Desafio 100N (2017) Abril

Quarto mês do Desafio! Estou com uma folga de 3 jogos, mas tentarei manter o ritmo acelerado para evitar chegar no final e morrer na praia. Se você não sabe onde se meteu, visite as postagens anteriores ou dê uma olhada na lista que fiz na Ludopedia. Sem mais conversa, vamos para a lista desse mês.

29. VivaJava Dice Game (2014)
Esse jogo estava na minha Wishlist, mas para minha sorte um amigo comprou antes. Eu gosto de dice games, pois normalmente são jogos simples, com um fator sorte interessante e com uma experiência de jogo mais rápida. O problema é que VivaJava oferece poucas decisões e demora mais do que o esperado. Talvez a gente tenha jogado algo errado, não sei, mas o jogo tem um ritmo lento e estranho, especialmente na aquisição dos tiles de pontuação, que não ficam na mão de um jogador por muito tempo (durante toda a partida apenas duas vezes o jogador manteve até chegar no seu próximo turno). Eu não gostei, baseado apenas nessa primeira.
30. Ubongo: Das Würfelspiel (2013)
Jogamos essa versão de dados do Ubongo logo após a partida do VivaJava. As expectativas estavam baixas, pois saímos de uma partida sofrível. Assim, Ubongo Dice foi bem recebido pelo pessoal. A partida foi rápida e descontraída, pois existe um aspecto de velocidade na aquisição dos dados, gerando algumas risadas. O fator sorte é grande, pois pode acontecer da peça que você precisava não sair na rolagem de dados e você deixar de ganhar 4 pontos para ganhar 1 ponto. A rejogabilidade também não parece ser alta, pois o jogo é uma repetição de 6 quebra-cabeças que são os mesmos em toda a partida. Então, acredito que enjoe bem rápido. A impressão que fiquei foi que Ubongo Dice não é um bom jogo, mas diverte se jogado uma vez perdida. Apesar de não ter deixado uma impressão esquisita como o VivaJava, eu não jogaria novamente. Existem muitos dice games melhores e com mais decisões.
31. Tokaido (2012)
Bauza tem umas ideias boas, mas acho que o enfoque dele em experiência é muito grande e termina errando a mão na mecânica do jogo. Em Tokaido, os jogadores seguem realizando ações em um caminho que não podem retornar. Não há muito desafio, não há muita estratégia, não há muitas dificuldades, coloquei “muito” em todas as afirmativas para não soar pesado demais… Mas em suma, o jogo é tão leve e tranquilo que eu não vejo sentido em jogar. É melhor realizar alguma atividade relaxante, em vez de jogar um jogo. Achei melhor que Takenoko (que acho que tem problemas graves), mas não é um jogo que tenho vontade de revisitar.
32. Aquasphere (2014)
Eu gosto das ideias do Stefan Feld e em geral a primeira partida de um jogo dele me surpreende positivamente. Foi assim com Oracle of Delphi, que joguei em Janeiro e foi assim com Aquasphere. Sendo que Aquasphere me divertiu menos, pois o jogo é muito punitivo. Sendo que, com certeza, é um jogo superior mecanicamente, não que isso tenha ajudado em sua avaliação, mas é um fato. Bom, Aquasphere é um point salad meio que sem objetivo (tirando fazer ponto). Lembrou-se um pouco Trajan nesse sentido. Preciso jogar novamente para ter uma opinião mais embasada, mas tive a impressão que existe uma estratégia vencedora, como Bora Bora. Se não for esse o caso, tem tudo para ser um bom jogo.
33. ZhanGuo (2014)
Diferentemente da maioria dos jogos desse desafio, ZhanGuo faz parte da minha coleção. Consegui em uma troca pelo Battle of Westeros que joguei em Fevereiro e já saiu da coleção em menos de um mês. Devo dizer que foi uma ótima troca. ZhanGuo é um jogo regido pelas cartas, os jogadores usam elas para realizar ações no tabuleiro central ou para construir seu tabuleiro pessoal. É um jogo de combos, de construção e, especialmente, de timing com mecânicas bem elaboradas e intricadas. A minha única preocupação é a rejogabilidade, acredito que seja baixa.
