Chegamos para mais uma listagem longa de jogos! Esse mês eu participei do Spa dos Jogos e conheci 10 jogos novos só por lá. Não foram tantos quanto eu gostaria, mas como fui completamente desorganizado (sem fazer lista ou ler manuais antecipadamente) acho que foi um ótimo número. Afinal, além desses 10 jogos eu também conheci 4 protótipos, mas estes não entram no Desafio, também fiz mesa com meus próprios protótipos. Foram dias bastante produtivos, especialmente o Sábado que foi o dia completo de jogatinas. Vamos aos jogos.
42. | 27th Passenger (2014) Eu gostei da minha primeira partida. Um jogador estava reclamando no começo, mas no final queria até jogar outra partida. Achei que o jogo possui várias qualidades: dedução é leve e interessante, interação é direta e requer leitura dos outros jogadores, os jogadores são assimétricos já no início da partida, existem momentos de bastante tensão entre os jogadores e algumas mecânicas inteligentes. Sendo que não só de qualidades vive um jogo, achei que o jogo tem muitos tipos diferentes de cartas e como o fundo é muito parecido é complicado gerenciar todas elas. Além disso, o jogo tem eliminação de jogador, mas acho que foi usado para criar uma tensão bacana, vi jogadores realizando jogadas menos otimizadas por puro nervosismo de ser assassinado. Entretanto, é eliminação de jogador e, infelizmente, pode acontecer do jogador ficar de fora na metade do jogo. Gostei da primeira experiência, agora é ver se a experiência se mantém interessante e se meu grupo mais frequente gosta. |
|
43. | Space Cantina (2016) É um jogo basicamente de drafting, mas que mistura cartas e dados em um mesmo momento. Isso é bem estranho e deixa o draft previsível, pois em geral os jogadores pegam primeiro os dados (você faz ação com eles) e só depois pegam as cartas (que são clientes e funcionários). Os dados só não foram escolhidos rapidamente na última rodada, pois estavam todos tentando otimizar os clientes mais interessantes, já que não haveriam mais rodadas. A escolha das cores é triste, mesmo quem não é daltônico reclamou. Além disso, achei que o design gráfico dá muita ênfase na arte, deixando toda a informação importante para o jogo muito pequena e difícil de ler. Bom, eu não gostei da experiência. O jogo não foi longo, mas achei repetitivo fazer a mesma coisa durante 8 rodadas (pegar dado, ativar funcionário, alimentar cliente, pegar cliente e funcionário). Não atendeu as expectativas, estava esperando mais… |
|
44. | Flip Hue (2015) Achei a ideia bem interessante, mas a primeira partida deixou um sentimento esquisito. Jogamos apenas com 3 jogadores e os objetivos (por acaso) foi o mesmo os três. Eu acho que o jogo fica mais caótico com mais pessoas, mas quero dar uma testada para consolidar minha impressão. Em todo caso, a ideia básica do jogo (carta com frente e verso valendo) não funcionou tão bem quanto eu esperava. Gera uma complicação meio louca e sem propósito. Encher ou descartar cartas todos os turnos me pareceu burocrático e chato. Fora que os designers não resistiram e colocaram uma carta Take That no jogo, que basicamente “reseta” o estado de jogo de um jogador virando toda a sua mão ao contrário. |
|
45. | Dolmen (2015) Apesar da arte da capa, Dolmen é um jogo abstrato, mais especificamente de controle de área. Eu achei a partida rápida, pareceu até um filler, mas gostei da quantidade de decisões e da interação. De uns tempos para cá tenho gostado bastante desses jogos mais abstratos por serem rápidos e oferecerem uma profundidade estratégica acima da média. Dolmen deixou uma primeira impressão boa, quero jogar mais vezes com outras quantidades de jogadores. |
|
46. | Potion Explosion (2015) Tirando os protótipos, este foi o único jogo que joguei no primeiro dia do Spa dos Jogos. Potion Explosion é um jogo bem leve, sendo que não sou fã desse estilo. Entretanto, apesar disso, eu acho que o jogo funciona bem para a sua proposta. A melhor parte que achei foi utilizar os poderes das poções para manipular as gemas e realizar jogadas maiores. O limitador de duas poções é inteligente, pois jogadores mais experientes destruírem os outros jogadores. Fora que provavelmente geraria uns combos gigantes. |
