo citado durante Playtests como similar ao Teotihuacã. Existe similaridade? Sim, mas é mínima. Em ambos os jogos, existe a construção de uma Pirâmide de blocos. Ponto. Terminou as similaridades. Acho engraçado as associações que as pessoas fazem com o visual, em vez das mecânicas. Um jogo muito mais próximo seria o Blue Prints, que ninguém citou. Bom, mas estamos aqui para falar de Imhotep. O jogo é bem simples, mas ainda assim conseguiu prender a atenção de todos da mesa. A duração é excelente e jogamos duas partidas seguidas. Por mim eu conheceria um jogo novo, em vez de jogar a segunda partida, mas valeu a pena para conhecer as duas “versões” do jogo. Venci ambas as partidas e essa é minha maior crítica. Não que o fato de eu vencer seja ruim, mas é um mal indicativo. Venci em ambas as partidas por uma excelente margem, mais de 10 pontos (em um jogo que as pessoas pontuam menos de 40 pontos) e eu simplesmente segui a estratégia que me pareceu mais recompensadora de cada um dos lados. No lado A, não vale a pena investir no Obelisco, nem no Templo. Enquanto que no lado B, não vale a pena investir na Câmara Funerária e, desse lado, o Obelisco é completamente desproporcional de forte. Evitei as construções mais fracas, foquei nas claramente mais fortes e coletei cartas de objetivo (que achei desbalanceadas). Para mim, não faz sentido o jogo lhe mostrar opções claramente inferiores as demais, fica parecendo pegadinha para quem não sabe fazer contas. Eu gostei do jogo, a dinâmica dele é boa, mas quando a pontuação do jogo é, aparentemente, dedutível na primeira partida, é possível que o jogo tenha um viés forte para estratégia vencedora. Dado a forte interação do jogo, talvez seja até possível contornar essas estratégias vencedoras, mas isso não irá impedir das partidas seguirem o mesmo rumo toda vez, pois existem opções obrigatórias e opções claramente inferiores. Fiquei triste, se não fosse por esses probleminhas, Imhotep seria um dos poucos Gateways que eu faria questão de ter. |
030. Yamataï (2017) Depois de conhecer alguns autores, é perceptível que alguns possuem um estilo. Devo dizer que o estilo do Bruno Cathala não bate com o meu gosto em jogos. Bruno Cathala adora um jogo tático, com escolhas pontuais de extrema importância. Eu não gosto de jogos táticos. Para completar, essas decisões importantes, perdem completamente sua importância dependendo da mesa, pela interação dos jogadores com o tabuleiro. Seus jogos mais recentes, Five Tribes e Yamataï são claros exemplos disso. Vamos falar do segundo. Na sua vez, você ou constrói uma casinha no tabuleiro ou coleta tokens do tabuleiro. Sendo que você só pode construir em espaços sem tokens. Como você só faz um ou outro, a ideia é que um jogador tire os tokens e o outro construa. Essa forte dependência entre os jogadores, possibilita em decisões táticas muito fortes, mas também possibilita um jogador desleixado dar vários pontos de graça para outro jogador. É o tipo de jogo que depende de toda a mesa possuir o mesmo nível para fluir de maneira justa. Eu não gosto de jogos que dependam do nível dos jogadores para fluir bem. A interação deve existir nos jogos, mas esse tipo de jogada que permite o jogador na sequência se beneficiar demais, para mim beira o Kingmaking. Inclusive, o vencedor da partida usufruiu de duas jogadas fracas, ganhando os pontos necessários para sua vitória. Para colocar o último prego em mais um jogo do Cathala, existem muitas cores e elas não foram pensadas para os daltônicos. Até fiquei surpreso com esse problema, afinal é um jogo da Editora Days of Wonder. |
De acordo com as minhas contas eu deveria ter 42 jogos jogados. Com o Spa dos Jogos eu não cheguei lá, mas pelo menos saí da fossa. Eu estou bem cético quanto ao cumprimento do Desafio esse ano, na realidade se eu cumprir vou considerar um feito e tanto, mas continuarei me empenhando para conseguir o máximo possível.
1 de junho de 2018
Esse mês foi bom hein. Vai dar para fazer esse ano ainda, tem outro SPA fim do ano para dar o boost final.
Sobre Krokinole gosto dele por ser um pouco mais competitivo e ser uma destreza sem verticalidade. Empilhar peças pequenas não funciona comigo (sou um desastre auashuash)
Também acho a interação com o outro jogador muito maior.
Meeple Circus se tivesse peças 5x maiores eu teria gostado mais. =P
Dimension é muito fácil 🙁 horrível.
E what do you meme pior jogo do ano fácil mesmo.
1 de junho de 2018
Acho que pra conseguir, só com 3 Spas huehuehueheuhe Mas a gente vai tentando…
Pois é, o tamanho das peças no Meeple Circus dificulta demais… Uma bate na outra, o fato de serem muito leves também dificulta na estabilidade.
2 de junho de 2018
Crokinole sou curioso para conhecer. Interessante sua visão sobre ele.
Esse Meeple Circus queria ter uma copia pra ser meu “Jogo da Galeraaa” (aquele jogo que seus amigos pedem pra botar na mesa durante um momento descontraído). Minha duvida é: ele tem alguma dependência de linguagem, Pinheiro?
O The Climbers é outro que estou de olho, por essa questão do apelo visual e abstratez. Vou manter no radar seu colocação sobre jogabilidade.
Russian Railroads esta na minha wishlist faz alguns meses, joguei um pouco no Board Gamer Arena e adorei. Também ouvi falar que o First Class era uma versão em cartas do RR, mas nem fui atrás pois notei que ele é mais difícil de achar que o próprio RR hehe
Desde o começo do seu post fiquei no suspense do seu relato sobre Captain Sonar! Engraçado a galera tratar ele com competitividade, pra mim, vendo os videos e tal, ele realmente soa como vc falou, um party game hehe
Merlin está sendo bastante criticado, principalmente por quem não o jogou e leu na descrição Roll and Move.
De resto, vc jogou várias coisas que eu estou tb a fim de experimentar, e é muito bom ter sua opinião sobre todos eles.
Grande abraço!
3 de junho de 2018
Fala Cássio,
Meeple Circus tem texto sim, apesar de ser pouco… A vantagem é que como não há informação secreta, você pode ler pro pessoal.
Pois é, Russian Railroads é muito superior ao First Class. Ao menos foi assim que toda a mesa se sentiu após a partida.
Haha. Captain Sonar deixou um sentimento misto. Eu acho que nunca vou comprar, pois requer 8 pessoas para rodar legal. O Dice Duel precisa de 6 e raramente consigo colocá-lo na mesa. A combinação times + tempo real não é algo que todo mundo gosta. Acho que vou tentá-lo jogar novamente em outro Spa, se aparecer a oportunidade, talvez conhecer outros papéis.
Sobre o Merlin, eu acho muito triste esse preconceito das pessoas tem com dado. As pessoas deveriam saber que dado é mais do que apenas sorte, especialmente se tratando de um jogo do Stefan Feld. Existe sorte? Claro, mas você pode contornar. Mas admito que, dentre os jogos do Feld com dados, esse jogo tem bastante sorte até. Especialmente na última rodada que é meio que a “rodada dos pontos”, se você rolar todos os dados de uma maneira que não lhe ajude, mesmo que você tenha alguns recursos para contorná-los você não terá para todos. Enquanto que um jogador que rolou tudo que precisava, nem vai precisar gastar os recursos.
Valeu pelo comentário, espero ter despertado interesse (ou desinteresse) em algum hehehe
Abraço.