34. Midgard: The Card Game (2013)
Em Midgard os jogadores foram tropas com cartas em sequência ou cartas de mesmo valor para enfrentar os monstros ou mover-se no tabuleiro. O tamanho mínimo de uma tropa é de 3 cartas. Eu comecei a partida com vários pares distantes uns dos outros, para minha sorte eu tinha um coringa e consegui formar uma tropa. Sendo que uma tropa não faz muita coisa, é impossível mover-se no tabuleiro com uma tropa e os requisitos para enfrentar os monstros são demais para uma tropa pequena e fraca. Para completar, pouco tempo depois saiu uma criatura que removia uma tropa de cada jogador. Então, juntando minha mão horrível e a criatura eu simplesmente não matei nenhuma criatura durante todo o jogo. Apenas esse fato mostra a importância da mão inicial e, consequentemente, o quão problemático e frustrante pode ser a partida para um jogador independente das decisões tomadas por ele. Eu me senti completamente sem controle do jogo e em vários turnos não fiz nada útil. Para completar, jogamos com 5 jogadores e a partida mesmo iniciando com o track de estações no meio (define o final do jogo) demorou 2 horas, fora que o downtime era tão grande que pareceram 3 horas. O jogo tem umas ideias interessantes, mas a quantidade de problemas é tão grande que ofuscam todas elas.
35. Ora et Labora (2011)
Jogo do Uwe Rosenberg normalmente é sinônimo de worker placement. Ora et Labora não foge a regra, pois a mecânica está presente. Entretanto, o enfoque do jogo é completamente diferente, está em construir um bom tableau de ações, tanto em termos de combos quanto em termos de organização espacial. Gostei do jogo, sinceramente estou na dúvida se ele é ou não melhor que Caverna. Como joguei cada um apenas uma vez, fica difícil definir. O maior problema, tanto do Caverna quanto do Ora et Labora, é a falta de variedade. Então, a rejogabilidade depende do jogador tentar novas estratégias. De modo geral eu gostei, tirando a duração e contagem dos pontos, próxima vez pretendo jogar a versão Irlandesa e tento dar um veredito se Caverna é melhor ou pior.
36. Pablo (2017)
Já digo logo que gostei de Pablo. Não conheço outros jogos com mecânica de cantoria, não é um gênero que eu vá atrás… Então, não posso falar de inovação, mas achei o jogo bem diferente e com uma sacada interessante. Eu acredito que Pablo poderia ser o melhor jogo nacional, mas faltou desenvolvimento nas mecânicas do jogo. Deveria ter sido realizado um esforço para criar oportunidades para as músicas saírem mais fácil. Não sei se é comum em outras mesas, mas na nossa mesa houveram muitas travadas e brancos. Assim, com exceção de algumas raras ocasiões, fazíamos poucos pontos por rodada, deixando a partida longa. Talvez alguma mecânica que incentive os oponentes a ajudarem com alguma palavra no turno do amigo ou algo similar. Afinal, é um party game, no final a pontuação é o menos importante se o jogo fluir bem e todos se divertirem. Joguei algumas outra vezes, apesar das travadas terem melhorado, ainda está demorando bastante para um jogo nesse estilo.
37. MetroCity (2015)
Achei MetroCity um jogo bem mais ou menos. Tentei até a partida com 2 jogadores, pois achei que seria a melhor configuração. Afinal, o jogo me pareceu bem tático e provavelmente ficaria caótico com 3 ou 4 jogadores. O andamento da partida foi esquisito. Só rolou uma pontuação o jogo inteiro, que ocorre quando uma trilha é fechada. Eu fiz o dobro de pontos do meu oponente e ele não teve lá muita chance de reação, pois não importava o que ele fizesse depois de pontuar a 1ª trilha, a 2ª trilha nunca daria tantos pontos, pois o mapa é muito pequeno. Talvez minha intuição estivesse incorreta e seja melhor com 3 ou 4 jogadores, talvez eu faça uma tentativa.