|
47. | T.I.M.E Stories (2015) Primeiro começarei dizendo que não joguei o cenário da caixa base, mas sim o cenário da primeira expansão: The Marcy Case. Eu achei que o jogo é basicamente uma mistura de jogos point and click com aqueles livros de aventura solo (nesse caso, sem ser solo), ambos aspectos são extremamente nostálgicos. Entretanto, TIME Stories deveria ser um jogo de computador, pois para mim o jogo simplesmente não funcionou. Essa ideia de jogá-lo apenas uma vez e de repetir a partida até ganhar é absurda. Talvez o problema seja comigo, pois não sou uma pessoa particularmente curiosa… Então, pouco me importa se aquele criminoso que pegamos iria nos ajudar ou nos atrapalhar. Talvez eu tenha jogado o pior caso da série, que me pareceu muito focado em rolagem de dados. Em todo caso, não gostei e provavelmente não jogaria novamente. |
|
48. | Dancing Eggs (2003) Não tenho muito o que falar aqui. Joguei basicamente para contar mais um pro Desafio, pois é um jogo que demora menos de 5 minutos. Eu já conhecia antes de jogar, mas vi um pessoal jogando e aproveitei a oportunidade. O jogo é bem bobinho, para crianças mesmo ou adultos ébrios talvez. É praticamente uma atividade. |
|
49. | Brass (2007) O jogo foi aprendido no próprio Spa dos Jogos por um amigo. Isso foi um pouco problemático, pois o manual de Brass é terrível e o jogo tem várias regras confusas e exceções que não adicionam nenhuma decisão extra (ou adicione e eu não captei). Fora que existem exceções que nem fazem sentido tematicamente (carvão precisa ter estrada, mas o outro recurso pode ser teletransportado). Para jogar Brass eu recomendaria uma Ficha de Ajuda, pois são trocentas ações e trocentas exceções. Basicamente é um jogo de construção de rotas e de cumprir certas construções no tabuleiro. A pior parte do jogo é que existem duas Eras, e na segunda era todas as rotas são removidas e algumas construções também são removidas. Praticamente um reset no tabuleiro. Achei isso entediante, frustrante e sem noção. É o terceiro jogo do Martin Wallace que jogo e até o momento não posso dizer que estou gostando. |
|
50. | Cappuccino (2013) Vi esse jogo montado na mesa e achei interessante, me aproximei e perguntaram se eu queria jogar… Ué, lógico. Cappuccino é um jogo abstrato no qual cada jogador controla um copinho de café e precisa ter a maior pilha de copos no final do jogo. Os copos vão um empilhando no outro e só o dono do copo do topo pode mover a pilha de copos. Jogamos com 4 jogadores e achei bem caótico, talvez com 2 jogadores funcione melhor. Não é um jogão mas diverte. |
|
51. | Adrenaline (2016) Desde que vi Adrenaline eu achei uma boa ideia. CGE costuma trazer jogos inteligentes e fiquei atento ao lançamento do jogo, coloquei na wishlist e tudo mais. Estava tão curioso que peguei o manual para uma rápida leitura das regras no próprio Spa. Joguei e estou aqui com uma notícia ruim e uma notícia boa: não gostei do jogo. A notícia boa é que achei que esse jogo iria enterrar qualquer possibilidade de retorno para meu projeto engavetado: C3X, mas me enganei… Pois não é nem de longe o que eu esperava. Achei Adrenaline muito mecânico para a sua proposta de First Person Shooter. As ideias são boas, mas a iconografia terrível das armas frustrou o bom andamento do jogo. Talvez jogando várias partidas isso melhore, mas só se alguém comprar, pois saiu da minha wishlist. |
|
52. | Luna (2010) Mais um do Feld. Bom, primeiro quero esclarecer que eu acordei de 6 da manhã e a partida começou as 11 da noite. Estava cansado e isso pode pesar um pouco na avaliação. Eu gostei de Luna durante a explicação de regras, especialmente por finalmente ver de onde La Granja tirou a inspiração para uma de suas mecânicas. Sendo que como eu estava muito cansado, não conseguir fazer muita coisa no jogo. Luna é um jogo com interação forte, e se você não estiver ligado vai perder uns bons pontos. A experiência da partida não foi tão boa, mas topo jogar outra partida. |
|
53. | Marrakech (2007) Primeiro jogo do último dia do Spa dos Jogos. É um jogo abstrato com mecânica de Roll and Move, isso mesmo, igual a Monopoly. O detalhe é que em Marrakech a mecânica funciona muito bem, obrigado. O jogo é um abstrato com um misto de sorte, estratégia e tática em um jogo facílimo de explicar. Gostei bastante do design simples e dos componentes (o jogo vem com mini-tapetes). Com base nessas primeiras impressões, foi o jogo que mais gostei dos que joguei no Spa dos Jogos. |
|
54. | Samara (2015) Jogo do mesmo game designer de Factory Fun, jogo que tenho na minha coleção e gosto bastante. Samara estava na wishlist, mas saiu depois de jogá-lo pela primeira vez. Não que seja um jogo terrível, mas não clicou comigo. Talvez seja o fato de ser impossível planejar, pois os outros jogadores estão fazendo as mesmas ações que você e removendo suas opções. Não me leve a mal, eu adoro interação. Entretanto, jogos táticos (decisões apenas com base no estado atual do tabuleiro) demais não são de minha preferência. |
|
55. | Bausack (1987) Último jogo do Spa dos Jogos. A versão que jogamos tem quatro modos de jogo. Fomos ensinados pelo Tendson o modo com leilão, que segundo ele é o mais gamer. Não sei como são os outros modos, mas esse me pareceu gamer até demais. Ficou destoante a atmosfera de destreza com o leilão sangue nos olhos. O objetivo do jogo é ser o último jogador na mesa, sendo que um jogador é eliminado quando derruba sua estrutura. Então, a ideia é manipular o leilão para evitar pegar peças demais ou peças difíceis. Eu ganhei a partida, mas só construí 4 peças. Enquanto que os demais jogadores fizeram 8 ou mais. Então, me pareceu que a parte divertida do jogo (empilhar e montar sua estrutura) ficou de fora. Ficou o sentimento que é mais divertido perder do que vencer e empilhar metade das peças que os outros jogadores. Talvez as regras das outras versões sejam mais divertidas. Em todo caso, estou cada vez mais interessado no Junk Art. Preciso de um jogo de destreza mais moderno e cheio de peças de madeira. |
|
56. | Tic Talk (2014) Achei a ideia do jogo curiosa: você precisa escrever várias palavras com letras definidas por uma rolagem de dados e o outro time precisa adivinhar as palavras no mesmo tempo que elas foram escritas. Não sei se você pensou o mesmo que eu, mas quando eu vi essa ideia pensei logo: o tempo de escrever é muito menor que o necessário para adivinhar. Para meu azar, eu estava correto. Tic Talk é um jogo bem difícil (ou talvez a gente não saiba dar as dicas). Entretanto, isso não é lá um grande problema… O maior problema que achei foi o sistema de pontuação e a constante “troca” de papeis e ampulhetas. Para um jogo tão simples, sua parte burocrática é complexa, abrindo possibilidades para esquecer de passar a ampulheta correta pro adversário. Quero jogar outras vezes, mas não estou esperançoso. |
|
57. | Catan Dice Game (2007) Mais um Dice Game com a mecânica de re-rolagem do Yahtzee como base do jogo. Achei o jogo com um fluxo bem estabelecido, as decisões são poucas e a diferença entre os jogadores é bem pequena. O jogo utiliza várias ideias de Catan, como os recursos, custos das construções e sistema de pontuação. Entretanto, como a negociação foi removida do jogo, o único aspecto de interação são as maiorias (exército e estrada). O problema é que como o jogo tem pouquíssima interação e você joga praticamente solitário, o jogo passa a sensação de um downtime terrível… Especialmente, quando o jogador faz nada ou pouca coisa no seu turno. Passe longe desse. |
Muitos jogos esse mês e finalmente cheguei (e passei) na metade do Desafio! O Spa dos Jogos ajudou muito e me diverti bastante conhecendo o pessoal. Engraçado é que ainda ficaram mais uns 20 jogos que eu gostaria de ter jogado por lá, mas o tempo foi limitado. Apesar do Desafio ainda estar longe de ser cumprido, agora estou mais perto do que longe. Até a próxima.