38. Hare & Tortoise (1973)
Primeiro vencedor do Spiel des Jahres. Muito interessante jogar essa “peça histórica” dos board games. Entretanto, apesar de ser um jogo mecanicamente funcional, não é divertido. É um jogo extremamente matemático, no qual vence o jogador que contou melhor suas cenouras e comeu o quanto antes todos os três alfaces. Não jogaria de novo, pois para os padrões atuais é um jogo bem sem graça, mas devo dizer que para um jogo de 1973 deve ter sido um hit.
39. Bullfrogs (2015)
Jurava que Bullfrogs era um jogão do tanto que li falar bem dele na BG-BR. Me enganei. Não me leve a mal, não é um jogo ruim, mas é um jogo extremamente tático. Minha única partida foi com 3 jogadores, talvez seja melhor jogando com 2 jogadores. Venci a partida, mas não me senti vencedor. Isso costuma acontecer com jogos táticos em que é possível o jogador anterior preparar o tabuleiro para você, lhe dando uma ótima jogada. Acontece o mesmo com Five Tribes, não parece que o mérito de vitória é do vencedor, foi mero acaso que ocorreu por conta do oponente. Em todo caso, gostei da duração. O jogo tem boas ideias, mas faltou um pouco mais de estratégia. Aproveitei que peguei emprestado e testei a variante solo, também não achei bacana.
40. Cuba (2007)
Esse jogo faz parte de uma trilogia composta por jogos em Cuba, sendo os outros dois Havana e Santiago de Cuba. Para mim, o melhor dos três é Havana, de longe. Os outros dois jogos não são ruins, mas tem uns probleminhas, vamos falar de Cuba. Cuba é passa em 6 rodadas e cada rodada o jogador realiza 4 das 5 ações disponíveis. Você ganha pontos de algumas maneiras, mas em geral é bem “restrito” a quantidade de pontos, não tem como fazer vários pontos em uma única jogada nem nada do tipo. Isso é bom e ruim, pois vence o jogador que planejou melhor, sendo que o final é bem previsível, pois uma vez que a liderança é alcançada por alguma diferença de pontos, é difícil perdê-la. O jogo poderia durar menos rodadas também, pois se torna repetitivo e longo sem necessidade (já que o vencedor dificilmente mudará). Existe também um leilão para definir as novas leis de cada rodada, que como sempre só serve para o pessoal perder dinheiro a toa. Investi quase zero moedas nele durante toda a partida (acho que gastei 2 ou 3 em um leilão) e isso não me impediu de usufruir das leis que escolhiam.
41. El Gaucho (2014)
Dice drafting com set collection e worker placement, não tem como dar errado. Só que tem… Talvez eu tenha dado azar com essa primeira partida, mas o downtime foi gigantesco. Especialmente quando você é o primeiro da rodada, pois você joga, todos jogam e você vira o último para a próxima rodada e só vai jogar depois de todos. Então, em uma mesa com 4 pessoas, a pessoa espera 6 turnos para jogar novamente. Como o jogo é altamente tático, é bem possível acontecer longos intervalos de Analysis Paralysis, em vários momentos da partida. Tentaria novamente para ver se o jogo flui melhor com menos pessoas.

Estou confiante. Acho que conseguirei cumprir o Desafio, mas não posso relaxar ainda. Minha única preocupação é chegar aos meses finais e ter jogado todos os jogos de todas as pessoas que eu poderia jogar por aqui. Em todo caso, nos vemos no final de Maio. Rumo aos 50!

2 Comments

  1. Cássio
    10 de maio de 2017

    Rapaz, juro que deixei um baita comentário pra vc aqui ontem. Resumindo (pq nao vou lembrar de tudo que escrevi), concordo demais com Tokaido.

    Responder
    1. Roberto
      10 de maio de 2017

      Pois é, Tokaido é bem caidinho.

      Responder

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